Capítulo 9



CAPITULO IX


 


Gina sorriu ao entrar no apartamento, mas franziu o cenho ao fechar a porta, intrigada por não encontrar Harry a sua espera, como todos os dias naquela última semana.


— Harry?


O silêncio perdurava.


Atravessou a sala, pegou o corredor e entrou no quarto. Tinha ciência e se inquietava com o fato de se sentir frustrada por Harry não estar em casa.


Trocou de roupa, optando por calça de gravidez e camiseta grande, depois foi até a cozinha pegou um maça e voltou para sala. Sentou-se e suspirou alto.


Onde estaria Harry? -  ponderou. Um bilhete. Talvez ele tivesse deixado um bilhete informando aonde fora e a que horas voltaria. Voltou à cozinha, fez uma busca geral,  não havia nada em preparação, não rendeu nenhuma pista do paradeiro de Harry.


Largou-se novamente no sofá da sala, suspirando. Apoiou a cabeça no encosto e fitou o teto.


Que tolice, repreendeu-se. Sentir-se tão vazia e tão… tão solitária, só porque Harry não estava no apartamento para recebê-la após um longo dia de trabalho.


- Hum... – Resmungou inquieta.


Lembrou de certo dia, seis anos atrás, que Harry simplesmente lhe disse que estava indo – Indo para onde? – Questionou. – Não sei Gina, só preciso de um tempo... E Harry ficou dois anos longe. Sim, mandava noticias de tempos em tempos, mas eram cartas tão superficiais.


O primeiro ano que ele ficou fora, foi o pior ano de sua vida, pior até  do que anterior. Não tinha ânimo para nada, ainda bem que ainda estava na escola, pois só tinha olhos para os estudos, só não ultrapassou Hermione como a melhor aluna de Hogwarts, porque esta também se dedicou com afinco na escola aquele ano. Cada uma enclausurada em seus problemas...


- Aff... Não quero me lembrar disso! – Falou decidida, passou a mão possessiva no ventre e sorriu, esse era o seu presente. – Cadê o seu papai?


Harry... Sorriu ao lembrar-se dos últimos dias.


Estavam só morando juntos, segundo definira Harry, havia uma semana, mas agora percebia o quanto apreciava a companhia dele, e como era bom ter alguém para quem voltar a cada dia, alguém com quem conversar e interagir durante o jantar e o anoitecer.


Era muito bom ter Harry de seu lado. Sentiu-se tão segura quando no último domingo contaram a todos sobre o bebê. Seus irmãos receberam a noticia muito bem, Gina teve a sensação que todos já sabiam, ninguém fez um escândalo, nem tentaram azarar Harry, mas os felicitaram pelo bebê. Até questionou-os se não iam defender sua honra...


- Se fosse outro Gi... – Carlinhos começou. – Mas já estávamos desconfiando da masculinidade de Harry...


Gina ficou corada e Harry se engasgou com o suco de abóbora, mas todos começaram a rir. Depois da crise de riso Gui, largou um “Já não era sem tempo”, Percy comentou algo parecido e Rony exigiu ser o padrinho. Fleur foi a única que perguntou quando seria o casamento. Gina tentou ficar calma e disse que eles ainda não haviam decidindo, olhou para Harry, rezando para que ele não a desmentisse, só não queria estender o assunto.


- Depois que o bebê nascer... -  Harry foi objetivo e deu por encerrado o assunto.


Depois seus irmãos resolveram fazer muitas gozações com Harry até que George lembrou que ninguém havia ganhado a aposta sobre os solteirões, pois todos apostavam que Harry não iria casar tão cedo, a aposta então se voltou para quando seria a data do casamento que não iria acontecer. Mas isso eles não precisavam saber por enquanto.


Raios! Onde estaria Harry! Sentia falta dele e queria que ele entrasse por aquela porta naquele instante.


Contenha-se, Gina, pensou, torcendo os lábios desgostosa. Aquele morar juntos era um arranjo temporário.


