A primeira carta



A primeira semana de aula foi o mais normal possível. Nem parecia que as aulas tinham acabado de começar, pois Harry e Rony já estavam tinham pilhas de tarefas acumuladas que se eles não tivessem certeza que tiveram férias, achariam que ainda eram tarefas do ano anterior que eles não tinham feito. Estavam indo para o salão comunal da Grifinória, depois de uma torturante aula de poções.




_ Nossa, será que esses professores acham que só existe a matéria dele em toda Hogwarts? – disse Rony emburrado.




_ Muitas vezes pareci. Essa redação de 45cm que Snape passou vai nos dar muito trabalho esse fim de semana. – respondeu Harry.




_ É, sorte nossa que temos a Mione. – disse rindo para o amigo. Sempre aproveitava as anotações dela. – Falando nisso, cadê ela?




_ Foi falar com a Gina.




_ Ah. Harry, você já mandou a primeira carta?




_ Não, ainda nem escrevi.




_ Não escreveu? Não é possível, Harry! É assim que quer conquistar a Hermione? – falou alto, o que preocupou Harry.




_ Rony, fala baixo. É que eu ainda não tive tempo. Mas eu já comecei, no dia que estávamos vindo pra cá. – respondeu meio envergonhado.




_ Menos mal. Que você acha de aproveitarmos que Mione não está conosco e terminamos a carta? – disse sorrindo. Estava adorando aquela idéia, afinal foi ele quem a sugeriu.




_ Vamos então. – Harry ainda parecia meio indeciso. Estava evitando fazer aquilo, pois tinha medo da reação de Hermione. E se ela começasse a gostar dele através das cartas seria porque não gostava realmente dele. Mas e se ela se chateasse quando descobrisse que foi tudo armação dele e de Rony? Isso não aconteceria, claro que não, ela iria entender, pensou ele. E foram para o dormitório masculino continuar a tal carta.




Enquanto isso Hermione estava com Gina na biblioteca. Como era ano de N.O.Ms para a garota, Hermione prometera ajuda-la a estudar. Estudavam Poções quando Draco Malfoy as interrompeu. Depois que seu pai foi preso no Ministério de Magia, ele pediu a Dumbledore proteção, pois não queria aliar-se a Voldermot. Dumbledore o acolheu e agora ele não tratava mal Harry e seus amigos. Eles não tinham relações de amizades, apenas se falavam agora sem ofensas.




_ Granger, a professora McGonagall quer falar, pareci que alguns alunos do primeiro ano foram tentar fazer um feitiço de transfiguração sem autorização e não deu muito certo. Eles estão na sala dela – Disse Draco.




_ Obrigada. – ela respondeu educadamente. – Gina, depois nós terminamos certo?




_ Claro Mione. – respondeu a garota. Hermione saiu em direção a sala da professora. Draco continuava em pé, agora olhava para Gina, que voltou a ler as anotações que Hermione lhe emprestará. Então percebeu que o garoto ainda estava ali.




_ O que você está estudando Weasley? – perguntou Malfoy.




_ Poções. Você vai ficar aí em pé o dia todo é?




_ Talvez não se você me convidar para sentar.




_ E por que você ia querer se sentar comigo, Malfoy? Você pode ter tomado juízo e ter se aliado ao lado certo dessa guerra, mas continua sendo o mesmo de sempre.




_ Eu poderia ajudá-la, se quiser, só isso. Sou muito bom em Poções.




_ E um convencido também não é?




_ Weasley, eu não estou fazendo nada no momento, posso lhe ajudar se quiser. Mas se não quiser também não vou insistir, afinal quem vai sair perdendo é você. – disse enquanto se virava, parecia que ia se afastar da mesa, mas então Gina disse:




