Uma vida na Mansão



Capitulo 4 – Uma vida na Mansão


 


  Harry passou as semanas muito bem. Brincava com Adie, conversava Naomi e escutava sobre magia com Mercúrio. Passava bastante tempo na sala dos quadros, e em alguns dias já conhecia todos os seus familiares. Gostava muito de conversar com seus pais, sua avó Laura, que era uma pessoa bem animada, com Godric e Rowena, Helga e, por incrível que pareça, Salazar.


  Mas passava mesmo era a maior parte do tempo na biblioteca. Lá acabou por descobrir o quadro Merlin, que era filho de Godric e Rowena, e ao lado de Merlin a esposa, Morgana.


  Tinham muitas coisas que Harry gostava de ver na biblioteca. Já tinha lido livros de animagia, metamorfomagia, feitiços, herbologia, poções, DCAT, transfiguração, entre outras coisas.


  Entretanto, uma das coisas que mais gostou, com certeza, foi animagia.


  Ele estava lendo mais um livro sobre esse assunto, quando uma coisa chamou sua atenção. Marcou a pagina, fechou o livro e saiu correndo da biblioteca em direção a sala dos quadros.


  Iria falar com seu pai, sabia que ele era animago.


- Pai! Pai! – disse Harry chegando correndo e parando em frente ao quadro dos pais.


  Estava de manhã, então todos os Potter já tinham acordado. Naomi estava na cozinha fazendo o almoço. Mercúrio ensinava a filha, Adie, a melhorar os poderes de cura.


- Sim, Harry? – perguntou Tiago sorrindo.


- Eu achei esse livro sobre animagia, e é simplesmente, e realmente, incrível! – exclamou.


- Que bom que gosta, querido, mas é muito complicado ser animago, e você é muito criancinha – falou Lilian sorrindo pela animação do filho.


- A é, é? – desafiou Harry.


  Colocou o livro no chão e abriu na pagina marcada, que ensinava a ser animago. Tinha muitos símbolos complicados, mas Harry conseguia entender com facilidade, o que ele não entendia.


  Se concentrou, e a próxima coisa que sentiu foi seu corpo mudando.


  Quando abriu os olhos a vista estava mais embaixo. Olhou para seu corpo, mas estava... Diferente.


  Estava cheio de pêlos pretos, podia sentir uma cauda, as orelhas estavam mais acima da cabeça, seu nariz... Era um focinho. E o mais estranho, sentia asas, pequenas, mas asas, nas suas costas.


  Abriu a boca pra falar, mas só saiu um rugido, mas era tão baixinho e fraquinho.


  Ele pode ouvir os quadros exclamando surpresos.


  Começou a correr feliz pela sala. Bateu um pouco as asas, que eram negras como os pêlos, mas só voou um pouquinho e depois pousou de volta. Correu atrás do rabo, pulou, correu. Era muito divertido.


- O que está fazendo, Sr. Potter? – perguntou uma voz severa.


  Quando Harry virou, viu Naomi olhando brava para ele. Os lábios numa linha fina, a testa com uma ruguinha de irritação.


  Se concentrando um pouco mais, Harry voltou a ser humano.


- Como sabia que era eu?


- Elfos reais conseguem reconhecer animagos – falou simplesmente – Mas pode me dizer como e quando virou animago?


- Hoje, agora pouco, na verdade. Parecia tão legal ser animago que... Eu tentei. E consegui! Não é legal Náh? – perguntou animado.


  Ela suavizou a expressão e sorriu.


- É sim, Harry. Mas se ficar fazendo demais isso vai ter esgotamento mágico. E ainda tenho que descobrir como um garotinho de três anos faz tudo isso – murmurou consigo mesma e saiu da sala.


  Harry andou, sorridente, até seu pai que o olhava abismado.


- C-como conseguiu isso? – perguntou Tiago.


