Cap.7



Cap 7


                O dia já tinha amanhecido quando Rose foi acordada com três garotas se jogando em cima dela.


                -Bom dia flor do dia! – gritou Lilly no ouvido de Rose.


                - BOM DIA ROH! –gritaram as outras duas ao mesmo tempo.


                Rose tentou se esquivar, tampar a cara com o lençol, mas não adiantou ela então se rendeu, olhou para elas com uma voz cansada e mal-humorada.


                - Acordei...acordei. Agora saiam de cima de mim!


                Ainda rindo as meninas saíram de cima da garota. Kate foi até o banheiro se arrumar, Beca foi arrumar suas coisas para a aula e Lilly se sentou em uma cama próxima ainda de pijama, suspirou como se estivesse cansada.


                -Eu tinha que ir...mas não estou querendo...


                - Se você se atrasar você sabe que agente não vai esperar neh?! – disse Kate lá do banheiro.


                -Nossa, mas que povo estressado! –ela se levantou e foi saindo. –Estou indo...até daqui a pouco.


                Kate demorou um pouco no banheiro, enquanto ela não saia, Beca terminava de arrumar as coisas dela e da Rose.


                -Nossa...vocês ainda não estão prontas?


                -Lógico, tem só um banheiro e por sinal você estava monopolizando ele. –disse Beca arrumando suas coisas e entrando no banheiro.


                Rose olhou para tudo que suas amigas tinham organizado, inclusive a roupa que estava dobrada de forma perfeita ao lado da cama dela. Ela se lembrava tão pouco e tinha tanto para conhecer. Ela teria aula essa manha e não fazia idéia do que esperava por ela lá.


                - BECA, você arrumou o material da ROSE? – gritou Kate para a amiga.


                -ARRUMEI! –gritou Beca com uma voz abafada de dentro do banheiro.


                -Não precisava...mas mesmo assim, obrigada. – disse Rose de forma humilde e envergonhada.


                Não demorou quase nada quando Beca saiu do banheiro.


                -Vai Rose, toma banho . Ou você não consegue sozinha? – perguntou Beca enrolada em uma toalha e com o cabelo todo seco e bagunçado.


                -Não, eu consigo. –disse Rose meio irritada meia envergonhada .


                Ela entrou no banheiro, enquanto as outras terminavam de se arrumar. Rose viu o banheiro, era tão arrumado, ela se despiu e entrou na banheira, não demorou quase nada e ela saiu do banho. Quando ela foi para fora, as meninas ainda não tinham terminado de se arrumar.


                -Nossa...esse talvez foi o banho mais rápido que você já tomou. –disse Beca penteando seus cabelos.


                Rose riu divertida, se trocou, arrumou o seu cabelo, mas não conseguiu diminuir o volume dos cachos. Colocou uma tiara vermelha que estava em cima da sua mala, passou uma maquiagem básica e se olhou no espelho. Ao ver o seu reflexo, ela não pode deixar de notar algo diferente nela mesma. Era como se ela se olha-se e visse alguém que ela conhece, mas ao mesmo tempo que nunca viu na vida. Ela estava pronta...pronta para um novo dia.


                As meninas já prontas, desceram  e encontraram os meninos esperando no salão. Alvo conversava distraído com um amigo que dividia com ele o mesmo quarto e Hugo estava visivelmente nervoso. Isso era comum quando ele estava com fome.


                -Até que enfim! Vamos descer, daqui a pouco o café termina e... –começou ele chamando a atenção de todos.


                -Chegamos não chegamos? –Lilly disse e ele ficou calado, mas fez uma cara irritada. –Então para de reclamar.


                -Bom dia pra você também Hugo! –disse Kate usando o mesmo tom de voz dele.


                -Ei meninas! –disse Alvo olhando para elas. – Dormiram bem?


                -Olá garotas! –disse o amigo de Alvo, Rick. –Vou descendo Al, encontro você lá embaixo!


                O garoto saiu do salão comunal, mas antes de passar pela passagem do retrato ele sorriu e deu uma piscadinha na direção das meninas. As quatro meninas estavam prontas e uniformizadas. Lilly tinha seus longos e lisos cabelos presos em uma perfeita trança, Beca tinha seus cabelos presos em um rabo meio relaxado e Kate mantinha o penteado de sempre, os cabelos soltos e rebeldes, mas com uma pequena e quase imperceptível diferença ela tinha um pequeno prendedor em forma de pomo prendendo alguns fios de cabelo. Ninguém pareceu notar, só Alvo, mas ele fingiu que não viu.


                -Ainda to morrendo de sono! – disse Beca se espreguiçando.


                - Grande novidade, neh Bec ?!- disse Kate com um tom irônico.


                - Dormi como uma pedra. –disse Rose com um sorriso. –Vamos descendo, meu irmão vai ter um treco daqui a pouco.


                Todos olharam para Hugo, que estava da cor de seus cabelos de nervosismo e riram. Todos concordaram que era hora do café e foram até o salão. Quando eles saíram pelo salão comunal, Rose o viu encostado em uma gárgula conversando com seu amigo. Scorpius ria animado de algo muito hilário que Jared estava contando e nem sequer notou que o grupo de grifinorios tinha saído. Rose sorriu quando viu ele e quase foi em sua direção,mas recuou quando sentiu a mão de Alvo segurar forte a dela.


                -Acho melhor não ir até ele ainda. –disse sussurrando. – Seu irmão não entenderia.


                Rose não entendeu muito, apenas obedeceu, não deixando é claro de olhar na direção de Scorpius. Ele enfim notou o grupo de grifinorios descendo, se escondeu um pouco apenas por precaução e ficou olhando enquanto Rose sumia de vista.Depois que ele e Jay entraram por uma passagem e desapareceram.


                O grupo de grifinorios comentava e ria das coisas que tinham acontecido na ausência de Rose. Rick esperava por Alvo na porta do salão, olhou para o grupo e sorriu para as meninas.


                - Tem aquela panqueca que você gosta tanto Hugo. –antes que ele termina-se de falar Hugo entrou seguido de Lilly, que deu uma piscadinha para o amigo do irmão quando passou por ele.- Esse seu primo é uma figura, cara!


                Alvo e Rick entraram na frente rindo de Hugo que estava discutindo sobre algo com a Lilly. As meninas pararam na porta e olharam para Rose, com medo de qualquer reação ou fraqueza repentina que ela pudesse ter. Rose olhou para elas, pegou a mão de cada uma e disse em uma voz que tentava ser reconfortante.


                -Eu estou bem! De verdade.


                Elas se olharam, sorriram e entraram. Rose olhou calmamente por todo o lugar, as pessoas que estavam sentadas comendo pararam por um momento e olharam para ela, não com surpresa, mas como se quisessem confirmar a veracidade de uma fofoca. Rose Granger Weasley estava de volta! Isso não era mito, nem boato, nem fofoca, era a mais pura realidade. Alguns pararam e sorriram para ela, outros deram olhares de desdém e voltaram para os seus afazeres. As meninas se dirigiram com Rose para a mesa da grifinoria ao lado do resto do pessoal, mas Rose antes de se sentar olhou para o outro estremo do salão e viu o garoto loiro sentado. Ele estava de costas para ela,mas ela sabia que era ele.


