Capítulo 4



CAPÍTULO IV


 


 


Gina enxugou as lágrimas e encarou Harry. As emoções no rosto dele alternavam-se a uma velocidade tal que lembravam uma projeção de dispositivos. Não fosse o perigo da reação do homem à notícia do bebê, o espetáculo seria até interessante.


A primeira expressão foi de presunção. Como se ela brincasse e ele o percebesse de imediato.


Então, cético, ele ficara boquiaberto. Fechou a boca em seguida e meneou a cabeça, indicando incredulidade. Por fim, arregalou os olhos ao se dar conta de que a notícia procedia.


E agora… o que era aquilo? Estava sorrindo? Não, com certeza, não. Mas… sim, ele alargava o sorriso… cada vez mais, até atingir o ponto máximo.


Oh, pobre Harry. Ele perdera a sanidade ante a notícia do bebê. Permanecia ali sentado, sorrindo como um idiota.


— Nós… nós vamos ter um bebê? — questionou ele, levantando-se, sempre sorrindo. — Isso é tão fantástico, tão… — Franziu o cenho. — Mas pensei que você tomasse poção contraceptiva. — O sorriso voltou a iluminar seu semblante. — Um bebê.


— Harry, céus, controle-se, sim? — pediu Gina. — O assunto é sério. Leia os meus lábios. Eu… estou… grávida. Eu. Sua amiga, sua camarada, sua parceira Gina. A poção curativa que tomei para a infecção nasal anulou o efeito da poção contraceptiva.


— Que fascinante — replicou Harry, meditando. — Poção curativa anula os efeitos comprovados das poções contraceptivas e…


— Harry! — exclamou Gina, levantando-se. — Estou esperando um filho seu. Eu. — Levou as mãos ao peito. — Sua melhor amiga. - Harry, ainda sorrindo, assentiu. — Quer parar de sorrir feito um idiota? — berrou Gina. — Está chocado? E isso, não é? — Lágrimas novas brotaram, e deu uma fungadela. — Estou tentando me comunicar com um zumbi — concluiu, desesperada. — Bom, eu vou ao casamento. Adeus, Harry.


— Gi, espere. — Harry aproximou-se e a segurou pelos ombros. — Ouvi tudo o que me disse, juro. Fiquei atônito a princípio, e um pouco assustado, admito, mas definitivamente sei que o… o…


— Bebê — completou Gina. — E assim que o chamo. — Deu outra fungadela.


— Está bem, o bebê. Eu sei que o bebê é real. — Harry pegou um lenço e o emprestou a ela. — Pode me ouvir, por favor? Imagino o quanto está preocupada e lamento minha ausência quando soube do bebê, mas… Gina, ficaremos bem, muito bem, você verá. Vamos nos casar logo e…


Gina arregalou os olhos e recuou um passo, desvencilhando-se das mãos dele.


— Casar? Casar! E a coisa mais maluca que já ouvi. Não estamos apaixonados um pelo outro, lembra-se? Somos amigos, lembra-se? Não vamos nos casar, Harry.


— Diga isso ao bebê — rebateu ele, apontando para seu abdome. — Ele tem mãe e pai que o desejam e… Você o quer, não quer, Gi? – olhou-a com uma ponta de terror nos olhos.


— Mas é claro que quero. Como pôde pensar que não?


— Então, está bem, tudo confirmado. Ambos queremos o bebê, portanto, vamos nos casar e…


— Não! Não! Não! — protestou Gina, as mãos nas têmporas latejantes. — Harry, por favor, acalme-se e pense. – Continuou. - Como amigos, somos o máximo. Mas, como marido e mulher morando sob o mesmo teto? Só de pensar tenho arrepios. Não daria certo, Harry. Acabaríamos nos odiando. Além disso, não pretendo me casar se não estiver profundamente apaixonada por um homem e ele por mim.


— Oh. — Harry franziu o cenho e levou a mão à nuca, concentrado no chão, digerindo as palavras de Gina. Encarou-a. — Raios, Gi, quero fazer parte da vida do meu filho, ser o melhor pai possível. Ser pai só no fim de semana, como a maioria dos meus amigos divorciados, é inaceitável para mim.


— Não será assim... E você não tem amigos divorciados! — adiantou Gina, meneando a cabeça. — Quero dizer, céus, somos vizinhos. Poderá ver o bebê sempre que quiser.