- Bem. Eu imaginei eu sendo um animal, sabe. E depois, eu tava daquele jeito, assim ó – falou.


  Como da primeira vez, se concentrou em ser um animal, mas não virara o leão com asas de novo. Era uma bonita raposa, negra, por causa de seus cabelos, e olhos verde-vivo.


  Ficou um tempo assim, e depois voltou ao normal.


- Isso explica muita coisa – falou uma Potter ruiva, Samantha, bisavó de Harry.


- Tipo o que? Eu não entendi nada – falou um Potter numa moldura pequena, Alistair.


- Que ele é um animago múltiplo, e animagia múltipla é como metamorfomagia, a pessoa já nasce com esse dom. Até agora, a única pessoa que tinha isso além de Harry, foi meu filho Merlin. – explicou Rowena, como sempre inteligente.


- Engraçado – zombou Salazar – bem, nós todos já sabemos que o bebezinho Potter é estranho.


- Não sou um bebê – irritou-se Harry.


- É sim. Com essa alturazinha, esse bracinhos fraquinhos, e você viu suas asas quando virou um leãozinho? Eram mínimas – continuou zombando.


  Harry olhou para o loiro furioso.


- EU NÃO SOU UM BEBÊ! – disse lentamente, quase soletrando.


  Uma aura vermelha ficou a sua volta, em sua pele, crescendo cada vez mais.


  Salazar arregalou os olhos. Era um Sonserino, então, sabia quando calar a boca para não se ferrar.


- Está bem, está bem. Retiro o que disse – falou, mas não pode deixar de acrescentar: - Vocês, Potters, se irritam facilmente.


  Harry suspirou para se acalmar, e a aura vermelha sumiu como se voltasse para dentro dele.


  Um silencio desconfortável caiu sobre a sala. As pessoas dos quadros não sabiam o que dizer. Quer dizer, o garoto demonstrara um poder enorme, o que poderiam falar? Parabéns? Ora, fale sério. E Harry estava confuso demais para falar algo.


  Ele murmurou um “volto depois” para os familiares, pegou o livro de animagia do chão e saiu da sala, para guardar o livro na biblioteca.


  Os dias passavam e Harry treinava mais animagia, seu assunto preferido.


  Adie e Mercúrio ajudavam Harry para ele melhorar, o que aconteceu drasticamente em pouco tempo. Era quase natural depois de um tempo. Ele virava o que quisesse. Se quisesse virar um gato com asas de passarinho viraria, se quisesse virar uma águia com pata de cachorro poderia. Fácil.


  Adie se mostrara ser uma menina/irmã muito gentil, companheira e divertida. Adorava aprontar com Harry pela casa inteira, o que deixava Naomi louca de raiva e eles rindo horrores. Mercúrio nada falava, mas segurava o riso ao ver a esposa exasperada.


  Com a animagia múltipla, veio como “brinde” a metamorfomagia. E Harry controlou perfeitamente, já que já sabia animagia. No final, ele mudava de rosto, cabelos, olhos, mãos, pés, dedos, criava caudas, orelhas e chifres. O que ele não gostava era que ele sempre era um filhote. Por só ter três anos, os animais que se transformava eram filhotes, o que lhe irritava profundamente, mas Adie achava “tão cuti, cuti”.


 


 


 Já tinha se passado um ano desde que Harry fora para a Mansão dos Potter. Ele já treinava magia, sem uma varinha, pois só podia se comprar varinhas legalmente aos onze anos.


  Mercúrio era o que passava mais tempo ensinando a Harry, mas o garoto tinha que aprender por si mesmo, já que Merk, como chamava Harry, não era bruxo e, sim, um Elfo Real.


  Mas o moreno estava indo espantosamente bem. Feitiços simples tinham sido rapidamente aprendidos, avançando para feitiços mais complexos. No momento, ele aprendia a matéria que correspondia ao quinto ano de Hogwarts, escola de Magia e Bruxaria.


