Gregory Granger



Capítulo V
Gregory Granger



Dois dias se passaram desde a conversa de Gina e Hermione ao telefone. Todos os garotos ainda estavam muito incomodados sobre a situação da amiga. Gina tornara-se mais calada do que de costume, Harry se fechou ainda mais e Rony parara de comer. O Sr. e Sra. Weasley prometeram falar com os pais de Hermione e pretendiam aparatar na casa dos Granger naquele dia. Mas uma pequena discussão se instalara na cozinha.


-Eu já falei que vou! – gritava Rony.

-Todos nós vamos! – insistia Harry.

-Ela é NOSSA amiga! – bradava Gina.

-JÁ CHEGA! VOCÊS NÃO VÃO E PRONTO! – berrou a Sra. Weasley.

-Molly, querida, acalme-se... – disse o Sr. Weasley calmamente – Talvez... bem, talvez possamos levá-los conosco. – completou timidamente.

A Sra. Weasley inchou como um balão ou uma bomba prestes a explodir e encarou o marido:

-Arthur! Você perdeu o juízo?? Eles são apenas crianças, não podem aparatar!

-Sim, Molly, querida, mas você sabe, agora que o Ministério finalmente aceitou os fatos e está do nosso lado, a rede de flu está um tanto mais segura... E não seria realmente difícil integrar a lareira dos Granger à rede por um dia...

-É, mamãe! E pense, talvez seja uma das últimas oportunidades que tenhamos de ver a Mione... – disse Gina numa vozinha de choro.

A Sra. Weasley pareceu amolecer com o comentário da filha. Mirou o rosto de cada um dos garotos, suspirou fundo e respondeu:

-Está bem, está bem, vocês venceram! Só espero não me arrepender disso mais tarde...

-Você não irá, mamãe! – Rony disse com um sorriso.


*****



Naquela mesma tarde o Sr. Weasley preparou tudo no Ministério para que a lareira dos Granger fosse integrada à rede de Flu durante todo o dia seguinte. Partiriam logo após o almoço.


O tempo passou sem incidentes e logo estavam todos em frente à lareira da Mansão dos Black. Sra. Weasley não parava de fazer recomendações:

-Lembrem-se de se comportarem! Não me passem vergonha! Se queremos convencer os Granger de algo, temos em primeiro lugar de mostrar educação e bom senso!

Gina revirou os olhos e Harry e Rony trocaram olhares exasperados, enquanto o Sr. Weasley já entrava na lareira. Ao seu exemplo, todos, um por um, entraram na lareira e gritaram:”Casa dos Granger”.


Caíram em uma sala bonita e limpa, com belos tapetes floridos cobrindo o chão. Todos, ainda meio tontos e cheios de fuligem, olhavam com interesse ao redor. Os olhos do Sr. Weasley pareciam que iriam sair de suas órbitas com tantos objetos “estranhos” dos trouxas que haviam ali.

-O que é aquela caixinha preta estranha, Harry? – disse ele apontando para a estante.

-Aquilo é uma televisão, Sr. Weasley! E aquilo ali, - disse apontando para o outro lado – é um telefone. Aquilo é um vídeo cassete e aquele outro é um computador! – explicou Harry.

-Formidável! Assombroso!! Tudo funciona com ecleticidade, não é mesmo?!?

-Sim, funcionam com eletricidade. – disse Harry sorrindo.

-Quem está aí? – uma voz grave veio de uma sala ao lado.

-É melhor nos apressarmos, Arthur! Ou o Sr. Granger pode ficar irritado com nossa pequena invasão... – advertiu Molly.

Seguiram então devagar e meio receosos para o aposento ao lado. Encontraram o Sr. Granger já à porta, com um jornal à mão. O homem arregalou os olhos para os recém chegados demonstrando surpresa e um certo pânico.

-M-mas... o quê...? – gaguejou.

-Olá Sr. Granger! É realmente um prazer revê-lo! – disse o Sr. Weasley estendendo-lhe a mão.

O Sr. Granger aceitou o cumprimento, ainda estático e como se pedisse explicações encarou um por um dos ali presentes.

-Boa tarde, Sr. Granger! Desculpe chegarmos assim sem avisar, é realmente uma grande grosseria, mas será que poderíamos levar uma palavrinha com o Sr. e sua esposa sobre Hermione? – pediu a Sra. Weasley, educadamente.

-B-bom... sim, claro... – balbuciou em resposta.

-Onde está a Mione? – perguntou Rony de supetão.

