Cap 3

 Cap. 3

 

 “ Eu não consigo ver nada, está tão escuro aqui...Ouço algo...são vozes, mas não reconheço nenhuma delas:

 -Seu avô nunca aprovaria!

-Sai daqui seu traidor!

- Seu pai, seu avô são imundos, você me dá nojo!

-Saia de perto dela!

-Eu, não consigo...

-Você não pode...você não deve,...você....você... você...

Sinto uma angustia,um medo.Por favor eu só quero voltar a ver...só quero entender.

 Vejo algo...são os olhos cinzas tão intensos daquele...ele está chorando, eu quero ir até ele, mas meus pés não se movem.As lagrimas dele...s-são vermelhas .Ele está ferido.E eu não consigo...Por que eu não posso chegar lá? Por que eu não posso tocá-lo? ELE PRECISA DE MIM!:

-SCORPIUS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

 Rose se remexia de forma alucinante,gritava e chorava pedindo ajuda, implorando por ele. Ela teve a impressão que alguém a tinha tocado no rosto e com esse toque ela se acalmou e o sonho que era negro e assustador sumiu, porém o resto da noite ela já não conseguia sonhar.Apenas dormiu, tranqüila e profundamente.

 -Enfermeira Lucy, a Weasley ainda não acordou?

- Não Dr. Malfoy! Ela está dormindo desde que anoiteceu ontem.

- Ela teve mais alguma lembrança?

- Sim, uma lembrança com o primo dela, foi o que ele disse para a Hermione e parece que ela ontem conseguiu efetuar um feitiço com perfeição em um momento de necessidade.

- Necessidade?

- Sim, a história é longa, mas resumindo ela apagou uma pequena chama que estava no banquinho, antes que o fogo crescesse. Essas lembranças estão fazendo com que ela se canse muito facilmente.

- A magia ainda existe dentro dela.Isso é um ótimo sinal! Acho que à hora dela voltar à escola esta próxima. Ela ainda está fraca, mas está progredindo muito. Eu acredito que ir para Hogwarts vai ser bom para o progresso dela, porém isso vai deixá-la extremamente fraca.  Estou pensando em mandar alguém para acompanhá-la em horário integral, até que ela se sinta mais forte.

- Então ela vai ter alta doutor?

-Eu não sei isso depende do resultado dos exames que eu tenho que fazer. Alguém veio visitá-la no período da manha?

- Que eu tenha visto só a mãe e o pai dela que vieram avisar que voltariam após o trabalho, e amanha viriam depois de embarcar o filho deles de volta a escola.

                Rose acordou, olhou para todo o quarto, algo estava diferente, ela sentia isso.Parecia tudo normal,mas depois daquele sonho confuso ela sentiu que algo estava diferente. Será que era algo no quarto ou nela mesma?

- Rose, querida, que bom que acordou! Sente fome quer alguma coisa?

 - Não, obrigada! Dormi tanto assim?- a enfermeira fez que sim com cabeça e deu um sorriso discreto.

- Você ainda está muito fraca Sta Weasley. Enfermeira, gostaria de conversar um pouquinho com a Rose. Veja se aqueles imprestáveis responsáveis pelas poções do quarto 6,7 e 10 já terminaram as poções que eu mandei eles fazerem ou eles vão ficar esperando os pacientes morrerem para terminar.

- Sim, doutor!- antes de sair do quarto disse em um tom menos serio. - Até logo Rose!

  Por algum tempo,nenhum dos dois disse nada. Draco apenas fez uma serie de exames em profundo silencio e tranqüilidade. Era quase impossível ler a sua expressão quando ele atendia os pacientes e isso inquietava muito Rose. Ela queria saber o que ele estava pensando, de uma forma meio estranha a opinião dele contava muito para ela.

- Bom, sta Weasley, eu soube através da sua mãe que você teve outra lembrança ontem. Eu preciso que me conte, como foi essa lembrança? Quem estava nela? O que você sentiu ao se lembrar? E o que você estava sentindo na lembrança?

- Certo, vou tentar dizer, eu me lembrei do meu primeiro dia de aula, minha primeira aula e uma briga que aconteceu nesse dia. Eu estava feliz, nervosa, com medo, na aula eu fiquei confiante, com raiva e confusa,na briga eu fiquei com profunda raiva. Eu me lembro do Alvo meu primo, um homem baixinho que era meu professor e...Scorpius.

- Ele estava nessa lembrança também?!- sua cara ficou muito pensativa- Certo Sta Weasley...

- Pode me chamar de Rose, afinal você é meu médico!

- Certo, Rose! Tem algo que você gostaria de me contar sobre esses dias? Algo que você ache ser relevante? Alguma pergunta?