                Antes que alguém pudesse impedir ou até mesmo notar ela se virou e foi em direção a ele. Para a completa surpresa de todos do salão, Rose Weasley se sentou no lugar vazio ao lado Scorpius Malfoy. O salão ficou em silencio profundo, o barulho de colheres caindo foi a única coisa ouvida. Ela se sentou com um enorme sorriso no rosto, como se uma grifinoria se sentar em uma mesa da sonserina fosse a coisa mais comum do mundo. O garoto olhou para ela completamente surpreso, ele só pensava que ela tinha enlouquecido.


                -Bom dia Scorpius! –ela então olhou para o amigo de Scorpius que parecia atordoado, sorriu como se o reconhece-se. –Bom dia Jared!


                -Er...Bom dia Red! Cara,sua garota é meio suicida ou não bate nada bem! –ele disse para o amigo, dando uma olhada para o resto do pessoas da mesa da sonserina, que olhavam para a garota com um olhar que só poderia ser descrito como mortal.Ele se levantou e disse em uma voz bastante alta. – Vocês poderiam pelo menos ser mais discretos, eu autografo fotos para todos é só fazerem uma fila, depois que eu comer é claro.


                As pessoas ainda pareciam chocadas, mas passaram a ser mais discretas. A mesa da sonserina ainda olhava para Rose com olhares selvagens, mas a reação deles não foi a pior do salão. Quando Hugo viu a irmã se sentar na mesa da sonserina, principalmente ao lado de Scorpius Malfoy ele se lançou em direção a irmã, mas foi impedido por duas mãos realmente fortes, Alvo e Rick. Lilly apareceu e conseguiu controlar o primo, depois que ele estava controlado Alvo disse em voz baixa:


                -Deixa ela. Eu sei que você não vai conseguir entender isso agora, fica calmo. Come e depois eu prometo, vou te contar tudo que eu sei. –Hugo permaneceu com o olhar fixo na irmã, mas estava mais calmo.


                Enquanto isso na mesa da sonserina...


                -O que você está fazendo aqui garota? Você por acaso não sabe que aqui é a mesa da sonserina? A sua é aquela ali. –ele apontou para a mesa da grifinoria e viu de relance a fúria do irmão de Rose.


                -Eu sei...eu só pensei, que você deveria ficar comigo e eu achei que seria muito bom que agente toma-se o café-da-manhã juntos. –ela disse como se não entende-se muito bem porque aquilo era tão errado.


                -É você definitivamente não bate nada bem.Mas você tem um desconto afinal eu fiquei sabendo que sua cabeça ficou oca. Esse garoto aqui ficou desesperado achando que você tinha morrido e quando ele fica desesperado ele fica um saco. Aí! – ele olhou com uma cara feia para o Scorpius e depois fez uma cara de desdém. –Não precisa agredir, credo... que garoto agressivo. Continuando... ele ficou muito feliz em saber que você estava bem, com a cabeça meio oca, mas bem. Então, eu acho que você não se lembra, que os vermelhinhos ali do outro lado odeiam os verdinhos desse lado. Eu acho isso meio idiota, mas o resto do povo leva isso muitooo a serio. – ele mudou o olhar e a expressão ficou seria, cheia de preocupação. –Por isso você ter vindo até aqui foi loucura. Tenha mais cuidado garotinha!


                A expressão seria dele não durou por muito tempo, logo ele estava sorrindo e olhando de forma divertida para todos os que bisbilhotavam a cena perplexos.


                -O que o Jay falou é serio. Eu vou cuidar de você... - ele disse isso em voz bem baixa e corou levemente, de forma quase imperceptível, mas logo voltou a cor e o tom normal. – Você não quer ficar lá com a sua família?


                -Eu já estou aqui não estou?! E eu prometo, isso não vai se repetir! - ela disse em um tom serio, um pouco magoado.


                -Já que a Red está aqui e nós estamos sendo mais observados do que os participantes do Big Brother, vamos aproveitar. A propósito... –ele sorriu de forma simpática e ergueu as mãos para ela. – Sou Jared Willians, seu criado!


                -Eu sei quem você é...você esteve em algumas lembranças minhas. –ela disse em meio a risadas, mas ergueu suas mãos e apertou a deles com um sorriso.


                -Ora, ora que honra. Pensei que só esse hipogrifo ai tivesse o prazer de estar em suas lembranças. – ele disse sorrindo como sempre, mas mudou a cara quando pareceu levar um chute. –Hoje você está agressivo demais mocinho, vai ficar sem sobremesa!


                -Não...quer dizer, ele está em todas as lembranças e eu acho que é por causa dele que eu me lembro das pessoas. – ela disse entre risos.


                -Bom, obrigada! – ele disse para o Scorpius. – Você me deu o prazer de fazer parte das restritas memórias da Red.


                -Fica quieto Jay! O estrago já está feito, pelo menos Hogwarts tem assunto para pelo menos um mês, a volta de Rose Weasley e a convivência pacifica entre as duas pessoas mais...vamos dizer polemicas.


                -Polemicas é pouco...vocês eram fogo e gelo, ferrão e espinho. Não tinha quase nenhum momento em que vocês se encontravam que não trocavam xingamentos. Era minha maior diversão...minha e de metade dessa escola. Mas eu sempre soube...Ai por Merlin Scorpius minha canela vai ficar roxa. –ele fez uma cara mal-humorada.


                -Eu chuto mais se você não calar a boca. –ele desviou o olhar do amigo e olhou para Rose preocupado. –Você está comendo muito pouco! Come mais.


                -Eu não estou com fome...estou nervosa. – ela olhou para o prato cheio e ficou olhando fixamente com vergonha.


                -Por causa das aulas? – ele colocou suas mãos sobre as dela que estavam debaixo da mesa.


                -Não esquenta foguinho. Você é a estrela dessa escola, não existe ninguém mais inteligente que você, é o que o Scorpius sempre diz. –ele sorriu divertido e encolheu a canela, mas o chute não veio, pelo contrario Scorpius a olhou mais intensamente e apertou forte suas mão debaixo da mesa.


                -Não se preocupe. Você vai se dar bem, pode parecer algo novo. Pode parecer que você não é capaz, mas pode ter certeza que se tem alguém capaz de recomeçar do zero e ainda manter notas boas, esse alguém é com certeza você. E se algo der errado, olhe a sua volta você tem varias pessoas que fariam qualquer coisa para te ajudar a se erguer.


                -Eu te ajudo também. Sou melhor que o Scorpius, mais divertido, paciente e muito mais bonito. –Rose sorriu para os dois.


                -O-obrigada!


                O grupo de pessoas na mesa da grifinoria tinha acabado de comer e estavam meio nervosos antes de sair da mesa.


                - Nós temos que pegar a Rose...vamos combinar assim Lilly leve o Hugo até a aula que vocês tem agora. –Lilly olhou para ele entendendo.


