Quando a tempestade é confiden



 


Quando a tempestade é confidente


 


A luz fraca do Sol inundou o quarto, fazendo Hermione acordar. Seus olhos demoraram a se acostumar com a luminosidade. Instintivamente, ela apalpou o lado esquerdo da sua cama: estava vazio. Só então ela percebeu que estava com várias cobertas cobrindo-a e ela não se lembrava nem de ter arrumado sua cama. Com certeza Harry tinha ido para seu quarto durante a noite, mas antes, cuidou para que ela não sentisse frio.


Como era sábado, e não teria aula, ela pensou em tentar dormir novamente, mas infelizmente seu corpo já tinha se acostumado a se levantar naquele horário. Sentindo-se vencida pelo relógio biológico, Hermione levantou, trocou de roupa, escovou os dentes e desceu para tomar o café. Encontrou seus pais já de pé, Tiago já pronto para ir trabalhar. Harry ainda não tinha acordado.


_Meu bem, você chegando e eu saindo._ Tiago deu beijinho na testa da filha, depois dirigiu-se à Lílian:_ Amor, até mais tarde. Não se esqueça de contar para os meninos.


Deu um selinho em Lílian e saiu. Hermione ficou curiosa com o que o pai havia dito e perguntou:


_Contar o que mamãe?_ Hermione sentou-se a mesa e serviu-se de café.


_Bom, parece que vai ter uma festa para os funcionários da empresa e seu pai quer que vamos. _ Lílian juntou-se à filha.


_Legal, e quando será?


_Hoje à noite. Seu pai pretende chegar mais cedo, umas 17h, para sairmos umas 18h, por que a festa está marcada para as 19h.


_E papai sabe onde é o local?


_Sabe sim. Por isso, se quiserem ir, tratem de se arrumarem mais cedo, para não atrasarmos.


Hermione não estava com clima para festas, mas parecia que era muito importante para o pai que toda a família fosse, por isso ela iria se esforçar para transpassar alegria.


_Bom dia, mulheres da minha vida!


Harry havia acabado de entrar na cozinha. Estava sorridente, diferente do seu humor matinal de sempre.


_Que felicidade é essa?_ Lílian perguntou, enquanto ele juntava-se às duas.


_Nada mãe, acho que o simples fato de poder acordar uma hora mais tarde já me deixa feliz.


_Ou será que uma certa garota ruiva tem culpa no cartório.


Hermione pensou estar falando baixo, mas sua voz praticamente ecoou pela cozinha. Lílian começou a rir e disse:


_Garota ruiva? Meu menino está namorando?


Harry lançou um olhar fuzilando a irmã, enquanto respondia:


_Não mãe, não estou namorando...


_Ah claro que não! Ele só agarrou minha amiga no meio da boate, nada de mais._ Hermione interrompeu, rancorosa.


_Harry... Você está gostando dessa menina?


_Mãe..._Harry começou a falar, mas, mais uma vez, Hermione o interrompeu.


_Não mãe, ele não gosta. Ou melhor, gosta. Não sei, talvez ele só esteja passando o tempo.


_Meu filho isso não é legal._ Lílian o repreendeu.


Harry desistiu de tentar falar o que realmente estava acontecendo. Buscou o olhar da irmã, mas esta parecia muito interessada nas próprias torradas.


Durante o resto da manhã, os dois não se falaram. Harry passava por Hermione na escada, mas fazia questão de ignorá-la, enquanto ela ia à cozinha e fingia que ele não estava lá.


Começaram a se arrumar às 16h... Ou melhor, Hermione e Lílian começaram a se arrumar às 16h. Enquanto ia para seu quarto, ela passou pelo de Harry e o ouviu dizendo:


_ Sinto muito, mas parece que iremos à uma festa da empresa onde o meu pai trabalha hoje... É eu também queria muito te ver hoje, sinto muito.


“Bem feito!”, Hermione pensou, enquanto entrava no seu quarto e trancava a porta. Pensou bastante na roupa que usuária para ir à festa. Por fim, escolheu uma calça jeans skinny preta, com alguns detalhes em strass nos bolsos, uma sandália de salto preta, uma blusa simples na cor branca e uma jaqueta jeans azul escura. Estava ótima.