  Claro que, quando chegou além de ler sobre matérias, leu sobre outras coisas do Mundo Mágico, e entre essas coisas leu sobre as escolas de Magia e Bruxaria.


  Harry, apesar de estar a um ano naquela grande Mansão, não se sentia confinado. A Mansão dos Potter era um lugar realmente grande. Podia ser, talvez, um pouco, somente um pouco, menor que Hogwarts, de acordo com a foto que Harry vira no livro Hogwarts: uma história.


  Tinha uma biblioteca imensa, sobre os mais diversos assuntos, tantos quais o moreno já lera, interessadíssimo. Ele já lera mais de cem livros ali, e não tinha lido nem um quarto.


  Os quartos, enormes e luxuosos, eram muitos. O quarto de Harry era o quarto principal, já que, de acordo com Merk, Náh e Adie, ele era o último herdeiro, vivo, do Potter.


  O quarto tinha uma cama enorme cama de casal, com um dossel dourado e cortinas brancas. Os travesseiros e almofadas dela(cama) eram de cores leves. Creme, bege, branco e cinza-claro. Os lençóis e cobertores seguiam o mesmo padrão. A porta do quarto era dupla e ornamentada com rubis pequenos. As janelas eram grandes e de vidro, com cortinas bonitas e douradas e bronze. Os tapetes eram de linho vermelho, detalhadamente bronze. Os dois criados mudos, sendo um de cada lado da cama, eram de madeira com um feitiço de verniz permanente, a mesinha já era dos tempos de Godric. Um abajur azul e bronze de um lado, e outro dourado e vermelho do outro. Tinha uma bancada de madeira, com o mesmo feitiço do criado mudo, muito bonita. Em cima dela, pergaminhos e penas para se escrever, um bonito vaso de flores com lírios, que nunca murchavam.


  Uma porta, no mesmo estilo que a de entrada, com rubis só que sem ser dupla, dava para um grande closet, em que o Harry pegava qualquer roupa e sapato, apesar de não ligar muito para isso. E outra porta, do mesmo estilo, que dava para o banheiro, que era branco e azul-claro.


  Esse era só o quarto principal. Os outros, apesar de menores e não tão exuberantes, eram bonitos.


  Tinha uma enorme cozinha, mas sem uma mesa, pois as refeições eram feitas na grande mesa da sala de jantar. Tinha uma bonita sala de estar, com um bonito piano, em que Harry queria muito aprender, mas só saía tudo desafinado. Uma enorme televisão também tinha ali. “Quero me manter atualizada”, foram as palavras de Naomi quando o moreno perguntara o por que de ter algo trouxa numa casa bruxa.


  A sala dos quadros era um dos lugares favoritos de Harry, pelo simples fato de conversar com sua família. Que era bem grande. Mas seus familiares pareciam gostar de conversar com ele, tanto que com o tempo passaram a fazer coisas divertidas e engraçadas para animá-lo quando estava cansado, por causa dos treinos de magia, ou triste, o que acontecia raras as vezes.


  Tinha uma sala especialmente para duelos. Merk ainda não ensinara Harry a duelar, queria esperar ele crescer mais, mas o garoto sempre visitava ali.


  Uma sala que parecia uma sala de aula, onde Naomi ensinava teoria para Harry. “É importante a parte teórica, querido”.


  Uma das salas também parecia um pequeno consultório medico, onde Naomi ou Merk, até mesmo Adie depois que aprendera bem, ensinava para Harry a arte da cura rápida, uma habilidade de Elfos Reais.


  Na enorme Mansão tinha também uma espécie de escritório. Onde tinha uma bancada com um moderno computador e um notebook para quem quisesse usar. Banheiros enormes e pequenos tinham por todos os lugares da casa.