Harry só ocuparia seu sofá até que o exército de diabretes no apartamento dele sucumbisse ao inseticida do pessoal da dedetização… ou até ter de partir para outra missão de trabalho. Ou até ele resolver que precisava de um tempo...


 Mas Harry jamais iria fazer isso de novo? Ou não? Ah, malditos hormônios!!!


Concentre- se no seu presente Ginevra! – Ordenou mentalmente.


Era inevitável a ausência de Harry, cedo ou tarde isso iria acontecer. Sim! Sabia daquilo tudo, aceitava o fato, só não estivera preparada para encontrar o apartamento vazio naquele dia. Comprara um presente para Harry e estava ansiosa para entregá-lo no jantar.


Como era possível a rotina de apenas uma semana se transformar em norma para um longo período?


— Oh, pare — ralhou, em voz alta. — Está pirando novamente, Gina Weasley. Você pensa demais.


Levantou-se ao ouvir a chave na porta – Harry tinha esse costume trouxa, dizia que era deselegante abrir a porta com um feitiço, ainda mais na casa dos outros. Harry entrou carregado de pacotes e empurrou a porta com o pé.


— Oi! — saudou Gina. — Estava imaginando aonde você teria ido. Não que seja da minha conta, mas procurei um bilhete… não que você seja obrigado a me contar onde está a cada segundo, mas… Estou contente que tenha chegado, Harry.


Ele estacou e a fitou carinhoso.


— Obrigado. E bom ouvir isso, Gi. E bom estar aqui, estar… em casa.


Meia sala os separava enquanto sorriam um ao outro. Não se moveram. Não era preciso diminuir a distância, pois, de algum modo, sentiam-se ligados, como se estivessem a apenas alguns centímetros.


Então, deixaram de sorrir, à medida que um sentimento estranho os envolveu… um sentimento que criou uma aura de sensualidade, de calor, de desejo pulsante que fez seus corações dispararem.


Harry quebrou o encanto desviando o olhar.


— Não pensei que demoraria tanto, Gi, ou teria deixado um bilhete. Seria a atitude mais correta, e eu teria tomado a providência, se soubesse que pedir para trocar de setor no departamento de aurores levava tanto tempo. Trouxe pizza para o jantar. Espero que não se importe. Sei que você gosta e…


— Eu adoro pizza, culpa sua! — Gina sorriu e logo se deu por conta do que ele havia falado. — Você pediu para trocar de setor?


— Pedi — confirmou Harry. — Vamos jantar enquanto está quente.


Gina serviu soda em dois copos altos enquanto Harry retirava a pizza da caixa. Ela posicionou os copos, os pratos e talheres, tomou uma cadeira e olhou para Harry.


— Não agüento mais esperar. Por quê?


— Sirva-se — decretou Harry. — O bebê está com fome. Onde está seu leite?


— Leite não combina com pizza. Eu tomo mais tarde — prometeu Gina, e serviu-se de uma suculenta fatia de pizza de calabresa. Saboreou uma garfada e assentiu. — Delicioso, minha preferida: meio calabresa e meio quatro queijos. Mas você pediu para trocar de setor?


Harry ergueu um dedo, consumiu um pouco da comida e só então a encarou.


— Falei com meu superior e avisei que, de agora em diante, só aceito tarefas em locais próximos o bastante para eu voltar para casa todas às noites. Ele disse que era totalmente impossível. Então, eu disse que  aceitaria trabalhos onde, se não conseguisse resolver o problema em duas semanas, seria rendido por outro profissional, que ficaria até o final. Ele disse que não era eficiente nem praticável. — Harry deu de ombros. — Então, pedi para mudar de setor.


— Hum... —Gina falou pensativa. — Harry, estou perdida. Ainda não estendi por que fez isso.


Ele se recostou na cadeira.


— Gi, quase fiquei maluco na última missão. Só pensava em você aqui sozinha, grávida, e eu longe de você. Quero estar aqui todos os dias até o bebê nascer, não ouvir pela lareira  que você está engordando como uma leitoa.