_ Tudo bem Malfoy, vou aceitar sua ajuda. Mas só porque eu sou péssima em poções, e mesmo que os N.OMs ainda estejam longe quero me sair bem neles. Ele virou-se novamente e foi sentar-se perto da garota. – Agora se fizer alguma besteira vai se ver comigo! – ele apenas sorriu. O que ela achou incrível, ele estava ainda mais bonito, seus cabelos loiros agora estavam caídos nos olhos os quais juntando com seu sorriso o deixava extremamente sexy. Gina corou de leve, mas logo se concentrou nas explicações dele. Realmente era bom em Poções. Enquanto falava a respeito da poção Polissuco observou como Gina estava bonita também, não era mais uma garotinha, estava se transformando numa linda mulher. Ela anotava quase tudo que ele dizia, e quando ela estava fazendo isso ele a admirava, prestava atenção a cada detalhe do seu rosto, sua boca, seu nariz, suas sardas. Era mesmo linda, pensou. E passaram à tarde quase toda estudando. Depois ela agradeceu e ele disse que ele estaria sempre a disposição dela. Ela apenas sorriu, e em seguida rumou para a torre da Grifinória.




Enquanto Gina e Draco estudavam, Hermione resolvia com a Professora McGonagall o problema dos alunos do primeiro ano e Rony e Harry tentavam escrever a primeira carta que deveria ser entregue ainda naquele dia.




_ Então como você quer começar. – perguntou Rony. Ele e Harry estavam sozinhos no dormitório masculino.




_ Na verdade, eu já comecei. – e foi até o amigo mostrando um pedaço de pergaminho amassado.




_ Hum...Nada mal.




_ E o que mais devemos escrever?




_ Ah, Harry, essa parte do escrever é com você, eu apenas direi se está bom ou ruim.




_ “Não sou nenhum maluco, apenas um cara tímido que preferiu conquista-la de uma maneira diferente” – ele dizia em voz alta enquanto escrevia. – E então, está bom?




_ Ótimo, continue. Fali que quer respostas dela.




_ “Se você quiser, deixe-me tentar conquista-la, você não se arrependerá. Caso sua resposta seja sim, mande-me uma carta e deixe...” – parou de falar e olhou para o amigo que pareceu pensar no mesmo que ele. – Aonde vamos manda-la colocar a resposta Rony?




_ Se for na aqui na torre da Grifinoria ela iria eliminar todos os garotos das outras casas e então poderia descobrir que é você antes que tudo dê certo.




_ Mas ela já vai fazer isso, afinal colocaremos a carta no quarto dela.




_ Droga. Tinha esquecido isso. Então vamos pedir para ela colocar a cima da lareira do salão comunal, embaixo de um daqueles castiçais.




_ Certo, mas e como é que ela vai me excluir da lista quando perceber que foi alguém da Grifinoria?




_ Você pode dizer que está a fim de uma garota, o que não deixa de ser verdade. Mas não diz nenhum nome para ela, fala apenas que preferi não falar.




_ Estou achando essa idéia toda meio maluca.




_ Relaxe. Vai dar certo, você vai ver. Termine logo a carta para colocarmos no dormitório das garotas.




_ Ok. – ele terminou de escrever. Leu mais uma vez para o amigo que aprovando tudo o mandou passar a limpo no pergaminho especial. Enquanto escrevia a letra ia sendo modificada, e ficara completamente diferente da de Harry. Tinha também o perfume das rosas, o que Harry achou perfeito, com certeza Hermione iria adorar.




Pegou a capa de invisibilidade e foi até o dormitório das garotas. Por sorte estava vazio e ele pôde deixar a carta com tranqüilidade. Colocou em cima do travesseiro da garota e saiu.




Depois de finalmente resolvido o problema dos garotos com a professora, Hermione finalmente teve paz. Estava cansada então foi logo para seu dormitório. Queria tomar banho e comer alguma coisa. Quando chegou perto da sua cama notou o envelope com a carta de Harry. Viu que tinha: Para Hermione Granger, mas não reconhecia a letra. Quem teria mandado aquela carta? Abriu e começou a ler:




“Hermione,
Há algum tempo percebi que sinto algo especial por você. Tenho medo que me rejeite, então estou escrevendo-te para saber se teria alguma chance algum dia. Não sou nenhum maluco, apenas um cara tímido que preferiu conquista-la de uma maneira diferente. Se você quiser, deixe-me tentar conquista-la, desse meu jeito, você não se arrependerá. Caso sua resposta seja sim, responda-me e deixe sua carta embaixo do segundo castiçal, contando da direita para esquerda, da estante ao lado da lareira do salão comunal da Grifinoria. Se você não quiser aceitarei com tristeza sua decisão.
Beijos com carinho,
Alguém que te gosta muito”