                -Vamos grandão! Depois meu irmão explica tudo, pra nós dois alias. – ela foi empurrando o menino até a porta.


                - Bom com o Hugo fora daqui as coisas ficam mais fáceis. Certo, agora quem vai lá?


                - Eu não estou entendendo nada dessa historia, vocês dois parecem saber de alguma coisa que eu não sei.- disse Beca desconfiada.


                -Te conto depois, primeiro eu vou lá “resgatar” a doida da Rose. –Kate se levantou respirou fundo e foi andando em direção a mesa da sonserina quando notou que Alvo estava bem atrás dela. –Eu não preciso de guarda costas Alvo. –ela disse sem mesmo parar para olhar par trás.


                -Estou aqui só para garantir e para fazer companhia também. –ele disse como se não fosse nada de mais.


                Kate chegou por trás da amiga e a cutucou tentando chamar atenção dela.


                - Não precisa ter medo amiga da Red, agente não morde! Quer dizer só morde se você quiser. –Jay olhou para a garota e deu uma piscadinha.


                Rose se virou, viu sua amiga e deu um enorme e animado sorriso para ela. Alvo estava alguns passos distante, não parecia preocupado.


                -Olá! –disse Rose com um sorriso.


                -Roh, o pessoal todo já acabou de comer. Estamos indo para a aula você vem com agente?


                Rose parou e olhou para Scorpius se questionando sobre o que deveria fazer. Iria embora com os amigos ou ia depois com o Scorpius.


                -Vá com seus amigos e não se preocupe eu estou cumprindo meu acordo com a diretora, eu estarei sempre por perto.


                Ela se levantou muito incerta do que deveria fazer. Saiu junto com o primo e a amiga, mas sem deixar de olhar para trás. Scorpius e Jay voltaram a comer como se nada estivesse acontecendo, as vezes se arriscavam e olhavam para o grupo que saia do salão sobre o olhar de metade do salão.


                - Rose, você enlouqueceu? –perguntou Alvo indignado.


                -NÃO, eu só pensei...sei lá que não teria problemas.


                -Mas tem Rose. –disse Kate com uma voz doce e tranquila. – Ninguém estava pronto para isso. Principalmente seu irmão.


                -Eu sei disso agora...Scorpius e o amigo dele explicaram pra mim. Como meu irmão está?


                -Melhor agora, eu vou explicar para ele mais tarde, alias você vai explicar essa história toda e não só para o seu irmão, todos nós queremos entender isso.


                Eles saíram do salão e foram andando até onde estava Rebeca e Hugo, conversando meio seriamente.


                -Até que em fim! Rose você...


                -Nós já conversamos com ela. –disse Alvo com uma voz entediada.


                - Tá, eu ia dizer que mamãe e papai mandaram uma carta para você e que eu estou de olho em você. Rose não se mete nas coisas que você não entende, você poderia ter se machucado.


                Ele ergueu um pergaminho que estava perfeitamente amarrado e entregou para Rose. Ela pegou a carta e foi andando em direção aos jardins. Ela caminhou em silencio, sem notar que estava sendo seguida pelo grupo. Chegou a um ponto deserto e meio escuro do jardim próximo a floresta proibida, ela não sabia porque ela sentiu que aquele era o lugar certo para se ler uma carta. Ela se sentou e começou a abrir o pergaminho.


                               Querida Rose,


                Como está? Como está seu irmão, não está aprontando nada neh?!


Como está indo aí na escola? Novas lembranças? Já recuperou a magia? Já teve alguma aula?


Eu acredito que ainda não! Seu pai e eu recebemos ontem uma carta da diretora avisando das modificações. Nós não estamos certos se achamos isso uma boa idéia, mas resolvemos (Alias eu resolvi, seu pai só ficou descordando o tempo todo.) esperar um tempo para ver se isso vai dar certo.


                Eu pedi ao seu irmão que manda-se todos os dias uma carta contando sobre as coisas que estão acontecendo por ai, mas como eu sei que ele não vai fazer isso e eu preciso me manter informada, você poderia me escrever. Eu imagino que as coisas estão acontecendo muito rápido, mas seria ótimo saber das coisas por uma visão sua.


                Eu confesso estou preocupada com você. Essa sua ligação com o filho do Draco é no mínimo inusitada. Me avise qualquer problema que você tenha, por menor que seja. Por favor!


                Eu e seu pai te amamos muito! Se cuida e ESCREVA!


                “ E não se apaixone por esse menino, o filho do Draco.”


Isso foi o seu pai. Não se preocupe, estaremos sempre apoiando você. Tudo ficará bem!


                -E aí... o que está escrito na carta? – Beca perguntou preocupada, se sentando ao lado dela.


                -Hum... Ela queria saber como eu estava, como estavam indo as coisas, avisando que ela sabia de tudo... – ela disse meio preocupada e completou em voz baixa, quase sussurrante. – Não se apaixone.


                -Eu imaginei que fosse pior, pra mim ela mandou um tanto de reclamação. – reclamou Hugo.


                - Vamos subindo. –disse Kate. -Se não corrermos vamos nos atrasar com certeza. A aula de agora é...


                - História da magia. – disse Alvo entediado.


                -Cara que azar. Eu tenho poções. –disse Hugo.


                - Então corre Hugo porque o professor hoje parecia irritado.


                Hugo fez uma cara de cansado e foi correndo para dentro do salão. Os outros quatro ficaram lá por um tempo e depois foram andando devagar em direção a sala.


                - Agente tem mesmo que ir? – perguntou Beca com um bocejo.


                -Temos! – Kate empurrou a amiga, parou e olhou para uma direção. –Beca leva a Rose pra dentro da sala, não para até que ela esteja lá dentro.


                Beca olhou para Kate meio desconfiada e preocupada, mas fez o que a outra lhe pediu. Alvo não foi com elas, ficou ali, parado, esperando. Kate ignorou Alvo e foi em direção ao garoto de cabelos castanhos e olhos negros , ele apoiado na parede e olhando para ela de modo desafiador, no peito estampado estava a serpente da sonserina.


                - O que você quer! – Kate disse, em sua voz tinha ódio puro.


                -Queria te ver! Você sabe...sinto saudades! –ele disse com uma voz falsamente doce.


                - O QUÊ VOCÊ QUER? – sua expressão estava feroz, até um pouco cruel.


                - Você sabe muito bem o que me trouxe aqui. Vim saber de você... as noticias que correm por ai são verdadeiras? – a expressão dele era de ódio e um pouco de nojo quando ele olhou para Alvo que estava a alguns metros de distancia.


                - E se forem? O que VOCÊ tem haver com isso? – a voz dela estava cheia de raiva, seus olhos estavam fixos no dele.


                - Eu não vou permitir...VOCÊ é minha. – após disser isso ele pegou as mãos dela e lhe mostrou algo.


                Ela ainda olhava para ele nos olhos, nem sequer olhou para o que ele mostrou, mas recuou as mãos como se sentisse uma dor muito forte. Ele saiu com um sorriso vitorioso no rosto, olhou para Alvo o olhar era firme, cortante. Alvo sustentou o olhar, suas mãos estavam na varinha que estava em seu bolso.


