Capítulo 7



CAPÍTULO VII


 


 


A sala de espera na ala da maternidade do Hospital St Mungus já estava lotada de Weasley’s  quando Gina e Harry chegaram.


O casal mais velho do clã – Molly e Arthur – esperava ansioso a chegada do novo neto. Gui, irmão mais velho de Gina, tinha vindo sozinho, pois Fleur estava envolvida com as duas filhas do casal, Victorie de cinco anos e Dominique de três; George e Angelina haviam deixado Freddy de dois anos com os avos maternos; Percy havia ido sozinho, pois Audrey estava com as gêmeas do casal – Molly e Lucy de dezoito meses.


George e Rony promoviam apostas sobre o evento "desmaio de Carlinhos". Os interessados tinham que apostar altas somas na crença de que Carlinhos sobreviveria à provação com os pés no chão, ou desmaiaria antes, durante ou depois da chegada do filho. No parto de Joey – há quinze meses - ele ficou forte e firme ao lado de Jeniffer. Ninguém tinha dúvida quanto ao sexo da criança.


— Obrigado, obrigado — agradeceu George a Harry ao receber uma aposta. — Está atrasado, portanto, só resta a alternativa… Carlinhos vai desmaiar na própria cozinha quando chegar em casa. Vai querer?


— Está bem — concordou Harry. — Ele vai manter a compostura aqui e perdê-la mais tarde.


— Feito. — Rony rascunhou em um pedaço de papel. — Aliás, Harry, lembre-se de que coloquei vinte pratas em você na aposta dos solteirões. Mantenha seu estilo avulso e descompromissado, cara. Sempre foi solteirão convicto e, se mudar de ideia, vou perder dinheiro.


— Pretendo manter minha forma de pensar atual — afirmou Harry olhando de soslaio para Gina.


Queria era arranjar uma esposa, ter filhos, um lar de verdade, mas disso Rony nem desconfiava. Na verdade, sempre desejara tudo isso, apenas jamais confessara a dificuldade que tinha para encontrar sua alma gêmea na multidão. Rony reagiria muito mal se soubesse que seu amigo "avulso e descompromissado" Harry pretendia se casar com sua irmã caçula… de algum modo.


— Fico contente em saber — declarou Rony — Com certeza, gostaria que alguém determinasse por quanto tempo você e Neville têm de ficar solteiros para eu pegar meu prêmio. Essa aposta dos solteirões é traiçoeira. Mas só porque não fui eu que a conduzi.


Gina riu.


— Está tão convencido, Rony Weasley. Com certeza, não há nada errado com sua auto-estima.


— Ora, o que posso dizer? — Rony sorriu. — Ou se tem, ou não se…


— Prendam minha língua com uma colher — ameaçou Gui, largado no sofá. — Não fale com ele, Gina. E um desperdício. Diga, alguém sabe como Carlinhos e Jennifer vão batizar o bebê?


— Não — respondeu Arthur Weasley. — Carlinhos disse que saberão com certeza quando virem o bebê. — O futuro avô deu de ombros. — Não imagino como irão batizá-la.


— Felizmente, não teremos de esperar muito para descobrir — comentou Molly Weasley, ansiosa. — Essa espera é cruel.


— Você ainda não se acostuma após meia dúzia de netos, Molly — afirmou Arthur Weasley.


— Não — respondeu a esposa, rindo. — Não importa quantas vezes venha a esta sala, sempre vai vou me sentir incapaz enquanto as horas passam. — Molly  fez uma pausa. — Gina, venha se sentar perto de mim, querida. Não a vejo há tanto tempo.


Gina cruzou a sala e sentou-se no sofá ao lado da mãe. Sabia que estava em falta com os pais, mas ainda não tinha coragem de revelar sobre a gravidez. O resto do clã voltou a conversar, os assuntos variavam do clima ao campeonato de quadribol.


Molly Weasley sorriu afetuosa.


