Dúvidas



Os dias estavam passando muito rápido. Logo na segunda-feira Dumbledore avisou os alunos sobre o cancelamento de todos os fins de semana em Hogsmeaed. Ouve protesto de muitos alunos, mas nada fez Dumbledore mudar de opinião. Ele os advertiu do perigo que poderiam correr, já que Voldermot agora estava mais forte do que antes. O namoro de Rony e Luna ia as mil maravilhas, e o mesmo podia se dizer de Draco e Gina. Harry continuava a escrever para Hermione, nem sempre podia escrever todos os dias, mas a cada carta seu amor por ela aumentava. Essa, no entanto, estava adorando as cartas do seu “admirador”, mas não conseguia tirar Harry de seus pensamentos, ainda mais depois que soube da profecia. Rony quando soube ficou assustado, mas encarajou Harry e disse que lutaria ao seu lado.




O tempo passou e logo chegaria o natal. Muitos viajariam, mas como sempre havia aqueles que ficavam no castelo. Lupin sugeriu que eles fossem para o Largo Grimmald, mas Harry preferiu ficar, desta maneira Rony, Hermione e Gina ficaram para fazer companhia aos amigos. Harry estava agoniado, tinha que comprar os presentes dos amigos, mas com a proibição não fazia idéia de como o faria. Então se lembrou de Hagrid, faria uma lista e pediria a ele para comprar. Listou o presente de todos. Pronto, agora faltava o mais difícil: o de Hermione. Alias, “os” de Hermione. Afinal ele teria que dar presente por dois. Queria dar algo especial, para agradecer o medalhão que recebera de aniversário, mas que ao mesmo tempo não demonstrasse que gostava dela mais que uma amiga. Nossa, isso era difícil! Decidiu que como Harry daria um livro. Não sabia bem qual, pediria ajuda a Hagrid nisso também. Mas e como o garoto das cartas, o que daria? Agora estava mais difícil ainda! Finalmente optou por um par de brincos. Mas não podia pedir isso a Hagrid. Decidiu que os presentes de Hermione pediria a Tonks para comprar.




Então pegou um pergaminho e escreveu a ela, pedindo que o ajudasse. Pediu uma opinião sobre que livro poderia dar, e pediu para que escolhecesse o par de brincos mais bonitos que ela achasse, não importava o preço. Pensou em entregar a Edwiges, mas o perigo de interceptação de uma carta endereçada a Ordem era muito alto. Decidiu que pediria a Hagrid. Naquela noite foi até a sua cabana com sua capa de invisibilidade. Não podia ir com Hermione, ela não poderia saber dos presentes, e Rony estava com a Luna. Chegando lá Hagrid o mandou entrar:




_ Harry o que está fazendo aqui? Ainda mais à noite? – perguntou enquanto oferecia uma xícara de chá, que Harry recusou.




_ Eu sei que é perigoso, mas eu precisava lhe pedir um favor. – pediu meio envergonhado.




_ Claro, Harry, pode falar.




_ Como não podemos mais ir a Hogsmeaed, não tenho onde comprar meus presentes de Natal. Será que você poderia comprar para mim?




_ Posso sim Harry. – deu um grande sorriso por trás daquela imensa barba.




_ Obrigado. Aqui está a lista.




_ Oh, Harry, não precisava presente pra mim não. – falou ao passar os olhos na lista. Este sorriu.




_ E eu queria pedir para você entregar isto aqui a Tonks. Eu ia mandar por Edwiges, mas achei perigoso.




_ Claro, entregarei.




_ São presentes também, ai quando ela comprá-los você poderia trazer junto com os outros?




_ Ok. Mas por que não dá que eu mesmo compro? – perguntou curioso.




_ É que...sao presentes para uma garota, aí achei que ela saberia o que seria melhor.




_ Ah. Mas deve ser uma garota especial, porque estou vendo aqui nessa lista Gina Weasley e ela também é uma garota. – Harry corou um pouco e sorriu. Harry percebeu que ele ficara constrangido e apenas sorriu. – Ok, Harry. Comprarei seus presentes. Antes do Natal você os terá.




_ Obrigad Hagrid.




_ Você deveria ir agora. Se alguém te pega do lado de fora de dá uma detenção. – alertou Hagrid.




_ Certo. Tchau.