Hermione não podia acreditar no que estava lendo. Alguém estava gostando dela? E não deveria ser pouco, afinal tentar conquista-la dessa maneira teria que ser um garoto muito especial. E além disso aquele pergaminho tinha cheiro de rosas, as flores que ela adorava, como saberia aquilo? Será que não seria brincadeira? Milhares de coisas passaram pela sua cabeça, e ela estava tão entretida em seus pensamentos que nem viu Gina entrar. A garota precisou cutucar Hermione para que ela notasse sua presença.




_ Nossa! Ate que enfim me ouviu. O que foi eim? Foi o problema com os garotos do primeiro ano?




_ Não.




_ Você nem voltou para a biblioteca. Eu tive que estudar com o Malfoy.




_ Malfoy? – Hermione pareceu acordar ao ouvir aquilo.




_ Ele mesmo. Sei que ele ainda é um idiota, mas ele é bom em Poções, então aceitei a ajuda dele. O que é isso ai? – perguntou apontando para o pergaminho nas mãos de Hermione. Ela apenas lhe entregou o papel.




_ Lê ai. – Gina lia com toda a atenção do mundo.




_ Mione, quem te mandou isso eim? – perguntou sorrindo.




_ Não sei Gina. Não ta assinado. Mas deve ser alguma brincadeira, e de muito mal gosto por sinal.




_ E por que não poderia ser verdade? Alguém que comprou até uma tinta com cheiro de rosas não deveria ter feito isso apenas para gozar da sua cara, não é, Mione?




_ Sei não, Gina, isso é muito estranho. Sem falar que se for verdade então deveria ser de algum garoto da Grifinória.




_ Se o Rony não estivesse naquele amor todo com Luna, pensaria que era ele. Meu Deus!! – ela gritou dando um susto em Hermione.




_ O que foi?




_ Foi o Harry! Claro! Ele deve estar apaixonado por você, mas não deve ter coragem para se declarar.




_ Gina, é claro que não foi o Harry. Ele não gosta de mim dessa maneira, ele apenas me vê como uma amiga. – pareceu desapontada ao falar isso, e Gina percebeu.




_ Você está gostando dele não é Mione? – perguntou passando a mão no ombro da amiga. Hermione ia negar, mas desistiu. Não agüentava mais guardar aquele segredo sozinha.




_ Sim. – limitou na resposta.




_ Eu sabia. Percebi isso desde o ano passado. Mas por que você não disse a ele?




_ Porque ele estava a fim da Cho, lembra? Além do mais, Harry nunca vai se interessar por mim, tenho certeza.
_ Não sei como pode ter tanta certeza Mione, mas se é isso que acha por que não dá uma chance então para esse garoto?




_ Gina, eu acabei de falar que estou gostando do Harry.




_ Eu sei Mione. Mas você não diz ter certeza que ele nunca lhe dará bola? Talvez você devesse tentar esquece-lo, e esse garoto poderia ajudá-la.




_ Não sei se é certo fazer isso Gina. E se eu magoar os sentimentos dele, se ele realmente gostar de mim?




_ Então faça o possível para esquecer Harry e tentar gostar desse menino.




_ Vou fazer o seguinte, pois não quero enganar ninguém. Direi a ele que já gosto de um garoto, mas que este nunca iria querer algo comigo. Então se ele ainda quiser continuar a se corresponder comigo tudo bem, não estaria enganando ninguém. Se ele não quiser, que sinceramente acho que ele não aceitará isso, então tentarei esquecer Harry de outro jeito.




_ Só você mesmo viu, Mione?! – elas sorriram.




_ Vou escrever agora mesmo. - Pegou pergaminho e sua pena preferida e junto com a amiga tentou achar as palavras certas para dizer aquilo ao misterioso garoto. Depois que terminaram Hermione e Gina desceram para colocar a carta, mas Harry estava no salão comunal.