— Eu queria que se sentasse aqui comigo um pouco, Gina querida — declarou Molly. — Assim como está, assim mesmo, ficou fácil adivinhar que está grávida. - A matriarca continuou: — Não tinha certeza se você queria tornar o fato conhecido, já que não contou nada até agora. Se eu estiver errada, levante-se e faça uma declaração. Sou sua mãe Ginevra, porque não contou ainda...


Gina empalideceu e tentou, em vão, encolher a barriga.


— Oh, céus, não — sussurrou. — Não quero fazer uma declaração sobre… — Olhou rapidamente ao redor da sala barulhenta. — Acha que mais alguém… Oh, é terrível, simplesmente horrível. Papai...


— Shh, shh… Ainda não percebeu! — Molly apertou-lhe o joelho. — Não se preocupe. Você é minha bebezinha, Gina. Ninguém vai censurá-la. Se estiver feliz com o seu bebê, ficaremos também. Os Weasley colocam fé na felicidade. Está contente com o bebê? - Gina sorriu discretamente.


— Sim… a maior parte do tempo. Quando estou realmente cansada, fico bastante assustada, mas… já amo este bebê e o quero muito.


— Ótimo. Perfeito — declarou Molly, sorrindo. — É isso o que importa. Sabe o sexo? Já fez um ultra-som mágico?


— Oh, não. Não fiz ultra-som. Talvez seja menino. Meninos são legais. Sim, são umas gracinhas, esses garotinhos. Mas, por outro lado, poderia ser menina. E elas também…


— Oi, Molly — saudou Harry, surgindo de repente diante das duas.


— Olá, Harry — respondeu Molly, sorrindo. — Que maravilha você estar aqui para o grande momento da vida de Carlinhos. Pensei que estivesse em Madri.


— Cheguei esta noite. — Harry agachou-se diante de Gina e apoiou a mão em seus joelhos. — Aposto que não jantou ainda, Gi. Que tal se eu fosse à lanchonete e lhe trouxesse um sanduíche e um copo de leite?


Gina lançou um olhar de pânico a Molly e então a Harry.


— Não, obrigada, amigo Harry — respondeu, fitando-o severa. — Vou comer algo quando chegar em casa. Pode ir conversar com meus irmãos e fazer o que os rapazes fazem. Adeus, Harry, colega.


Ele franziu o cenho.


— Está com olheiras, Gi. Não notei quando viemos. Se demorar muito por aqui, vou levá-la para casa para que possa descansar.


— Harry — sussurrou Gina, com dentes cerrados. — Vá embora. Tenho certeza de que todos querem saber sobre Madri, Lisboa, o raio que o parta...


— Talvez uma das máquinas automáticas de venda neste andar tenha caixinhas de leite — ponderou Harry.


— Oh, céus! — Gina escondeu o rosto nas mãos. Harry levou as mãos às coxas e impulsionou-se para se levantar.


— Vou ver as máquinas.


Gina ergueu a cabeça só o bastante para espreitar entre os dedos e verificar que Harry realmente partira. Encarou a mãe e quase gemeu alto ao vê-la estreitar o olhar. Não podia deixá-la especular.


— Então! Joey está contente com a chegada do irmãozinho? Imagino que ele esteja com Fleur, ou  Audrey, ou… Joey é tão engraçadinho. Adorável. Vai ser um irmão e tanto, não acha mamãe? Com certeza. A umidade do ar anda baixa. Setembro é tão abafado, sabe o que quero dizer? Eu…


— Harry será um pai maravilhoso — afirmou Molly. — Tenho certeza, ele me parece tão devotados. Imagino que Harry tenha decretado que é menino… Então, você terá um menino porque é assim que funciona. O pai sempre sabe, sem a menor dúvida. Estou entusiasmada por vocês dois, Gina, de verdade.


— Oh, mas… Harry, quem? — desconversou Gina, batendo os cílios.


Molly riu.


— Tudo bem, não vou dizer nada. Você e Harry se amam, estão esperando um bebê e, fora isso, seus planos não são da minha conta, mesmo eu sendo sua mãe. Tenho certeza de que informarão a família sobre as novidades quando estiverem prontos, e está tudo bem.