  Uma sala, no primeiro andar da casa, tinha uma piscina térmica, apesar de pouca usada. A Mansão não tinha muitos terrenos, tipo um jardim em volta dela, pois era um lugar grande, mas escondido. Como Naomi dissera em seu primeiro dia lá, só poderia entrar se um Potter o convidasse, ou se o Potter, sendo a primeira vez que entrasse, usasse a chave (o colar de fênix), a não ser que já tenha entrado uma vez, no mínimo.


  Tinha um jardim interno, grande e bonito. Adie gostava de brincar ali, então Harry ia junto quando tinha tempo.


  Harry acordara naquela manhã com disposição, sentia que o dia iria ser diferente.


  Tomou um banho rápido e vestiu uma blusa, uma calça jeans e um tênis qualquer. Desceu as escadas e passou pelos corredores correndo.


  Quando chegou na sala de jantas, Adie já estava lá. (ela tinha 10 anos).


- Bom dia, Adie – cumprimentou Harry sentando na ponta da mesa.


- Olá, Harry – falou ela feliz – mamãe disse que hoje iremos sair.


- Para onde? – perguntou curioso. É, meu pressentimento não fora besteira, pensou divertido.


- Não sei, ela não falou, só disse: iremos sair amanhã – completou num tom divertido e continuando a comer as suas torradas.


  Não muito depois Merk e Naomi saíram da cozinha com copos, cheios de suco de abóbora, nas mãos.


- Bom dia, querido/ Oi, H. – falou Naomi e Merk, respectivamente.


- Oi. Náh, onde vamos hoje? – perguntou Harry curioso.


- Não sei se vamos mesmo não Harry. Temos que ir comprar umas coisinhas no Beco Diagonal, só que você ir pode ser arriscado, quer dizer, todos conhecem Harry Potter – falou preocupada.


- Awnn, mas eu estou aqui dentro faz um pouco mais de um ano. E eu nunca fui nesse Beco Diagonal. Já...


- Li sobre ele é claro, mas nunca visitei de perto – completou Adie automaticamente.


  Harry corou um pouco enquanto os outros riam um pouco.


- É, mas teoricamente é verdade. Além disso, não preciso ser Harry Potter, O-Menino-Que-Sobreviveu – falou irônico – Sou metamorfomago e animago.


- Bem... Pode ser – falou Naomi, depois sorriu – sabe estava querendo criar uma conta no Gringotes Banco.


- Ué, mas já tenho. A da Família Potter, a da Família Griffindor e a da Família Ravenclaw. Claro que é a mesma família, mas ‘cê sabe, dividiram em três cofres por causa da grana toda. Além de que os cofres mais antigos e com mais dinheiro ficam mais embaixo no solo, e esses três são os mais baixos – falou Harry como se desse uma aula.


- Eu sei, mas olha só, quando você for para Hogwarts, eu duvido que você queira ir como Harry Potter, O-Menino-Que-Sobreviveu ou O-Menino-Que-Matou-Você-Sabe-Quem.


- É... – hesitou um pouco. Mas depois falou meio confiante – Quero dizer, o Dumbledore nem imagina que não estou na casa dos meus tios. Aliás nem sabe que eles morreram, do contrario o Profeta Diário estaria louco avisando essas coisas, você sabe eles não tem nada bom para escrever. Mas, eu queria poder deixar algo relacionado a minha família.


- Sabe, Harry, você podia ser um Black. Harry Black soa bem não? – perguntou Adie distraidamente brincando com o bacon no prato.


- É! Eu posso ser Harry Black, o ultimo herdeiro dos Black, não literalmente, meu padrinho Sirius está vivo, apesar de, coitado, estar em Azkaban – falou triste.


- Sim, mas tem um problema. Os Black já tem uma conta no banco e vamos precisar da chave – falou Merk, revirando os olhos. As vezes H. e Adie ficavam muito animados


- Ah, não tem problema já volto – falou Harry e saiu correndo para a sala dos quadros.


  Cinco minutos depois voltou, correndo, é claro, com uma chave preta e prata nas mãos.


