sexto.




 


6


 


 - Agora você é. – Sirius falou.


 - O quê?


 - Meu par.


 Marlene revirou os olhos enquanto ajeitava as pontas do cabelo perto do braço no espelho do elevador. De relance, olhou para o homem ao seu lado, que esperava pacientemente o seu destino, vestido em um terno preto impecável, os cabelos muito negros penteados para trás de um jeito elegante. E ele parecia ter pregado aquele maldito olhar/sorriso sedutor na cara.


 Ela ficava irritada porque não evitava responder àquelas insinuações quando as percebia. Não porque ele era Sirius Black, mas sim porque ela era Marlene McKinnon. Lene havia colocado um vestido roxo de cetim, frente única, com um decote que ela sabia ser exagerado, mas que lhe caía bem. Maquiagem escura e a franja presa em uma fivela de diamantes que pertencera à sua bisavó. Mais uma das incontáveis heranças McKinnon.


 - Você sabe que isso é um disfarce – ela disse rapidamente quando o elevador parou.


 E quando as portas se abriram, e eles avistaram um pequeno saguão de recepção do apartamento mais importante, Sirius estendeu os braços, dando passagem para ela. Marlene o olhou por um instante.


 - Seu cavalheirismo está me enjoando – sibilou enquanto passava por ele.


 Sirius riu. Ela conferiu em outro espelho seus dentes, passando a língua por eles.


 - Esse sou eu naturalmente, amor... – e se aproximou muito para falar em seu ouvido: - Vamos fazer isso direito.


 - Tudo bem, seja o meu maridinho gentil. – ela respondeu, lutando contra o impulso de morder o lábio inferior para não borrar o batom, e segurou o braço dele.


 A porta abriu antes que eles batessem. Havia um homem de ombros largos, uma escuta quase imperceptível enroscada no ouvido e um bloco com uma lista de nomes. Ele esperou que eles falassem.


 - Senhor e Senhora Black. – Sirius falou em tom monótono, acostumado com aquelas festas. Lene tentou espiar lá dentro, mas o segurança era gigante, e conferia a lista sem pressa.


 - Aqui está – ele falou, a voz grossa e inflexível – Uma boa noite para vocês. – desejou, dando espaço para a passagem.


 Lene sorriu para ele enquanto passava, e sentiu-se chocada quando o homem apenas a encarou com as sobrancelhas franzidas, os lábios formando uma linha dura e imóvel. Antipático.


 Ela riu pelo nariz, olhando para Sirius. Ele vasculhava o apartamento com os olhos, e foi justamente quando uma música suave atingiu seus ouvidos. Um pequeno grupo de músicos tocava uma música agradavelmente (até certo ponto) calma perto da mesa de frios, à esquerda da entrada. Havia vários vasos com plantas grandes que davam um ar ‘havaiano’ à festa, embora todos os convidados usassem roupas sociais. Eles se espalhavam elegantemente entre a mesa de frios, de bebidas, e as várias mesinhas douradas e redondas perto de um espaço parecido com uma enorme sacada, excluindo o fato de não haver janelas ou portas que separasse ali do salão.


 Lene imaginou como seria morar em um lugar daqueles. Entrar todo dia dentro do apartamento e ver aquela cidade linda bem ao seu lado, bem à vista. Atrás da mesa de frios havia umas portas que ela pensou serem os outros cômodos da casa, protegidos com sua privacidade.


 Sirius apertou sua mão que estava pousada no braço dele, fazendo Marlene desviar sua atenção. Ele inclinou levemente a cabeça para frente, sorrindo para ela enquanto disfarçava. Nem havia reparado que haviam parado de andar. Ela olhou na direção que ele apontou, e um homem alto, de porte militar, com os cabelos quase totalmente brancos e raspados, a pele meio bronzeada e olhos escuros e afáveis, aproximava-se deles, seguido por uma mulher de cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo no alto e um vestido vermelho apertado nas pernas cumpridas.


 - Oh, meus hóspedes! – ele chegou para cumprimentá-los.