- Tenho algumas coisas que eu quero saber.- ela pareceu pensar um pouco,suspirou e disse- Minha mãe dormiu aqui comigo?

- Não, ela não pôde, esteve arrumando algumas coisas com o Hugo, para a volta das aulas dele.

- Ninguém esteve aqui durante a noite?!- ela pensou um pouco e mechou nos cabelos de forma distraída- As aulas do Hugo voltam quando?

- Não ninguém passou pelo seu quarto de noite e as aulas de Hogwarts voltam das férias de natal amanha.

- Então, as minhas também voltam amanha. Eu vou poder ir as aulas também?

- Ainda não, você ainda está muito fraca. Quando você for para Hogwarts as lembranças devem vir com maior freqüência e maior intensidade, você não suportaria um dia inteiro sem desmaiar de cansaço.  Mas não se preocupe, você terminará seu tratamento na escola, com seus amigos. Só que para isso seu corpo deve estar muito mais fortalecido.

 -Amigos...-ela suspirou de modo triste.- Eu nem me lembro dos meus amigos, se eu tenho amigos.Eu queria saber...entender.

 - Eu sei que é difícil, você está progredindo e muito rápido. Se continuar se esforçando eu acho que já vai estar pronta para sair daqui.

-Eu preciso entender o que tudo isso significa...

 A porta se abre lentamente, um homem que Rose não conhecia, mas não gostou nem um pouco entrou no quarto. Seu olhar era escuro,sombrio, sua postura era seria e seu em seu rosto estava estampado um ódio  tão grande que chegou até a assustar Rose.

- Dr. Malfoy, seu filho está lá fora junto a sua esposa. Querem saber quando o senhor vai sair desse hospital e sair um pouco com a sua família. E diga a sua querida esposa que eu não sou coruja de ninguém.- com um olhar igualmente serio

- Certo, George eu já vou descer e conversar com a Astoria.- sem dizer mais nada, olhou para Rose com um olhar que a fez se arrepiar e bateu a porta.

- Seu filho,Scorp...

- Sim, ele mesmo. Agora se não precisar mais de mim ou não tiver nenhuma duvida eu peço licença para me retirar e ver o que minha mulher quer de mim.

- Doutor, ele...eu...posso...

- Você quer conhecer o meu filho?

 Ela olhou para o chão em um visível constrangimento, desde que ela ouvira da boca daquele medico que a única pessoa que ela se lembra estava no mesmo lugar que ela, a curiosidade de vê-lo, falar com ele começava a tomar conta dela, dominava, mas ao mesmo tempo que ela queria mais do que tudo vê-lo ela sabia que não devia querer, que deveria sentir outra coisa. Ela queria confirmar que queria conhecê-lo mais , mas algo muito forte a impedia de dizer sim.

- Você acha que está pronta?

 -Eu não...

 Lá fora uma voz muito doce, porém muito decidida foi ouvida por Rose e pelo medico, imediatamente Draco se levantou com uma expressão cansada e divertida no rosto.

- Em qual desses quartos está o meu marido. Ninguém vai me dizer não?!

- Senhora Astoria o seu marido está atendendo.- uma voz calma disse quase suplicante.

- Estou aqui Astoria, não precisa mais fazer escândalo. – Ela saiu do quarto e ficou olhando para a esposa de forma cansada e um pouco irritada.

 - Draco, até que enfim já estava achando que teria que entrar em todos os quartos procurando pelo MEU marido.

- Bom, você me achou agora o que você quer?

- Draco, o Scorpius volta pra Hogwarts amanha, eu esperava que pelo menos hoje você ficasse em casa com a gente, sua família.

- Astoria você sabe que muitas pessoas dependem de mim nesse hospital e eu ia sair mais cedo, se você espera-se um pouquinho eu ia terminar a ultima paciente do dia e voltaria para casa.

- Não é só seus pacientes que dependem de você sabia?! EU...

 Enquanto os dois discutiam Rose que não agüentava mais ficar só na curiosidade resolveu que pelo menos por um instante iria vê-lo, mesmo que fosse as escondidas, ela simplesmente tinha que ir vê-lo. Andando com bastante calma, essa era a primeira vez que ela saia do quarto, seu corpo inteiro tremia, de ansiedade, medo, ou apensas fraqueza ela não sabia.Ao chegar mais perto, ela ouviu a voz da mulher parecer magoada, olhou e viu em fim a dona da voz, uma mulher muito bonita, olhos bem expressivos apesar de escuros, rosto mais branco que a neve, uma postura que demonstrava toda a elegância dela, seus cabelos loiros mais escuros que o do marido, mas nem por isso menos bonitos que o do marido. Seus olhos não se demoraram muito na mulher lindíssima próxima ao doutor Malfoy, seus olhos procuraram por ele e antes de conseguirem enfim encontrá-lo, sua perna ficou bamba,seu corpo fraco, aquela briga, a fez se lembrar...