Quando terminou de pentear o cabelo, que preferiu deixar solto, sentou na sua cama e ficou olhando para a porta. Seus pensamentos pousaram no que tinha acontecido na noite anterior, no beijo de Harry e Gina. Pensava se aquilo iria render ou se seria apenas mais um dos vários casos que Harry tinha por aí. E quanto a Gina? Ela nunca tinha escondido o interesse por Harry, mas nem esperou dar um tempo para se conhecerem. Estava na hora de repensar aquela ami... O que estava fazendo?


Ela ficou de pé e começou a andar de um lado para o outro no quarto. Percebeu que viviam em função de Harry sim! Estava jogando fora uma amizade que teria futuro por ciúmes!


Em um ato de desespero, ela saiu do quarto e foi até o dele, entrando sem bater. A situação foi um pouco constrangedora: Harry tinha acabado de sair do banho e estava apenas de toalha. Assustou-se com a entrada repentina da irmã, que perdeu a fala ao vê-lo naquele estado.


_Tá maluca?_ ele perguntou, apertando a toalha enrolada na cintura.


_Eu... Eu vim te dizer que se quiser namorar a Gina, fique á vontade. _ ela olhava para todos os lados do quarto, exceto para ele, que permanecia estático na porta do banheiro.


_Hã... Obri..Gado?_ ele gaguejou, confuso.


_De nada. Mas, com uma condição.


Ela finalmente o olhou nos olhos.


_Que você não se intrometa nos meus relacionamentos com ninguém! Entendido?


Harry finalmente saiu do lugar onde estava e foi até ela. Ficaram frente a frente, poucos centímetros os separavam. Ele a focava como se tentasse ler a mente dela.


_O que deu em você? Acha mesmo que eu vou deixar qualquer um ficar com você?


_Mas...


_Mas nada! Não tente mudar as coisas Hermione, não sei o que esta acontecendo, mas fique sabendo de uma coisa: você não vai namorar ninguém sem a minha permissão.


_Você está...


_NÃO ADIANTA! NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ FIQUE COM OUTRO HOMEM QUE NÃO SEJA...


Ele se calou imediatamente. Apenas agora havia percebido que estava segurando os braços de Hermione e que esta tinha os olhos cheios de lágrimas. Lílian assistia toda a cena, estática, na porta do quarto. Nunca tinha o visto o filho agindo daquela maneira.


Hermione se afastou dele e correu para seu quarto, chorando. Harry queria ir atrás dela, mas sua mãe o deteve. Ele sentiu uma dor invadindo seu peito e as lágrimas foram inevitáveis. Se sentou na cama e escondeu o rosto na palma das mãos. Lílian sentou-se ao lado dele e disse:


_Harry, o que está acontecendo?


_Eu não sei mãe! Eu não sei! Eu não ...


Ele chorava e isso já estava preocupando Lílian. O que estava acontecendo com os filhos? Nunca foram de brigar, sempre eram tão companheiros e agora brigavam por ciúmes? Ela acariciou o cabelo do filho e disse:


_Eu te proíbo de tentar atrapalhar os romances da sua irmã.


Ele ergueu os olhos para a mãe, assustado. Estavam vermelhos devido às lágrimas.


_Mas mãe...


_Harry, se a Hermione vai fazer a escolha certa ou não, isso é problema dela. Eu proíbo os dois, de se intrometerem na vida um do outro. No início eu achava normal, mas isso está passando dos limites.


Ela colocou-se de pé e saiu do quarto, fechando a porta. Depois foi ao quarto da filha, que chorava deitada na cama.


_Minha querida!


Lílian daria sua própria vida para não ver a filha sofrendo. Correu até a cama dela e sentou-se ao seu lado.


_Por que ele faz isso mamãe? Por que não me deixa viver? Eu fui até lá para..._ ela enxugou as lágrimas e respirou fundo._ Para propor uma trégua e de repente ele ficou louco! A senhora tinha que ver os olhos dele mamãe!