 Marlene sorriu com todos os dentes, sendo simpática. Nunca na vida havia visto aquele homem – que, por acaso, era muito atraente – e ele a conhecia.


 - Senhor Stuart! – Sirius apertou a mão dele, e inclinou-se para dar um beijo em cada lado do rosto da mulher que acompanhava o homem – Senhorita Arnett. É um prazer revê-los. – ele ainda sorria daquela maneira... Ignorantemente gigante. É. Para Marlene, só podia ser essa a descrição de um sorriso tão brilhante e branco e perfeito.


 Ela desviou os pensamentos quando notou que eles a olhavam.


 - Ahm, deixe-me apresentar a minha esposa. Esta é Marlene Black – Lene se apressou em cumprimentar os dois.


 Quando terminou os beijinhos no rosto da mulher, cuja voz desconhecia, ela prestou atenção nos comentários que Sirius e o senhor Stuart faziam sobre ela.


 - Bem, ela roubou meu coração – Sirius estava dizendo depois de um elogio do outro à ela.


 Marlene sorriu, rindo pelo nariz. Logo, os outros dois se despediram, dizendo que aproveitassem a festa e ficassem à vontade. Sirius a olhou, alarmado, logo que os dois saíram.


 - Quê? – ela perguntou, inocentemente.


 - Quando o seu marido disser que você roubou o coração dele, tente fazer algum comentário meloso, como “ele roubou o meu primeiro”, e por aí vai!


 - Ah, Six, relaxa – ela disse, pegando um drink de uma bandeja cheia deles que uma mulher servia entre os convidados.


 Lene começou a andar entre eles, com Sirius em seu encalço.


 - Você também não pode me deixar falando sozinho. – ele disse, sério.


 - Você tem muitas regras. – ela parou de andar e ergueu os olhos para ele, enquanto dava um gole no dry Martini.


 - E você não está se empenhando, Lene.


 - Agora eu vou me empenhar – ela empertigou-se mais perto dele, em uma posição próxima demais do rosto dele.


 Uma mão de Sirius imediatamente voou para a sua cintura, e ela constatou que era mais pelo instinto do que pelo desejo de disfarçar. Sorrindo com os lábios, Lene perguntou com a voz sussurrante, sem desviar o olhar:


 - Até que ponto quer levar esse fingimento a sério, Six?


 Os olhos dele se espreitaram. Estava a um segundo e centímetro de inclinar a cabeça e tomar os lábios dela, carnudos, entre os seus, quando alguém os chamou:


 - Ah, os Black!


 Marlene virou a cabeça para ver Anne Flich rapidamente, sem se afastar de Sirius. Ele gemeu baixinho e deu um passo para trás para cumprimentarem a loira. Ela usava um terninho moderno, azul clarinho, o cabelo enrolado, e Lene inocentemente imaginou-a como uma mãe. Quis rir, mas se conteve, e sorriu imensamente para ela também.


 - Eu sabia que viriam – ela disse, alegremente.


 - É, porque meu marido confirmou – Lene falou.


 A outra corou.


 - Não sabia que tinha contado sobre a nossa conversa para ela. – Anne disse para Sirius.


 - Eu conto tudo à minha esposa, Anne. – ele respondeu educadamente.


 Marlene teve ganas de enforcá-la. E não sabia mesmo por quê. Talvez pelo fato de Anne ter descaradamente dado encima do seu marido agora.


 - É, ele conta – ela disse idiotamente.


 Sirius olhou confuso para ela.


 - Bem, então eu ainda estou surpresa por vê-los juntos. – a loira disse.


 A cabeça de Sirius voou na direção dela. Marlene estreitou os olhos e sorriu com o canto dos lábios, maliciosa.


 - Você é esperta, Flinch – começou a falar com a voz firme, o queixo empinado – Falar logo aqui, onde há gente o suficiente para ver o escândalo. Pena que não é esperta o suficiente... Pra ter percebido que eu sou uma mulher de classe.


 - O que vocês duas estão fazendo? – Sirius perguntou com a voz baixa.


 - Sua mulher está me atacando, querido. – Anne respondeu.


