Descobrindo o motivo de estar

Descobrindo o motivo de estar



CAPITULO 8
Descobrindo o motivo de estar viva


Algum tempo depois uma mão encosta-se a seu ombro. Ela vira para olhar de quem pertencia àquela mão e vê um lindo jovem de longos cabelos loiros e lindos olhos azuis.

- Finalmente encontrei a senhorita! - Disse o rapaz. - Siga-me, por favor!

Ele a levou até o castelo que ficava após a cidade.

- Olha não quero ser grossa, mas quem é você?

- Sou Liak, instrutor de armas.

- Muito prazer Liak, sou Lili!
- Eu sei quem a senhorita é. - Dizendo isso ele me deixou na porta do castelo, onde uma moça de longos cabelos loiro e olhos verdes estava a minha espera.

- Seja bem vinda senhorita.

- Olá… e você quem é?

- Eu sou uma das damas da Rainha, agora me siga, por favor.

“Parece que nesse lugar todo mundo só sabe dizer siga-me” pensou Lili levantando-se e seguindo a moça.

A dama da Rainha levou Lili até o grande salão, onde toda a corte estava presente.

- Finalmente você chegou minha criança. - Disse uma mulher de cabelos dourados e olhos amarelados como os de um gato, mas ela era muito bonita. - Sou a Rainha Telemaca.

Lili fez uma reverencia, o que fez todos ficarem completamente chocados. Ela viu a cara que todos fizeram e perguntou:

- Ah, desculpe se fiz alguma coisa errada, não tive a intenção.

- Não se desculpe querida. Agora peço que vá com minha filha, ela a levará aos seus aposentos, onde poderá se trocar para se encontrar conosco para que possamos conversar sobre alguns assuntos.

Lili viu uma moça se levantar da mesa e ir a sua direção. “É ela!” Pensou Lili, aquela moça era a dona do rosto que Lili vira refletido no lago.

Em seus aposentos:

- Espere! - Falou Lili para a Princesa. - Qual é seu nome?

- Hannah senhorita, agora me de licença que minha mãe está a minha espera no Grande Salão!

- Olha não é do meu interesse, mas eu acho que eu é que deveria lhe tratar com educação já que é a princesa.

- Não senhorita. Eu lhe devo respeito já que és uma das Guardiãs, como eu.

- Guardiã?

- Não posso mais falar nada senhorita, até daqui a pouco, esteja no salão daqui a dez minutos, suas roupas estão no armário, use qualquer uma.

Hannah saiu deixando uma Lili confusa. Era bom ela se apressar, pois teria que estar no Grande salão em dez minutos.

Lili abriu o armário e lá havia vários vestidos, o único problema era que todos de tons claros, nenhum preto ou bordo.

Vasculhou aquele armário a procura de algo diferente, encontrou no fundo do armário, dobrado dentro de uma caixa roxa um lindo vestido branco. Queria vesti-lo, mas não era apropriado para uma conversa. Ela optou por um vestido azul claro, de um tecido super leve. Era um vestido simples, mas bonito.

Quando ela entrou no salão todos os presentes pararam de conversar e prestaram total atenção nela.

- Sente-se querida! - Disse Telemaca. Lili se sentou em uma cadeira q havia em frente a toda aquela gente.

- Eu gostaria de saber por que todos me tratam como se eu fosse uma Deusa?! - Perguntou olhando para todos, mas parando seu olhar em Telemaca, não entendera aquela estória de ser uma Guardiã.

- Sua mãe não lhe contou?

- Minha mãe morreu quando eu era ainda um bebê Majestade. E o que ela teria para contar a mim?

- Sinto muito pela sua mãe criança. - Ouve um silêncio mórbido. - Cabe a mim lhe informar criança, que você é uma das cinco guardiãs do Medalhão Sagrado.

- Mas… como eu posso ser uma guardiã?

- Sua mãe era uma! E você não sabe de onde sua família descenda?