— E como vamos explicar esse arranjo esquisito ao nosso filho?


Gina suspirou.


— Estou com apenas quatro semanas de gestação. Temos muito tempo antes do nosso filho, ou filha, pedir explicações sobre nosso estilo de vida. Ainda estou me acostumando à ideia de que vou ter um bebê, sem considerar os problemas psicológicos que a criança poderá apresentar em um futuro distante. Um passo de cada vez, está bem? - E racionalizou: — Antes de mais nada, precisamos comparecer ao casamento de Hermione e Rony. Se não sairmos agora, vamos chegar atrasados.


— Talvez consigamos desconto com o pastor, se nos casarmos hoje — provocou Harry. — Duas cerimônias pelo preço de uma. Ele pode nos unir após realizar a cerimônia de Hermione e Rony.


— Harry, nós não vamos nos casar. Apague isso da sua mente, porque não vai acontecer. Nem agora, nem depois, nem nunca.


— Hum — desconversou ele, as mãos nos bolsos traseiros.


— Oh, e mais uma coisa. Por favor, não revele a ninguém sobre o bebê durante o evento. Preciso de mais um tempo em segredo antes que todos saibam. Hermione sabe porque foi ela que confirmou minha gravidez, mas não vai comentar nada.


— Aposto como já contou a Rony — declarou Harry, estreitando o olhar. — Marido e mulher não devem ter segredos um para o outro.


— Ela não vai contar — afirmou Gina. — Trata-se de confidencialidade entre paciente e médico. O importante hoje é que aja normalmente, que nos comportemos como de hábito. Minha família vai notar logo qualquer estresse entre nós.


— Não estou estressado — garantiu Harry, embora seu olhar refletisse uma batalha interna. — Vou ser papai.


— Acontece que eu estou estressada, está bem? Posso sentir enjôo a qualquer hora.


Harry avançou um passo e abraçou Gina. Ela reagiu, tensa, porém decidiu entregar-se ao conforto do calor e da força de Harry… só por um segundo.


— Lamento tanto que não se sinta bem — murmurou ele, segurando o rosto de Gina contra seu tórax amplo. — Hermione não pode fazer nada contra esses enjôos?


— O manual recomenda beliscar biscoitos de água e sal.


— Vamos parar em uma mercearia a caminho do casamento e comprar um pacote — decidiu ele. — Mais de um. Uma dúzia de pacotes.


— Já tenho vários, obrigada. Não dá certo. Pelo menos, os enjôos não duram muito tempo. Temos de ir, Harry, ou nos atrasaremos, e não seria justo com Hermione e Rony.


— Vamos — concordou ele, mas ambos não se mexeram. Permaneceram quietos, abraçados, cada um perdido nos próprios pensamentos, introduzindo o bebê na mente, no coração e na alma. Sem perceber, sorriam, encantados e atônitos com a dimensão do milagre.


Então, as lembranças da noite de amor voltaram, e o desejo entre eles renasceu, ganhando força e calor.


— Hum — murmurou Gina, sonhadora. – Podemos ir de carro... apartar só piora os enjôos...


— Ah, sem problemas... Ufa — desabafou Harry, e foi soltando Gina. Beijou-a na testa com gentileza. — E melhor irmos. - Gina piscou e assentiu. — Há algo que preciso dizer a você, Gi — declarou Harry, levemente rouco. — Não parece adequado, não é o bastante para expressar como me sinto, mas… obrigado. Está me dando o melhor presente de todos. Um filho. Com certeza, não planejamos isso, mas eu… bem, obrigado, Gina.


Ela baixou o olhar, incapaz de falar, o nó na garganta aumentava com as lágrimas.


 


*****


 


— Oi, tia Gina — saudou uma voz infantil. — Não vai nadar conosco?


Ela abriu os olhos, sentou-se na espreguiçadeira e sorriu para Ted e Victorie.


— Olá, Ted e Victorie — saudou Gina. — Vocês estão lindos em roupa de banhos.


— Onde está o seu maio, tia Gina? — indagou a menina.