 - Ah, você é mesmo controlada. – Lene riu baixinho – Está segurando-se há tempos para me atacar, não é? A inveja domina as pessoas... – murmurou por último.


 - Eu sei que isto aqui é uma farsa. – ela apressou-se em falar – Vocês simplesmente não podem ser casados, e eu vou desmascarar essa besteira de uma vez, e esta noite.


 - Então, Sirius vai ser livre para correr para os seus braços, vocês vão ser felizes para sempre e blá blá blá? Ah, poupe-me. – Lene revirou os olhos, virando o copo de drink nos lábios.


 Ela percebeu que o senhor Stuart os olhava furtivamente enquanto fingia prestar atenção na conversa de um de seus convidados.


 - Espera aí – Six resolveu intervir, a voz ainda mais baixa que das duas – Vocês não estão falando sério, né? Estão de brincadeira.


 - Qual é o seu problema? – perguntou Anne para ele – Você disse que eu era especial. E dois dias depois aparece com uma... Mulher dessas dizendo que é sua esposa!


 - Ah, querida, deixa de drama, vai – Lene pediu – Não esquece que eu ainda estou aqui? Isso fere meus sentimentos – ela disse, dramática e ironicamente.


 Anne Flinch arregalou os olhos.


 - Vocês não são um casal. Ou você estaria pirando agora. – deduziu.


 - Além de classe, eu tenho controle – Marlene revidou depois de um momento de silêncio enquanto Sirius e Anne a observavam – Eu já aturei muita louca sem cérebro querendo tomar o meu homem de mim, e não é uma loira oxigenada que vai tirar o meu equilíbrio e me fazer armar um barraco.


 Anne pareceu chocada com o tom de voz calmo de Marlene, ainda mais quando ela continuou:


 - Não que isso tenha qualquer coisa a ver com você, mas só pra você saber e não fazer conclusões precipitadas, o que você já fez, eu e Sirius temos um relacionamento aberto. Ele sai com outras mulheres e eu saio com outros homens, mas no fim na noite estamos sempre na mesma cama... Aquele clichê. Entendeu ou eu vou ter que desenhar pra você com molho sírio de pimenta num daqueles guardanapos de linho?


 Dessa vez, Marlene não esperou que Anne Flich ficasse aturdida o suficiente para dar as costas e correr. Ela mesma girou nos calcanhares, sentindo os ombros relaxarem de alívio – afinal, aquela era uma explicação plausível para aquele relacionamento nada discreto deles, e aquilo, se Merlin e Deus quisessem, colocava um fim nas implicações da recepcionista.


 Afinal, apenas o fato de dar as costas para Sirius e Anne havia sido praticamente um aviso de ‘decidam-se’. Que se danasse também se ele quisesse ficar com ela – Lene sempre havia provocado a outra sem saber da opinião dele. Mas se lembrava do olhar que ele havia lançado à ela no primeiro ou segundo dia em que estivera ali, então, quem sabe?


 Deixando o copo do drink em uma das bandejas que passavam com garçonetes sem rosto para ela, Lene suspirou e foi em direção à sacada.


 Milagrosamente, mesmo sob todas as camadas de poluição, fazia uma noite estrelada. Aquilo prendeu a atenção dela o suficiente para levar um susto ao notar a presença de Sirius ao seu lado, quando uma mão dele pousou em sua cintura, quente.


 - Você realmente deixou Anne sem fala – ele falou, com aquela voz macia, perto do ouvido dela.


 Lene não conseguiu disfarçar o tremor quando o queixo dele pousou em seu ombro e a barba por fazer da bochecha roçou em seu pescoço.


 - Eu botei a cabeça pra pensar por um instante... – respondeu, fechando os olhos enquanto os braços de Sirius a envolviam de uma maneira delicada pela cintura – Isso é bom pra vocês, não? Pode ir com ela agora.


 - Ah, Lene... – o nariz dele tocou a pele embaixo de seu pescoço – Isso não é o suficiente.