— Mãe, preste atenção — sussurrou Gina. — Harry é meu melhor amigo e eu sou a melhor amiga dele. Sim, nós nos amamos, mas não… não de forma romântica, não estamos apaixonados, apenas amor de amigos. Não vamos nos casar porque a paixão não existe.


— Minha criança — começou Molly. — Eu sou bem mais vivida que você... Ginevra, lhe conheço há mais de 22 anos... Sei que nunca deixou de amar Harry, como você gosta de falar... Ainda é a mesma menina de dez anos apaixonada por Harry Potter!  - Continuou: — Harry tem os expressivos olhos Potter, iguais aos de Lílian e com a vivacidade de Tiago. Eu o vi falando com você, olhando para você. Oh, sim, Gina, nosso Harry está definitivamente apaixonado, como sempre esteve... Não importa o que vocês digam. Isso não significa que ele, nem você, estejam cientes da profundidade das emoções que sentem, ainda, mas…


— Não, não, não — declarou Gina. — Não quero parecer desrespeitosa, mãe, mas está muito enganada. Harry e eu somos bons amigos… nada mais. Isto… aconteceu sem querermos — afirmou, indicando o abdome. — E repito… Harry e eu somos bons amigos, os melhores, companheiros, parceiros. Ponto final.


— Hum… Sem querer, Gina? Esse tipo de intimidade não acontece sem querer... Sei a educação que lhe dei, assim como confio em Harry e, definitivamente, sei que vocês dois jamais fariam algo tão íntimo e sério, assim sem querer...   – Molly deu palmadinhas na perna impaciente de Gina. – Minha filha, a questão é que seu pai também é meu melhor amigo, assim como minha alma gêmea. Então...


— Esse assunto de novo não... Porque todos acham que amigo e alma gêmea podem ser sinônimos!? - Comentou Gina, intrigada. —  Isso é realmente, inusitado.


Harry exclamou do outro lado da sala:


— Vejam quem encontrei nessa roupa verde de centro cirúrgico, pessoal! Senhoras e senhores, apresento-lhes Carlinhos, o mais novo papai deste clã. Oh, e aqui está minha amiga Hermione, direto da sala de parto também.


Todos se levantaram e começaram a falar ao mesmo tempo. Gina respirou fundo e juntou-se ao grupo.


Carlinhos ergueu as mãos, pedindo silêncio.


— Eu não desmaiei — declarou Carlinhos. — Nem antes, nem durante, nem depois do nascimento de minha filha, nem vou fraquejar mais tarde, caso haja essa opção na aposta.


Abriu um sorriso largo.


— E uma menina, claro. Porque eu disse que seria, pesa três quilos e trezentos e setenta e seis gramas. Jennifer foi fantástica, o bebê não pára de chorar. Eu… — Emocionou-se. — Eu me sinto abençoado.


— Qual é o nome, filho? — indagou Arthur.


— Ele se chama Julia. — Carlinhos olhou para Gina.


— Joey e Julia. Soa bem. E, ela é Julia…Ginevra… Weasley.


Gina arregalou os olhos, brilhantes de repente.


— Você… vai batizar a sua  filha com o meu nome? Ah, Carlinhos, nem sei o que dizer. E… quero dizer… obrigado. — Olhou ao redor. — Ei, Harry, onde você está? Ouviu isso? Jennifer e Carlinhos vão batizar o bebê de Julia Ginevra Weasley. – Falou com os olhos marejados de lágrimas.


Gina aproximou-se de Harry. Ele pousou o braço seus ombros delicados e a apertou contra si.


— Não é demais? — indagou Harry.


— Demais — confirmou ela, sorrindo.


Todos fitaram o par, enquanto eles continuavam sorrindo um para o outro.


— Bem! — Molly colocou-se diante de Gina e Harry. — Quando poderemos ver Julia Ginevra? Carlinhos? Hermione?