— Oh, obrigada. — Gina riu, mas logo ficou séria. — E muito comovente, Harry, mas não acha que pedir para mudar de setor foi uma atitude um tanto drástica? Você gostava tanto de caçar comensais, depois ganhava bem mais que os outros aurores...


— Não. Quero estar ao seu lado durante os meses remanescentes até o bebê nascer. Além disso, que tipo de pai seria, se nunca estivesse em casa? Provavelmente, teria de me apresentar a meu  próprio filho toda vez que voltasse de um trabalho, ou usar um crachá, ou algo assim.


— Isso foi engraçado — comentou Gina, rindo. Harry inclinou-se para frente.


— Não, Gina, não há nada de engraçado nisso. Vou ser pai e isso é muito importante para mim. Quero ser o melhor nesse papel, e não poderia viajando como estava, ficava afastado durante semanas. Entende?


Gina assentiu.


— Sim, entendo, respeito e admiro a sua decisão. Mas o que vai fazer agora?


— Bom, a coisa foi complicada, ameacei até falar com o Ministro e usar o fato de ser Harry Potter, o salvador do mundo bruxo e tudo o mais... Também mencionei que poderia me transferir para outro Ministério e largar a carreira de auror. No fim, fui rebaixado de posto, vou ganhar menos, mas vou ficar aqui com você e o bebê... Não é tão ruim, Rony será meu chefe!  - Harry entusiasmava-se: — Tenho muito dinheiro guardado, herança de meus pais e de Sirius, vou comprar uma casa. Uma casa enorme, com jardim, quintal, piscina... Como a de Rony e Hermione.  Quer me ajudar a escolher? Pronto. Em resumo, é isso. O que acha?


— Acho… — Gina deteve-se ao sentir as lágrimas brotando. - Acho que nosso filho será um garotinho sortudo por ter você como pai, Harry. Você é… é maravilhoso por colocá-lo em primeiro lugar e… — Gina deu uma fungadela e meneou a cabeça.


— Errado, Gina!!! Você vem em primeiro lugar, assim como eu — afirmou ele. — O que quero dizer é que você merece mais do que lidar com essa gravidez sozinha enquanto eu me mato de trabalhar naquelas viagens. Não terá de cuidar do bebê sozinha, tampouco, porque não vou mais passar um tempão fora. Você é tão importante quanto o bebê, Gi.


Continuou: — A questão é que eu também sou. Estou atendendo às minhas necessidades também com essa decisão. Já estava cansado dessas missões... Cansando de fugir da minha vida... – Respirou fundo e continuou. - Quero, e terei, a oportunidade de ver você todos os dias, notar seu orgulho com o nosso bebê, e estar presente quando ele nascer, e depois, em cada etapa da vida do nosso garotinho. Era o certo a fazer... Meus pais ficariam orgulhosos  pela nossa… família, que somos eu, você e Bebê Potter.


— Ohh — choramingou Gina. — Ohh.


— Ai, lá vamos nós! — Harry sacou um lenço do bolso. —  Hermione com certeza tem uma explicação para você ficar chorando o tempo todo...


— Hormônios...  — avisou Gina, assoando o nariz. —  Não se preocupe, depois que o bebê nascer eu não vou mais chorar por qualquer coisa!


— Melhor assim, não vou suportar você dando um de Cho! — Harry falou, mas logo se arrependeu, pois Gina chorava ainda mais. – Desculpe Gi... Não quis comparar você a ela... São só os hormônios, né!


— Logo com ela Harry? – Gina reclamou fazendo biquinho.


— Desculpe. – Harry levantou-se rápido e deixou cair suco de abobora em sua calça. – Droga!


- Deixa que eu dou um jeito nisso depois... Já tenho muitas roupas para lavar! – Gina se prontificou.


-  Como? Um feitiço desses de limpeza não resolve? - Questionou.-  Gi, não devia fazer isso, não.  Estou falando sobre você deixar de lavar a roupa. E um trabalho braçal, Eu cuido dessa parte, de agora em diante. Se não tiver tempo de usar a lavanderia do prédio, mandarei lavar fora. A questão é: não precisa mais se preocupar com isso.