_ Tchau, Harry.




Harry voltou para o castelo com cuidado. Como já era inverno, a neve cobria o chão fora do castelo, formando um enorme tapete branco. Ele parou por um momento, sentiu uma leve pontada na cicatriz e sentiu como se alguém o observasse. Decidu ignorar, deveria ser sua imaginação. Harry estava com frio e foi rápido para a torre da Grifinória. Ficaria um pouco perto da lareira para se esquentar e depois subiria. Chegando lá ele viu que o salão não estava vazio como imaginava. Hermione estava lá, e quando o viu começou a falar, quase gritando, parecia preocupada:




_ ONDE VOCÊ ESTAVA HARRY POTTER!




_ Mione, fala baixo senão você vai acordar todo mundo. – ela então percebeu que estava realmente muito alterada.




_ Desculpe. – falou em tom normal agora.




_ O que foi? Por que você está assim? – foi em direção a lareira, queria se esquentar.




_ Por que Harry? Será que você não sabe? Você simplesmente some, Rony disse que você não estava lá em cima, e você me pergunta nessa tranqüilidade por que estou assim? – ia começar a gritar de novo, mas se controlou.




_ Desculpa Mione. Não queria te preocupar. Eu fui até o Hagrid, conversar um pouco. – não poderia mentir, ela viu a capa de invisibilidade em sua mão.




_ Uma hora dessas Harry? Você é louco? Com Voldermot por ai? – ela começou a chorar. Harry então foi até ela e a abraçou. Como era bom abraça-la.




_ Mione, não chore, por favor.




_ Como não vou chorar Harry, se você se arrisca assim? Você prometeu que não ia me deixar.




_ E não vou Mione. Eu precisava ir até Hagrid. Estou bem, não precisa se preocupar. Não farei mais isso não. Desculpa, ta? Ela ainda chorava. Ele limpou mais uma vez seu rosto e quando ela se acalmou disse.




_ Desculpa Harry, mas eu ando muito preocupada com você.




_ Tudo bem, eu entendo. Mas não chora mais não. Sei que você é linda até mesmo chorando, mas prefiro você sorrindo – Hermione corou. Harry também. Saiu sem querer, não pretendia dizer aquilo.




_ Agora que sei que você está bem vou dormir. Boa noite. – foi em direção ao dormitório. Por que Harry dizia esse tipo de coisa? Ela achava que ele apenas gostava dela como amiga, mas diversas vezes ele já falou coisas de duplo sentido que estavam deixando-a confusa. E ainda tinha o garoto da carta. Cada vez mais gostava dele, mas Harry permanecia no seu coração.




Quando Hermione saiu ele foi até a estante ver se tinha alguma correspondência para ele. E lá estava uma cartinha dela. Ele a pegou, sequer esperou chegar no dormitório, foi abrindo pelo caminho:




“Alguém que me gosta muito,
Adorei aquela poesia. Ela é linda. Realmente é triste quando amamos alguém e não somos correspondidos do mesmo jeito. Acho que nos aproximamos nesse ponto, não é? Você é um garoto muito especial sabia? Sabe...eu gostaria de te conhecer. Por que sempre foge quando falo sobre isso? Qual o problema de nos vermos? Se isso é por causa da sua aparência, saibas que não sou uma garota superficial. Eu já gosto de você pelo que você é, e isso para mim já é o mais importante. Quando mudar de idéia é só falar ok?
Beijos,
Hermione Granger”




Estava ficando dificil adiar esse encontro. Mas não tinha certeza se ela já gostava dele o suficiente para contar a verdade. Ficou pensado. Será que já estava na hora de arriscar a amizade deles? Em seu dormitório, Hermione lembrava do abraço de Harry. Será que o outro garoto a abraçaria daquele jeito, será que teria sempre aquele perfume inebriante? Ainda não tinha certeza se já o amava tanto quanto amava Harry. Talvez não tivesse certeza se um dia seria capaz de amar alguém na mesma intensidade. Quando o amor verdadeiro chega na vida da gente, mesmo que ele não dê certo ele deixa marcas permanentes. Alem disso, não importa quanto tempo passe, pareci que o amor nunca irá diminuir. Era isso que Hermione sentia por Harry. Um amor verdadeiro, que mesmo que ela não ficasse com ele, estaria sempre em seu coração.

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