- Da onde tirou essa chave? – perguntaram os Elfos confusos.


- Meus pais a tinham. Sirius entregara a chave a eles, pois eles estavam escondidos, e sabe, ficaria mais seguro, e caso ele morresse, pois diferente de meus pais que estavam escondidos para me proteger, Sirius ainda lutava pela Ordem, meus pais teriam a conta dos Black. Estava atrás do quadro deles – falou sorrindo.


  De tarde, depois de terem almoçado, eles partiram. Iriam sob aparatação dos Elfos, Merk ainda não ensinara a Harry.


  Este, por sua vez, tinha mudado sua aparência. Tentara ficar mais parecido com seu padrinho Sirius, a qual vira uma foto trouxa que sua mãe tinha e guardar na Mansão antes de morrer.


  Ele deixara os cabelos pretos do mesmo jeito, desgrenhados e impossíveis de ser penteados, mas deixara os olhos azuis e fizera um feitiço, que poderia ser retirado quando quiser, para não ter de usar óculos, algo que depois disso nem iria mais usar. A cicatriz não podia ser desfeita, mesmo sendo metamorfomago, mas deixara crescer mais cabelo para tampá-la.


  Aparataram na rua em frente a’O Caldeirão Furado. Entraram e tiveram sorte, pois ninguém reparara neles. Usavam vestes bruxas, o que os faziam passar despercebidos.


  Os quatro passaram pelo bar e entraram numa salinha onde só tinha um muro de tijolos. Mercúrio tocou com o dedo, mas de acordo com ele o certo seria varinha, em um tijolo e um os demais foram virando, até formar uma passagem.


- Bem vindo, ao Beco Diagonal, querido – falou Naomi sorrindo para o moreno, que estava encantado. Já fazia mágicas, lia sobre isso, mas nunca fora a um lugar inteiramente mágico e com outros bruxos.


  O sol refulgia numa pilha de caldeirões a loja mais próxima. Caldeirões – Todos os tamanhos – Cobre, Latão, Estanho, Prata – dizia um letreiro acima.


  Harry desejou ter oito olhos. Virava a cabeça para todo lado enquanto caminhava pela rua, apesar de Adie também fazer isso, já que também nunca fora ali, tentavam ver tudo ao mesmo tempo: as lojas, as portas, as coisas, as pessoas fazendo compras.


  Uma mulher gorducha do lado de fora de uma farmácia abanou a cabeça quando passaram por ela e disse:


- Fígado de dragão, dezessete sicles, trinta gramas.


  Um pio baixo e suave veio de uma loja escura com um letreiro onde se lia “Empório das corujas – das torres, douradas, dos campos, marrons e brancas”.


  Vários garotos com mais ou menos onze ou doze anos espremiam seus narizes contra a vitrine que tinha vassouras:


- Olhe – Harry ouviu um deles dizer – uma Cleansweep-7 , mais veloz que nunca.


  Havia lojas que vendiam vestes, como Madame Malkins, lojas que vendiam telescópios, janelas com pilhas de barris contendo braços e de morcegos e olhos de enguias, pilhas mal equilibradas de livros de feitiços, já conhecidos pelo garoto, penas de ave para escrever e rolos de pergaminhos, vidros de poções, globos de...


- Gringotes – anunciou Mercúrio.


  Tinham chegado a um edifício muito branco que se erguia acima das lojinhas. Parado diante das portas de bronze polido, usando um uniforme vermelho e dourado, havia um duende. Harry já ouvira sua mãe comentar que eram duendes que gerenciavam o banco.


  Dois duendes se curvaram quando eles passaram pelas portas e desemboscaram num grande salão de mármore. Havia mais de cem duendes sentados em banquinhos alto atrás de um longo balcão, escrevendo em grandes livros-caixas, pesando moedas em balanças de latão, examinando pedras preciosas com óculos de joalheria.