— Aqui, debaixo do robe, mas estou com preguiça de entrar na piscina hoje. Decidi ficar deitada, tomando sol e relaxando. — Na verdade, Gina tinha a ridícula impressão de que todos perceberiam em um instante sua gravidez caso se mostrasse de biquíni. — Mas, então, Ted, que tal ter seis anos completos?


— E bom — respondeu ele, assentindo. — E melhor do que ter cinco, porque posso  ficar mais quinze minutos acordado à noite.


— Tia Gina? — chamou Victorie. — Por que chorou tanto no casamento de tia Hermione e tio Rony? Ouvi os soluços. Está triste porque tia Hermione e tio Rony se casaram?


— Oh, não…! —  Gina, franziu o cenho. - Eu não estava triste. — É o seguinte, querida: segundo Hermione, os hormônios na gravidez deixam a mulher volúvel e emotiva. Além disso, meu bem, Hermione e Rony obviamente estão tão apaixonados que eu me senti solitária e assustada com o bebê que vou ter e… - Foi tudo tão especial e maravilhoso, Vic, que as lágrimas vieram, só isso.


— Foram muitas lágrimas — observou Victorie.


— Sim, bem… — concordou Gina. — Não querem entrar naquela linda piscina nova? Talvez eu vá mais tarde. Está bem?


— "Tá" — responderam os dois, e correram para pular na água.


Gina recostou-se na espreguiçadeira, fechou os olhos novamente e suspirou.


Vamos nos casar logo.


As palavras de Harry ecoavam em seus pensamentos, e implorou para que se dissipassem, deixando-a em paz.


Desposar Harry Potter não era opção. Quando ele se acalmasse e pensasse melhor, perceberia que tinha sorte por ela não ter agarrado a oferta e marcado uma data na agenda… a caneta.


Francamente, tinha de dar crédito a Harry por ter reagido tão bem à notícia da chegada do bebê. Ele não se enervara, não negara a responsabilidade nem agira como um homem acuado, forçado a assumir o papel de pai, um papel que não queria.


Não, não Harry. Ele parecia encantado com a ideia, pronto para levá-la ao altar e colocar uma aliança em seu dedo. Era meigo, mas não iria acontecer. Não. De jeito nenhum. Nada justificava se casar com um homem que não a amava e que ela também não amava.


Claro, amava Harry, não podia imaginar a vida sem ele, mas como amiga, sem romance. De fato, haviam partilhado uma noite… e o incrível desempenho sexual classificava-se como romantismo ao extremo… mas acontecera, sem quererem.


Não era o tipo de acontecimento que provocava união entre um homem e uma mulher. Não chegava nem perto. Com bebê ou sem, não se comprometeria para sempre com um homem que não passava de um bom amigo.


Deu uma fungadela.


Bolas, ia chorar de novo. Por que estava tão emotiva? Não sabia, não tinha a mínima ideia, mas, daquele jeito, passaria os próximos oito meses com o nariz vermelho e uma dor de cabeça cavalar para combinar com os enjôos que atacavam a qualquer hora.


— Ora, baby, não vai entrar na piscina?


Gina abriu os olhos e viu Harry deitando-se na espreguiçadeira ao lado.


— Harry — censurou ela, olhando ao redor. — Não me chame assim. Alguém pode ouvir.


— E não achariam nada — afirmou ele, sorrindo. — Achariam que é apenas um novo apelido que lhe dei. Acho muito esperto, um código secreto para o bebê. — Fez uma pausa. — Por que está toda escondida nesse robe?


Gina sentou-se e apertou o cinto do robe atoalhado.


— Não sei. Sinto-me… estranha, como se o meu corpo não fosse meu, ou algo assim. Fico achando que todo mundo vai saber só de me ver… — Verificou os arredores novamente. — Sabe o que quero dizer. — Suspirou. — Minha mãe é perita em gravidez! Harry, gostaria de ir para casa o mais rápido possível, Rony e Mione já partiram para Paris. Preciso muito ficar sozinha.


— Ora, claro, Gi, podemos ir embora quando quiser. — Harry levantou-se e estendeu a mão dela. — Basta dizer.


— Não, não é justo com você, Harry! — protestou ela. — Eu vou dizer que estou com dor de cabeça... Chamar um táxi, não, não, vou usar a lareira, senão vão desconfiar! Você fica. A festa mal começou, e não há motivo para você não se divertir.