 “  Rose lia com profunda concentração um grosso e empoeirado livro,sentada encostada em uma arvore próxima ao lago onde a famosa Lula Gigante dormia profundamente.  Ela jamais perceberia qualquer movimento a sua volta tamanha era a sua concentração.

- CERTO, PAREM, ME DEIXEM EM PAZ!- era com certeza a voz dele, será que ela devia se meter?

- Você não entendeu miniatura de comensal, jamais te deixaremos em paz.- alguns meninos avançaram contra Scorpius, Rose ia se levantar para ajudar o garoto já que não suportava injustiça.

- Deixem o menino em paz, vocês estão em maior numero e brigar não resolve nada.- ela era filha do maior casal de heróis da historia do mundo bruxo, todo mundo respeitava muito ela e todos os seus primos.Então imediatamente os meninos foram se retirando.

-Garota, eu não preciso que VOCÊ me defenda. Garotos voltem aqui se vocês forem homens!- os meninos voltaram um pouco .

- Vão embora !- meio confusos e irritados eles entraram dentro do castelo.- GAROTO, VOCÊ É MUITO MAL –AGRADECIDO.

- Não se mete na minha vida ok?! Você não sabe de nada, me deixa em paz você também.

- Eu só queria ajudar!SEU GROSSO! DA PROXIMA VEZ, EU VOU DEIXAR ELES TE ENCHEREM DE SOCOS.

- Faz o que você quiser eu não me importo.

- Ótimo

-OTÍMO!

 Os dois viraram as costas e foram cada um para um lado, bufando de ódio.

-Ingrato!”

 

                Seus olhos se fecharam seu corpo pesou para traz.

 

“  Rose estava sentada entre duas enormes estantes de livros, sentada no chão frio, abraçando seu próprio joelho com o rosto coberto de lagrimas. Ela não entendia porque essas coisas aconteciam com ela.Steve tinha feito uma tremenda sacanagem , ficar com aquele menina da Lufa- Lufa na frente dela, quando não tinha passado nem dois dias que eles tinham terminado.

 - Por que? Por que? –a dor que ela sentia parecia que nunca ia acabar.

 - Ruivinha?- Ele ouviu a voz dela e viu a menina frágil, triste, solitária, sofrendo.

 - Por favor, hoje não!- sua voz estava tão baixa e tão triste que partiria o coração de qualquer um.

 Por um longo tempo não foi ouvido sequer um ruído, ela chegou a achar que ele tinha sumido e deixa ela sofrer sozinha. Mas ao contrario do que ela esperava ele se sentou ao lado dela sem ser percebido e a abraçou pegando-a desprevenida. Apesar da surpresa ela deixou ser abraçada, colocou a cabeça em seu ombro e chorou.

- Esse cara é um idiota! Ele não merece nenhuma dessas lagrimas suas.

  Os dois ficaram assim um bom tempo,ela com a cabeça encostada nos ombros dele chorando e ele ofegando os cabelos dela com calma, tentando reconfortá-la. O silencio reinava, onde o único barulho que era ouvido eram os soluços da menina, que foram diminuindo até que já não haviam mais lagrimas. Bem lentamente ela ergueu seu rosto e olhou bem fundo nos olhos dele, tentando entender.

 - Por que...você ficou aqui, comigo! Não foi embora ou então riu da minha cara?

- Eu não sou insensível. Não podia simplesmente ir embora e te deixar aqui, sofrendo sozinha.

- Obrigada!- ela olhou nos olhos dele e sorriu discretamente.

- Que isso fique só entre nós certo?!- ele olhou para ela e ergueu a mão para ajudá-la a se levantar.

- Só entre nós!- ela aceitou a mão dele e se levantou, olhou no fundo dos olhos dele e nesse olhar eles selaram um pacto silencioso. – O que aconteceu aqui fica só aqui!”

 

                Seu corpo não suportou mais e ela foi caindo em direção ao chão.

- ROSE!- todos se viraram com o som e viram o menino loiro pegar a tempo a menina no colo antes que ela caísse com tudo no chão.

N.A: Olá,
bom...época de vestibulares então, vou postar uma vez por semana, quando der.
Perdoem qualquer erro e me avisem qualquer coisa para que eu fazer as devidas correções. Essa é a primeira fic que eu escrevo, então perfeita ela não é, mas eu vou me esforçando.
 Agradeço por lerem!

Amortentia: Obrigada por ler, que bom que está gostando.
 bjusss
=*

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