O Sr. Granger voltou seu olhar para o garoto e mirou-o com atenção, como se o medisse. Olhou depois da mesma forma para Harry e Gina e só então respondeu:

-Hermione não está em casa. Ela saiu com a mãe.

-Ah, que pena! – reclamou Gina.

O Sr. Granger olhou novamente para a ruiva e finalmente sorriu:

-Gina Weasley? – perguntou ele.

-Sim... – respondeu ela um pouco corada.

-Você conversou com Hemione ao telefone outro dia, não é?

-Sim.

-Certo. – Sr. Granger continuou sorrindo e se virou para Harry – Harry Potter?

-Sim, sou eu.

-Minha filha fala muito em você.

-Ah... sim... – respondeu desconcertado.

Rony encarou o Sr. Granger como se esperasse algum comentário à seu respeito também, mas nesse mesmo instante a campainha tocou e o homem se virou ao Sr. Weasley:

-Só um momento, por favor, sentem-se, fiquem à vontade. – disse ele apontando para o sofá.

O Sr. Granger se retirou do aposento deixando os outros olhando interessados para tudo ao redor.

-Hermione tem uma casa muito bonita! – elogiou Gina

-Me lembra um pouco a casa dos Dursley... É tudo muito limpo! – comentou Harry.

-E você, o que achou, Rony?... Rony? – Gina não obteve respostas. O irmão olhava interessado para a estante. Harry seguiu os olhos do amigo e pôde ver o que ele apreciava. Um compartimento da estante era inteiramente dedicado à porta-retratos. Haviam fotos de Hermione de todos os jeitos imagináveis. “Fotos trouxas, mas ainda assim muito interessantes”, pensava Rony.

-Olha como a Mione era fofa! – exclamou Gina pegando um dos porta-retratos que continha a foto de uma garotinha de uns 5 anos, fazendo cara de brava, com as mãos na cintura.

-E pelo jeito ela sempre gostou de livros! – disse Harry apontando outra foto, que mostrava Hermione um pouco maior, com seus 8 ou 9 anos, vestida com uniforme escolar trouxa e com montes de livros empilhados nos braços.


Havia muitas outras fotos: O Sr. e a Sra. Granger segurando um bebê nos braços, um bebê sorrindo sentado numa cadeirinha de papinha, e também outras mais atuais como uma que Rony estava particularmente interessado, em que Hermione aparecia de maiô, numa praia, em frente a uma placa com os dizeres:”Paradis du Soleil: la plus belle plage de France.” (Paraíso do Sol:a mais bela praia da França).

Harry sorriu ao perceber a foto que o amigo estava olhando e Rony, notando isso, ficou com as orelhas imediatamente vermelhas. Mas ele não teve que explicar nada, pois nesse momento o Sr. Granger entrava novamente pela porta acompanhado por um rapaz alto, de cabelos castanhos e olhos chocolate, que aparentava seus 19, 20 anos.

-Estamos com algumas visitas, Greg, deixe que eu os apresente. – dizia o Sr. Granger para o rapaz. – Esse é meu sobrinho, Gregory Granger. E esses são uns... bem, amigos de Hermione.

O rapaz os fitou atentamente e todos acenaram com a cabeça. Gregory se virou para o tio novamente:

-Bom, tio, e onde está a Mi? Eu vim vê-la um pouco.

-Ela saiu com sua tia, Greg, e receio que demorarão um pouco, pois foram ao salão de beleza, sabe como são as mulheres com essas coisas, não? – sorriu o Sr. Granger.

-Bom, então voltarei mais tarde para ver o resultado! – exclamou o rapaz.

Os garotos se entreolharam. “Hermione num salão de beleza?”, pensava Harry, atônito. Mas Rony estava estranhamente púrpura. Seus punhos estavam fechados sobre o sofá e ele parecia estar tentando se controlar. Gina, por sua vez, mirava o rapaz com os olhos brilhantes.

-Greg, por que você não fica e assim me faz um favor? Você poderia mostrar a casa aos garotos e lhes oferecer alguma coisa lá na cozinha, enquanto eu converso com o Sr. e a Sra. Weasley, que tal? – pediu o Sr. Granger.

-Tudo bem. – disse Gregory, olhando para Harry, Rony e Gina – Vamos, então?

Os três se levantaram e acompanharam o rapaz. Ele lhes mostrou toda a casa dos Granger, que era realmente muito bonita e bem arrumada. Havia uma bela piscina e um jardim muito bem cuidado, com todos os tipos de flores. Se sentaram em uma mesinha de cimento em volta da piscina, quando Gregory perguntou:

-E então, vocês são amigos da Mi?