- Claro… Minha avó era filha de uma vampira com um bruxo. O que me deixa com sangue bruxo e vampirico.

- Até ai está certo, mas acho que nunca lhe contaram que a sua mãe se casara aqui nesse mundo com um Elfo.

- O que?

- Isso mesmo senhorita, você é uma elfa-vampira!

- Impossível! Como é que minha irmã nunca falara sobre meu pai para mim?

- A sua irmã jurou perante esta corte que nunca iria lhe contar nada sobre seu pai.

- Quem é meu pai?

- Eu sinto muito criança, mas ele faleceu a alguns anos, defendendo nossas terras.

- Mas eu não posso ficar aqui, eu preciso voltar para o meu mundo!

- Daqui a quatro dias, no dia dos Mortos, as três luas estarão alinhadas e você poderá voltar... Mas por ser no dia dos mortos, você poderá apenas ficar uma hora naquele mundo.

- Apenas uma hora? Dia 31, terá um baile a noite! Eu preciso da minha fantasia.

- Se tens um baile para ir, arranjaremos uma fantasia para você aqui!

Com isso Telemaca disse que ela poderia se retirar. Lili muito chateada obedeceu e foi até seus aposentos. Estava pensando em sua irmã, de como ela irá ficar preocupada por ela ter sumido.

Ela ouve uma batida na porta e uma moça de cabelos cor de fogo e olhos verdes entra no quarto.

- Desculpe interromper seus pensamentos senhorita, mas está na hora de suas aulas começarem.

- Aulas? Mas nem aqui eu consigo me livrar das aulas!

- São normas da Rainha.

- Olha. - Falou Lili no caminho da aula para a garota. - Eu gostaria q você me dissesse o seu nome.

- Sou Limmie, senhorita.

- Pode me chamar de Lili. Não gosto dessas formalidades.

- Sim!

- O que você é aqui? – Perguntou Lili quando já estavam fora do castelo e indo para um grupo de pessoas.

- Como assim?

- Você é mais uma das damas de companhia da Rainha?

- Olhe para as minhas roupas Lili, acha que uma Dama de companhia usaria isso? - É Limmie estava certa, nenhuma dama de companhia iria usar calças e uma blusa justa, junto com uma capa de um pano gasto. - Eu sou uma guerreira… bom… prefiro dizer que sou uma aventureira. - Elas estavam perto de algumas pessoas que estavam aprendendo a usar uma espada. - Eu acho que você mais se mete em encrencas do que em aventuras, Limmie.

- Ora Liak, quem falando em se meter em encrencas.

- Sou muito mais esperto que você!

- O que o sabichão fala é lei! - Lili riu. - Esse é meu irmão, Liak.

- Eu já o conheci antes. – falou ela sorrindo.

- Sinto muito!

- Sente muito do que Limmie?

- De ter o conhecido primeiro, eu não duvido que ele deve ter falado muito de mim pra você.

- Pra falar a verdade Limmie, ele sequer falou comigo.

- Típico de um idiota!

- Olha como fala comigo mana, senão eu posso lhe dar uma lição!

- Vamo lá maninho, me mostra do que é capaz!

- Faz isso então! - Liak pegou seu arco e flecha e o apontou para trás, sem olhar ele arremessou a flecha, que acertou na mosca.

- Isso é moleza maninho. - Lá foi Limmie com toda a sua destreza. Ela vendou os olhos, deus um salto e atirou, a flecha que Liak atirou se partiu em duas quando a flecha de Limmie acertou na mosca. - Agora maninho, está na hora de nós pararmos com essa brincadeira e darmos aula para a Lili.

- Que intimidade com uma Guardiã mana.

- Eu dou intimidade para as pessoas que eu confio. O que não é o seu caso professor. - Ela olhou no fundo dos olhos azuis daquele elfo e sentiu um arrepio na espinha.

- Ei, vocês dois vão parar de se encarar ou não! - Falou Limmie que estava pulando entre os dois.

