Reunindo a Armada

Reunindo a Armada



O bolinho que estava comendo entala em sua garganta. Seu corpo parece perder a força e começa a escorregar na cadeira. Foi emoção demais, Flora desmaia e é socorrida pelo casal Longbotton.


Quando acorda está deitada no sofá. O casal conversa sobre o que precisam fazer, com quem podem contar para pedir ajuda. Neville comenta:


- Vamos chamar o pessoal da AD. Precisamos ser rápidos, antes que os comensais se organizem realmente... Vamos nos encontrar na casa de minha avó, será mais seguro e lá tem mais espaço para reunir o pessoal. Pegue nosso velho galeão.


Hannah busca um par de moedas, que estavam delicadamente guardadas na moldura de um quadro, em que se liam “Armada de Dumbledore”, seguido de nomes (os do casal estavam lá: Hannah Abbott e Neville Longbotton, seguidos de mais uma dezena de nomes) e uma foto de um grupo de adolescentes sorridentes. Faz um feitiço e as moedas começam a brilhar de modo diferente, e nelas aparecem, no lugar em que antes se lia o valor, um endereço e horário de encontro. O horário era dali 16 minutos.


- Vamos.


Neville pega a mão de Hannah e estende a mão para Flora que o olha confusamente.


- Vamos encontrar velhos amigos. Não acho seguro pedir ajuda ao ministério, por hora, pois seria muito difícil explicar porque você precisa de proteção. McLaggen, o ministro, é um tolo burocrata. Até compreender o que está acontecendo já se passaram décadas.


- O...O...O...O que era aquilo?


- O patrono do Draco. Com uma mensagem. Fique calma, já estivemos em situações piores. Mas precisamos ir rápido.


Flora levanta-se. Neville ordena que pegue a varinha. Ela ainda não está acostumada a andar com a varinha, mas sentia como se fosse uma extensão de seu braço, sentia-se mais segura com ela. Os três dão se as mãos e aparatam, conduzidos por Neville.


Chegam a casa da avó, uma senhora alta, cabelos muito brancos, vestida com tailleur pesado de veludo e saltos altos. Alegra-se ao ver Hannah, passa a mão em sua barriga e diz:


- Bom dia, bisneta. Você será uma grande bruxa, como seus pais.


- Vovó, deixa disso.


- Neville, seu amigo Ron acaba de chegar aqui, está na sala de estar, disse que acha que você vai dar uma festa ou coisa parecida, perguntou por outros...


Nesse instante chegam a casa Hermione, Gina, Ernesto Macmillan, Simas Finnigam, Dino Thomas, Luna Lovegood e Cho Chang, ambas com seus maridos. Flora se mantém a um canto da sala, retraída. Não sabe como vai ser recebida e de tão preocupada que se sente com sua família, nem percebe a chegada dos outros.


- Onde está o Harry?


- Está trabalhando, Neville. O galeão fica em casa, ele não viu seu recado. O que era de tão urgente? Vejo que sua bebê ainda não nasceu. Saudades?


Gina olha com carinho para Hannah. Neville respira fundo e diz:


- Esta é Flora, prima de Draco....


E Neville conta o que estava acontecendo. Todos ficam estarrecidos. Olham para ela, na penumbra da sala antiga e mal-iluminada. A imagem não passa boa impressão. Hannah a convida para se aproximar. Na claridade suas feições delicadas não incitam medo.


- Me desculpem, não tenho culpa de minha origem. Não escolhemos nossos pais, felizmente fui criada por uma família ótima, muito amorosa. Eu tenho três filhos, Draco foi ao Brasil ajudar meu marido a protegê-los.  Meu marido e eu não tivemos educação em magia. O pouco que sei aprendi nos últimos dias. É muito instintivo. Estou assustada, quero ir para casa.


- Então Draco foi ao Brasil? Enquanto aqui as coisas pegam fogo? Bem do feitio dele, o covarde.


- Rony, Lúcio Malfoy mandou dementadores atrás da família de Flora, para obrigá-la a se entregar. Desta vez Draco parece estar fazendo a coisa certa. Mas acredito que precise de ajuda por lá, seria bom alguém ir checar se está tudo bem. Talvez seja melhor trazer a família dela para perto.


- Não!


Grita, Flora.


- Prefiro meus filhos longe disso!