— Vou verificar — declarou a Hermione sorrindo. — Enquanto isso, podem abraçar o novo papai, pessoal. Ele se comportou muito bem lá dentro. Para Jennifer, nada de visitas esta noite, exceto para Carlinhos, mas Julia Ginevra estará no berçário. Volto em um minuto.


Carlinhos levou muitos abraços, apertos de mão e tapas nas costas, e as conversas paralelas recomeçaram. Quando Harry soltou Gina para dar um grande abraço no amigo, Molly aproximou-se dela.


— Harry definitivamente está apaixonado — sussurrou Molly. — Agora, você precisa descobrir como se sente em relação a ele naquele tempo que ainda tem, antes que ele descubra a verdade de seus próprios sentimentos.


— Mas…


— Não se apresse, querida — tranqüilizou Molly. — O tempo guarda todas as respostas.


— Mas…


— Julia Ginevra Weasley está pronta para receber a visita dos parentes — avisou Hermione, da porta.


— Mas… — Gina viu Molly se afastar. — Está enganada e… — Suspirou. — Ah, não importa.


— Vamos, Gi! — chamou Harry. — Vamos conhecer sua xará.


Julia Ginevra Weasley  era linda, avaliou Gina, quando chegou sua vez de vê-la pela vitrine do berçário. Tão perfeita.  Tinha cabelos loiros avermelhados, bochechas rosadas e era tão bonita... Além de pequenina. Nunca percebera antes como os recém-nascidos eram pequenos.


— O que você acha? — indagou Harry. — Garotinha, hein?


— Sim, é linda — concordou Gina. — Mas tão pequena, Harry, e indefesa e… Como é possível segurar uma criança tão pequena sem amassá-la?


— Com muito cuidado, acho — ponderou ele, risonho. — Não sei, Gi. O instinto natural entra em ação e a coisa vai. — Deu de ombros. — Não pode ser tão difícil. Até George conseguiu ajudar a cuidar de Freddy quando nasceu sem quebrá-lo.


— Ouvi isso, Harry! — protestou George. — Devo informar que já era profissional uma semana após a chegada do  menino em casa. Ora, deve haver algum tipo de aposta que eu possa promover sobre a proficiência dos novos papais. Hum. Vou pensar nisso.


— Digam boa noite à Julia Ginevra, pessoal — avisou Hermione. — A hora de visita acabou. Carlinhos, vá dar um beijo na sua esposa. Eu vou para casa. Ronald...   Até para todos.


Após se despedir de Carlinhos, o grupo desceu de elevador e se dispersou na recepção do St Mungus, indo em direção as lareiras.  Harry e Gina seguiram em direção ao  estacionamento, dirigindo-se ao carro de Harry.


Gina permaneceu em silêncio durante o trajeto para casa, pensando no que a mãe  lhe dissera. Molly era uma mulher maravilhosa e inteligente, pensou Gina, mas dessa vez estava errada. Harry Potter não estava apaixonado por ela. E ela com certeza não estava apaixonada por ele, tampouco.


Tratava-se apenas da força do desejo de Molly. Ela simplesmente queria que filha tivesse aquilo que todos os outros Weasley’s tinham. Sempre desejou que Harry fosse oficialmente da família.  Mas simplesmente não estava lá, aquele amor romântico que Molly pensava haver identificado nos expressivos olhos Potter de Harry.


Gina suspirou, deixando transparecer a frustração.


Molly enganara-se. Fatos eram fatos. Não havia por que ficar triste. Ela e Harry simplesmente não estavam apaixonados um pelo outro. Eram amigos que se amavam de forma fraternal e nada mais. Era impossível uma paixão de criança tornar-se uma paixão adulta, de dois adultos maduros... 


Gina suspirou novamente, sua mãe tinha razão em uma coisa: ela jamais deixaria algo tão íntimo acontecer sem querer. Mas isso seria com outro cara qualquer. Mas foi  com Harry! E com Harry podia...


Gina suspirou mais uma vez e convenceu-se a deixar o assunto de lado.