— Ohh — exclamou Gina, e levou o lenço ao nariz novamente. – Harry, é só colocar as roupas nos recipientes certos, apontar a varinha e mandar colocar os produtos de limpeza... Não é braçal!


— Eu faço isso! Para ir à lavanderia você tem que descer aquela escada... É melhor tomar cuidado! – Harry sorriu. - Quero saber o que achou do apelido Bebê Potter Lembra-se de que discutimos sobre isso quando eu estava em Madri ou Lisboa, sei lá?


- Sim, lembro-me — afirmou Gina. — Mas não vejo solução. Oh, não sei, Harry… é estranho um nome duplo.


Não se você se casasse comigo e se tornasse uma Potter, pensou Harry. Não a pressione, ela pode se zangar e mandá-lo de volta a seu apartamento com inseticida imaginário para eliminar os diabretes também imaginários. Ou pior, começar a chorar novamente...


Implorar também não daria certo. Sua melhor opção era continuar como estavam… morando juntos, fazendo dar certo dia após dia, até Gina se convencer de que o que tinham era mais do que suficiente para amparar o futuro juntos.


Mas eram noites de pura agonia. No sofá desconfortável, sonhava com Gina, pensava em ir ao quarto e beijá-la sem parar…


— Harry?


— O quê?


— Por que está gritando?


— Desculpe-me. Estava pensando em outra coisa. — Pensando no caminho até a sua cama, doce Gina. — Onde estávamos?


— Bebê Potter.


— Oh, sim. Bem, certo, vamos dar um tempo nesse assunto, já que não temos solução ainda. Que tal?


— Ótimo. Oh, eu lhe comprei um presente hoje, Harry. Eu o vi e pensei em você… volto já.


Gina voltou com uma sacola nas mãos, que entregou a Harry.


— Abra. Ele tirou um livro de capa dura.


— Ora! — Sorrindo, leu o título: — Então, Você Vai Ser Papai! Muito obrigado, Gina. Vou ler tudo. Pensou em mim quando o viu?


— Foi.


— Interessante — avaliou ele, e buscou o pacote que deixara na mesa. — Este é para você. Eu o vi e pensei em você.


Gina abriu o pacote e surpreendeu-se.


— Oh, céus. Você comprou Então, Você Vai Ser Mamãe! — Ela abraçou o volume. — Não é estranho, Harry, termos comprado os livros da série? Não acha um tanto… assombroso?


— Não sei — respondeu ele, pensativo, contemplando o presente. — Espere um pouco… Aconteceu o mesmo com um amigo de George. Brandon e Andréa deram-se o mesmo presente no Natal. Aqueles globos de água com floquinhos brancos que parecem neve caindo quando os agitamos. As tias velhinhas de Brandon disseram que aquela coincidência significava que… estavam apaixonados um pelo outro e que isso já estava determinado… no "plano superior", segundo elas. E isso o que significa, Gi, é essa a mensagem dos presentes iguais. Brandon e Andréa eram… almas gêmeas.


Gina largou o livro sobre a mesa como se estivesse pelando.


— E… é uma história muito romântica. — Encarou Harry, desconfiada. — Mas é só isso… uma história.


— Era verdade — teimou Harry. — Brandon e Andréa estão muito felizes casados e iniciaram uma família. Era verdade, Gi.


Gina agarrou-se à borda da mesa.


— Não tem nada a ver conosco, Harry — advertiu. — Sabemos exatamente onde estamos emocionalmente um em relação ao outro. Somos amigos. Estes livros que compramos são… uma coincidência, só isso.


— Gina, raciocine. Existem uns duzentos títulos sobre bebês e pais de primeira viagem na loja em que eu entrei e tenho certeza de que na loja em que você entrou também. — Harry agitou o livro no ar. — Isso significa algo, e acho que devíamos analisar. De acordo com tia Prudence e tia Charity, você e eu somos…


— Não! — Gina bateu na mesa. — Você me ama, Harry, mas não está apaixonado por mim, não importa o que todos achem. O tempo e a atenção, os cuidados ao meu redor não se dirigem a mim, mas ao bebê que estou carregando. Sei disso. Você sabe disso. Pessoas apaixonadas sabem disso, céus.