  Os Real e o “Black” se dirigiram ao balcão.


- Bom dia – disse Mercúrio, meio amigavelmente – o Sr. Harry Black – Harry quase sentiu que Merk ia falar Potter – veio sacar algum dinheiro do cofre.


- O senhor tem a chave? – perguntou olhando para o moreno baixinho.


- Aqui – falou Harry tirando a chave preta e prata e entregou-a para o duende, que a examinou.


- Parece estar tudo em ordem. Vou mandar um duende levá-los aos cofres. Grampo!


  Grampo era outro duende, ao qual, os quatro o acompanharam a uma das portas que havia no salão.


  Harry que esperava um saguão de mármore surpreendeu-se com uma passagem estreita de pedra, iluminada por archotes flamejantes.


  Eles entraram em um vagãozinho que começou a andar pelos trilhos. Harry tentava decorar o caminho, mas era impossível. Viravam para a direita, esquerda, esquerda, direita, e depois ele se perdeu.


- O cofre dos Black é muito longe? – meio que gritou Naomi, que parecia enjoada, já que o vagonete fazia muito barulho.


- O cobre da Família Black é embaixo, mas tem outros mais embaixo ainda – falou o duende.


  Harry estreitou os olhos, sabia bem quais eram os “outros mais embaixo”.


- Cofre 11 – anunciou Grampo.


  Harry, Naomi, Adie e Mercúrio desembarcaram logo em seguida do Grampo.


  O duende, por sua vez, entregou a chave a Harry dizendo:


- Somente o dono do cofre pode abrir. É assim – falou o duende.


  Harry arregalou os olhos e olhou espantado para Merk, que também parecia surpreso.


  O duende, percebendo a surpresa completou:


- Era assim no tempo que Você-Sabe-Quem ‘reinava’, pois ninguém sabe se alguém tentaria roubar Gringotes. E mesmo quando a guerra acabou, acharam essa medida de segurança boa – explicou.


  Harry, torcendo para que desse certo, colocou a chave e girou. Para sua surpresa, a porta redonda abriu.


  Ele viu uma enorme pilha de nucles, sicles e galeões, que ofuscavam sua vista. Pegando uma carteira, tirou 700 galeões, seria mais do que o suficiente para Naomi comprar o que queria, e ele comprar algumas coisinhas.


  A viagem de volta pelo vagonete pareceu um pouco mais rápida, entretanto Náh ainda se sentiu enjoada.


  Quando saíram do Gringotes Banco, Merk disse:


- Eu e Naomi iremos pegar algumas roupas que encomendamos na Madame Malkins e passar em outro lugar depois, enquanto isso, podem passear por ai – mas passou a sussurrar para Adie e H. – Eu sei que você pode fazer magia, Harry, mas tecnicamente, você nem tem varinha para controlar sua mágica, então não a use, e Adie, finja ser irmã mais velha dele, prima, alguma coisa. Você tem dez anos, uma idade comum para bruxaria, vão pensar que você é isso, nem irão reparar que você é uma Elfa Real, uma coisa rara. Entenderam tudo?


- Sim – disseram em uníssono e saíram felizes enquanto o casal ia para o outro lado.


  Adie e Harry decidiram que iriam na Floreios e Borrões ver alguns livros, pois o moreno, apesar da biblioteca, gostava de ler. Adie só revirara os olhos quando ele falou.


  Eles entraram na loja e não puderam deixar de se impressionar com os diversos assuntos ali.


  Estavam olhando uma prateleira sobre dragões quando um garoto ruivo, com sardas que devia ter uns 11 ou 12 anos, esbarrou neles.


- Ah, me desculpe – falou ele.


- Tudo bem – disse Harry rapidamente, ajudando Adie a levantar.


- Estava olhando sobre os dragões, são simplesmente incríveis. A propósito, sou Carlinhos Weasley – falou estendendo a mão.