— De jeito nenhum — respondeu ele. — Eu a trouxe e vou levá-la em segurança para casa. Além disso, como posso me divertir sabendo que está sozinha no apartamento? Pode até estar chorando. Chorou bastante hoje. Não. Se quer ir para casa, eu a levarei.


— Isso não faz sentido. — Gina não se conformava. — Preciso de um tempo só para mim. Isso significa que você ficará no seu apartamento, fitando as paredes, quando poderia estar se divertindo.


— Não. Vou ficar no seu apartamento com você. Não precisa falar comigo, eu leio uma revista. Terá toda a privacidade de que precisa, basta me ignorar. Você não está bem hoje, Gi, o que é compreensível. Eu não conseguiria jogar quadribol com seus irmãos imaginando você encolhida no sofá, provavelmente com seu robe verde, preocupada, ou sabe-se lá de que jeito.


— Ohh — protestou Gina, deitando-se de novo na espreguiçadeira. — Você não entende a definição de tempo só para mim, Harry Potter.


— Tempo só para mim — veio uma voz. — Definido por uma mulher é algo complicado.


— E imagino que seja especialista no assunto, George. — desdenhou Harry, brincando.


— Sou sim, Harry. — George puxou uma cadeira e sentou-se. — Conheço profundamente o funcionamento estranho do cérebro feminino.


— Vou adorar ouvir isso — retrucou Gina, fitando George com um olho apenas. — Vá em frente.


— Muito bem, Harry, preste atenção. Quando uma mulher diz que quer um tempo para si, é melhor você desaparecer, deixá-la sozinha.


— Graças! — declarou Gina, e fechou os olhos novamente.


— Entretanto — continuou George, erguendo um dedo. — Não vá muito longe, porque espera-se que esteja a postos quando a dita mulher muda de ideia de repente e resolve discutir com você o que ela pensou enquanto esteve sozinha. - E resumiu: — Em outras palavras, fique à espreita. Nada de ir ao jogo ou a um bar perto, filho, porque vai se encrencar. E tenho dito.


Gina abriu um olho e riu.


— George, você faz crer que as mulheres são todas malucas!


— E não estou certo, Gi? — desafiou George. — Custou, mas aprendi.


— Bem, sim, mais ou menos… — concedeu Gina devagar. — Mas está falando de você e Angelina. Vocês dois são casados e… Harry não precisa se aperfeiçoar nas sutilezas do meu pedido de tempo. Somos bons amigos, não marido e mulher.


— Mas esquece-se de algo importante, Gina — rebateu George, levantando-se. — Sim, Angelina e eu somos casados, já há alguns anos agora. Mas Angelina é também minha melhor amiga e vice-versa. Pense nisso. É muito importante. Até mais.


Gina franziu o cenho e encarou Harry.


— Você entendeu essa última parte?


— Não. — Harry deu de ombros. — Esqueça. George tagarela às vezes só para ouvir a própria voz. — Fez uma pausa. — Ouça, podemos ir, se quiser seu tempo sozinha. Basta dizer.


Gina sorriu.


— Vou ficar aqui na festa.


— Tem certeza de que quer isso mesmo?


— Sim, absoluta — respondeu ela. — Até vou torcer por você no jogo depois. Obrigada, Harry, por se prontificar a me levar para casa. Foi muito gentil e apreciei muito.


— Ora, para que servem os amigos? — Harry franziu o cenho. — Com certeza, não para engravidar as amigas. Ai, desculpe-me, Gi! Devo pedir perdão pelo que aconteceu?


— Não, Harry — respondeu Gina, terna. — Nós dois estávamos lá, igualmente responsáveis… Bem, basta. — Pousou as pernas no chão. — Estou cansada de ficar sentada aqui, coberta como uma mamãe. Vamos dar um mergulho.


Tarde da noite, Harry parou de rolar na cama, levantou-se, caminhou em círculos pelo quarto, foi até a sala... Quase bateu na parede, queria ter certeza que Gina estava bem. Quando voltaram para casa Gina estava muito cansada, um pouco pálida e se negou a comer qualquer coisa, só disse que precisa dormir e que estaria nova em folha. Precisava conversar com Hermione seriamente sobre o estado de Gina. Isso era normal?


Estava irritado devido à insônia, concluiu. Nunca se recuperaria da diferença de horário se não parasse de rolar na cama. Foi até a cozinha e pegou um copo de leite, ajudaria a dormir.