— Todos estão convencidos de que eu estou apaixonado por você?


— Bem, sim, minha mãe, Hermione, eu tentei convencê-las de que estavam enganadas. — Gina agitava-se de frustração. — Minha mãe disse que via isso nos seus olhos, Potter… e não me deu ouvidos quando eu… esqueça. Você não está apaixonado por mim.


Harry ergueu as sobrancelhas.


— Como a gente sabe que está apaixonado? Hum? Diga, Gina, com toda a sua sabedoria e experiência.


— Não vou discutir isso novamente, Harry — avisou ela, retomando o jantar.


— Por que não?


Gina só meneou a cabeça e continuou mastigando.


— Disse que sabe que não estou apaixonado por você — repassou ele. — Não a ouvi dizendo que tem certeza de que não está apaixonada por mim.


Gina engoliu em seco e apontou o garfo na direção de Harry.


— Semântica — rebateu ela. — Eu quis dizer que sabemos que não estamos apaixonados um pelo outro. Ponto final. Mude de assunto. Acabe o jantar. Vá verificar as baixas de diabretes no seu apartamento. Tenho muito com que me preocupar, Harry, sem sobrecarregar meu cérebro ainda mais.


— Mas, Gi…


— Não. — Gina largou o garfo, levantou-se e recuou. — Vou ter um bebê, Harry, e às vezes fico assustada porque não sei se serei uma boa mãe, embora deseje muito ser. Ela continuou: — Tenho dúvidas se irei fazer o certo...


— Gina…


— Fique aí e me ouça. - Harry ergueu as duas mãos.


— Está bem. Não vou me mexer.


— Obrigada. — Gina respirou fundo. — Às vezes, fico tão cansada, Harry, que choro de exaustão e, quando penso no futuro, tentando ser mãe e continuando com minha carreira… - Ela continuou: — Oh, sim, minha carreira. Eu disse à minha equipe hoje que estou grávida e eles ficaram felizes e me parabenizaram, mas vi as perguntas não formuladas a respeito do pai da criança em cada rosto e…  Seria tão mais fácil simplesmente convencer-me de que estou apaixonada por você, e assim nos casaríamos, compraríamos uma casa, você estaria presente todo o tempo, e eu não ficaria sozinha e assustada e…


— Ah, Gi… — Harry passou a mão nos cabelos. – Você tem medo que eu vá embora de novo?


— Não... Eu...  Às vezes, Harry, tenho medo de mim mesma. — Gina levou a mão ao peito. — De mim. E se eu concordasse? E se eu me convencesse de que estou apaixonada por você e, de algum modo, encontrasse um modo de… de convencê-lo de que está apaixonado por mim, quando sabemos que não estamos, porque somos apenas bons amigos? E então, Harry? E se eu fizesse essa coisa horrível só por estar muito cansada e… acabasse arruinando nossa vida, a do nosso filho e… - Gina conjeturou mais: — Oh, poderia ficar tudo bem durante anos, enquanto o nosso filho crescesse e nós nos concentrássemos nele. Mas ele iria para escola, eventualmente, sairia de casa para encontrar seu próprio caminho, que é a ordem natural das coisas.  E aí? Você e eu nos encararíamos e imaginaríamos o que estávamos fazendo juntos ali, sentados à mesa da cozinha. Sentiríamos mágoa um do outro, porque não haveria mais motivo para continuarmos.


Gina finalizou, as lágrimas rolavam pelo rosto:


— Não teríamos nada, e eu teria perdido meu melhor amigo nessa brincadeira.


Cobriu o rosto com as mãos e entregou-se às lágrimas.


Harry aproximou-se e abraçou-a. Enterrou o rosto nos cabelos sedosos por algum tempo e, então, ergueu a cabeça e suspirou.