 Por um instante, a mente dela pifou. E, ainda no abraço de Sirius, virou-se de frente, dando as costas à paisagem urbana.


 - Como é? – perguntou, confusa.


 - Olhe por cima do meu ombro, disfarçadamente, uma mulher com um vestido amarelo berrante – ele falou, ainda perto demais.


 Marlene fez o que ele disse. Não conseguia entender.


 - O que tem ela?


 - Ela é a referência chamativa. – ela achou no instante em que ele falou – Do lado, Anne e o senhor Stuart estão conversando aos cochichos. Quando você saiu, ela me disse que não a enganávamos e que... O nosso caso, digo, o meu e o dela, havia sido forte demais para não ser verdade.


 Na cabeça de Lene, as coisas ainda estavam confusas demais.


 - Ela não te quer por aqui, querida – ele sussurrou rente ao ouvido dela.


 Com um arrepio, ela entendeu. Vadia. Ela queria Sirius só pra ela. Ah, aquela mulher tinha mesmo que ter o maior ego do mundo, para achar que um homem como Sirius Black desistiria da legião de mulheres que o seguiria de joelhos se ele apenas assoviasse. E Marlene sinceramente não fazia idéia porque estava pensando nisso.


 Anne cochichou mais alguma coisa com o proprietário, e ele lançou um olhar desconfiado para o casal. Impossível ser para outra pessoa. Agora Marlene entendia porque Sirius estava tão grudado a ela, e porque acariciava sua cintura, visivelmente desacostumado com aquilo. Quer dizer, apenas pelo fato de ela ser quem era.


 - Que vaca – ela sussurrou.


 Sirius olhou para ela, divertido. Ele estava tão perto que seu perfume estava quase sufocando Marlene, e ela nem havia reparado nisso. Os olhos azuis eram ainda mais bonitos brilhantes e levemente puxados no canto, daquele jeito sensual e malicioso só dele.


 - Não interessa se Anne acreditar – ele continuava falando. Lene prendeu a atenção por um segundo bandido nos lábios dele. – É o senhor Stuart quem pode nos expulsar caso venha a... fazer descobertas...


 - Tem razão – Marlene ofegou, sem ar – Temos que provar a ele.


 De relance, viu que o dono da festa ainda os olhava. Então o objetivo daquilo tornou-se repentinamente fosco, quando Sirius inclinou-se e murmurou:


 - Feche os olhos.


 - Por quê?


 Ela sabia o que ele ia fazer. Só queria ter certeza.


 - Porque eu vou beijar você.


 Sem pensar em nada – e principalmente sem resistir ao que aquele beijo significava – Marlene pressionou os lábios dele com os seus gentilmente quando ele estava perto o suficiente. Suas mãos instintivamente foram parar no peito dele, por dentro do paletó, e as dele se tornaram mais quentes e carinhosas em sua cintura. Daí, Lene por um instante imaginou que não era Sirius Black quem estava movendo os lábios contra os dela, sugando-os, mordendo-os, tudo devagar demais, tão devagar que poderia torturá-la. E estava fazendo isso, porque era inconseqüentemente bom demais também. Mordeu os lábios inferiores dele para ouvir, com satisfação, um ganido do fundo de sua garganta.


 Então suas mãos subiram do peito dele para o pescoço, enquanto as dele subiam para as costelas, fervendo. Sirius pediu passagem com a língua delicadamente, e Lene suspirou enquanto sentia a maciez perfeita se movendo contra a sua de uma maneira experiente que fez uma sensação gostosa surgir em seu ventre.


 Aquele beijo era pra ser... De mentira. Ela não podia estar sentindo desejo. De qualquer maneira, o que estava sentindo parecia bem maior que aquilo. Enquanto correspondia ao beijo dele e arranhava a base da nuca, onde os cabelos começavam a crescer, Marlene teve vontade de tirar todas as roupas dele ali mesmo. E olha que as coisas estavam certinhas demais para ser verdade.