— O que foi, Gi? — indagou Harry, olhando-a rapidamente. — Você parece triste ou algo assim.


— Não, só estou cansada — afirmou ela. — E com fome. E com sede. Preciso tomar leite. Em casa, vou comer, beber e ir direto para a cama.


— Parece um bom plano — aprovou Harry. — Você precisa se alimentar, tomar seu leite e descansar. — Fez uma pausa. — Julia Ginevra Weasley. Que presente especial Jennifer e Carlinhos lhe deram!


— Sim, muito especial.


— Só fica atrás do presente que você está me dando, Gina. Meu filho. Nosso filho. Na próxima vez que a família Weasley se reunir naquela sala, será para esperar a chegada do nosso bebê. Não é maravilhoso?


— É — concordou Gina, e franziu o cenho. -  Minha mãe já sabe. Olhou para mim e soube que eu estava grávida. Depois, você ficou insistindo que eu precisava comer e tomar leite… Bem, mamãe  descobriu que você é o pai naquele cenário charmoso. Que tal essa, Potter?


Harry riu.


— Sério? Molly descobriu? Bem, é quase impossível esconder algo de Molly. Ela é esperta. Ora!


— Ora! — berrou Gina, e Harry encolheu-se. — Eu chamaria de desastre, isso, sim. Não estou pronta para enfrentar minha família, Harry. Não estou preparada para contar para... Meu pai, meus irmãos que estou grávida, porque… simplesmente não sei o que dizer, como explicar que eu… A garotinha dele... Aii! — Levou a mão à têmpora. — Essa situação toda não é… não é engraçada, Sr. Potter.


— Céus, Gi, desculpe-me — murmurou Harry. — Não quis aborrecê-la, juro que não. Ouça, estamos quase em casa. Faltam poucos quarteirões. Vou lhe preparar algo para comer. Está bem? Quer o leite quente? Leite quente é calmante. Sim, é isso o que vou fazer. Vou esquentar o leite e…


— Harry, pare de ser tão gentil comigo — protestou Gina, erguendo as mãos para o alto. — Acabo de gritar com você feito uma megera e…


— Megera — identificou Harry. — Sabia que muitas novelas e episódios de seriados foram baseados em A Megera Domada, de Shakespeare?


Gina riu e meneou a cabeça.


— Quem? Você é maluco! É impossível ficar zangada com você. Desculpe-me pelo ataque.


Harry estacionou e desligou o motor.


— Vou falar com Molly, Gi, e pedir-lhe que não conte a ninguém sobre o bebê ainda. Melhor assim?


— Não, tudo bem. Estou engordando rápido, lembra-se? Todo mundo vai saber logo, assim… prepare-se para responder a um "zilhão" de perguntas da minha família sobre o motivo de não estarmos casados. Oh, tenho horror a essa parte.


— Vou pensar em uma explicação... Se bem que Arthur podia nos obrigar. — Harry saltou e contornou o veículo antes de ver o olhar mortal que Gina lhe lançou, mas continuou falando: - Algo como… Gina e eu vamos nos casar na semana que vem, ou Gina e eu nos casamos na semana passada, ou… - Calou-se,  só lhe faltava descobrir como convencer Gina a se casar com ele. Uau. — Vou lhe abrir a porta, Gi. Espere.


— Por quê? Você nunca abriu a porta do carro para mim antes.


—Agora é diferente — justificou ele. —Muito diferente. E depois, antes mal usávamos o carro...


Gina franziu o cenho. Harry não estava abrindo a porta para ela, lembrou-se. Estava fazendo isso pelo bebê. Tratava-se da mulher que gerava o filho dele. E devia manter isso em mente.


No apartamento, Gina trocou de roupa e vestiu o robe verde confortável enquanto Harry se ocupava na cozinha, preparando omeletes e torradas, a única opção, devido à falta de mantimentos nos armários. Precisava fazer compras!


Saborearam o jantar em silêncio, cada um perdido nos próprios pensamentos. Harry arrumou a cozinha e só então se encaminhou à porta da sala.


