Cap.5
Cap 5
As semanas passavam muito lentamente na visão de Rose. Uma semana havia se passado desde que seus primos haviam vindo visitá-la, uma semana desde que as aulas de Hogwarts já haviam começado, uma semana e suas recordações foram se tornando pouco frequentes,na maioria das vezes eram sobre brigas ou aulas, tinha dias que ela não tinha nenhuma recordação e seus sonhos eram sempre os mesmos.
O Doutor Malfoy tinha marcado com os pais dela uma reunião para discutir o problema. Durante essa semana o curandeiro ao invés de tranquilo estava cada dia mais tenso. Lucy quase nunca vinha vê-la, e quando vinha para conversarem, era apenas assuntos médicos. Seus avós são um doce, porem tem uma enorme família pra cuidar, então a cada dia algo acontecia e eles tinha que ir olhar, enquanto isso no silencio do seu quarto Rose, admirava o seu livro negro . Ela queria muito ler, mas algo a dizia que ela devia ser paciente, a hora de descobrir os mistérios desse livro ainda não tinha chegado. Enquanto isso ela se apegava a ele como um talismã.
A porta do quarto se abriu, e o médico, a enfermeira, a mãe e o pai foram entrando no quarto cada um com uma expressão única, diferente que deram a Rose a certeza de que algo de novo estava para acontecer.
- Senhorita Weasley seus pais preferiram que você estivesse presente na conversa. – ela se sentou em uma posição reta, assumiu uma postura seria e olhou para o curandeiro dando permissão para que ele continue.- Bom, ao contrario do esperado as suas memórias recentemente tem voltado com muita dificuldade, eu tenho varias teorias e nenhuma resposta. Mas seu corpo tem se fortalecido bastante, mais até que o esperado, isso me surpreendeu. Na presença dos seus primos suas memória foram voltando, então eu pensei muito em uma possível solução. Com a permissão e o consentimento dos seus pais, você deverá terminar seu tratamento em Hogwarts, como você ainda está muito debilitada eu vou designar alguém que deverá ficar cuidando de você e qualquer coisa me avisar imediatamente.
- Você acha que ela está forte para isso?
-Acredito que sim. Porém, ela tem me surpreendido muito, por isso vou manter um enfermeiro por perto.
- O que você acha Rony?
- Eu acho que não há lugar melhor e mais seguro para ela aprender um pouco desse novo mundo do que Hogwarts. Ela viveu boa parte da vida lá Mione, só Hogwarts é capaz de ajudá-la a se relembrar e se descobrir.
- Tá bom. Quando ela vai?
- Segunda. Vou avisar a diretora hoje da volta dela, mas gostaria de recomendar que ninguém dentro de Hogwarts exceto a diretora saiba da volta dela.
-Por que isso?
-Apenas gostaria de ver algumas reações dos alunos e também espero que todos reagirão normalmente, com o mesmo olhar de sempre.Essa reação é muito boa para ela, ela vai ver suas verdadeiras personalidades.
-Dr. eu vou voltar para minha escola?
- Vai sim Senhorita Weasley.
-A Lucy vai comigo?
- Não, a Lucy...
-Desculpe interromper, mas eu mesma prefiro responder. Eu não posso me ausentar do hospital por tanto tempo, eu tenho que trabalhar para crescer na carreira. Espero que você entenda e que não leve para o lado pessoal. Eu queria ir, mas eu tenho que ficar.
-Não tem problema, eu entendo.- Rose sorriu de forma amável -Mas se não vai ser você quem vai me acompanhar?
- Você pode escolher se quiser, mas estava programado que fosse o Gustavo. Um enfermeiro que trabalha no setor de emergência. É um bom enfermeiro, é discreto, cuidadoso, habilidoso e gentil.
- Vai ser ele. Você tem que se preparar para acompanhar o resto da sua turma, como sua memória ainda não voltou e obviamente você não se lembra do que estudou pelo menos tente acompanhar a turma.- disse Draco
- Se eu não me lembrar de forma nenhuma mesmo estando de volta a minha vida de antes. O que eu faço?
- Espero que isso não aconteça porque se acontecer, você vai ter que recomeçar a sua vida do zero ou ficar aqui no hospital para sempre.