                Ele continuou andando calmamente para dentro das masmorras, Kate continuou parada no mesmo lugar, Alvo foi se aproximando aos poucos, colocou suas mãos sobre o ombro dela. Esse toque a fez se virar e encarar os profundos olhos verdes do garoto, por um momento seu corpo ficou mais leve. Ele ia dizer algo, mas ela o cortou.


                - Vamos para aula. Estamos atrasados! –ela foi lentamente andando em direção a sala, Alvo foi logo atrás dela.


                A sala já estava cheia, Rose se sentava com Beca em uma carteira próxima a mesa do professor. As amigas fariam de tudo para ajudar a menina a manter todos os velhos hábitos, inclusive aceitar a tortura de se sentar na frente. Kate abriu a porta, pediu licença e se sentou em uma das cadeiras vazias do fundo da sala, Alvo a seguiu e sentou do seu lado.


                - Continuando, a guerra dos Gnomos de XI aconteceu porque Portys...- disse o professor Binns.


                Nenhum dos alunos exceto Rose prestava a mínima atenção no que ele dizia. Beca ao lado de Rose, dormia tranquilamente em uma posição não muito agradável, mas não parecia estar incomodando ela em nada. A maioria dos alunos ou dormia como Beca, ou escrevia bilhetinhos uns para os outros. Só Kate e Alvo não pareciam com sono, nem prestavam atenção na aula, nem conversavam ou mandavam bilhetinhos. Alvo olhava para Kate com um olhar determinado, preocupado, quase heróico. Kate olhava para suas mãos, seu coração batia forte, ela estava tremendo levemente, apesar de estar sofrendo, não derramava uma lagrima sequer, seu olhar era frio, duro.


                - O que ele queria com você? – perguntou Alvo em voz baixa quase um sussurro.


                -Alvo... - ela se virou para ele, tentou não demonstrar o quanto aquele olhar feria e ao mesmo tempo curava. -  Eu gostaria de pedir, ou melhor implorar... Esquece. Esquece TUDO! Por favor...isso, ele...eu...não é problema seu e eu não quero que seja.


                -Eu te disse Kate eu não posso esquecer ou ignorar. Você não pode me pedir, isso...você é minha...meu problema. Porra Kate...ontem foi tão...


                - Esquece ontem...você não sabe o tamanho do problema. Eu não podia ter te envolvido nisso, eu sou uma estúpida. – seus olhos agora estavam repletos de lagrimas, ela não conseguia encarar Alvo.


                -Você não é uma estúpida...aconteceu. Kate você nem me deixou dizer nada ontem... Hoje a noite, na torre de astronomia,as 21 horas. Você pode até não aparecer, mas saiba que eu estarei lá esperando por você até o amanhecer. –o sinal tocou e vários alunos pareceram acordar de um transe, se levantaram e foram saindo rapidamente. Kate e Alvo se levantaram e foram saindo também antes que ela saísse ele disse. – Nós precisamos ter essa conversa.


                Kate ficou parada do lado de fora da sala, esperando as meninas saírem. Seu coração batia rápido, sua mente estava confusa. Beca estava com uma aparência de quem tinha acabado de acordar, ela estava se espreguiçando, enquanto Rose estava com um olhar centrado, seria, mas um sorriso no rosto.


                - A Rose aqui, não parou de anotar nem por um segundo.Credo! –ela então se virou e viu a cara de Kate. – Amiga! Desculpa...então, aquele idiota não te fez nada neh?! – ela abraçou a amiga e a olhou nos olhos,o olhar dela era de preocupação.


                -As coisas estão fugindo do controle Beca. Alvo... –ela abaixou a cabeça sem encarar as outras.


                - O que está acontecendo? – perguntou Rose confusa.- Porque aquele cara mexeu tanto com você? E o que tem o Alvo?


                - Tantas coisas Roh, as vezes eu gostaria de estar que nem você, não me lembrar de nada. –disse Kate ainda de cabeça baixa.


                - Não se preocupe com a Kate por enquanto Roh. Quando você se lembrar e conseguir entender esse pedaço da história, ai então talvez você consiga ajudar. Vamos viver um dia de cada vez. Isso vale para as duas! – Beca disse e sorriu para as amigas. – Vamos, agora temos aula conjunta com a... Erg, sonserina.


                - A Rose que vai gostar. – disse Kate com um pequeno sorriso.


                Rose sorriu, não só pela menção da aula com a sonserina, mas também por ver um sorriso mesmo que pequeno brotar nos lábios da amiga. Elas andaram calmamente até a sala da próxima aula, herbologia. Parado encostado ao corrimão estava Scorpius e seu amigo, esperando as meninas chegarem. Ao vê-las se aproximando, ele sorriu, Rose ao vê-lo sorriu de volta.


                -Pronto elas chegaram agora vamos entrar ou você prefere continuar aqui parado encostado  na parede, porque...por mim tudo bem. – disse Jared dando de ombros.


                -Fica quieto. –Scorpius olhou para as outras meninas como se só agora tivesse visto elas e corou e mudou a expressão, ficou serio.- Vamos indo!


                - Cara, e o cavalheirismo? Vamos esperar as damas. –ele continuou parado e encarou as meninas com um sorriso brincalhão. – Quem sabe no caminho para a estufa agente não se perca “acidentalmente” pelo caminho, ou você prefere que elas se percam comigo. – ele piscou para as meninas.


                -JARED! –gritou uma menina de cabelos ruivos curtos vestindo o uniforme da sonserina. –Ai está você. Eu te fiz uma pergunta e do nada você sumiu. Quanto tempo mais você vai ficar fugindo das garotas, quanto tempo mais você vai resistir a mim.


                Ela não notou as meninas, nem o Scorpius. O Jared parecia outra pessoa, ele tremia e olhava para o Scorpius a procura de ajuda.


                - Kimi, nós estamos atrasados para a aula de herbologia. –ele disse cansado e foi andando com amigo ao seu lado e as meninas um pouco atrás. -Você ficou de ajudar o professor no final da aula,temos que ir andando se não é capaz dele te prender o dia todo e não se esquece cara, tem treino hoje. O jogo contra a Grifinoria é nesse sábado, você não pode perder treino nenhum, ou eu seu...


                -Valeu cara!- ele disse sussurrado meio com medo de olhar para trás.


                - Você tem medo de mulher Willians? –perguntou Beca debochando.


                - Não é medo é só...ei, Jorkins ninguém te perguntou nada não.


                -Não perguntou nada mesmo não, sou eu que to perguntando idiota. –respondeu ela com as mãos na cintura. –E pela educação já sei que a resposta é sim. Coitado, tem medo de mulher.


                - Não que eu te deva explicações Bela Adormecida, mas não são todas as mulheres. Cara, olha pra ela, você também não tem medo? Pois deveria. – a cara dele voltou a ser a divertida e debochada de sempre.