- Vamos lá Limmie, estou pronta para aprender!

- Isso vai ser difícil! - Resmungou Liak.

- Eu ouvi! - Retrucou Lili pegando o arco que Limmie lê entregara.

- Lili, preste atenção. Segure firme esse arco senão vai acabar acertando alguém.

- Não se preocupe Limmie, não sou tão desastrada em manejar um arco.

- Então tente atirar! - Lili atirou a flecha, mas ela não acertou na mosca. Pelo contrario, a flecha quase que perfurara a cabeça de Liak que dava uma explicação para uma garota que estava mais prestando atenção no professor do que na explicação.

Liak a olhou com um ar de deboche.

- Quem é aquela garota que Liak está conversando?

- Ah… Aquela é a Sarah, uma das componentes do fã clube do meu irmão.

- Fã clube?

- É… às vezes eu até tenho pena dele. Essas piranhas ficam ao redor dele, querendo dar o bote. Ele nem liga pra elas!

- Você é tão diferente dele, como pode ser irmã dele!

- E olha que ainda somos gêmeos. Nossa mãe nos disse que tínhamos apenas uma coisa em comum.

- O quê? Perguntou pegando outra flecha.

- O coração!

- Se vocês têm o coração igual, por que eu não me dei bem com ele?

- Não sei Lili, isso faz parte do tempo! Acho que um dia vocês vão se entender. Só não o julgue antes de conhecê-lo. Eu posso estar sempre brigando com ele, mas eu amo meu irmão. Você não sabe como ele já me tirou de tantas enrascadas. Acho que se eu não o tivesse ao meu lado eu não estaria mais aqui. Mas agora chega de ladainha e vamos trabalhar.

Limmie ficou até tarde da noite ensinando Lili a atirar com arco e flecha. Quando Limmie foi pegar alguma coisa para elas comerem na cozinha do castelo, Liak veio falar com ela.

- Vejo que melhorou desde a primeira flecha que atirou. - Disse Liak sentando-se ao seu lado.

- Ai, eu nem te pedi desculpas por quase lhe acertar a cabeça!

- Não foi nada! Você até que quase acertou alguma coisa, ao contrario de muitos outros.

- Sabe… Limmie estava certa em dizer para eu não te julgar antes de te conhecer. A primeira impressão que eu tive era que você era uma pessoa arrogante e esnobe, mas vejo que me enganei feio.

- Sempre é assim! - Ele sorri o que faz as faces de Lili enrubescerem um pouco.

- Com todas essas garotas aos seus pés…

- Você deve estar falando do fã clube.

- Aham!

- Confesso que não gosto dessas garotas todas aos meus pés, é algo meio dês confortante! Elas vivem atrás de mim, não duvido nada que tem alguma, nos observando nesse momento e se mordendo de raiva.

- Ora, por que estariam se mordendo de raive se não há nada entre nós?

- Mas só de eu estar conversando com você!

- Vejo que estão conversando civilizada mente! - Falou Limmie chegando com uma bandeja com frutas.

- Segui seu conselho de não julga-lo antes de conhecê-lo.

- Isso é bom! Acho que vamos ser grandes amigos.

- Por que não. Não tenho nada a perder! - Falou Liak.

- Minha lista de amigos está começando a crescer, isso é bom!

Lili se despediu de Limmie e Liak e foi para seus aposentos no castelo.

- Como estou cansada! - Ela se atirou de roupa e tudo na cama, pegando no sono.

Como Lili já aprendera a manejar um arco e flecha, pela manhã, ela aprenderia a trabalhar com uma espada e à tarde ela aprenderia mágica.

- Pronta para mais um dia de luta? - Perguntou Liak.

- Eu estou pronta para tudo que vier! - Disse Lili animadamente.

- Hoje, sou eu quem irá lhe dar aula. E já vou lhe dizendo que não sou tão bonzinho como a minha irmã.

- Então terei que dar o máximo de mim!