-Sim, somos. – respondeu Gina, sorrindo para o rapaz.

-Somos amigos da HERMIONE! – respondeu Rony, destacando o nome da amiga.

Gregory ergueu as sobrancelhas para ele e continuou:

-Vocês também fazem parte do intercâmbio?

-O quê? – perguntou Harry, confuso.

-Esse intercâmbio que a Mi faz há quase 5 anos, no Canadá. Vocês também fazem parte?

Rony fez uma careta e já ia abrir a boca para falar alguma besteira quando Harry pisou no seu pé e Gina lhe deu um cutucão nas costelas.

-Sim, nós também fazemos parte. – disse Gina.

-Eu sempre achei isso um despropósito! Não sei como meus tios permitiram que a Mi fosse para esse intercâmbio. Ela teria uma carreira brilhante por aqui mesmo! Mas parece que agora meu tio acordou e resolveu deixa-la aqui na Inglaterra. Talvez ele a matricule na escola em que eu terminei meus estudos e então ela poderá seguir a carreira da Odontologia, como todos na família.

-Não, ela não irá! – disse Rony, irritado.

-Perdão? – respondeu Gregory, encarando o ruivo.

-Ela não vai se matricular nessa escola e não vai seguir essa carreira! – continuou Rony, em tom de desafio.

-Ah, não? – desdenhou-se Gregory – Talvez vocês não sejam tão amigos dela assim, a ponto de saberem o que está ocorrendo, não é?

-Quem não sabe nada dela aqui é você! – disse Rony, agora totalmente vermelho.

-Rony! – ralhou Gina – Bem, perdoe meu irmão, Gregory, ele está um pouco irritado com a viagem.

-Tudo bem. Qual é mesmo o nome de vocês?

-Bem, eu sou Gina Weasley, meu irmão é o Ronald Weasley e esse aqui é Harry Potter.

-Hum... Nunca ouvi a Mi falar de vocês... Mas tudo bem, ela não fala muito sobre nada que envolva esse intercâmbio esquisito...

-Que engraçado! – disse Rony, sarcástico, - Nós também nunca ouvimos ela falar de você!

Os dois agora se encaravam profundamente. Os olhos de ambos estavam faiscando e Harry, percebendo que a qualquer momento o amigo poderia saltar no pescoço de Gregory, falou amigavelmente:

-E você, Gregory, o que faz então?

O rapaz dos olhos chocolate se virou para Harry. O olhou por um instante e só então respondeu:

-Estou estudando na mesma Faculdade de Odontologia em que meus tios se formaram. É a melhor da Grã-Bretanha. Com certeza a Mi irá para lá também! – disse tão pomposamente quanto Percy e lançou um olhar de esguelha para Rony.

Se nesse mesmo momento o Sr. Granger e o Sr. e a Sra. Weasley não tivessem aparecido para chamá-los, Rony com certeza teria enforcado o rapaz, ele estava totalmente enfurecido.

-Bom, garotos, vamos indo? – disse o Sr. Weasley.

Eles se levantaram em silêncio e Gina suplicou:

-Será que não poderíamos esperar pela Mione, papai?

-Suponho que não, filha. – respondeu a Sra. Weasley, entrando na conversa. – Pode ser que ela demore muito a voltar.

-Certamente demorará. – intrometeu-se Gregory – Salões de beleza levam horas, mas sempre valem a pena.

A Sra. Weasley sorriu para o rapaz. Rony virara-se de costas, certamente para se impedir de gritar algum xingamento. Eles se despediram e o Sr. Granger inventou uma desculpa qualquer para tira Gregory da sala, para que ele não os vissem entrar na lareira:

-Greg, sabe aqueles relatórios da faculdade que você queria me mostrar ontem?

-Sim, tio.

-Você poderia buscá-los agora? Tenho tempo de analisá-los no momento...

-Mas tio, eu queria esperar pela Mi...

-Como você mesmo disse, salões de beleza levam horas e quando você voltar ela provavelmente ainda não estará de volta. Então nós poderemos analisar os relatórios enquanto você espera por ela.

-Tudo bem. Tenho muito a falar com a Mi, hoje. – disse o rapaz em tom de provocação, lançando mais um olhar de esguelha para Rony.

-Imbecil – murmurou Rony. Gina fechou a cara para o irmão e Harry reprimiu um sorrisinho.


*****



Bom, espero comentários... E muito obrigada à todos aqueles que estão lendo!
Beijos!

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