                Scorpius olhou do amigo para Beca, ela parecia meio confusa, mas divertida e ele ria tranquilamente. Scorpius sabia que no fundo isso era alivio, ele olhou para Rose que olhava para todos os lados como se tentasse decorar cada rosto e cada detalhe do caminho até a estufa, as vezes ela se distraia e prestava atenção na conversa dos amigos e sem perceber estava sorrindo, isso era um alivio para Scorpius, ela estava bem afinal.Kate acompanhava os amigos distante em seus pensamentos, mas sempre que notava disfarçava e sorria para demonstrar que estava bem.


                -Rose, não se esforce muito. –ele disse em voz baixa perto dela, porem sem encará-la.


                -Ei, Scorp hoje agente vai ter aula? –ela perguntou olhando para ele.


                -Sim, depois do treino agente pode se encontrar na biblioteca ou ...bom tem uma sala que eu uso muito, p-pode ser lá também.Eu mando o seu primo ou o Jay te buscar e te deixar lá.


                -E porque não pode ser você?


                -Bom...eu não...ainda é cedo, as pessoas da grifinoria...não dá.


                -Mas aquele dia você foi.


                - Olha, não tinha ninguém lá tá legal e aquele dia foi diferente.- ela ia argumentar, mas viu pela cara dele que era melhor não. –Chegamos.


                -Rosinha, seja bem vinda a amada, idolatrada, perfeitamente fedida...-ele se curvou fazendo os outros rirem.- estufa.


                O lugar era meio indescritível, por onde Rose olha-se ela via uma planta diferente, algumas realmente nojentas, outras eram estranhamente belas, outras exalavam um perfume doce e agradável, outras tentaram agara-la a todo o custo, mas o que mais chamou a atenção de Rose, não foram as plantas foi um homem, ele devia ter a idade do pai de Rose seu rosto era redondo,seus olhos estavam cansados cheios de olheiras e em seus cabelos podia ver claramente alguns fios brancos e uns verdes provavelmente por causa de uma das plantas. Ela ficou olhando para ele e um brilho de reconhecimento passou pelos olhos dela.


                “(1º ano) Rose e Alvo corriam em direção a estufa. Eles tinham combinado de chegar antes da aula começar, pois tinham diversos recados para dar para o professor a mando dos pais e também porque queriam conversar um pouco com ele. Desde pequenos quando ficaram sabendo que o amigo da família Nevile daria aula de herbologia eles imaginavam como seria ter aulas com ele, agora eles iriam oficialmente ter uma aula de herbologia eles estavam super empolgados.


                -O tio Nevile falou que o primeiro ano é bem simples. –disse Alvo.


                -Verdade, mas não sei...eu tenho um pouco de medo, uma coisa é saber toda a matéria outra é...er, mexer com aquelas plantas nojentas que o tio Nevile anda com elas. –ela fez uma careta.


                -Tio Nevile realmente traz umas plantas muito estranhas. Eu não sei como ele consegue cuidar delas, meu pai disse que ele é um cara incrível, mas não sabe como ele ainda está vivo, ele é muito desastrado.


                -Minha mãe disse que ele melhorou muito, eles se conhecem porque ele perdeu um sapo e ela ajudou a procurar, ela disse que ele perdia tudo, derrubava tudo.


                Eles chegaram a famosa estufa não tiveram muito tempo para apreciar o lugar, porque mal chegaram e já foram recebidos com um abraço forte e caloroso do professor. Eles conversaram durante alguns minutos até que o resto dos alunos chegaram e os dois foram com um enorme sorriso para um canto da sala fazer o trabalho que o professor mandou.


                Ao seu lado Rose notou que o menino loiro irritante, Scorpius, estava sozinho fazendo todo o trabalho, ela percebeu também que seus olhos estavam roxo, tinha um filete de sangue escorrendo no canto da sua boca.


                -O que aconteceu com você? Se meteu em briga foi? Não é melhor você ir até a enfermaria...


                - O que aconteceu comigo não é da sua conta e eu não preciso que VOCÊ tenha piedade de mim. –ele disse.


                - MEU MERLIN, você é muito mal educado, sabe de uma coisa eu não to nem ai. Quer ficar todo roxo PROBLEMA É SEU.- ela disse praticamente gritando, sem querer ela esbarrou em um visgo do diabo e o vaso onde ele estava caiu no chão próximo aos pés do Scorpius, a planta se agarrou nos pés dele com força,fazendo com que ele caísse no chão.


                -Merda...MENINA O QUE VOCÊ FEZ!- ele tentava se soltar mas cada vez mais a planta o prendia e cada vez mais forte.


                As pessoas ao redor não faziam nada, só olhavam para ele, alguns riam outros tinham um olhar irônico no rosto.


                -Alguém, manda essa bosta dessa planta me soltar AGORA! –a cada vez que ele se contorcia a planta agarrava e puxava ele para cada vez mais perto dela.


                -A culpa não foi minha...eu.- Rose estava um pouco assustada, sem saber o que fazer.- Professor...


                -Tudo bem, eu assumo daqui. – ele fez um pequeno movimento, soltou o garoto e começou a arrumar a bagunça que estava no chão. – Vocês estão liberados, como lição de casa façam um relatório da importância e dos efeitos da planta que vocês acabaram que retirar a raiz. –ele se levantou e olhou para o Scorpius. – Quanto a você garoto, não sou nem um pouco amigo do seu pai, mas não vou julgar você. Vá direto para a enfermaria, vou pedir para alguém te acompanhar até lá.


                -Não precisa, eu sei o caminho.


                -Eu sei que você sabe e isso não foi um pedido, foi uma ordem. Alvo, vá com ele até a enfermaria para ele cuidar dessas feridas. E Rose, vá para próxima aula se não você pode se atrasar e se você for como a sua mãe, não aceitará chegar atrasada.


                -Mas professor...


                -VÁ Rose!”


                -Professor Nevile! – a garota correu e deu um abraço apertado no homem que se surpreendeu com o afeto e com o reconhecimento.


                -Olá Rose, que bom que você já está melhor. Devo dizer que estava profundamente preocupado com você, mas pelo que eu estou vendo suas memorarias estão voltando muito rápido. –ele a abraçou de volta e sorriu de forma doce.-Sua mãe tinha me dito que você não se lembrava de quase ninguém, até iria oferecer uma das melhores plantas da minha estufa, mas parece que o ...er...seu medico, já usou a maior parte das ervas que eu tenho aqui. Bom só queria deixar claro que se houver algo em que eu possa ajudá-la, não relute em me procurar. Tenho ordens do seu pai para fazer tudo para te proteger e em nome da nossa amizade eu faria com certeza de tudo.


                -Olá professor! –Alvo apareceu atrás da prima e cumprimentou o professor. – Rose vamos sentar, o professor tem que dar a aula dele.


                -Tá bom Alvo. – ela fez uma careta para o primo e sorriu para o professor. –Boa aula!


                Nevile ficou olhando por um bom tempo os dois pequenos irem se juntar ao resto da turma. O tempo tinha passado, aqueles dois tinham crescido e passado por coisas realmente desnecessárias para alguém da idade deles, mas isso afinal é de família.” Pobres crianças, pobre menina.”