Lílian sentiu algo que nunca sentira antes: uma repulsa por Harry. “Santo Deus, ele é meu filho!” Ela fechou os olhos, engolindo as lágrimas e disse:


_Eu conversei com ele, ele não vai mais fazer isso. Vai ficar tudo bem, ok? Agora levante-se, recomponha-se, por que daqui a pouco seu pai deve estar chegando.


Ela saiu do quarto, deixando uma Hermione triste e pensativa. A imagem de Harry furioso não saia da sua cabeça! O olhar dele era pura ira e ás vezes corriam dos olhos para a boca dela.


Depois de se recompor, ela saiu do quarto e foi para a sala. Tiago já tinha chegado e estava se arrumando. Harry apareceu minutos depois e evitou olhar para ela, mas ela não pode deixar de notar o quão bonito ele estava. Ele se sentou no mesmo sofá que ela, mas praticamente no lado oposto. O silêncio reinava naquele local. Às vezes, Harry a olhava pelo canto do olho. Queria dizer algo, mas estava envergonhado. Ela, por sua vez, sentia-se paralisada, não ousava mexer um dedo sequer... Estava com medo dele.


Tiago e Lilian desceram pouco depois e, juntos, todos foram para o carro. O local aonde seria a festa não era muito longe e Tiago parecia muito seguro do caminho que percorria. Durante toda a viagem, Harry e Hermione permaneceram em silêncio. Tiago estava ciente da briga dos dois e tinha prometido à esposa que conversaria com o filho assim que chegassem da festa.


Chegaram ao salão às 19:30h e este já estava cheio. Tinham mesas espalhadas por todo salão, cada uma com o sobrenome de algum funcionário.


_Senhores, permitam-me que os leve até a mesa de vocês.


Um garçom os acompanhou até a mesa, que ficava próxima à um palco. O salão era enorme, todo pintado de branco com alguns tons dourados. Tinha um lustre de cristal bem no centro e colunas de mármore. As mesas eram de vidro, todas com uma rosa e um cartão desejando uma boa festa do Sr. Newman.


_Quem é o Sr. Newman?_ Harry perguntou, lendo o cartão.


_È o chefão, dizem que ele e a mulher adoram dar festas de alto nível aos seus funcionários.


Tiago trabalhava na área  da computação. Já tinha trabalhado na IBM, nos EUA e agora trabalhava em uma filial, que auxiliava nas pesquisas da sede americana. Seu currículo era extenso e sua paixão pela informática levava os filhos a ambicionarem a mesma carreira.


Hermione olhou para as pessoas ao seu redor. Pareciam pessoas simples. Até que sua atenção se voltou para o homem que agora cumprimentava Tiago.


_Gente, quero que conheçam o meu chefe, Lucio Malfoy.


“Malfoy?” o sobrenome chamou a atenção de Hermione e somente agora ela notara o rapaz que estava atrás de Lucio, olhando para o salão desanimado.


Draco estava desanimado com a festa. Foi apenas para agradar o pai. Ele procurava algum lugar para escapar daquele salão, quando seu olhar encontrou o de Hermione. Ela o cumprimentou com um aceno da cabeça, mas ele pareceu não estar entendendo, por isso lhe deu as costas e saiu. Hermione deu um sorriso amarelo e certificou-se de que ninguém tinha visto aquele mico.


Lucio fingiu não perceber a saída nada discreta do filho e cumprimentou a todos, educadamente. Sua mulher, Narcisa, fez o mesmo. Eram claros ao extremo e ambos trajavam roupas pretas.


_Família estranha._ Harry sussurrou.


_Por que acha isso?_ Hermione retrucou, no mesmo tom.


_Não reparou no filho? Saiu sem nem dizer um oi... Mal educado.


_Não julgue antes de conhecê-lo Harry.


_Por quê? Você o conhece?