- Mas Rose não se preocupe , isso não vai acontecer. Suas lembranças vão voltar, basta você apertar o botão certo dentro da sua mente.- consolou Lucy.
-Eu só tenho que achar onde ele está e porque ele tá escondido.
- É o que todos nós queremos filha.
Depois desse dia a preparação volta a Hogwarts foi intensa, dia, tarde e noite. E o que mais deixava Rose nervosa era o fato de ninguém saber de sua volta. Sua mente estava repleta de duvidas, “Como eu serei vista? O que me espera lá? Aonde é lá?”
Eram cada vez mais livros, cada vez mais novidades e cada vez era mais difícil entender, ou melhor reaprender tudo sobre a magia. Rose estava esgotada. Sentia-se enfraquecida, os dias passavam muito lentamente e não tinha conseguido se lembrar de nada novo. Isso a estava atormentando.
Então, o dia tão esperado tinha chegado.
Era segunda-feira, o sol tinha acabado de aparecer no céu escuro. Rose se levantou, colocou a roupa que estava cuidadosamente dobrada ao lado de sua cama e olhou em direção das malas prontas. Hermione tinha arrumado cuidadosamente duas malas para Rose, uma repleta de livros e a outra com todas as vestes necessárias. Apenas um livro não se encontrava guardado nas malas, ele estava sobre a cabeceira da cama, junto com uma pequena bolsa de mão, que continha uma boa quantidade de dinheiro e um pequeno lanche, para a viajem.
Tudo estava pronto, Rose estava muito ansiosa por esse dia, mesmo sem saber ao certo o que deveria esperar. Quer dizer, todos diziam que essa viajem traria sua memória de volta, sua força e a faria muito feliz. Mas e se ao invés disso ela não se lembra-se de nada e se não fosse realmente aquilo que as pessoas esperavam? O que ela deveria fazer?
- Rose?- Hermione entrou no quarto e sorriu para a garota- Bem, está pronta para ir? O Draco, não deixou que fossemos com ele, mas não se preocupe ele vai estar lá e um enfermeiro também. E nós, quer dizer, seu pai e eu vamos te levar até a plataforma, como da primeira vez. - seus olhos brilharam de emoção, ela pegou as mãos de sua filha e a abraçou como fez antes da primeira vez que a filha cruzou a plataforma 9 ¾ á cinco anos atrás. - Você pode ter crescido, mas ainda é a minha garotinha frágil e indefesa. Vai tudo dar certo!
Os olhos de Hermione iam se enchendo de lagrimas, mas ela conseguiu se conter. Ela deu uma ultima olhada em tudo antes de saírem as duas pelas portas do quarto.
Rose se virou e ficou por alguns minutos encarando o quarto vazio, sua vida tinha recomeçado naquele quarto ela teve que descobrir um pouco de quem era. Ela teve que reaprender algumas coisas simples da vida e agora depois de um longo tempo, ela iria enfim se despedir dele. Seus olhos se encheram de lagrimas. Parecia errado, mas ela não queria ir embora, ela se sentia segura, por tanto tempo havia recebido o melhor tratamento, conhecido pessoas maravilhosas.E tudo isso ficaria para trás agora. Ela deu um ultimo suspiro, apertou o livro, bem forte nos seus braços e disse – Adeus! –e fechou a porta.
Ela não conseguiu controlar suas lagrimas, durante todo trajeto até enfim chegarem à estação King’s Cross. A tristeza e o medo foram trocados por uma incrível animação e nervosismo, que só aumentava cada vez mais, mas na hora que ela se deparou com a famosa, porém desconhecida para ela, plataforma9 ¾ o sentimento mudou.
- Hum...é uma parede! Não tem como atravessar.
- Filha, essa é uma passagem, pode atravessá-la sem problemas. Se você estiver com medo, pode pegar a minha mão e...
Enquanto Hermione tentava explicar para a filha, Rose viu seu curandeiro passar de forma entediada pela “parede” e sumir da vista da menina. Ela olhou para a mãe e para o pai meio incerta se deveria ou não passar.
- Certo, eu vou primeiro e você vai depois com a sua mãe. Não se preocupe, estarei te esperando do outro lado. – Rony deu um abraço rápido na menina e passou.
- Vamos filha, nossa vez.- Hermione pegou as mãos da filha, deu o seu melhor sorriso de encorajamento.- Vamos, depois do três , agente vai correndo. Vai ser divertido!