                -Muito bem turma...


Enquanto ele foi passando as instruções da aula, os alunos ficavam calados prestando atenção e tomando nota das coisas que achavam necessários. Ele pediu que os alunos se dividissem em duplas para realizar a tarefa e em um canto da sala um pequeno grupo refletia sobre como seria essa divisão.


                -Beca você se senta comigo e o Alvo com a Rose.Certo?


                -Não. –o pequeno grupo olhou para Alvo surpreso. –Eu sento com a Kate, Beca você senta com a Rose.


                -Posso dar a minha opinião? –disse Rose já começando a se irritar com a demora, pois os outros alunos já estavam começando a fazer a tarefa e se eles demorassem mais um pouco, ela não terminaria a tempo. –Vamos tirar na sorte, eu acho que é o modo mais rápido de resolver isso.


                Alvo conjurou alguns pequenos papeizinhos e colocou o nome de cada um deles. Rose chegou todos os nomes para ver se não tinha fraude, então percebeu algo e franziu a testa.


                -Falta o Scorpius e o Jared. –os dois garotos se olharam sem entender.


                -Olha, eu faço dupla com o Scorpius. Agente não se importa mais, estamos juntos a tantos anos não é amor. – o outro fez uma careta para o amigo.


                -Pois é, daqui a pouco podemos casar.- ele disse de forma irônica.- Mas falando serio não precisa contar com agente,isso ia ser estranho.


                -Precisa sim. – ela imitou o que o primo tinha feito e conjurou mais dois papeizinhos e colocou o nome dos dois garotos neles. – O papelzinho que nós tirarmos será nossa dupla para todas as aulas do dia. Alvo, Scorpius e Beca tiram um papelzinho.


                Ela colocou os papeis na mão, misturou e ergueu as mão para que eles possam tirar um nome. Alvo foi o primeiro pegou o papel e deu um sorriso triunfante.


                -Parece que você vai fazer comigo Kate. – a garota deu um sorriso discreto e triste.


                O próximo foi o Scorpius que tirou o papelzinho mais aliviado, mas mudou a expressão na hora que viu o papel.


                -Er...Rose.-a garota se juntou a ele radiante, mas ele parecia verdadeiramente preocupado como se temesse que as pessoas o vissem tão juntos, ao mesmo tempo ele estava igualmente radiante.


                -Oh não! Amor, fomos separados. O que será de mim agora! Eu fadado a ficar ao lado de mulher tão...


                -Completa essa frase e você é um homem morto... ou melhor tá mais para uma mulherzinha.


                Os outros ignoraram eles, Scorpius antes de se juntar a Rose em uma mesa distante, fez um sinal para o amigo, indicando que ele estaria ali, para que ele fosse paciente.


                -Certo, você não vai muito com a minha cara não né?! Eu entendo...é serio.Eu sou um cara forte, bonito, inteligente e jogo muitoo mais do que você. Se eu fosse você, teria um pouco de raiva reprimida de mim.


                -Coitado, sonha. Você nunca vai jogar mais do que eu.Nunquinha, nem nos seus sonhos.


                -Isso é um desafio? Porque se for Jorkins você não sabe no que está se metendo.


                -Considere isso um desafio sim. Vamos ver, no jogo desse sábado, cada goles rebatida vale um ponto, cada vez que uma goles acertar agente é menos um ponto.


                -Aceito o desafio. Vamos dar uma animada a mais nessa aposta, o vencedor além de provar que é o melhor tem o direito de fazer um pedido que tem que ser atendido, não importa o que for.Quem vai fazer a contagem de pontos?


                -Eu não tenho medo da sua aposta não, eu aceito. Eu sugiro a Rose, ela é confiável e muito justa.


                -Não sei não.Ela provavelmente vai estar muito distraída, além disso ela não está completamente recuperada.


                -A Kate marca então, ela não joga mesmo. – antes que ele reclamasse completou. –Ela não vai roubar para provar isso a Rose vai ser a juíza. A pequena pode até ser minha amiga, mas jamais trapacearia para que eu vença você. Eu também não preciso trapacear para vencer, venço de você facinho... facinho.


                 Do outro lado da sala, um casal analisava a planta com tanto cuidado que não perceberiam se a escola inteira desabasse. A mão de Scorpius não parava de anotar nenhum detalhe. Rose as vezes parava e o encarava, se suas lembranças fossem reais superá-lo sempre foi um desafio e ela enfim percebeu o porque. A dedicação desse garoto era extraordinária, ele percebia coisas que estavam além do que uma pessoa normal seria capaz de perceber. De repente ele percebeu os olhares dela sobre ele.


             -O que foi? Você não deve estar conseguindo entender né?! Quer que eu te explique sobre o funcionamento dessa planta em detalhes com calma? O meu relatório está quase pronto. –ele parecia preocupado.


              -Você é incrível! – Scorpius ficou mais vermelho que os cabelos dela. –É tão concentrado e dedicado.


             -Não diga uma coisa dessas assim de repente. – ele disse quase em um sussurro. –E...-ele olhou para o próprio papel e disse mais baixo que antes.- Você também é assim, inteligente, concentrada e dedicada só...não se lembra do quão incrível você é.


             Ao ouvir isso ela corou profundamente e por algum razão sentiu sua mente mais leve. E então ela se lembrou de algo estranho, algo nada normal.


             “ Rose estava caminhando sobre a relva macia, ela tinha um dia longo de monitoria pela frente, mas seus olhos estavam pesados, sua cabeça estava cansada e por mais que ela tentasse demonstrar empolgação e entusiasmo, ela não conseguia. Essa esse era um dia diferente, normalmente quando ela se sentia assim, rapidamente ela voltava ao normal, dessa vez ela se sentia duplamente fraca e duplamente incapaz. Ela tinha revisado toda a matéria e ainda havia mais coisa a ser estudada. Ela tinha que trabalhar na monitoria a noite, mas dessa vez ela não sentia a menor vontade de fazê-lo.


            Talvez a causa desse problema se chame Scorpius Malfoy, mas ela duvidava muito que a culpa dessa vez fosse dele. Talvez fosse a proximidade com as provas. Ou talvez fosse algo bem mais simples que isso...talvez fosse apenas ela.


             Ela continuou caminhando, tão focada que nem notou que chorava. As lagrimas não paravam de cair, ela passou a mão pelo seu rosto e olhou uma das lagrimas escorregar por entre seus dedos, normalmente ela secaria as lagrimas e continuaria andando, mas dessa vez ela não tinha vontade. Algo estava muito errado com ela. Ela se sentou na grama e ficou tentando buscar na memória o motivo por tamanho desanimo, mas ela não conseguia nem mesmo achar a razão da sua dor.


           Ao seu lado de repente nasceu uma flor, era tão pequena, mas ela ia crescendo muito rápido, em poucos segundos a pequena flor de pétalas verdes e um caule estranhamente prata já estava enorme e exalava um cheiro muito bom,  um cheiro que mudava a todo momento, ora era cheiro de manha de natal, ora de chuva, ora do perfume de sua mãe e então ele teve um cheiro que ela conhecia muito, mas não se lembrava de onde. Esse cheiro fez com que ela de repente se sentisse bem de novo, não animada e empolgada, mas pelo menos ela já não estava mais tão triste.