Hermione ia dizer que sim, mas se ouviu dizendo “Não.” e calou-se. Durante algum tempo, os dois ficaram em silêncio, ouvindo seus pais conversarem sobre assuntos que simplesmente não os interessavam. Até que um senhor subiu ao palco, pegou o microfone e pediu a atenção de todos.


_Eu gostaria de das boas vindas à nossa 15ª do funcionário da empresa Binary by IBM, esperamos que divirtam-se para que no início da semana estejam contentes e prontos para mais trabalho.


As risadas encheram o salão. Com certeza o Sr. Newman era adorado pelos funcionários, seu jeito simples denunciava isso. Segundo Tiago, ele tinha muito dinheiro, mas por ser de família pobre havia aprendido que na vida humildade é tudo. Harry e Hermione ficaram encantados com a história de vida do homem, que agora se retirava do palco debaixo de aplausos.


_Pai, eu posso dar uma volta pelo salão?_ Hermione perguntou.


_Claro, mas não demore, não sei a que horas iremos embora.


Hermione concordou e saiu, sob os olhares desconfiados de Harry. Ela não ficou andando pelo salão, foi direto para os jardins. Estava uma noite linda e não fazia muito frio. O lugar tinha vários pinheiros, algumas estátuas e um chafariz no centro. Mas o que realmente chamou sua atenção, foi um rapaz sentado em um dos vários banquinhos espelhados pelo jardim. Ele parecia muito interessado no chafariz, tanto que mal notou quando ela se sentou no mesmo banco, porém um pouco distante.


Hermione ficou na dúvida se dizia “Olá! Lembra de mim?” ou “Olá, qual seu nome?” ou “Você é realmente mal educado ou tem perda de memória?”. Mas foi poupada por ele, que disse:


_Procurando alguma coisa?


Ele a olhava desconfiado. Parecia que realmente não se lembrava dela, mas ela teve que confirmar:


_Você não se lembra de mim, não é?


_Claro que me lembro, a doidinha que ficou com ciúmes do irmão e saiu da boate correndo, acredite uma pessoa como você não é fácil de esquecer.


_Não?


_Ah não, não é todo dia que uma garota sai correndo de uma danceteria com dois caras correndo atrás e mais uma garota, acredite por aqui o comum é: garotas saem primeiro, sem chamar a atenção e os rapazes depois. Talvez uma garota também... Um ménage né?


_Eu chamei tanta atenção assim?


_Sim... Mas não pense que foi por causa do seu belo visual.


Hermione desviou seu olhar para o chafariz, ele estava intimidando-a com a forma como a olhava.


_Então..._ ele prosseguiu._ Não foi para me ver que você veio aqui, não é?


_Não, estou querendo... Fugir, eu acho.


_De novo? Sua vida deve ser muito emocionante.


Hermione não conseguiu conter o riso. Draco, por sua vez, se aproximou dela. Ficaram em silêncio um instante, até que ele disse:


_Será que hoje você vai me dar tempo de pelo menos pegar seu telefone?


Ela voltou seu olhar para ele e corou. Ele estava tão próximo...


_Não sei se devo dar meu telefone a uma pessoa que finge que não me conhece na frente dos outros.


Dessa vez, ele riu e se afastou um pouco, recostando-se no banco.


_Vai dar uma de difícil agora?


Hermione deu uma gargalhada e levantou-se. Como ele ousava ofendê-la daquela maneira? Por um acaso, alguma vez nos poucos momentos de convivência que tiveram, ela se ofereceu para ele?


_O que foi? Ontem você aceitou até uma bebida que eu te ofereci.


_Malfoy... Me diz uma coisa: isso tudo é frustração por não conseguir uma garota para satisfazer suas vontades? Porque, sinto dizer, não dá certo. Tente ser mais educado, da próxima.


Ela girou nos calcanhares e saiu, em direção ao salão, mas Draco a segurou, fazendo-a voltar com o puxão e ficar frente a frente com ele, colada ao corpo dele.


_Vou te mostrar como costumo satisfazer minhas vontades e você vai implorar para que eu volte a tratá-la como antes.