— Tem razão, Gina — concedeu Harry. — Teríamos de arcar com as consequências, se baseássemos o casamento na amizade somente. Realmente achei que daria certo… Mas estava errado, vejo claramente agora.


— Ah, raios, não daria certo. Não estamos apaixonados um pelo outro e, por isso, não basta. Mamãe e Mione interpretaram mal o que quer que tenha visto nos seus olhos Potter, e foi só uma coincidência termos comprado os livros da mesma série e…


—  E não tem diabretes no meu apartamento. -  Gina ergueu a cabeça, confusa.


— Como é?


— Inventei tudo, Gi — confessou ele, ainda abraçando-a. — Realmente, acreditei que, se conseguisse provar que podíamos morar sob o mesmo teto, morar juntos, você acabaria se convencendo de que nossa amizade bastava para suportar um casamento.


— Você mentiu sobre os diabretes? Não há nenhum exército de diabretes no seu apartamento?


— Não — admitiu ele, baixando os ombros. — Vi uma joaninha em uma planta, mas… não, não há diabrete. Lamento ter mentido, Gina, e espero que me perdoe, mas acreditava realmente que estava no caminho certo e… Mas não estava. Só amizade não basta para ter um… para ter algo eterno.


— Não, não basta — sussurrou Gina. — E o desculpo pela mentira sobre os diabretes. Foi muito meigo da sua parte, Harry, porque teve de dormir nesse sofá desconfortável para realizar o que achava ser o melhor para nós e nosso filho.


Harry tomou-lhe o rosto.


— Ah, Gi — lamentou, meneando a cabeça. — Por que tudo tem de ser tão complicado para nós? Há seis anos atrás se você pedisse para eu ficar... – Calou-se


Gina suspirou.


— Não sei, Harry, mas é. – Gina arregalou os olhos ao compreender as últimas palavras de Harry. – Há seis anos atrás se eu tivesse pedido para você ficar o que... O que você faria?


- Eu... Eu... - Ele a beijou na testa e já ia soltá-la, mas Gina agarrou-lhe os pulsos Eu teria ficado, completou mentalmente.


— Faça amor comigo, Harry. Por favor? Tivemos uma noite juntos e, para mim, ela pertence ao bebê porque foi quando o concebemos. Quero lembranças do nosso amor só para mim… e para você, se as quiser. Estou pedindo demais?


— Ah, não, Gi, não está. — Harry beijou-a de leve. — Nosso filho teve a noite dele. Esta será nossa, minha e sua.


Harry aprofundou o beijo, abafando os soluços de Gina. Os corações se aceleraram, e o calor do desejo tomou conta de seus corpos como a corrente de um rio caudaloso.


Ele interrompeu o beijo e a ergueu nos braços. No quarto, pousou-a na cama, acendeu o abajur no criado-mudo e afastou a colcha. Respondeu ao olhar confuso de Gina:


- Eu quero ver o seu rosto! Quero observar você! Quero te gravar em minha mente...


Diante do sorriso de Gina, Harry a despiu vagarosamente e depois livrou-se das suas roupas rapidamente. Harry apoiou-se no braço enquanto acariciava a barriguinha dilatada de Gina.


— Tem certeza de que não vamos machucá-lo? — questionou, com a voz cheia de paixão.


— Ele vai ficar bem — afirmou Gina. — Esta é a nossa noite, Harry.


— Sim.


Ele a beijou, introduzindo a língua na maciez da boca. Explorando-a apaixonadamente. Gina enterrou as mãos nos cabelos espessos dele e correspondeu ao beijo com a mesma paixão.


Harry concentrou-se num seio intumescido com a gravidez, acariciava com cuidado. Explorou o seio esquerdo com a ponta da língua, enquanto o polegar acariciava a auréola direita. Gina gemia a cada toque seu. Gina acariciou-lhe as costas, extasiada com a força e a potência másculas.


