Cap. 03: Orfanato



Cap. 03: Orfanato

Estava escuro o quarto onde dormia com os outros garotos de sua idade. Era um quarto enorme com paredes grandes e janelas longas.



Tentava dormir, mas não conseguia. De repente, ouviu sussurros das camas ao lado. “O que será que eles vão aprontar dessa vez? Preciso ficar atento!”, pensou.



Tentou afinar mais a audição para ouvir com mais detalhes desses sussurros. “É inútil, não dá para escutar daqui, preciso chegar mais perto daqueles idiotas”.



Virou-se para o lado das vozes. Fingiu que estava dormindo com os olhos entreabertos. Percebeu que o grupo estava de costa para ele e que se encontravam no canto do quarto; aproximadamente 4 camas adiante.



Devagarinho, ele escorregou ao assoalho e permaneceu em decúbito ventral. Foi arrastando debaixo das camas até chegar ao grupo. Agora dava para ouvir e vê-los:

- Ele é estranho demais!, disse um garoto baixo de pele morena.

- E esquisito!, reclamou o outro que tinha cabelo louro.

- Já viu como ele faz coisas estranhas acontecerem! Vocês viram hoje de manhã? Que era aquilo que ele fez com as cobras?, comentou um menino alto e de cabelos ondulados.

- Viu como ele falou numa língua estranha? Não gosto dele!, citou o menino gordinho de pele rosada.

- É uma aberração! Ele não é como nós!, ralhou um rapaz que era o mais velho de todos. E continuou a falar: - Temos que fazer uma brincadeirinha com ele. E até quem sabe, ele pode ser expulso daqui do orfanato para sempre...



Todos balançaram a cabeça afirmativamente.



- Bem, vamos dormir amanhã contarei mais detalhes do meu plano para este monstrinho!



Voltaram para suas camas. “Vou esperar um tempo até todos possam pegar no sono e não me vejam arrastando”, pensou.



- Vou ter que saber o que este tolo quer aprontar comigo!!! Aí sim, depois ele vai se ver com Tom Marvolo Riddle! Depois disto, voltou para cama e dormiu.



********

Sempre foi assim. Há quase 11 anos esta turma o perseguia, humilhava-o e o maltratavam. Queria dar um basta naquilo. Tinha que se vingar. “Mas como?”, pensou, enquanto tomava seu café da manhã.



Desde que entendia por gente, ele percebia que era diferente das outras crianças. Fazia coisas que não eram comuns: quando desenhava no papel, seus desenhos mudavam de formas inexplicáveis. Quando ficava bravo, às vezes, objetos voavam. Até falava e brincava com bichinhos.



Mas mais recentemente, um fato realmente estranho assustou este grupo, até a ele mesmo. Enquanto estavam visitando um zoológico, a turma de garotos estava caçoando dele e resolveram pegá-lo e jogá-lo no poço das cobras. A monitora do orfanato estava longe de mais para ouvir o pedidos de socorro. As cobras estavam paradas mo inicio, mas começaram a rastejar para seu lado: “Vou morrer de vez”, pensou e sentiu medo.



E os garotos estavam rindo dele....Agora eles tinham ido longe de mais, ele precisava ficar calmo e raciocinar.

- Você não fala com bichinhos! Agora fala com estes bichões não te picar, ou melhor, matar!, disse o tal Haroldo.



Por incrível que pareça, ele começou a falar para as cobras: pediu desculpa por acordá-las, mas que aqueles garotos jogaram-no ali no poço e que se pudesse sairia dali e não as incomodaria mais.

- Tudo bem? Aceito suas desculpas!!!, respondeu uma das cobra.

- Como é que é? Você entendeu o que eu disse?

- Sim! Podemos ajudá-lo a sair daqui

- Como?

- Há uma escada ali!!!

- Mas está num lugar alto?!?!

- Nós te ajudaremos a subir para pegá-la.



Até este momento a turma inteira estava pasma e observaram como as cobras gigantes elevaram Tom até a escada e este subiu. E com um tom irônico, perguntou se algum deles quer receber um abraço das cobras. Todos saíram correndo assustados. E disparou a rir.



Chegando no orfanato, o grupo continuava mudo desde que pegaram o ônibus de volta. A monitora não entendeu com Tom tinha ficado molhado daquele jeito:

- Bem, eu me molhei sem querer no banheiro do zôo., disse Tom com a cara mais séria possível. Pois ela não acreditaria que ele conversou com cobras.



- Anda moleque, está sonhando acordado?, perguntou um menino de cabelos louro que chamava Jake.



Assustou-se parece que tinha viajado no tempo, mas não ligou pro garoto. Terminou seu café. Caminhava para o quarto. Hoje era dia de visita no orfanato. Era o dia que mais detestava, pois cansou de esperar alguém para adotá-lo.



Todos as visitas olhavam de lado. E claro, que aqueles meninos, devem contar para todos o que ele fazia. “Coisa estranhas!!! Humf!!!”, pensou.



Estava em seu quarto quando a monitora lhe trouxe uma carta. “Cartas! Nunca recebi cartas antes”, comentou com ela.

- Sempre existe a primeira vez!, falou secamente a mulher.



Achou estranho, pois a carta vinha selada na frente com um lacre marcado com desenho em formato de brasão. Este possuía estampa em alto relevo que pareciam de animais e no meio uma letra H.

- Parece uma Cobra! Uma Águia! Um Texugo! Um Leão!, disse.



Abriu a carta que dizia sobre uma escola de bruxaria e magia chamada Hogwarts; e citava orientações sobre como conseguir livros e objetos de magia num local chamado Beco Diagonal. Havia mapas de como chegar lá e os contatos que devia fazer. E depois partir da estação de King´s Cross e da plataforma 9 ¾ onde um trem o levaria para escola.

- Hogwarts? Beco Diagonal? Plataforma 9 ¾? O que é tudo isso?, perguntou não acreditando muito no que leu.

- O que significa isto? Uma brincadeira com certeza daqueles moleques, mas eu não vou cair nessa não....Eu...eu...vou...



Começava a levantar da cadeira e ir ao pátio para tirar satisfação, mas algo o impediu. Uma coruja apareceu do nada e parou no seu colo. Assustou-o e percebeu que algo estava em sua pata. Pegou o pedaço de papel e abriu: “Sr. Tom Marvolo Riddle, você só se conhece em parte, mas depois você se conhecerá plenamente e se verá frente a frente. Então, seja cauteloso! Não faça nada precipitadamente sem saber o todo. Pondere suas escolhas. Mesmas as mais difíceis se tornarão claras e simples.”

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