 Quando eles se afastaram devagar, os dois ainda continuaram com as mãos nas mesmas posições. Marlene sentiu-se perdida no abraço quente de Sirius. Não era como se estivesse apenas desejando estar ali – era mais como se todos os átomos de moléculas dentro dela pedissem e, pior, implorassem por isso. Quando seus olhos se encontraram, então ela sentiu o desequilíbrio aumentar desabaladamente. Um raio de fogo, bem dentro dos azuis límpidos. Bem visíveis. A respiração de ambos estava ofegante, e Lene podia apostar que suas bochechas estavam coradas, como se ela fosse uma adolescente boba que acabou de dar o primeiro beijo.


 - Viu? Você até sabe disfarçar bem.


 Ela não conseguiu pensar em nada cínico o bastante para dizer. Como uma adolescente boba, é claro.


 - Talvez seja a melhor atriz não-descoberta de todos os tempos.


 - Eu sou boa no que faço – murmurou, quase não ouvindo a própria voz.


 Sirius ouviu, e ela percebeu isso pelo sorriso torto que surgiu em seus lábios. Ah, que droga. Que lábios.


 - Veja se teve algum resultado. – ele pediu, depois de alguns segundos de silêncio.


 Lene teve que encontrar uma força maior dentro de si para desviar o olhar do dele. Ficou realmente impressionada quando encontrou apenas uma Anne Flinch muito espantada no mesmo lugar de antes, olhando para eles, paralisada com uma taça apertada entre os dedos, e o senhor Stuart a alguns metros dali conversando animadamente com um casal que parecia ser importante, sem dar a mínima para o mistério do casal Black. Então, tinha funcionado.


 - Vadia – xingou, baixinho, mirando Anne com vontade.


 - Huh? Deu certo? – Sirius estava perguntando.


 - Não, a gente vai ter que se empenhar mais – ela sussurrou enquanto se aproximava do ouvido dele.


 - O que eles estão fazendo?


 - Cala a boca e atua, Six. – ela pediu, a boca bem perto do ouvido dele.


 Ela terminou de dizer isso e, decidida a acabar com aquele sentimento, ou qualquer coisa que tivesse dentro de Anne por Sirius, tomou o lóbulo da orelha dele entre os lábios, sugando-o. Fechou os olhos quando o ouviu suspirar e suas mãos imediatamente a trouxeram para mais perto, como se fosse possível.


 Marlene continuou a beijar a orelha de Sirius, e depois desceu devagar para o pescoço, depositando beijos e mordidas pela pele dele, que se arrepiou um pouco. Ele trouxe uma das mãos para o meio das costas dela e a outra desceu, calorosa, pela sua cintura, até alcançar o quadril.


 - Desse jeito você engana até a mim.


 - Você é um cachorro sem vergonha, sabe disso, não é? – ela riu baixinho.


 A pele de Sirius se arrepiou mais com o riso dela ali.


 - Eu só estou sendo a vítima da história toda, Lene.


 Sorrindo, ela olhou por cima do ombro de Sirius novamente e não viu nem sinal de Anne entre os convidados. Deve estar no banheiro chorando, patética. Lene riu. E seu riso durou apenas três segundos, porque de repente percebeu que não havia mais razões para estar provocando Sirius daquela maneira, tão perto. E percebeu também que não era do seu feitio sair querendo acabar com qualquer mulher que se visse encantada pelo homem. Intrigada consigo mesma, Lene se afastou e disse:


 - Eles já... Acreditaram, parece.


 Sirius deu uma olhada rápida por cima do ombro enquanto Lene dava um passo para trás, encostando-se ao murinho da sacada. Quando ele virou-se de frente, sorria exageradamente aberto, com todos os dentes brancos e perfeitos brilhando para ela. Marlene ergueu uma sobrancelha, sorrindo de volta com os lábios, sem entender porque ele estava fazendo aquilo.


 Então, de uma maneira bem clichê – na visão de Marlene, a festa transcorreu bem demais. Quer dizer, bem mesmo. Anne voltou do banheiro alguns minutos depois, e ainda parecia estupefata pelas demonstrações de carinho em público entre Sirius e Marlene que ela nunca havia visto. Tão estupefata quanto a própria Lene.