Não raciocinavam, não ali, naquele mundo particular, onde só sentiam as carícias, os aromas, o prazer… Em busca do êxtase. Harry admirou o corpo de Gina, a gravidez a deixou incrivelmente maravilhosa. Sentiu Gina corar e, sorrindo, deu um beijo ofegante em seu lóbulo, sussurrando simplesmente:


- Linda...


Gina estava a beira de perder o controle. As mãos dele deslizavam pelo seu corpo, deteve-se por alguns momentos em seu ventre e depois desceu até o centro de sua excitação. Seus carinhos eróticos envolveram Gina em ondas de prazer, ela já não controlava mais seu corpo, arfava e inclinou o quadril em convite.


As chamas do desejo os envolveram rapidamente.


— Gi…


— Sim. Oh, sim, Harry! Eu quero você...


— Agora! – completaram juntos.


Ele a penetrou devagar, contendo-se, cuidadoso, até ela jogar a cabeça para trás e se contorcer em busca de mais prazer. Bailaram num ritmo perfeito. Uma dança particular, perdidos no calor do desejo, flutuando e subindo. O ritmo intensificou-se e, no instante final, gritaram o nome um do outro, aflitos.


Então, relaxaram, voltando à terra.


Harry rolou para o lado e aninhou Gina em seus braços, enquanto guardavam aquele momento especial, só deles, em um lugar especial da memória.


Seus corações se acalmaram, os corpos esfriaram, e a realidade se impôs.


Sem falar nada, mas ciente de que era o curso natural, Harry deixou a cama, vestiu-se e saiu.


Na sala, não pode deixar de olhar para o quarto... A vontade de voltar e gritar que a queria pulsando alto. Resignado, seguiu para seu frio apartamento solitário.


Quando a porta do apartamento se fechou, Gina chorou por aquilo que poderia ter sido, mas que nunca seria.


- Harry... – Falou baixinho. – Se eu pedisse para você ficar... Você ficaria?


Chorou até que o sono a vencesse. Mas antes admitiu para si mesma que ainda estava apaixonado por Harry, ainda o amava loucamente... Amanhã pensaria em alguma forma para lidar com esse sentimento.


Harry entrou cabisbaixo no seu apartamento, se serviu de Whisky de fogo e se jogou pesadamente no sofá. Deu um longo gole na bebida se sentido o pior dos homens, pois finalmente entendeu o porquê da relutância de Gina em casar com ele.


- Ela tem medo que eu vá embora novamente! – Falou alto. – Só que dessa vez eu não vou... Não vou nunca mais fugir!


Levantou-se decidido.


- Eu amo você, estou completamente apaixonado por você, Gina... Só preciso encontrar um jeito de fazê-la entender isso... – disse alto, passando as mãos nervosamente pelos já confusos cabelos negros.


 


***********


 


N/B: E viva Merlim e todos os magos! Pelo menos eles já sabem de seus sentimentos! Bom, mas, seu eu fosse a Gina, entraria na manhã seguinte, completamente linda, o chamando de deselegante e tomando posse do monumento! Humpft! Beijos a todos, Alessandra (Sandy Meirelles).


 


N/A: Hoje é sexta-feira... Capítulo fresquinho para vocês! Bom, trabalhei o dia todo hoje, por isso não postei mais cedo, a semana que vem vou tentar postar quinta a noite, fica melhor para mim. Como eu disse ar reação dos Weasley foi muito tranquila... kkkkk, mas também tava na cara de todos que eles se amam e depois de tanta negação eles finalmente admitiram seus sentimentos. Adianto, que o casamento ainda vai demorar, pois... Acho que já estou falando demais! Então até o capítulo dez! Muito obrigada, continuem lendo, comentando... Bjs!


 


LAÍS VIANA,


RAYANE TAVARES,


DEUSA POTTER,


CECÍLIA WEALEY,


BIANCA,


FLAVINHA,


KATHARINA ROCHA (parabéns, que seu bebê lhe traga muito amor...),


NATASCHA,


TUKINHA WEASLEY,


DANY KOHN,


Valeu pessoal, beijos! Daiana

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