Liak entregou uma espada a ela e no mesmo instante caiu sobre o seu pé.

- Ai… Droga, essa espada é muito pesada. - Lili estava sentada no chão massageando o pé, que estava doendo um bocado.

- Você tem que ter calma, senhorita!

Lili olha nos olhos de Liak e fala calmamente. - Me chame de Lili, por favor, sem formalidades.

Ela tentou novamente, mas desta vez Liak estava segurando a espada junto. Aos poucos ele foi largando da espada, até que Lili a empunhara sozinha.

- Bom… Agora temos que ver se você tem bons reflexos.

- Isso eu tenho, mas só se eu não estiver segurando uma espada que é mais pesada que eu.

- Com o tempo você se acostuma, agora tente se defender de meus ataques!

Os primeiros dois golpes, Liak a acertou, depois Lili começou a desviar da espada e a atacar Liak velozmente, o que o fez cair no chão e perder a luta.

- Vejo que se deu melhor com a espada do que com o arco e flecha!

- No começo é mais difícil, mas depois que você pega a pratica sai da frente!

Liak riu!

- Acho que você deve ir se preparar para o almoço real.

- Você irá comparecer?

- Não posso. Eu teria que ser membro da nobreza para almoçar com a rainha.

- Ora, se você e Limmie não irem eu também não vou. Posso almoçar com vocês?

- Claro!

- Me espera aqui que em quinze minutos eu desço. - Lili foi correndo para seus aposentos, tomou um banho e colocou um vestido lilás, muito parecido com o modelo de um vestido que ela tinha quando criança. Ele era de alça, tinha duas pregas em baixo dos seios e ia um pouco abaixo do joelho. Nos pés Lili colocara uma sapatilha branca. E seus cabelos ela prendera em uma trança, em seu pescoço pendia um colar com um pingente de uma estrela.

Lili descera calmamente até a porta do castelo. Liak ainda a esperava. Sentado em um banco com as mãos no rosto.

- Vamos?!

- Vejo que demorou menos do que disse!

- Eu não gosto de deixar as pessoas me esperando. Onde você e sua irmã moram?

- Moramos com a nossa avó!

- E a sua mãe?

- Ela morreu há dois anos atrás! Ela era uma guardiã também.

- Você pelo menos conheceu a sua mãe. Eu nem lembro mais do rosto da minha, era muito pequena, não tinha completado nem um ano ainda. Eu só a vi por fotografias, mas não é mesma coisa.

- Quem sofreu muito com a perda da mamãe foi a Limmie, ela era muito colada a ela! Por isso que eu vivo colado a ela!

- Ela me disse que se você não estivesse ao lado dela, ela já não estaria mais conosco.

- Eu gosto da Limmie, mas tem vezes que eu não aturo ela.

- É tem vezes que eu também não aturo a minha irmã e também ela não me atura em certos momentos.

- Acho que não existe irmão que nunca tenham brigado.

- Pra falar a verdade, eu conheço dois irmãos que são unha e carne. Se, brigaram, acho que foi uma vez na vida.

A casa da avó de Limmie e Liak era muito aconchegante. Era aquele tipo de chalé de campo.

A casa ficava um pouco fora da cidade, Limmie falara para Lili que a avó não gostava muito da cidade.

Limmie estava lá dentro, ajudando a sua avó a arrumar a mesa.

- Eu trouxe uma amiga comigo, Vovó. - Disse Liak quando entrou na cozinha. Lili estava na sala.

- Espero que não seja uma daquelas garotinhas do seu fã clube. - Respondeu a avó colocando uma panela em cima da mesa.

- Não… Eu tenho certeza que a senhora irá gostar dela.

- Olha que eu sou difícil de agradar querido, mas onde ela está?

- Está na sala.

- Mande-a entrar! O almoço já esta pronto.

- Pode entrar Lili!

Lili entrou meio encabulada. Comprimento a avó de Limmie e Liak e permaneceu em pé.