 Mas não era como se ela estivesse conseguindo evitar. Quando as mãos de Sirius tocavam, quentes, sua cintura, os olhos dela já disparavam na direção de seus lábios. E ela mordia, apreciando a textura, sabendo muito bem que aquela podia ser a última vez que teria a chance.


 Sim, ela não estava mais tentando ignorar o desejo dentro dela, ou dar desculpas idiotas para o que estava sentindo. O fato é que Sirius e seus cabelos negros, seus olhos cinzas, sua barba rala, seu cheiro maravilhoso, seus ombros largos, seu sorriso malicioso e seus comentários audaciosos a atraiam catastroficamente. Havia sido definitivamente impossível evitar cair do penhasco.


  -


 O elevador abriu a porta, mas nem Marlene nem Sirius ficaram muito atentos para este fato. A gravata e o paletó dele já estavam no chão, e a camisa branca aberta até o meio do peitoral, onde se viam marcas vermelhas de unhas formando rastros e encruzilhadas. Ela poderia se perder ali. Aliás, ela já estava perdida, sentindo os beijos dele em seu pescoço, as pernas envolvendo o quadril dele em uma posição favorável.


 Quando estava para fechar foi que Sirius, segurando as coxas de Lene, e sem deixar de arrastar os lábios pelo decote dela, levou-os pela porta e prensou-a direto na parede do corredor, sem ao menos conferir se, possivelmente, poderia haver qualquer alma viva à meia-noite e dezoito por ali. Cedo demais para voltar para casa.  


 Lene ofegou, esticando o pescoço e fechando os olhos sem se conter. Um gemido baixinho saiu de sua garganta, e isso pareceu estimular Sirius, que fez um grunhido de impaciência e a segurou novamente, levando-a para a porta do apartamento deles. Ela soltou-se dele para que este pudesse procurar as chaves, embora não tivesse muita certeza sobre a atenção dele naquilo, porque ainda a beijava enquanto fuçava nos bolsos no paletó amassado.


 - Sabe – Lene murmurou com a respiração ofegante. Esperou que Sirius beijasse seu pescoço com fervor para continuar: - Eu acho que aqui ninguém pode nos ver disfarçar, Six.


 Ele riu pelo nariz e abaixou os olhos rapidamente para enfiar a chave na fechadura. Abriu-a bruscamente, e puxou Lene para dentro do apartamento, fechando a porta em seguida tão rápido que ela precisou de um segundo para perceber que estava novamente prensada contra alguma coisa – a porta, no caso – nos braços de Sirius.


 - Tem razão – ele falou, num tom de voz que ela achou que realmente poderia enlouquecê-la em seu ouvido, ainda mais unido a uma mordida no lóbulo que arrepiou toda a sua pele visível – A gente deveria parar de atuar, não acha?


 Lene riu, esticando-se deliciosamente entre os braços fortes dele, deixando-o levá-la para o quarto. Quando pararam ao lado da cama, ela tentou gravar com a ponta dos dedos cada pedaço de pele no peitoral esculpido e nos braços dele, tirando a camisa e jogando-a longe.


 - Sim, nós provavelmente deveríamos parar com isso, está ficando ridículo – ela sussurrou sensualmente, bem rente ao ouvido dele.


 Novamente, Sirius soltou um grunhido de impaciência, e puxou rapidamente o zíper do vestido dela, arrancando-o e jogando-a na cama. Em segundos estava junto com ela.














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n.a: woa, esse foi tipo, o mais rápido de todos! não vou mais fazer promessas, assim vai rápido demais! se bem que aposto que ngm leu o que eu escrevi, mas beleza! hihesuauhesa gente, eu nem sei como agradecer, sério. pra mim esse amasso deles ficou um arraazo e eu gamei mais do que já sou no Six e seus braços fortes.. caramba, eu tenho que ser coerente. e fazer o menor n/a que eu já fiz de todos os tempos. continuem comentando e dizendo suas opiniões, sim? não vou demorar.. amo todos vcs! beijo, Nah Black.

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