— Vou deixar você descansar.


— Oh, sinto-me muito melhor agora, alimentada — confessou Gina. — Não precisa ir embora já.


— Preciso desfazer a mala, verificar a correspondência e tudo o mais — explicou Harry. — Até amanhã.


E se foi, deixando Gina parada no meio da sala, fitando a porta fechada.


— Bem — murmurou. — Está bem. Ótimo. Acho. Caminhou devagar para o quarto e estacou ao ouvir três batidas na parede. Apressou-se para responder e foi abrir a porta. Harry entrou de novo apressado.


— Harry, o que foi?


Ele se voltou de olhos arregalados.


— Diabretes! — resumiu ele, sem encará-la. — Meu apartamento foi invadido por Diabretes. As patifezinhas estão em toda parte. Deviam estar escondidas quando entrei em casa hoje, antes de irmos para o hospital, mas agora resolveram me desafiar. Terei de dormir aqui… com você.


Gina estreitou o olhar.


— Como?


— No sofá — especificou Harry, e estremeceu. — Não posso ficar lá e me deixar devorar por aquelas criaturinhas.


— Vá comprar inseticida e acabe com elas — sugeriu Gina — Você é maior do que elas, Harry.


— São muitas, Gi. A situação exige um exterminador profissional. Vou falar com o proprietário amanhã cedo. Por enquanto, vou pegar emprestados um travesseiro e um cobertor e me instalar no seu sofá. Sem problemas. Vou pegar lençóis no seu armário... Apenas finja que não estou aqui. Vá dormir. Boa noite, Gina.


Ela ficou boquiaberta, e então se recompôs, ao perceber que não tinha o que dizer.


— Boa noite, Harry.


Assim que Gina entrou no quarto, ele golpeou o ar em triunfo.


Sim! Conseguira. Que plano brilhante! Agora, ele e Gina moravam sob o mesmo teto.


O exército de diabretes que ele inventara se mostraria bastante implacável, uma espécie nova e resistente aos produtos químicos normais desenvolvidos para acabar com elas.


Agora poderia mostrar a Gina que, embora não estivessem apaixonados, poderiam conviver bem, que ser amigos contava muito e que podiam se casar é criar o  filho em um lar de verdade, com pai e mãe.


Seu plano estava em ação.


A batalha começara.


Queria vencer e venceria.


Tinha de vencer.


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N/B: Ah, a Molly é o sonho de toda garota, não? Compreensiva, amiga e tudo o mais... Mas, ela é mãe.... E mãe sabe cada pequena mudança na gente! Achei o capítulo muito gostoso! E só não vou bater nesses dois pois tenho certeza que logo vão descobrir a força dos sentimentos que os envolvem... Hum... Mas que eles são tapados e obtusos, ah isso são! Amei, Day.. Como sempre... Beijos a todos. Alessandra (Sandy Meirelles).


 


N/A: Bom, pessoal, mais um capítulo... É claro que a Molly ia bater os olhos na Gina e descobrir a gravidez e que o Harry é pai... Pessoal, sei que todos querem que a Gina e o Harry se acertem logo, eu também quero, mas a Gina tá frágil, sensível e o Harry também não colabora muito. A fic já esta se encaminhando para o final, acredito que até a metade de setembro finalizo ela, talvez atrase um pouco em função dos capítulos finas da minha outra fic – Incrivel força do amor. Mas continuem lendo, comentando, dando palpites... adoro isso! Bjs!


 


Próximo capítulo, no final da semana que vem, como sempre... Beijos para todos e um especial para:


 


 ELENA BLACK,


 RAYANE TAVARES,


 FLAVINHA,


QUÉZIA,


MORGANA AVALON,


BIANCA,


JOSY CHOCOLATE,


AMÉLIA LINTO,


DANY KOHN,


LAÍS VIANA,


 KATHARINA ROCHA,


CECÍLIA WEASLEY,


RAÍSSA DUERRE.


 


Valeu


Daiana


 


 

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