Capítulo 2



Hermione caminhava depressa em direção ao 3º andar, onde teria sua primeira aula do ano. Estava alguns bons minutos adiantada, mas queria chegar cedo para ter tempo de dar uma olhada no livro “Plantas Mediterrâneas e suas Propriedades Mágicas” que emprestara mais cedo na biblioteca.


Enquanto esperava o último lance de escadas do 2º andar terminar de girar, prestou atenção nos dois garotinhos afobados que estavam a alguns degraus de distância dela.  Pareciam estar nervosos para o primeiro dia de aula e Hermione riu, lembrando-se de quando isso acontecera com ela. Recordava perfeitamente da sensação de frio na barriga ao ver a professora McGonagall se aproximando com o chapéu seletor.


- Em que casa estão? – perguntou a garota, incentivando-os.


- Lufa-Lufa – Respondeu o menor dos dois. Toda a minha família foi da Lufa-Lufa. Você sabe onde é o campo de quadribol? Estamos perdidos.


- Vocês estão na escada errada, o campo é lá embaixo. – Hermione riu, apontando a escada que deveriam tomar para conseguirem alcançar o 1º andar mais rapidamente.


- Vamos Gerard, estamos atrasados cara! – Exclamou o outro assim que a escada parou, puxando o amigo. Vai querer que o Krum fique bravo com a gente bem no primeiro dia?


Os garotos saíram correndo da escada, deixando uma Hermione com borboletas no estômago atrás deles. Ouvira certo? Krum? Ao longe um dos dois comentava – Papai disse que ele é um dos melhores jogadores de todos os tempos! Corre, ele já deve estar chegando!


Chegando na sala de aula, encontrou  Luna Lovegood conversando com um dos  fantasmas que habitavam Hogwarts, o Nick-quase-sem-cabeça.


- Olá Sr. Nicholas. Olá Luna.


Os dois acenaram com a cabeça, mas continuaram a conversa. Hermione nem se esforçou para ouvi-los, devia ser uma loucura o assunto. Deixou a bolsa e os livros em cima de uma mesa logo à frente e, sem conter os impulsos, correu para uma das janelas da sala em que se via o campo de quadribol.


Lá estava ele, Victor Krum. Nunca mais tinha o visto desde o baile do 4º ano, no qual ela dera seu primeiro beijo. Hermione apertou os olhos para enxergar melhor o que estava acontecendo lá embaixo.


- Ainda pensa nele? – Luna a assustou, chegando de repente, como sempre fazia. Apesar disso, sua voz era o mais doce e suave possível.


Hermione se afastou da janela, que estava embaçada por causa de sua respiração. Riu um pouco.


- Que bobagem, Luna. Foi coisa de criança. Aliás, o que ele está fazendo aqui?


- Você não sabe né? Aliás... – Luna olhou para a amiga de forma desconfiada – Onde você estava ontem no jantar de recepção? Não te vi. É por isso que não sabe o porque de o Victor estar aqui.


- Não estava muito bem. – Hermione viu o restante da turma começar a adentrar a sala.


- Por quê não estava bem? – Luna perguntou em voz alta, fazendo Hermione se sentir incomodada.


- Shhh! Escuta, comi algo que não me fez bem. – A garota respondeu, vendo Luna procurar algo dentro da bolsa. Por que Krum está em Hogwarts?


- Ele é o novo professor de Quadribol do primeiro ano. Madame Hooch precisou ser substituída. Dumbledore não nos explicou os motivos. Coma isso. – Luna entregou uma espécie de gelatina para a amiga. Vai te restaurar a alma e você se sentirá bem. Meu pai que faz. Além disso, semana passada quando comi um desses tive a impressão de ver um zomzóbulo. Quem sabe você tenha a mesma sorte. – Piscou um dos olhos para a amiga e saiu, procurando seu lugar na sala.


Hermione olhou de Luna para a gelatina em sua mão. Só podia estar enlouquecendo, pensou, enquanto mordia um pedaço. Não se lembrava de experimentar algo tão ruim em toda a sua vida. Era pior que feijõezinhos de cera de ouvido. Deu um jeito de sumir com aquilo e foi se sentar.


Logo que sentou percebeu estar meio zonza , mas não se importou, pois precisava prestar atenção na aula. A professora falava coisas do tipo: como era importante se enxergar além do que se vê. Era como se visse uma cópia da Sibila Trelawney na sua frente. A aula se arrastou, e quando Hermione se deu conta de que passaram apenas 20 minutos, levantou-se e saiu da sala. Precisava de um banheiro urgentemente. Sentia muita náusea. Entrou no primeiro banheiro que lembrava existir no terceiro andar e caiu de joelhos diante do vaso sanitário de um dos boxes. Vomitou mais do que todos os outros dias. Suava frio e se sentia muito fraca.


- Mione? – surgiu uma voz do outro lado da porta do banheiro.

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