Mas  o leite não convenceu seu cérebro, ainda continuava excitado com a notícia da paternidade, com o fato de Gina estar carregando seu filho.


Um filho. – Sorriu de satisfação. Seria parecido com ele ou com Gina? Imaginou um garotinho de olhos castanhos, cabelos bagunçados e vermelhos sorrindo em cima de uma vassoura. Sim, o bebê teria os olhos castanhos de Gina.


O bebê incorporava-se a sua vida, atingindo-o como uma tonelada de tijolos, causando inúmeras perguntas que assolavam seu raciocínio.


Seria um bom pai? Como se aprendia a ser pai? Gina seria uma mãe fantástica, disso tinha certeza, mas como ele seria como pai? Gina tinha uma boa referencia materna. Molly Weasley era simplesmente a melhor mãe do mundo! Mas ele! Tio Válter (nunca mais o tinha visto, só procurou saber se estavam bem e depois tratou de esquecer que os Durley’s existiam), não tinha sido uma boa referencia paterna. Suspirou, mal lembrava de seu pai.


Abriu a gaveta da mesa de cabeceira e pegou uma caixinha de veludo preta. Olho atentamente, abriu e admirou o delicado anel: aro de ouro branco, um brilhante maior rodeado por brilhantes menores, havia pertencido a sua mãe e só existia uma mulher que ele gostaria de colocar aquele anel.


Lembrou que há quatro anos atrás estava disposto a pedir Gina em casamento. Voltou de sua viagem de exílio decidido a reatar sua vida e a primeira coisa que iria fazer era pedir Gina em casamento. Havia sentido falta de Hermione, Rony e todos os Weasley’s, mas foi por Gina que voltou, foi nela que ele pensava todos os dias.


Quando apareceu na Toca aquele domingo, tinha um plano na cabeça, convidaria Gina para jantar, pediria perdão pela ausência e diria que ainda a amava, ela iria resistir um pouco, xingá-lo, mas depois iria ceder e bingo, pediria ela em casamento. Talvez não fosse tudo em uma única noite, levasse alguns dias, um mês talvez, mas teria Gina de volta.


Então ela apareceu na sala, mais linda do que nunca, correu até ela e abraçou, precisou se controlar para não repetir a cena da época da escola. Gina se desvencilhou de seus braços e ainda sorrindo disse: “Harry, que bom que voltou, quero que conheça o Phillip, meu namorado!


Era como houvesse lançado algum feitiço de confusão, pois não queria acreditar no que estava vendo. Gina tinha um namorado e parecia feliz! Bom, ela continuou a vida dela enquanto ele precisava de um tempo.


Você é mesmo um tapado Potter! Perdeu. Sim, havia perdido Gina. Desde aquele dia, começou a sair uma semana com uma garota diferente, resolveu assumir um posto no Ministério Irlandês, depois voltou para Londres se embreando em missões que ninguém queria, só para não ver Gina feliz com Phillip.


Mas Gina não estava feliz. Gina, tão cheia de vida, do lado de Phillip parecia apática – será que ele era uma espécie de vampiro e sugava a energia dela? O certo é que Gina terminou com Phillip algum tempo depois. E o Potter imbecil estava em uma missão no México e ficou lá quase quatro meses, quando voltou Gina havia ido para os Estados Unidos. Outra vez a havia perdido.


Era um idiota mesmo, porque não correu atrás dela, porque não revelou seu amor. Enfrentou Voldemort, o maior bruxos das trevas, mas não tinha coragem de dizer para uma garota que a amava. Era um galinha, canalha, se envolvia com um monte de garotas e ainda falava delas para Gina! Ela tinha razão em não querer casar com ele mesmo!


Gina. Ela era parte importante de sua vida havia mais de um ano. Desde que Hermione e Rony resolveram morar juntos e aquele idiota do Brian agrediu Gina. Resolveu, então ficar por perto, cuidado dela, não queria que ela se machucasse, se não podia ter o amor de Gina, teria sua amizade.


 Então era isso, a amizade de Gina bastava! Até comprou o prédio onde moravam, Gina não sabia disso, pois quando Hermione saiu do apartamento, ela quase se mudou, o aluguel ficaria pesado demais só para uma pessoa bancar. Gina acreditou que o proprietário era muito bonzinho por reduzir o aluguel praticamente pela metade.