- Sou Adhara Real – falou a menina retribuindo ao cumprimento.


- E eu Harry Black – completou Harry.


- Black? – disse Carlinhos arregalando os olhos – Você é filho de Sirius Black?


  Mas antes que pudesse responder, mais quatro ruivos apareceram.


- Olhando de novo dragões de novo, Carlinhos? – perguntou um garoto também ruivo de cabelos flamejantes, devia ter 14 anos.


- Não se cansa... – disse um ruivo, que parecia ter ser gêmeo.


- Disso não? – completou o outro.


- Não. Estou entrando em Hogwarts esse ano, vai que tem matéria que fala sobre dragões? – disse dando uma desculpa.


- Sei... – disseram os gêmeos pouco convencidos.


- Quem são esses ai? – perguntou o que parecia o mais novo dos ruivos. Parecia ter a idade de Harry, quatro anos.


- Ah, esses são Adhara Real e Harry Black – falou Carlinhos apresentado-os.


- Olá – falaram os dois.


- Black? Tipo, tipo... Filho de Sirius Black? – perguntou um garoto ruivo que até agora não falara. Harry descobrira depois ser Percy. Antes que alguém pudesse fazer alguma coisa, o garoto saíra correndo.


- Não, não sou filho de Sirius Black – “apesar dele ser meu padrinho”  completou em sua cabeça – Sou filho de Régulos Black.


  Harry falara o primeiro nome que viera a sua cabeça, o nome do irmão de seu padrinho.


- Mas Régulos Black não está morto? – perguntou o ruivo mais velho.


- Está. E eu não conheci minha mãe. Por esse motivo eu vivo com os Real, desde que eu tenho um ano. Adie é praticamente minha irmã – falou sorrindo para menina.


- É, e você, irmãozinho, devia parar de ler tanto. Está ficando irritante, é sério. Tipo, quero ir na piscina, mas ele quer ficar na biblioteca lá de casa – falou mal-humorada.


  Os ruivos riram.


- Aliás, sou Gui. Este é Rony, Fred e Jorge, e o que fugiu é o Percy.


- Vocês dois já estão em Hogwarts? – perguntou Harry indicando para Gui e Carlinhos.


- Eu estou no 4º ano, e Carlinhos entra esse ano. Percy entra só daqui a dois anos, os gêmeos dois anos depois, e Rony vai entrar na mesma época que você – falou Gui – E você, Adhara, não está em Hogwarts?


- Não, não tenho idade. Além disso, irei para a Beuxbatouns – falou rapidamente, lembrando-se da escola francesa.


- Ah, que pena – falou Jorge, que parecia encantado com a beleza da menina.


  Adhara olhou os olhos para um livro de seres mágicos que ela olhara na prateleira. Pegou ele, e viu que era um que não tinha na biblioteca. (ela gostava de dragões, unicórnios e fênix).


- Ai, esse livro é perfeito, o que eu procurava. Harry faz um super favorzinho a sua irmã preferida? – perguntou.


- Você é minha única irmã, Adie – falou Harry rindo.


- Tanto faz. Mas compra esse livro pra mim? Você tirou dinheiro do seu cofre hoje mesmo, não vai te matar – falou fazendo carinha de cachorro sem dono.


- Nossa, do jeito que fala parece que sou egoísta. Quanto custa o livro? – perguntou Harry.


- Cinco galeões, é uma edição especial – falou animada.


- Ai tome – falou tirando cinco moedas douradas do bolso e entregando para a menina, que correra para o balcão para pagar.


  Quando Harry virara-se de novo para os ruivos, eles estavam de olhos arregalados.


- Quantos anos você tem? – perguntou Gui.


- Por quê? – perguntou surpreso com a pergunta, mas respondeu – Quatro anos.


- D’aonde um garoto dessa idade tem tanto dinheiro? – perguntou Carlinhos abismado.


