Em busca de notícias



Capítulo III
Em busca de notícias



-Er... Oi Harry! Beleza?? – cumprimentou a jovem, com o rosto levemente vermelho.

-Tonks??

-Como vai indo, Harry? – disse Lupin, se esforçando para sair de debaixo do corpo da moça.

-O que vocês pensam que estão fazendo?? Meu tio vai nos matar!

-Não se preocupe, Harry. Não há nada que um bom feitiço do sono não resolva... – falou Tonks, sorrindo.

-Feitiço do sono? Mas...

-Moody aparatou aqui um pouco antes de nós e resolveu o problema. Não se preocupe. Eles não irão acordar até o amanhecer. – esclareceu Lupin.

-Suas coisas estão prontas?

Harry se virou e viu que quem lhe perguntara era Olho-Tonto Moody.

-Sim, estão, vamos partir agora?

-Em dez minutos, portanto apresse-se. O restante da guarda nos encontrará durante o caminho, cada um está num ponto estratégico, tivemos que nos assegurar de que não estávamos sendo seguidos.

-Eu ajudo você com a mala, Harry, vamos lá! – disse Tonks em seu costumeiro tom jovial e alegre.

-Só não vá destruir tudo que encontrar pelo caminho, Ninfadora! E veja se não vai cair em cima de mais ninguém!

-NÃO ME CHAME DE NINFADORA, OLHO TONTO! Quantas vezes terei que repetir isso??

-Vamos, não temos tempo a perder, Tonks! Ajude o Harry com as coisas dele, por favor. – interrompeu Lupin numa voz estranhamente formal.

-Está certo, vamos Harry?


Pegaram as coisas de Harry rapidamente, Lupin novamente escreveu uma carta explicando tudo aos Dursley e em poucos minutos partiram rumo à sede da Ordem. A viagem correra tudo bem, embora o frio congelante do céu quase cortara as pontas das orelhas do garoto. Quando chegaram ao Largo Grimmauld o dia já tinha nascido e a Sra. Weasley preparava o café da manhã na cozinha.

Harry se sentiu totalmente mal naquele lugar. Cada centímetro daquela empoeirada casa o fazia reviver suas lembranças na presença do padrinho. Sentiu um nó na garganta e um aperto no estômago.

-Harry, querido!! Que bom ver você!! – Era a Sra. Weasley, que lhe puxava para um abraço de quebrar os ossos – Venha meu amor, coma alguma coisa! Logo logo o Rony acordará para lhe fazer companhia... O que você quer para comer??

-Er... Eu... estou meio sem fome, Sra. Weasley. Na verdade eu estou muito cansado...

-Oh, claro, meu querido! É claro que você está! Que falta de sensibilidade a minha! Vamos, suba e vá se deitar um pouco. Eu o chamarei para almoçar, tudo bem assim??

Harry assentiu com a cabeça e subiu para o quarto que ele sempre dividia com Rony. Na verdade, não estava com nenhum pouco de sono, mas só o que queria era fugir, ficar sozinho, esquecer de tudo por alguns instantes.

Abriu a porta do quarto devagar e entrou. Rony estava esparramado na cama, dormindo a sono solto e com a boca levemente aberta. Harry sentiu inveja do amigo. Como ele queria não ser o famoso Harry Potter, o menino-que-sobreviveu.Como ele gostaria de ter pais maravilhosos e vivos ao seu lado. Ele trocaria toda sua “fama”, popularidade e todo o ouro do seu cofre no Gringotes para estar no lugar de Rony. Não se importaria em ser o 6º garoto da família, em não ter ouro ou em usar tudo de segunda mão. Desde que ele tivesse uma família ao seu lado...


*****


Sem perceber, Harry acabara adormecendo. Tivera sonhos confusos e perturbadores onde Hermione aparecia chorando e pedindo ajuda. Acordara sobressaltado, banhado em suor. Rony o observava sentado na cama ao lado, com um semblante bastante sério.

-Com o que você sonhava, Harry? – perguntou o ruivo, meio rispidamente, franzindo a testa.