-Certo!- ainda sem conseguir encarar nada além da parede, ela fez um sinal afirmativo com a cabeça.
-1,2... 3!- e foram as duas correndo através da “parede”.
A sensação foi única, não desconhecida, mas especial. E após terem chegado do outro lado, as duas começaram a rir loucamente.
-Isso foi bem...divertido!- disse Rose ainda rindo um pouco.
De repente ela abriu os seus olhos e viu realmente aquele lugar. Sua mente estava vagando em cada detalhe,aquele era definitivamente um lugar único e a mente dela, o reconhecia. Aquele cheiro que inspira e conforta e aquela locomotiva vermelha tão bonita. Rose fechou os olhos por um instante e inspirou, captando tudo que conseguia. Sua mente foi ficando mais leve e a lembrança foi chegando.
“ Rose olhou para a mãe, tinha tanta fumaça que ela mal podia enxergar as coisas a sua frente. Pessoas iam de um lado para o outro, pais se despediam em lagrimas, crianças amedrontadas pegavam seus malões, algumas outras mais velhas, abraçavam velhos amigos e riam animadamente. Rose mal podia se aguentar em pé de tanto nervosismo.
-Cadê eles mãe?
- Não sei Rose, mas não se mova, ou pode se perder.
Alguns minutos se passaram, Rony discutia com Hugo algo sobre Quadribol que Rose não estava interessada em escutar. Estava quase perdendo a paciência, quando viu um garoto se aproximando dela.
Oi – disse Alvo parecendo bem aliviado
- Rose, que já estava usando suas novas vestes de Hogwarts, riu para ele, o abraçou fortemente e ficaram os dois conversando sobre o grande momento.
- Estacionou direito, então? – Ron perguntou a Harry – Eu estacionei. Hermione não acreditou que eu havia passado no teste de direção dos trouxas. Ela achou que eu tive que confundir o examinador.
- Eu não – disse Hermione – Eu tenho fé total em você.
Rose estava conversando animadamente com Alvo quando ouviu algo que chamou a sua atenção, Lilly e Hugo estavam discutindo alegremente para que casa eles iriam quando enfim chega-se a vez deles, quando Rony entreviu dizendo:
- Se você não ficar na Grifinória, vamos deserdá-lo – mas sem pressão.
-Ron!
Lílian e Hugo riram, Rose olhou para Alvo com visível preocupação e viu o mesmo pavor nos olhos do primo. Hermione e Gina vendo o estado de nervo dos dois tentaram acalmá-los.
- Ele não quis dizer isso – disseram Hermione e Gina, em seguida dando um olhar matador na direção de Rony, mas ele não estava mais prestando atenção. Seu olhar seguiu o olhar de Harry, eles estavam olhando mais a frente em um ponto onde a fumaça havia se esvaído e viram três pessoas .
- Veja só quem é.
Draco Malfoy estava parado com sua esposa e seu filho, um casaco abotoado até seu pescoço, o que acentuava seu queixo fino. O filho dele parecia com Draco, assim como Alvo parecia com Harry.Draco viu Harry, Ron, Hermione e Gina olhando para ele,acenou rapidamente, se virou e foi embora. Scorpius acompanhou o olhar do pai com uma certa curiosidade, se virou e seguiu seu pai.
- Então esse é o escorpiãozinho – disse Ron – Bata ele em todos os testes, Rose. Graças a Deus que você herdou o cérebro da sua mãe.
Rose olhou para o garoto a quem Rony se referia, com uma certa curiosidade. Ela ainda não entendia muito bem, mas sabia que seus pais não gostavam do pai dele. Então, ela iria ouvir o pai e daria o seu melhor para superá-lo.
- Ron, pelo amor de Deus – disse Hermione, um pouco brava e um pouco sorrindo – não tente colocá-los uns contra um outros antes mesmo da escola começar.
- Você está certa, sinto muito – mas incapaz de se segurar ele acrescentou – Não seja amigável com ele também, Rose. Vovô Weasley nunca a perdoaria se casasse com um sangue-puro.
Os olhos da menina foram novamente em direção do tal garoto. E curiosamente ele também a olhou, estavam ambos determinados a obedecerem.”