- Não se preocupe querida, eu não mordo, pode sentar-se. - Lili sentou do lado dela.

- Como à senhora se chama? - Perguntou um pouco envergonhada.

- Ingrid querida, mas pode me chamar de vó!

Lili sorriu pelo menos a avó de Liak e Limmie mostrou gostar dela.

- Precisava ver a Lili hoje de manhã maninha. Saiu-se muito bem com a espada, melhor do que com o arco e flecha.

- Ora vejo que vocês dois estão começando a ser íntimos demais. - Lili ficara escarlate com esse comentário.

- Não fale bobagens Limmie, eu e Liak somos apenas amigos.

- Lembre que é de uma amizade que nasce o amor criança. - Disse Ingrid.

Agora não só Lili, mas Liak também estava vermelho como um pimentão. Limmie percebeu e mudou de assunto.

- O que você vai aprender hoje à tarde Lili?

- Magia! Só quero me ver fazer mágica sem minha varinha.

- Varinha?! - Indagou Ingrid. - Você não vai precisar de varinha criança. Você é uma das Guardiãs não?

- Sou sim. Bom… é o que estão falando.

- As Guardiãs usam os elementos da natureza: fogo, água, ar e terra. - Disse Limmie.

- Por isso que há cinco Guardiãs. - Continuou Ingrid. - Cada guardiã controlará um elemento.

- Mas se só há quatro elementos, o que sobra para a quinta guardiã?

- Ela é a portadora de toda a vida… Ela é a que controla todos os elementos. Só ela tem a permissão de usar o medalhão.

- E onde estão as outras guardiãs e o medalhão?

- Até agora encontraram apenas duas guardiãs. E o medalhão nunca foi encontrado!

- A outra guardiã não é a Princesa?

- Isso mesmo. - Respondeu Liak.

- Vocês nunca ouviram algum boato sobre o medalhão?

- Dizem que o medalhão é guardado a sete chaves por sete anjos. - Falou Ingrid.

À tarde Lili iria ter aula com uma mulher chamada Brenna, junto com Hannah, a princesa.

- Boa tarde senhorita Lili. – falou Brenna

- Boa tarde! - Respondeu parando ao lado de Hannah. Elas estavam nos jardins do castelo, onde elas poderiam descobrir em que elemento Lili tinha influencia.

- Querida, eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas.

- Pode fazer professora!

A professora começou a fazer um interrogatório:

- Tem medo de água?

- Não senhora!

- Sabe nadar bem?

- Sim senhora.

- Gosta do calor?

- Não senhora.

- Tem medo do fogo?

- Não senhora.

- Gosta do vento frio ou quente?

- Frio.

- Gosta de mexer na terra?

- Sim senhora.

Assim continuou o interrogatório de Lili. Quando tudo aquilo terminou Brenna falou:

- Pelas perguntas eu não consegui me decidir que elemento você rege.

- Só uma pergunta.

- Sim, faça-a.

- Que elemento a Princesa rege?

- O Ar! - Falou Hannah

- A Princesa Hannah, é leve e graciosa como o vento!

“Puxa saco!” pensou Lili.

- Comece pela terra querida!

Lili começou pela terra, logo depois o fogo, água e até o ar.

- Poderia me dizer que elemento eu domino?!

- Você não domina apenas um elemento, mas todos eles.

Lili arregalou os olhos. Não podia ser ela a guardiã suprema.

- Posso me retirar agora?

- Pode criança. Quero ver-te amanhã de tarde aqui novamente. E não se atrase. - Gritou a professora.

- Não me atrasarei! - Gritou Lili saindo dos jardins.

Ela tinha que contar para Liak e Limmie, eles eram seus melhores amigos naquele mundo seriam os primeiros, a saber.

No meio do caminho, ela se esbarra com uma das Damas de Companhia da Rainha.

- Me desculpe. - Disse Lili ajudando a outra a se levantar.