           Enquanto ela estava lá sentada, um pequeno avião de papel pousou sobre a sua mão, essa era uma forma que ela e seus primos encontravam para se comunicar a pequena distancia, o papel se abriu, era do seu primo Alvo:


Roh,


Boas novas!


 Pode descasar hoje, tipo...teve um problema no castelo e a ronda dessa semana é dos professores. Ah...já ia esquecendo as provas de semana que vem foram adiadas, também por causa do problema que teve no castelo. Vou sondar o tio N. ver se ele me conta o que é, talvez agente possa ajudar. ( hehehhe)


 Você pode dormir mais cedo, eu sei que você precisa.


              Ela sorriu aliviada, o dia dela estava se tornando melhor e foi se levantando em direção ao castelo, a cada momento sentindo que o dia dela estava para mudar e ficar cada hora melhor e ela desconfiava que a culpa era daquele aroma daquela planta. Bom seja o que for ela estava agradecida!


             No caminho indo para a direção contraria a dela ela encontrou Scorpius, ele estava calmo, nada debochado, nada irônico. Seus olhos se encontraram, ela sentiu algo como um pequeno choque, mas não deve ser nada e continuou seu caminho até o castelo.


            O garoto continuou andando até aquela planta diferente e com um toque do dedo dele ela se desapareceu. Ele então sorriu satisfeito e continuou o seu caminho.”


          - Rose o que foi? Você está pálida! –ele olhava para ela em pânico, mas como era comum ele tocou os ombros dela dessa vez de forma mais discreta possível e ela foi adquirindo cor. –Meu Merlin, esse negocio de toque, está me deixando assustado já.


          - Estou melhor, obrigada! Tem coisas que eu também não entendo, alias tem mais coisas que eu não entendo do que coisas que eu entendo, mas algo me diz que você é a resposta e eu sinto que você sabe mais do que me conta.


          Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, foi salvo pelo professor que disse:


          -Entreguem os relatórios na minha mesa e podem ir. Hora do almoço!


             Alvo e Kate foram os primeiros a entregar, durante a aula eles não deram um pio, ou melhor ela não deu porque ele falou o tempo todo.Scorpius em dois minutos copiou arrumou tudo e entregou o deles também, em pouco tempo estavam todos lá fora. Scorpius e Jared foram a frente em direção ao castelo discutindo algo sérios e preocupados, atrás veio o grupo conversando e rindo.


          -Rose, o que você acha? Topa ser a nossa juíza? – perguntou Beca determinada.


           - Claro...quer disser é só me explicar o que eu vou ter que fazer.


           -Ótimo eu te passo as regras. Ele não sabe com quem está se metendo, nem o risco que ele correu me desafiando, ele vai perder feio.


           -Beca olha lá em! Como capitão da sua equipe eu digo que se você se focar só na aposta e esquecer o jogo, eu te mato.


           - Ai Alvo olha o estresse, credo. Eu sempre faço tudo certinho, dessa vez a nossa vitoria vai ter um gostinho, vamos dizer assim...mais doce.


           Ao chegarem no castelo o grupo foi se sentar na mesa da grifinoria como sempre, ao lado dos amigos. Rose estava um pouco retulante, antes de se sentar ela decidiu que passaria na mesa da sonserina apenas para dizer um oi e talvez ficar um pouco para conversar. Ela pensou que passado o choque inicial não teria problemas ela se juntar a eles novamente.


         -Olha quem vem vindo, veja se não é a nossa suicida preferida. – disse Jay com um sorriso enorme.


         - SUA MESA É A VERMELHA NÃO A VERDE ! –algum sonserino gritou.


         Nesse momento a mesa da grifinoria se agitou. Todos se viraram em direção aos sonserinos, Hugo se levantou da mesa com a comida ainda na boca, mas com um rosto de poucos amigos.


          -Rose, VÁ para o lado de lá AGORA! – sussurrou Scorpius com os olhos fixos em todos os outros sonserinos de sua mesa e com a varinha apertada em suas mãos.


            A mesa da sonserina inteira se levantou, só que eles estavam com as varinhas em punho, prontos para atirar feitiços para qualquer um que fizesse menção de erguer a sua mão. Essa atitude fez grande parte dos grifinorios imitarem o gesto.


             - Não meche com a minha irmã não ou então a briga vai ser feia.


            -Olha só se não é o filhinho do casal de heróis. Sugiro que vocês não queiram comprar briga com agente. – disse um sonserino forte e muito mal encarado.


            Alunos da lufa-lufa e da corvinal estavam quietos só observando, eles não iriam escolher um lado, até porque a briga não era deles.


             Na mesa da Grifinoria Alvo e as meninas olhavam para Rose preocupados, eles não esperavam essa atitude da grifinoria, também não esperavam que entre as duas cassas estivesse tanta tensão. Lilly tentava acalmar Hugo, fazê-lo recuar, mas ele estava decidido, uma vez ele aceitou duas é muito para ele.


             - Cara, credo isso daqui tá parecendo a primeira guerra mundial. Não é pra tanto também, a garota já está voltando pra mesa dela e se ela quisesse se sentar aqui, não deveria haver problema nenhum. Aqui somos todos livres não somos? – disse Jay tentando acalmar as coisas.


               -O que está acontecendo? –perguntou Rose.


               -Algo muito maior do que você, vá e se sente ao lado do seu irmão antes que seja tarde demais. –sussurrou Scorpius.

                O clima estava muito pesado, ninguém abaixava a varinha ou olhava em outra direção se não para a frente. Rose não sabia para onde ir ou o que fazer. Sua cabeça doía como nunca, era uma dor tão forte, era como se algo quisesse sair, mas estivesse sendo impedido. Alvo queria ir ao socorro da prima, mas sentia que ir até lá era suicídio.


         - Olha a Rose vem para a mesa da grifinoria e a nossa rixa nós resolvemos no campo, certo? – disse Beca se colocando na frente de Hugo e olhando para o cara que parecia estar liderando a coisa toda.


          - Eu concordo com a garota ali, vamos deixar para acabar com eles no campo, de modo mais calmo e pensado. Atacar eles assim é muito arriscado, não vale a pena, provavelmente seriamos os únicos punidos, vocês sabem que seria assim. Vamos vencer eles na taça das casas, no campeonato de quadribol, vamos derrotá-los nas aulas, vamos ser melhores que eles, vamos provar que somos dignos da nossa casa e que somos melhores adversários que eles abaixando nossas varinhas e nos sentando. Nesse sábado vamos resolver nossas desavenças, não hoje, não agora. – disse Scorpius se levantando e falando para as pessoas da mesa dele.