Seu rosto foi ficando da cor de um papel,sua perna ficando bastante bamba, mas ela conseguiu se manter em pé. Hermione viu, olhou de forma extremamente preocupada para Rony, que entendeu e olhou com o mesmo olhar duvidoso e preocupado para Draco.
- Você está bem filha?
Draco fez um sinal para o enfermeiro, que entregou a menina um pequeno frasco, contendo um liquido amarelo. Ela abriu com um pouco de dificuldade e virou o conteúdo do frasco sem ao menos questionar. Em questão de segundos ela foi se recuperando e seu rosto voltou a cor normal.
-Senhorita Weasley, teve outra recordação?
- Sim, mas estou melhor agora.Obrigada doutor e obrigada Gustavo.
O enfermeiro deu um sorriso gentil em resposta. E Draco assentiu com a cabeça, porém parecia distante, pensativo.
- Temos que embarcar. Está pronta senhorita Weasley?
- Sim!- a menina se virou olhou para mãe, sorriu e a abraçou calorosamente.
- Vá com Merlin meu bem, qualquer coisa me mande uma coruja e mande um beijo para o Hugo.- seus olhos estavam marejados,seu sorriso era o mais amoroso possível.
- Se cuida minha princesa.- Rony estava quase chorando, mas se segurava bem.
Ela abraçou o pai também. Por um minuto se virou e olhou para o casal que a encarava com saudades, apesar de não ser um casal perfeito, eram pessoas incríveis e super especiais. Ela se virou,pegou as suas coisas e entrou dentro do expresso, atrás do curandeiro.
Rose olhou por todo o vagão, era um lugar simples, mas encantador, cheio de...magia. Ela observou enquanto o curandeiro ia em direção a uma cabine quase no fim do vagão, por um momento ela o viu hesitar e depois entrar. Ela o seguiu calmamente e abriu a porta, no momento em que ela tocou a porta, sua mente foi vagando para bem longe.
“ O vagão estava lotado de pessoas, aos poucos cada uma ia entrando em um cabine, mas o barulho das conversas, risadas e até mesmo algumas brigas ainda era percebido por quem atravessava aqueles corredores. Alvo e Rose estavam nervosos, eles tinham que procurar seus primos, que estavam em alguma cabine e que por sinal, não tinham esperado por eles.
- Alvo, cadê eles?
-Não sei Roh, só sei que eu vou matar o James. Ele nem para esperar agente, pelo menos para dizer onde o resto da família está.
Eles ouviam varias vozes, mas nenhuma parecia ser dos primos, enquanto eles passavam varias pessoas paravam para cumprimentá-los, eles educadamente cumprimentavam de volta, mas já estavam começando a se irritar com essa atenção toda. Até que viram Victoire, saindo animadamente de uma cabine um pouco mais a frente de onde eles estavam.
-Ei Vic!- Alvo acenou para a prima que ao vê-los sorriu de forma animada. Esse sorriso fez muitos alunos pararem de falar e olharem apaixonadamente para ela, que pareceu não perceber ou se viu ignorou.
- Ei meninos, como está sendo a primeira experiência?
- Tudo aqui é incrível! Cadê o resto do pessoal?
- Na primeira vez tudo é muito novo, tem sempre um gostinho mais especial. O resto do pessoal está bem espalhado, eu acho que eu vi o pentelho do James, em um dos compartimentos da frente, mas ele está se escondendo de mim.
- Bem e onde nós vamos ficar?
- Não sei Roh, escolhe uma cabine vazia e entra. Mais tarde eu procuro vocês para agente conversar um pouco.-ela sorriu, mas logo mudou a sua expressão para uma bem irritada.- Se virem o James digam a ele que ele é um garoto morto.
Ela deu um tchau para os dois e foi na direção de um menina oriental, com um cabelo extremamente liso e muito bonita.Alvo e Rose se encararam por um momento, então Rose deu um grande sorriso, pegou as mãos do primo e o puxou para juntos procurarem por uma cabine vazia.Eles olharam cada canto, porém estavam todas ocupadas, alguns ofereceram para eles um lugar na cabine, mas eles recusaram educadamente.
- Rose, eu acho melhor agente aceitar quando alguém oferecer de novo um lugar na cabine.