Durante todo esse tempo, saíram juntos, compareceram a compromissos sociais, conheceram pessoas legais, mas nenhum romance foi adiante para ambos. Tinham amizade baseada na confiança. De repente, num deslize, uma noite haviam queimado todas as etapas de uma vez. Tudo que Harry sonhou estava se tornando realidade, a não ser pelo fato de Gina não querer casar, dela não amá-lo.


O fato era que ele não amava Gina, não estava apaixonado, já havia esquecido desse sentimento que um dia sentiu por ela.


- BURRO POTTER! Só você acredita nisso! -  Gina seria mãe de seu filho, mas não sua esposa. Ela recusara seu pedido de casamento por não estarem apaixonados.


Portanto, não iriam se casar. Não estava mesmo apaixonado. Não encontrara sua alma gêmea na multidão, mas seria pai.


Com um suspiro, passou as mãos no rosto e fitou o teto na escuridão.


Sentia um pouco de pena de si mesmo, meio traído por não ter o pacote completo, como o resto dos Weasley. Vivia cercado por casamentos felizes, casais apaixonados ao ponto do ofuscamento, núcleos familiares perfeitos, com mãe, pai e crianças bonitas.


Até Carlinhos, solteirão convicto, aparecera na festa de Natal recém-casado, com um filho e outro a caminho. Fora o choque do ano. E Carlinhos e Jennifer eram felizes juntos. E Joey? Que garotão.


Invejava seus amigos? Invejava os outros casais do clã Weasley? Provavelmente sim, o que não era agradável, porém verdadeiro.


— Bem, supere Potter — ordenou-se, carrancudo na escuridão. — Agradeça o que tem e cale-se… e vá dormir, já que está se aconselhando.


Permaneceu alguns segundos de barriga para baixo e então retornou à posição anterior, de costas.


Gostava muito de Gina. Amava-a. Mas era um amor baseado em profunda amizade, não do tipo romântico, como o dos outros Weasley.


Passou a mão no lençol, onde Gina se deitara quando fizeram amor. Fora uma noite romântica, sem dúvida. O ato partilhado com Gina ultrapassara as expectativas em intensidade… o ato fora… bonito, especial de verdade, o que aumentava a confusão.


Ah, raios! Aquela noite não se repetiria e era melhor esquecê-la. Bem, não podia apagá-la completamente da memória, já que resultará num bebê.


Agora, lá estava ele novamente, andando em brasas mais uma vez, imaginando se seria um pai decente. Mas, não estava apaixonado por Gina, já havia superado isso, não havia?


Bocejou e fechou os olhos.


Muito bem, não teria o quadro completo, com esposa e lareira, mas daria apoio a Gina e ao bebê, nos bons e maus momentos.


Sim, precisava agradecer o que tinha.


Ganharia um filho, que ajudaria a criar da melhor forma possível.


E já tinha uma melhor amiga, o que era mais do que muitas pessoas conseguiam durante a vida toda.


O que aquele George falara sobre maridos, esposas e amigos? Raios, não se lembrava, e na hora não fizera sentido mesmo.


Finalmente, o sono chegou, mas Harry teve uma noite muito inquieta.


 


 


*****************************


 


N/B: Ahhhh, está começando a se explicar... Potter Tapado mesmo!!!! Agora, o que será que vai dar a mistura de “Potter tapado” com “Gina teimosa”? Quando eles vão se tocar e conversar??? Humpft! Mas eu to amando, Day! Muito! Beijos, Alessandra.


 


N/A: Como prometi capítulo novo para vocês... To adorando adaptar essa história, já antecipo que teremos um epílogo que no original não tem, já estou com todos os capítulos prontos, ainda falta mandar para a beta, mas o principal já fiz, por isso vou conseguir manter as atualizações semanais... Próximo capítulo, no final da semana que vem. Continuem lendo e comentando... beijos para todos e um especial para:


 


Fl4v1nh4,


Moziza,


 Rayane Tavares,


Elane Black,


Bruna Potter,


Ginny M. W. Potter,


Quézia,


Natascha,


Thamis no Mundo,


Muito obrigada pelas palavras, continuem comentando... Daiana

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