Com um puxão ele a trouxe para mais perto e a beijou. Foi um beijo violento, forte, sugava as energias de Hermione que se debatia. Ele segurava os punhos dela com uma mão e com a outra enlaçava sua cintura. De repente, o contato dos lábios se desfez. Eles ficaram se encarando, ele com cara de surpresa e ela com ódio e desprezo no olhar.


Draco soltou os punhos dela, mas permaneceu com o braço em volta da cintura dela. Ia dizer alguma coisa, mas o que aconteceu a seguir foi mais rápido do que os olhos de ambos puderam ver: um borrão os separou, empurrou Hermione para o lado e acertou o rapaz no rosto.


_Deus!_Hermione exclamou, fazendo menção de ir até Draco, que permanecia agora jogado no chão, com a mão no nariz, mas Harry a segurou.


_Harry me solta!_ ela tentava se livrar dele, mas o irmão era mais forte. Parecia não ouvi-la.


Seu olhar exalava fúria e ele mesmo parecia impressionado com o que tinha acabado de fazer. Respirava fundo, olhando de Draco para Hermione. Depois de algum tempo, conseguiu dizer:


_Você..._ ele apontou para Draco, que levantava devagar._ Nunca mais se aproxime dela. E você_ ele apontou para Hermione, com repulsa no olhar._ Venha comigo.


Ele começou a arrastá-la, mas Draco correu e parou na frente dele.


_Draco, por favor..._ ela pediu, mas se Harry tinha fúria, Draco tinha ódio.


_Como... Ousa... Você sabe quem eu sou?_ ele dirigiu-se a Harry, que continuava segurando Hermione pelo braço.


_Sei: o covarde filho do chefe do meu pai que sai por aí agarrando meninas inocentes... E daí?


_ E daí? Digamos que, se não se desculpar, dou jeito para que seu pai não esteja mais naquele empresa amanhã.


Hermione prendeu a respiração, apavorada. Harry, por sua vez, parecia não ter escutado a ameaça.


_Ah que coisa fofa: o filhinho do papai vai contar tudo para ele, vai? Sai da frente!


Ele fez menção de seguir seu caminho, mas Hermione percebeu que Draco não estava brincando, por isso se livrou das mãos do irmão e colocou-se entre os dois.


_Harry... Ele não me agarrou... Eu o beijei, por que quis.


Os dois olharam espantados para ela, que se sentia horrível por estar dizendo aquilo. Harry abriu a boca três vezes, procurando as palavras certas para repreendê-la, mas estava sentindo uma dor tão grande em seu peito, uma decepção que ele não compreendia, um nó na garganta que indicava que estava prestes a chorar, que não conseguiu se pronunciar. Hermione continuou:


_Nos conhecemos ontem, na boate e, enquanto você ficava com a Gina,_ ela fez questão de frisar isso._ nós conversamos. E, agora, por uma feliz coincidência, nos encontramos novamente e... O resto você sabe.


Draco não sabia se confirmava a história ou não. Mas sentia que Hermione estava fazendo de tudo para que seu pai não sofresse as conseqüências pelo ataque do irmão. Por isso, ele passou o braço pela cintura dela e disse:


_É... F-Foi isso.


Harry olhava para os dois enojado.


_Vamos, Hermione._ ele disse, finalmente, indo até ela e praticamente a arrancando dos braços dele.


Draco deu uma risada e disse alto:


_Nos vemos por aí meu amor.


Hermione olhou para traz e o fuzilou com o olhar.


Entraram no salão sem chamar muita atenção. Ao se aproximarem da mesa, ele escorregou a mão que segurava o antebraço de Hermione, para as mãos dela e fingiu serem um casal de irmãos felizes.


_Onde estavam queridos?_ Lílian perguntou, enquanto os dois se sentavam.


_Dando uma volta pelo jardim, mamãe._ Harry respondeu.


Hermione apoiou o cotovelo na mesa e ficou esperando a festa acabar. Queria ir embora dali o mais rápido possível! Mais para o fim, ela viu Draco retornando ao salão e recebendo uma bronca de seus pais. Ele olhou na direção dela e acenou, mas ela fingiu que não viu e voltou seu olhar para Harry, que parecia perdido em seus próprios pensamentos, enquanto olhava um ponto qualquer no outro lado do salão.