- Olha Alvo, se você está afim de entrar em uma cabine com um completo desconhecido que só esta oferecendo lugar por causa dos nossos pais então...
Ela parou bruscamente, quando ambos ouviram vozes exaltadas, vindo de uma cabine próxima:
- Você vai pagar, menino Malfoy, por tudo que sua monstruosa família fez para minha. Bem vindo ao seu pior pesadelo.
-Isso é pelo que o covarde do seu pai fez para minha mãe.- ouviu-se o som de algo sendo arremessado e o gemido de um menino.-Isso é por tudo que o burro do seu avô fez ao mundo mágico.-dessa vez ouviu-se um grito baixo.
Rose e Alvo foram com uma certa dificuldade já que o lugar estava lotado de pessoas que pararem para ver a briga. Mas ninguém fazia nada, ninguém sequer conseguia falar. Quando os dois se aproximaram o suficiente viram um garoto de cabelo loiro, quase branco, completamente pálido, sangrando na boca e na perna, completamente encolhido e amedrontado, ao lado deles estavam dois rapazes altos, mais altos que o James, Rose achou que eles eram bastante atraentes, um era moreno e o outro tinha a pele levemente bronzeada e um cabelo partido de forma perfeita, eles usavam o uniforme da Grifinória e pareciam visivelmente irritados.
-Alvo, alguém tem que ajudar esse menino!- Rose sussurrou para o primo de forma que só ele pudesse ouvi-la. -Eu vou lá.
Alvo tentou segurar a blusa da prima, a fazendo voltar, porém foi tudo em vão, Rose decidida olhou para os dois rapazes e com uma voz bem típica da Hermione disse:
- Ei vocês dois. Não é justo bater em um menino menor que vocês!
-Você vai defender essa escoria humana aqui? Esse menino é um Malfoy, sabe o que a família dele fez? Quem eles eram?- o mais moreno se virou e disse em uma voz decidida.
Então Rose olhou para o menino e o reconheceu, era o menino que ela devia manter distancia, que o seu pai disse que ela deveria superar. Esse era então o tão Scorpius. Antes mesmo que ela pudesse responder, um monitor bonito com um olhar super doce e um corpo de dar inveja olhou para o grupo a sua frente e disse com uma voz meio entediada.
-Certo, circulando galera, o show acabou. Vocês dois Douglas e Thomas, não se deve bater em algum menor que vocês, como a garotinha aqui disse.- ele olhou para Rose e deu um sorriso encantador.- Voltem por favor as suas cabines e deixem o garoto em paz! E isso não foi um pedido.
Os dois deram um ultimo e irritado olhar na direção do garoto e disseram e voz baixa, de forma que só ele escutasse.
- O seu pior pesadelo, só está começando.
O monitor bonitão, olhou para o garoto caído, amedrontado e muito irritado e ao invés de ajudá-lo a se levantar, ele disse em um tom delicado, porem firme:
-Tente se manter longe de encrencas garoto!-e simplesmente saiu.
Rose e Alvo ficaram olhando para aquele menino por alguns instante parecendo petrificados. Rose estava dividida, seu pai havia mandado que ela não fosse boazinha com ele, mas se sua mãe estivesse ali, mandaria que ela ajuda-se o menino. Sem saber direito o que fazer, Rose se aproximou lentamente, mas antes que pudesse fazer alguma coisa foi puxada por Alvo para fora da cabine.”
Rose estava lá parada, olhando para o vazio, totalmente pálida, ela se sentia muito fraca, Draco que só agora percebeu a presença da menina e do enfermeiro. Olhou de forma extremamente irritada para o enfermeiro.
- De a ela mais um pouco da poção e porque afinal você me seguiu. Existem tantas cabines nessa locomotiva e os dois resolveram ir justo na minha?
- Desculpe doutor, mas foi ela que...
- De a ela a poção e entrem logo.- Draco virou para o lado de forma irritada.
Rose entrou e caminhou com dificuldades, se sentou próxima a janela. De lá viu seus pais acenando para o nada felizes, ela abriu um pouco a janela e acenou de volta para eles, alguns instantes depois o ultimo apito foi ouvido e a locomotiva começou a andar. O enfermeiro ergueu a pequena poção que Rose tomou novamente sem reclamar.