- Ah, bem... – Harry ficou sem jeito. Dinheiro era algo tão comum para ele – A Família Black tem bastante dinheiro, e com meu tio Sirius Black preso, ele passa todo para mim. Além disso, a Família Real tem um dinheirinho.


  Os Weasley acenam bobamente com a cabeça.


- Mas, afinal, como é Hogwarts, Gui? – perguntou Harry interessado. Lá vinha seu velho lema: “Ler é uma coisa, já ver é outra”. Bem, nesse caso, seria ouvir.


- Ah, incrível! Os banquetes, os jogos de quadribol, as pessoas, bem, menos os Sonserinos. Eles são uns nojentos – falou com uma cara de quem comeu e não gostou.


- É sério, Weasley? Parece mais um Griffinório, ser nojento é algo deles não? – falou uma voz atrás deles.


  Os Weasley e Harry se viraram para olhar a pessoa que dissera isso.


  Em frente a eles, estava um garoto de pele branca, uma pouco mais branca que o normal, olhos acizentados, cabelos loiros e sorriso sarcástico. Com certeza um Malfoy, pensou Harry.


- Olha só. Quem eu tenho o desprazer de encontrar aqui, Dalton Malfoy – disse Gui irritado.


  Harry riu.


- Está rindo do que, tampinha? – falou o Malfoy olhando bravo para Harry.


- Mas é claro que você é um Malfoy não é mesmo? Cabelos loiros, pele pálida. Deixe-me adivinhar... Filho de Sarah e Lex Malfoy, sobrinho de Narcisa e Lúcio Malfoy.


- Acertou, sangue-ruim. Você seria? – perguntou sarcástico.


- Para sua informação, Malafoy. Sou Harry Black – falou frisando bem o sobrenome – mas isso não diz respeito a mim. Agora, por que você não rasteja de volta para a pedra de onde você veio, seu verme?


- Como é? Mais uma vergonha na família Black, parece que lá tem muitos traidores – disse estalando a língua em reprovação – Mas, me diga o que um tampinha iria fazer em mim? Um arranhão? Ou gritar pelo seu papai?


- Ora, eu não preciso do meu papai – ironizou – mas você receio que você vá precisar muito do seu.


- Por quê? – perguntou rindo.


- Por isso – falou e um feitiço saiu da mão de Harry, lançando Dalton para o outro lado da sala. As pessoas que passavam por ali perto só se afastaram do garoto, mas não o ajudaram a levantar ou perguntaram como ele estava.


- HARRY! – ouviu-se um gritinho e o moreno olhou para ver Adie correndo em sua direção, com uma sacola que tinha o livro que ela comprar, nas mãos.


- Seu louco! Meu pai avisou para você não fazer mágica! Não podem descobrir! Imagina se descobrirem que você controla sua mágica perfeitamente? – falou meio sussurrante.


- Calma, Adhara, não foi nada. Além disso, você conhece bem os Malfoy, são mimados e antipáticos – se defendeu.


- Mas você não devia ter feito isso, foi muita irresponsabilidade, imagina só se alguém reparasse que foi você? Que xingasse o idiota de todos os nomes possíveis, mas aqui é muito exposto. Torça para mamãe não descobrir isso, você sabe. Ela vai dar um discurso de que estava certa e não devia ter nos trazido por sermos muito novos.


- Ta bom, Adie, já entendi. Não devia ter usado magia, um bom chute funcionava – resmungou Harry.


- Ai! – falou ela dando um abraço animado no “irmão”, que era bem mais baixo que ela – Esse é meu irmãozinho.


  Harry riu e os dois viraram-se para os Weasley.


- Agradeceríamos se não comentassem o que aconteceu aqui – pediu Adie meigamente.


- C-claro – gaguejou Carlinhos atordoado.


- Bem, tchauzinho Weasleys. Gui, Carlinhos, Fred, Jorge e Rony – falou Adie dando um aceno, e puxando Harry pela mão.

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