Às 00:00h em ponto, Newman anunciou o fim da festa. Tiago os arrastou até o patrão, para parabenizar pela festa, assim como os outros funcionários fizeram, e eles foram para casa.


Durante o caminho, Tiago e Lílian comentavam sobre a festa, mas Harry e Hermione apenas davam respostas monossilábicas. Quando chegaram em casa, foram imediatamente para o quarto. Lílian os observou preocupada, enquanto subiam as escadas.


_Quando você vai conversar com o Harry? _ ela perguntou para Tiago, que afrouxava a gravata.


_Amanhã querida, ele deve estar cansado agora. Vamos dormir?


Ela sorriu e o acompanhou.


No seu quarto, Hermione terminava de se aprontar para dormir. Fazia uma noite agradável. Ela se deitou e ficou lembrando de tudo o que havia acontecido. Por que Draco a olhou tão surpreso quando terminou o beijo? E quanto a Harry? Como seria dali para frente, ele a trataria de forma diferente? Sentiu um aperto no peito ao pensar que agora sim ele cairia nos braços de Gina. “Ela não serve para ele!”, pensou desesperada.


 


De repente o tempo lá fora mudou e uma tempestade começou a cair. Raios cortavam o céu e iluminavam seu quarto e os trovões provocavam sustos a toda hora. Ela se encolheu na coberta, mas desistiu de lutar contra seu orgulho.


Levantou-se cautelosamente e saiu do quarto. Atravessou o corredor na ponta dos pés e abriu a porta do quarto oposto ao seu. Harry estava deitado olhando para o teto, como sempre. Quando a viu entrando, sorriu e sussurrou:


_Tem coisas que não mudam não é?


Ela não respondeu. Simplesmente correu até a cama dele e se deitou ao seu lado, virando-se contra ele. Harry a abraçou e a cobriu com sua coberta. Ela fechou os olhos quando percebeu que vinha mais um trovão.


_Obrigado._ ele sussurrou no ouvido dela.


_Por que?_ ela perguntou, ainda de olhos fechados.


_Por confiar em mim para protegê-la dos trovões. Deles, eu vou sempre te proteger.


Ela sorriu e acomodou-se nos braços dele. Dormiram calmamente a noite inteira, sendo interrompidos às vezes por trovões que assustavam Hermione. Estavam acostumados a dormirem juntos em noites de tempestades, Harry a "protegia" dos trovões. Reconheciam que, agora mais velhos, algo tinha mudado e já não era a mesma coisa dormirem juntos, mas a inocência falava mais alto.


Harry não conseguiu dormir facilmente, durante um tempo ficou olhando para a tempestade lá fora e para o rosto da irmã refletido no vidro da porta que levava à pequena varanda do quarto. Ela dormia profundamente. Às vezes ele se pegava acariciando o cabelo dela e se repreendia por aquele ato, não entendia o por que.


No fim das contas, percebia que já não podia viver sem ela e que queria tanto que aquela noite nunca acabasse para que no outro dia ela não tivesse que ir para a escola e ser alvo de garotos como Malfoy.  "Estou ficando louco!", ele pensou. Tomou, então uma decisão: no dia seguinte pediria Gina Weasley em namoro. Estava na hora de viver e deixar Hermione seguir em frente, por mais duro que isso fosse para ele... E era.


 


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Sim! Capitulo novo!


Como puderam perceber, só posso postar nos fins de semana e isso esta me deixando triste rs


Mas, enfim, tá aí o sétimo capítulo e aguardem fortes emoções para o próximo (propaganda é tudo!).


Vamos aos agradecimentos:


às novas leitoras: Luce Black, Mione 03, Anne Potter e Jamii Altheman: bem vindas e curtam bastante!


as leitoras fieis e queridas: Mah Potter, Chics e Aymee- obrigado pelo carinho de sempre!


e à PâmelaH.H: desistir? NUNCA!


Bjs à todos e comentem!

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