-Hermione... – Harry sussurrou baixinho, mais para ele mesmo do que para Rony.

-Você estava sonhando com a Hermione, é isso mesmo? – a voz do ruivo agora decididamente estava com um tom perigoso.

-Ela está em perigo, Rony! Hermione está em perigo! – disse Harry, finalmente encarando o amigo.

Rony pareceu muito pálido de repente, como se toda sua cor tivesse se esvaído como num passe de mágica.

-M-mas, como assim, Harry? Como em perigo? Como é que você sabe?

-Eu vi! Meu sonho... Ela chorava e... pedia ajuda! Precisamos fazer alguma coisa, parece que ela estava sendo... estava sendo...

-S-sendo o-o quê? Fala, Harry, pelo amor de Merlin!

-Torturada... – murmurou num fio de voz.

Rony parecia em estado de choque. Sua boca se abrira num grito silencioso e seus olhos expressavam pânico. Harry se levantou da cama num salto e correu para a porta, gritando para o amigo:

-Vamos, anda logo, Rony! Precisamos avisar alguém da Ordem!


Desceu as escadas saltando dois degraus por vez, com Rony em sua cola. Chegaram à cozinha onde Sra. Weasley, Lupin e Tonks conversavam em tom de segredo.

-Finalmente acordou, querido! E então, descansou o sufici- Mas não completou a frase, parou de supetão assim que olhou para as faces apavoradas dos garotos. – Há algo de errado, crianças?? – perguntou ela numa voz ao mesmo tempo doce e receosa.

-Hermione! – balbuciou Rony.

-Eu tive um sonho, Sra. Weasley. Hermione corre perigo...

Lupin se levantou da cadeira, Tonks arregalou os olhos e a Sra. Weasley parecia prestes a desmaiar.

-Sente-se aqui, Harry! – ordenou Lupin – Nos conte exatamente o que você sonhou...

-Eu não me lembro direito... Era um lugar escuro, estranhamente familiar... E Hermione... ela se contorcia no chão... e chorava... implorava por ajuda... Eu acredito que ela estava sob a maldição “Cruciatus”...

A Sra. Weasley deixou escapar um soluço seco. Rony sentou-se na cadeira em frente e apoiou o rosto nas mãos.

-Talvez tenha sido apenas um sonho, Remo. – Tonks se manifestou pela primeira vez. –Se houvesse acontecido algo à ela com certeza a Ordem já teria ficado sabendo...

-Sim, acredito que sim...

-Precisamos checar! É a vida de uma criança que está em jogo! Ela é só... só uma garotinha... – choramingou a Sra. Weasley, com os olhos vermelhos.

-Isso já aconteceu outras vezes! E Hermione não deu notícias à ninguém nessas férias! – estourou Harry.

-E-la, ela não lhe mandou nada no seu aniversário? – perguntou Rony numa voz embargada.

-Bem... Mandou. Mas isso é um tanto estranho também. Hermione sempre me manda algo através de Edwiges e dessa vez minha coruja voltou sem nada. E Hermione me mandou um presente através do correio trouxa...

-Do correio trouxa? – perguntou Lupin.

-Sim. E além do mais ela não disse nada em sua carta, que estava mais para um bilhete. Ela apenas disse Feliz Aniversário e mais nada, o que é bastante estranho vindo de Hermione.

-E ela não respondeu às nossas cartas! O que vocês todos estão pensando parados aí?? Ela pode estar morrendo agora!!! – se desesperou Rony.

Todos se encararam por um momento, um pouco surpresos com a atitude do garoto, mas alguns segundos depois o silêncio foi quebrado:

-Hermione é filha de trouxas, não é? – perguntou Tonks.

-Sim, ela é, e daí? – Harry perguntou, enrugando a testa.

-E daí que há outras maneiras de se comunicar com os trouxas, diferente de corujas... Alguém aí sabe se os Granger têm telefone??

-Te-Telefone? – estranhou a Sra. Weasley.

-É um aparelho de comunicação dos trouxas. Meu pai costumava usa-los bastante... – explicou a jovem.

-Tem! Hermione tem telefone,sim! – disse Harry.