Alguns segundos se passaram e todos no trem estavam calados, Draco lia uma revista parecendo estar realmente concentrado naquilo. O enfermeiro ao lado de Rose, lia um livro sobre ervas e Rose olhava para o lado de fora de sua janela e via toda a paisagem sumir de vista. Ela tentava pensar a respeito de tudo aquilo que ela leu em nos livros, tudo aquilo que ela deveria esperar de Hogwarts, mas principalmente seus pensamentos vagavam em torno de uma só imagem. O garoto, Scorpius, que estava tão presente em cada recordação, em cada sonho e enfim ela o veria. Será que ela estava pronta para isso?
Ela ficou alguns minutos segurando muito forte o livro negro em suas mãos. Olhou para ele e sentiu que a hora de abrir tinha chegado. Ela não fazia idéia do conteúdo do livro, mas ele passava para ela uma coisa muito forte.
Ela abriu o livro e começou a ler, enquanto ela lia o mundo poderia desabar que ela não seria capaz de perceber. Podia ser a coisa mais idiota do mundo, mas Rose se sentiu confortável, se sentiu mais tranquila, ela se reconhecia nas paginas daquele livro. Ao enfim chegar ao fim do livro, ela sentiu uma dor muito forte e terrível no peito. Ela então viu algo molhado cair no livro, tocou o seu rosto e percebeu que ela estava chorando. Ela não entendia porque ela se reconhecia tanto em um simples livro, o que significava tudo aquilo e porque um amor tão forte tinha que terminar em uma tragédia tão grande.
-Ei, você está bem? – perguntou o enfermeiro, tirando Rose de seus próprios pensamentos e olhando para ele.
-Sim, acho que sim!- ela respirou fundo, olhou para a paisagem na janela e disse- Por que grandes amores tem que terminar em tragédias?
Draco olhou para a menina, com um olhar indecifrável, o enfermeiro olhou para todas as direções, ele não era bom com esse tipo de problemas, ele ia disser algo, mas foi interrompido por um alto apito.
- Pegue as malas dela, chegamos. - depois ele disse em voz um pouco mais baixa- Tinha me esquecido o quanto demora essa viagem.
O enfermeiro fez um pequeno encantamento e todas as malas foram voando para o lado de fora da locomotiva, ele foi logo atrás delas. Rose e Draco ficaram um pouco para trás, ela secou o resto de lagrimas que tinha em seu rosto, respirou fundo e foi saindo quando ouviu algo muito baixo, mas que a fez se virar.
- Um amor de verdade não tem fim,só caminhos complicados!
Ela olhou na direção do médico que estava ainda na cabine olhando para o nada, perdido em seus proprios pensamentos e sorriu. Ela continuou seu caminho até o fim da locomotiva, assim que ela saiu viu uma bonita carruagem, respirou fundo e sentiu um cheiro gostoso, natural, especial, um cheiro de lar.
Ela, o enfermeiro e o médico entraram na carruagem que os levou até os grandes portões da escola. Ao ver aqueles portões, aquele jardim praticamente vazio, ela só conseguiu sorrir. Ao longe deitados sobre a sombra de uma arvore enorme dois rapazes conversavam animadamente sobre quadribol, quando um deles, um alto de cabelos castanhos e olhos incrivelmente verdes, se levantou e percebeu a garota ruiva parada, encantada com tudo, arregalou os olhos e cutucou o amigo ao lado:
-Ei cara, eu posso estar sonhando, mas aquela não é a sua ruiva?
O garoto loiro se levantou imediatamente, seu coração batia em uma velocidade impressionante, arregalou os olhos e olhou na mesma direção que o amigo olhava. Rose admirava ao longe toda a paisagem, as árvores, as pessoas que pareciam não percebê-la, até que ela olhou na direção dele. Ambos pareciam petrificados e então, pela primeira vez os olhares se encontraram.
N.A: Tá ai mais um cap.
Espero que gostem e obrigada por lerem e principalmente por gostarem.
Amortentia: Eu tb amei o cap anterior, mas que bom que vc gostou.
Tá ai mais um cap...espero que goste.
Bjss
=*
Comentários (1)
Nossa acho que até agora foi o capitulo que mais ameii *---* Lindo, esse fim então me deixou ahhhh lindo o que o Draco disse a ela *------------------------------------------------*
2012-01-23