_ E então, vamos jantar? – ele perguntou naturalmente. Hermione ficou meio sem jeito, mas então Gina disse:




_ Claro. Cadê o Rony? – queria poder usar telepatia naquele momento e mandar Hermione esconder a carta, mas está com o surpresa pela presença de Harry ali nem lembrava daquilo. “Burra, deveria ter deixado isso para mais tarde.” – pensou.




_ Já foi. Ele queria ver a Luna. Ei Mione, que é isso eim? – perguntou apontando para a carta. Com certeza era a resposta para ele, mas ele precisava disfarçar.




_ Isso?! Nada não Harry. – Harry agora divertia-se do desespero dela, lembrou-se de quando fora ele que estava assim no expresso de Hogwarts.




_ Como nada? Anda, deixa eu ver. – e se aproximou da amiga. Mas Gina foi mais rápida e puxou Harry pelo braço.




_ Larga de ser curioso Harry. Você é super indiscreto sabia? Pedi pra Mione entregar uma carta minha para um garoto, mas não era para todo mundo ficar sabendo. – mentiu para o garoto. Esse deduzindo que pela cara que Hermione tinha feito não era carta de Gina, e sim a resposta dela. Que teria escrito? A curiosidade tomou conta da sua mente.




Eles saíram em direção ao salão principal. Lá já estavam Rony e Luna, que se era possival pareciam ainda mais apaixonados. Hermione já tinha guardado a carta e fazia de tudo para parecer calma e esquecer que quase Harry lera aquela carta. Gina ainda pensara no que aconteceu no salão principal. Harry parecia muito calmo, como se já soubesse tudo aquilo. Talvez fosse tudo impressão dela, mas talvez fosse ele que de fato mandou a carta e estava tentando disfarçar. Pensava em tudo aquilo muito concentrada que nem reparou que estava olhando em direção a mesa da Sonserina. Quando se deu conta disso notou que estava olhando para Malfoy, especificamente. Este, por sua vez, retribuía o olhar, mas de forma tímida. Ela deu um sorrisinho que ele também retribuiu, e começou a comer. Malfoy tinha mudado muito, não era mais grosseiro, nem xingava os que não eram nascidos bruxos, nem insultava mais as outras pessoas. Era realmente melhor assim, pensou ela. “Mas por que estou pensando nele”, balançou a cabeça como se isso fosse afastar aqueles pensamentos, o que não aconteceu, pois ele continuava a olha-la, que disfarçadamente dava umas olhadinhas também.




Antes que Harry ou Rony terminasse o jantar Hermione disse que já tinha terminado e estava muito cansada. Aproveitaria para colocar aquela carta, antes que todos voltassem para a torre da Grifinória.




_ Boa noite Harry, Rony, Gina e Luna. – ela disse já levantando.




_ Boa noite. – os dois garotos e Luna responderam. Gina ainda estava perdida nos seus pensamentos sobre a mudança de Malfoy.




_ Gina! - a garota deu um pequeno pulo e olhou para a amiga que riu da situação. Ela vira a troca de olhares algumas vezes entre Gina e Draco. “Se eu não posso esconder nada dela, ela nem se fala”
_ Boa noite Mione. – Gina respondeu meio sem graça ao ver a cara de Hermione – “Com certeza ela notou”, pensou a garota.




_ Boa! – então Hermione saiu do salão principal. Andou mais rápido que o normal até a Torre da Grifinória e após passar pelo retrato da mulher gorda, notou que o salão comunal estava vazio. “Perfeito!” – pensou. Foi até a estante próxima a lareira e tirando o envelope do bolso, como pediu o garoto ela colocou o envelope embaixo do segundo castiçal, contando da direita para a esquerda. Era o local perfeito. Ninguém, além daquela pessoa pensaria em mexer ali. Tinha outros objetos bruxos ali, alguns livros e diversos castiçais. Depois que fez o que pretendia lembrou-se de algo que queria muito, mas devido aquela carta teve que deixar para depois, e agora era o momento perfeito: um banho quentinho para relaxar.




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