- Flora, talvez seja mais fácil protegê-los aqui. Podemos nos revezar.


- Por enquanto, não. Acredito que logo estará tudo terminado e voltarei para casa. Por favor, aguardem um pouco.


- Harry já deve estar de volta ao ministério. A essa altura já está sendo vigiado pelos comensais. Lúcio deve saber que o procuraríamos.


Harry está no ministério e não consegue sair, parece que toda hora que tenta, aparece mais trabalho urgente para resolver. Não sabe o que está acontecendo, pois nada lhe foi dito. Neville acha arriscado mandar coruja ou um patrono, pois pode ser visto por mais alguém. Harry só tem acesso à internet em casa.


Gina e Hermione vão até a Toca para pedir que redobrem a segurança e não deixem as crianças, que passam uns dias na casa dos avós, deixem o local ou se exponham a algum perigo. Os demais da AD fazem o mesmo em relação aos seus familiares e amigos.


Rony tenta avisar Harry no ministério, porém é atacado por comensais e é obrigado a retornar.


- Precisamos mandar um aviso. Harry corre perigo, provavelmente os comensais devem acreditar que ele seja uma ameaça para Flora, assim como foi para Voldemort. Vão querer atacá-lo e ele nem ao menos vai saber o porquê. Senti a presença de dementadores nos arredores da cidade, o frio característico.


Flora se arrisca a dar um palpite:


- Desculpem, não estou nada preparada para tudo isso. Mas a Sra. Narcisa Malfoy comentou que Harry conversava com as cobras, assim como meu pai. O caso é que também sei falar com cobras, poderíamos mandar um recado por uma cobra.


- As cobras não são como as corujas, não sabem encontrar pessoas. Isso está fora de questão. E além do mais, ele não deve mais conseguir falar com cobras agora que Voldemort está morto. Havia uma ligação entre os dois que o fazia compartilhar esse dom.


- Neville, na verdade ele ainda consegue. Não entendemos muito bem o motivo, mas fomos ao zoológico com as crianças e ele falou de novo com uma cobra, após vinte anos...


- Tem certeza, Rony?


- Sim, eu vi. No início ele ficou apreensivo, mas como a cicatriz está quieta, como deveria estar então ele relaxou. Acabamos nos divertimos muito com isso, pra falar a verdade. Esse deve ser o tipo de coisa que só Dumbledore teria a resposta, e não nos daria, naturalmente. (Ron ri abertamente).


- Então, poderíamos mandar uma cobra, por uma coruja... Muita loucura? Eu não sei como poderia ajudar. Preciso ajudar, fui eu quem causei tudo isso...


- Na verdade foi o Lúcio Malfoy que causou. Não se culpe. A idéia de mandar uma cobra com mensagem é bem insana, deve funcionar. Vou ao campo encontrar uma cobra.


- Me leve com você. Posso chamar uma.


Flora acompanha Neville ao campo. Consegue encontrar uma cobra rapidamente sob uma pedra:


- Me acompanhe. Não vou lhe fazer mal. Apenas preciso de um favor. Tão logo for possível a trarei de volta. Será recompensada.


A cobra consente e enrosca-se no braço de Flora. Voltam para casa da avó de Neville. Hannah os recebe com xícaras de chá.


- Sua mulher é muito doce, Sr Longbotton.


- Ela tem esse dom de julgar muito comum as situações mais confusas e tornar nossa vida mais simples e agradável. É forte, é guerreira e muito delicada. Amo minha mulher.


Flora sorri. Adora quando homens se demonstram capazes de falar sobre seus sentimentos.


- Bem, vamos resolver logo isso: você será levada por uma coruja até um homem chamado Harry Potter. Não tema a coruja, ela não lhe fará mal. Quando encontrá-lo avise que corre perigo, que sua família já está protegida e deve encontrar seus amigos da AD na casa da avó de Neville o quanto antes. Consegue repetir tudo isso? Por favor, é muito importante.


A cobra parece se atrapalhar com o recado. Flora tenta simplificar:


- Diga a Harry Potter que tome cuidado e venha até a casa da avó de Neville.


Ron buscara a coruja de sua mãe para que Harry a reconhecesse e compreendesse que o recado era sério e que eles estavam bem. Manda também o seu galeão mágico, transfigurado de coleira para a cobra, na esperança que Harry percebesse a magia e atendesse o chamado, pois não confiava na cobra.

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