           - Tudo bem, vamos fazer o que você disse, mas não deveríamos te escutar afinal você está passando para o lado de lá, você está traindo a casa que um dia você disse amar, só espero e não falo isso só por mim falo por todos nós, que você não nos traia no sábado, nós não somos amigáveis com traidores. Olhe para o passado da sua família e entendera o que estamos dizendo.- o grandão de cara feia se sentou e junto com ele toda a sonserina que havia se levantado, demorou um pouco,mas os grifinorios se sentaram também.


         Scorpius estava ainda de pé, muito pálido e com uma expressão muito afetada, triste. Jared se levantou disse alguma coisa em voz muito baixa para Scorpius que ele pareceu entender, pois logo depois que o amigo saiu ele saiu atrás, dessa vez com o rosto erguido com uma expressão forte como um líder.


          Alvo assim que ele saiu foi ao encontro de Rose que parecia ter sido atingida por uma bala, pois estava em choque.Ele serviu de apoio a prima e a levou até a mesa da grifinoria, onde fez com que ela come-se alguma coisa e bebesse alguma coisa. Em nenhum momento ela revelou o que sentia, após o choque agiu como se nada tivesse acontecido.


           Assistiu todas as aulas com a atenção que só ela seria capaz de ter, depois das aulas Alvo ajudou ela em todos os deveres antes de ir para o treino de quadribol, quando ele saiu Kate se juntou a Rose para o jantar. Durante o dia todo Rose não viu Scorpius nenhuma vez sequer e isso já estava fazendo com que ela se sentisse incomodada, algo estava errado.


          - Kate?


          -O que foi Roh? Está sentindo alguma coisa? Quer ir a enfermaria? – Kate se virou para a amiga olhando bem no fundo dos olhos dela enquanto analisava qualquer possível problema.


         -Não, eu estou bem é só que... por que ele sumiu? Será que aconteceu alguma coisa? Será que ele está bem? Eu não causei muito problema causei?


          -Roh calma. Eu tenho certeza que ele está bem, eu não conheço o Scorpius muito bem, mas ele sempre foi um cara forte, seja lá qual for o problema logo ele resolve e da noticias.


           Apesar do que a amiga disse Rose não conseguia se concentrar, ela se sentia triste e angustiada. Além disso sua cabeça estava doendo muito e ela estava muito cansada, ela não sabia nem se seria capaz de ir para o dormitório, ela sentia que iria dormir antes de chegar lá.


           - Sabe de uma coisa Roh, eu estou preocupada com esse jogo de sábado. Vai ter muita coisa em jogo e nenhuma das equipes vai aceitar a derrota fácil. Eu não entendo esse povo, pra que fazer isso? Pra que provar que casa é a melhor?


          - Nem eu entendo, nem eu...- De repente surgiu uma pequena flor de papel que voou da janela e parou na mesa em frente a Rose.


         Rose pegou a flor, no momento em que ela a tocou a flor se abriu mostrando uma mensagem pequena e misteriosa.


Desculpe,


Apesar do prometido não vou poder te dar aulas hoje, amanha se eu puder te enviarei um bilhete semelhante a esse com o lugar e a hora do encontro...


Desculpe eu deveria saber...eu achei que seria possível, eu acreditei que tudo seria diferente, eu achei que eu pudesse controlar tudo.Desculpe ter te colocado nessa situação que nem eu sei como explicar. Eu prometi e eu vou cumprir, estarei sempre por perto!


          Ao ler aquele bilhete Rose sentiu-se um pouco melhor, ele estava bem afinal, tinha muitas coisas que ela não conseguia entender, ela sabia que no dia que ela entendesse então tudo estaria bem de novo, mas o que importava agora é que apesar dos problemas, que ele acreditava ser culpa dele, apesar de tudo, ele estava bem. Só saber disso fazia com que ela se permitisse relaxar de verdade.


          -Rose vamos para o dormitório, eu não consigo levar você no colo e o resto do pessoal só vai voltar daqui a uma hora.


          A ruiva assentiu com a cabeça e foi saindo não sem antes dar uma olhada em direção da mesa da sonserina, como o esperado nada dele. As duas foram até a torre da Grifinória, Rose estava cansada demais para notar o estado triste da amiga,protestar ou dizer qualquer coisa, ela se trocou, desejou boa noite a sua amiga e fechou o cortinado de sua cama. Antes de fechar os olhos ela abriu o seu livro de capa negra somente por costume,mas se surpreendeu quando notou algo diferente algo que não estava lá. Em um dos capítulos duas frases estavam escritas em prata e grifadas de verde:


“O que é um nome? Aquilo que chamamos Rosa teria o mesmo doce e suave perfume com qualquer outro nome!”(...)


“Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, o rasgaria.”


          Ela leu e releu todo o trecho, naqueles trechos estavam expressos sentimentos muito maiores do que ela, muito maiores do que ela conseguia compreender e com aquele pedaço do romance na cabeça ela adormeceu.


N.A Bom eu peço perdão, eu atrazei mais do que o esperado e o capitulo está grande d+. No proximo eu vou tentar fazer capitulos mais curtos e atrazar menos.
 Como diz o ditado, antes tarde do que nunca!
 Feliz natal e feliz 2011 atrazado!
 Vocês me deram um enorme presente, o numero de leitores está crescendo, eu fico feliz. =D
 Eu adoro sugestões de fics, se alguem tiver alguma fic boa pode recomendar que eu leio com carinho.

 Vamos aos agradecimentos:

Hilary Lestrange: Ahh muito obrigada pelo elogio (q vergonha) Que bom que você está curtindo a fic.
Continue lendo e aparecendo por aqui moça ^^
 Será que eles tinham? O caso dos dois é cheio misterio
Ou... no dia em que eu li o epilogo, (muito a contra gosto porque eu não gostei do final, mas abaixa o caso) eu vi que aquele casal dava muito pano pra manga e eu comecei a ler fics deles e eu me apaixonei, você vai acabar se apaixonando também ^^

Amortentia: Você fez muita falta, mas problemas pessoais acontecem né?! Agora está tudo melhor eu espero.
 Serio você também escreve? Pois é eu fico muito preocupada de ter alguns erros e eu sou meio distraida, tem vez que eu não percebo =p

paty_chantilly: Eii florzinha que bom que você está curtindo a fic.
A ligação entre eles é muito forte e pra lá de misteriosa, essas coisas nem eles conseguem entender. Agora eles vão ficar mais proximos na medida do possivel. =s
Obrigada por ter me indicado *_*
Continue lendo e comentando, eu adoro comentarios =p
Que bom que você está gostando.


Natáliia Peronico: Eii xara heheh
Seja bem vinda ^^
Que bom que você escutou a indicação e veio ler e que bom que você gostou, eu fico muitoooo feliz.
É deve ser muito estranho mesmo e muito angustiante, eu nem consigo me imaginar no lugar dela =S
 Eu sou completamente apaixonada pelo Scorpius ele lindo, ele é fofo, ele é perfeito d+.
kiss kiss ^^

Compartilhe!

anúncio

Comentários (1)

  • Lana Silva

    Menian que rixa essa dos sonserinos e dos Grifinorios O.O ahh amando a fic flr *-----------*

    2012-01-23
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.