-E você tem o número, Harry?

-Tenho anotado em algum lugar das minhas coisas... não sei exatamente onde... mas vou procurar agora!

-Mas onde é que vamos achar um feletone para usarmos?? – perguntou Rony, mirando a todos.

-Há telefones públicos, Rony. Eles chamam-se Orelhões, não é engraçado? – disse Tonks, tentando descontrair o clima pesado que se instalara ali.

Mas ninguém estava a ouvindo. Nesse momento Harry já subia as escadas como um furacão e Rony corria para acompanhá-lo.


*****


Com alguma dificuldade Harry encontrou o número de telefone dos Granger, anotado na contracapa de um livro. Desceu novamente as escadas e encontrou na cozinha um grupo agora maior, todos com caras bastante tensas.


Lupin e Tonks ainda se encontravam sentados à mesa. A Sra. Weasley estava de pé, encostada em uma parede próxima ao fogão, abraçada em Gina. Os gêmeos estavam encostados à parede oposta, sérios como Harry nunca lembrava de tê-los visto antes.

-Oi Harry! – cumprimentaram os recém chegados.

-Olá!... Bem, aqui está o número, Tonks! – disse o garoto se virando para a jovem. – Onde iremos achar um Orelhão agora?

-Harry... Acho melhor você não ir. Você não pode se expor assim. – falou Lupin, cautelosamente.

-Eu irei e farei a ligação. Fiquem tranqüilos, com certeza ela está bem...

-É claro que vou junto! Hermione é minha amiga! Preciso saber o que está havendo com ela! – irritou-se Harry.

-E eu também irei!

-E eu!

-Rony, Gina, fiquem quietos!... E Harry, é para o seu bem, querido... Você se expor ao perigo não vai ajudar em nada, muito pelo contrário... – apaziguou a Sra.Weasley.

-Ele não pode se expor, mas eu POSSO! Eu irei com a Tonks, então! – insistiu Rony.

-Isso, mamãe! E eu! – choramingou Gina.

-Parem! Vocês estão atrapalhando ao invés de ajudar! Vão lá para cima e nós resolveremos tudo! – enfureceu-se a Sra. Weasley.

-Estou cansado de sempre me deixarem por fora de tudo! Eu não sou mais nenhuma criança! E sou o maior interessado nessa guerra! É a mim que Voldemort quer! Não vou deixar nenhum de meus amigos pagarem por isso! – gritou o menino.

-Harry,acalme-se! Você tem que entender os nosso motivos! E não nego que você tenha suas razões para se enfurecer, mas agora deixe por nossa conta! – disse Lupin numa voz mais enérgica.

-Mas mesmo que Hermione esteja bem, ela nunca contará à vocês o que está acontecendo... Ela só dirá a nós, que somos AMIGOS dela! – interrompeu Gina.

-Agora já chega, Gina Weasley! Suba e fique lá no quarto até que-

-Não, Molly. Acho que talvez Gina tenha razão. – disse Tonks. – Talvez Hermione não se sinta confiante o suficiente para expor os seus problemas a nós... Está certo que Harry não pode sair daqui, mas não vejo problema em levar Gina comigo... Não chamará atenção.

-E por que ela e não EU? – esbravejou Rony.

-Será que não é porque você é o melhor amigo de Harry Potter? – disse Gina com sarcasmo, encarando o irmão. – E além do mais eu sou uma GAROTA, como ela. Se ela não disse ao Harry o que estava acontecendo pela carta, então nunca dirá a VOCÊ, irmãozinho!

Rony bufou mais uma vez e a Sra. Weasley contraiu os lábios:

-Está certo, Tonks! Gina irá com você, mas por favor tome conta do meu bebê...

-Mãe!! Já faz muitos anos que eu deixei de ser um bebê, sabia?

-Certo, agora vão, precisamos agir depressa! – disse Lupin.


*****


Olá pessoal! Bom, gostaria de agradecer à todos que estão lendo essa fic e pedir que continuem acompanhando e se possível deixando seus comentários e críticas. É rapidinho para vocês e muito importante para mim! Beijos!

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Comentários (3)

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