O presente




Faltava quase uma semana para o início do ano letivo em Hogwarts. Harry iria para seu sexto ano, entretanto nunca estivera tão desanimado com o regresso a escola quanto agora. Perdera seu querido padrinho numa batalha no ministério, sem falar no conteúdo da profecia que fora lhe revelado por Dumbledore antes das férias. Não conseguia se alegrar, nem com as cartas de seus amigos, nem com o resultado dos N.O.M.s. Quase todas as notas de Harry seriam suficientes para que pudesse entrar na escola de aurores, ele só precisava melhorar um pouco em poções.

Ele ficou quase todo verão no seu quarto na casa dos Dursley. Essas quase não o dirigiam a palavra, o que não importou muito para Harry, que até agradecia por ter sossego, nesse momento que queria ficar sozinho. Era 31 de julho, pouco mais que meia noite, Harry acabara de completar 16 anos. De repente ele viu três corujas entrando pela janela do seu quarto. Reconheceu imediatamente Pichi, a coruja minúscula de Rony, que lhe trazia um pergaminho e alguns doces, mandado pela Sra. Weasley. Ao abrir o pergaminho leu:

“Harry,
Feliz aniversário. Sabemos que está meio triste pelo que aconteceu, mas todos estamos desejando-lhe felicidades. Amanha as dez irão te buscar.
Abraço,
Rony”

Harry deu um pequeno sorriso. Não via como se sentir depois de tudo que lhe ocorrera. Comeu apenas um sapo de chocolate e foi para a segunda coruja que era de Hagrid e tinha lhe trazido um bolo de chocolate escrito com glacê branco escrito “Parabéns”. Em seguida foi para a terceira coruja que era a de Hermione. Pegou o pergaminho e uma caixinha. Decidiu ver o conteúdo da caixa primeiro, e ao abri-la encontrou um pequeno medalhão redondo que parecia de ouro com uma corrente, para colocar no pescoço. Não entendendo o presente decidiu ler a carta, com certeza a amiga explicara o que seria aquele medalhão.
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“Querido Harry,
Antes de tudo queria desejar-lhe feliz aniversario. Imaginei que nada que dissesse iria deixá-lo feliz, então pensei em te dar esse presente. Sei que ele não pode substituir ninguém, mas ao menos poderá sempre “tê-los” por perto. Para ver o que é basta segura-lo e pensar em seus pais e Sirius. Tente, voce não se arrependerá. Espero que goste.
Beijos,
Hermione.”

Harry hesitou um pouco, mas decidiu seguir a instrução da amiga. Pegou o medalhão e segurou, em seguida pensou nos seus pais e Sirius, um segundo depois ele sentiu a mão formigar e a abriu. O medalhão estava na palma de sua mão quando a parte superior se abriu. Nesse momento feixes de luz saíram e logo surgiu a imagem de Thiago, Lílian, Sirius e Harry ainda bebê. Era igual a foto do seu batizado que Sirius tinha lhe dado, mas não estava enquadrada em um papel. Harry não pôde deixar de se emocionar e pela primeira vez depois de muito tempo sentiu bem. Era o melhor presente que já tinham lhe dado e seria eternamente grato a Hermione. Decidiu escrever-lhe imediatamente, para agradecer, mas sequer esperou o dia amanhecer. Pegou pergaminho e pena e começou a escrever. Em seguida entrou a carta a Edwiges que seguiu em direção a casa de Hermione.

Essa dormia quando sentiu algo sobre seu corpo. Ao abrir os olhos notou Edwiges sobre sua barriga e rindo pensou: “Harry, como sempre apressado.” Pegou o pergaminho agradeceu a coruja e começou a lê-lo:

“Mione,
Confesso que hesitei em abrir seu presente, mas depois que o fiz me senti um pouco feliz. Foi o melhor presente que já ganhei em toda a minha vida e sempre vou usá-lo, assim poderei vê-los não importa onde eu esteja. Alem disso com ele nunca esquecerei você. Obrigado.
Beijos,
Harry”

Hermione sentiu-se imensamente feliz com a resposta de Harry. Desde a morte de Sirius ele estava extremamente monossilábico e frio nas cartas. Hermione não agüentou e também escreveu imediatamente para o amigo. em seguida entregou a carta a Edwiges que parecia esperar aquela carta e assim que a coruja deixou seu quarto, deitou-se novamente. Ainda tinha algumas horas de sono.

Quando estava quase amanhecendo, Harry acordou. Em seguida foi até a janela pões Edwiges ainda não tinha chegado, mas assim que chegou à janela viu sua coruja aproximando-se. Quando esta pousou ele pegou o pergaminho, agradecendo a coruja, que logo voou para sua gaiola. Harry lia interessado a carta de Hermione.

“Harry,
Esse é um medalhão muito antigo que comprei a muito tempo no beco diagonal. Eu o usava quando estava com saudades de alguém da minha família. Nem pense em me devolver, me sentirei ofendida se tentar viu? Era meu sim, mas agora quero que fique com ele. Você pode ver qualquer pessoa por ele desde que a ame muito ou esteja sentindo sua falta. Ele reproduz imagens felizes que você tem na memória daquelas pessoas que você que ver. Cuide bem dele, ok?
Ps:Fico feliz por saber que meu presente te fez feliz.
Beijos,
Hermione”

Harry pensou no quanto gostava da amiga. Ela deu-lhe um presente tão valioso e que com certeza gostava muito. Nem percebeu que estava segurando o medalhão, só sentiu sua mão formigar e em seguida viu este se abrir e os feixes de luz surgiram. Pôde ver a amiga, foi quando estavam estudando para os N.O.Ms no ano anterior. Mas como ela estava bonita, pensou. Então assustou-se e largou o medalhão. Pegou a carta para ter certeza do que tinha concluído: “Você pode ver qualquer pessoa por ele desde que a ame muito”. Amar? Amar Hermione? Harry sabia que gostava da amiga, mas era sua amiga. Não podia amá-la. Decidiu pensar nisso depois e desceu para comer alguma coisa antes que os Dursley acordassem.

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