- Não foi nada, a culpa foi minha também. Quem manda andar detraída por ai.

- Você não era para estar com o resto das Damas de Companhia?

- Ah eu não gosto de ficar com elas, só sabem falar sobre bordados e homens. São umas necessitadas mesmo.

- Então por que está aqui?

- Meus pais queriam que eu tivesse uma boa educação, mas duvido muito. O que eles querem é se livrar de mim.

- Bom desculpe cortar a conversa, mas eu preciso ir andando. Tenho que contar uma coisa para o Liak e a Limmie.

- Você é amiga desse tal de Liak?

- Sou sim. Por quê?

- É nesse rapaz que as damas não param de falar… Ai como ele é lindo!… Ele é tão forte… Sabiam que ele me deu oi hoje! -Ela começou a imitar as companheiras.

- Mudando de assunto qual é o seu nome?

- Sou Ariana, muito prazer!

- Lili!

- Ei quando eu sai da sala das Damas de Companhia elas estavam falando de você!

- Exatamente o que elas estavam falando de mim?

- Que você fica dando em cima de Liak e que o enfeitiçou para correr a trás de você.

- Dando em cima? Enfeiticei? Correndo a trás de mim? Essas garotas piraram… faz um favor pra mim se elas falarem de mim de novo diga a elas que eu e Liak somos apenas amigos.

- Sim eu direi.

Lili se despediu de Ariana e foi procurar por Liak e Limmie.

Foi ao campo de treinamento e somente encontrou Liak que dava alguma explicação para uma de suas fãs.

Quando ele a avistou, deixou de explicar para a garota e foi em direção a Lili, lhe dando um beijo na face.

- Que bom te ver!

- Vim aqui para lhe contar uma coisa, mas vejo que está ocupado.

- Não estou não. Vamos nos sentar lá na mesa.

A garota que estava babando por Liak ficou morrendo de raiva de Lili.

- E ai que tem de tão emocionante para me contar.

- Eu sou a dona do medalhão. - Aquela foi a melhor maneira de dizer a Liak que ela era a guardiã que regia todos os elementos.

- Já contou para Limmie?

- Eu esperava encontra-la aqui com você.

- Ela saiu para dar uma volta de novo. Parece que adora se meter em encrencas. - Liak riu. - O que vai fazer o resto do dia?

- Sabe que eu não sei! Provavelmente eu vou ir para o meu quarto improvisar a minha fantasia.

- Fantasia?

- Antes de eu vir para esse mundo, eu estava fazendo uma fantasia para o baile que vai ter no Dias das Bruxas. Mas agora eu terei que começar da estaca zero.

- Posso te ajudar?

- Claro, mas eu não tenho muita certeza do que irei.

- O que acha de irmos tomar um banho de cachoeira? Assim eu posso te ajudar a decidir do que você irá.

- É uma boa idéia.

Liak a pegou pela mão e a levou até um lugar magnífico. A água que caía da cachoeira era toda colorida, formava um arco-íris magnífico. Deixando o lago com pequenos fragmentos de cores.

- Isso aqui é lindo Liak! Lili se ajoelhou à beira do lago e encostou-se à água.

- Peço que não conte a ninguém sobre esse lugar. Somente eu e você soubemos sobre ele.

- O que tem pra esconder num lugar como esse Liak?

- Você verá Lili. Agora faça silencio e venha comigo.

Ele andou até a cachoeira. Quando eles entraram por trás das águas, Lili viu uma coisa que nunca pensou em ver em toda a sua vida.

Um lindo bosque, onde lá havia pastando um lindo pégaso.

- Liak! Eu não acredito um pégaso.

- Esse é o ultimo pégaso que existirá aqui se eu não conseguir encontrar a cura para o macho.

- O que ele tem?

- Um Dragão o atacou. Até agora eu me pergunto como ele conseguiu escapar.

- Posso te ajudar?

- Foi por isso que te trouxe aqui! Preciso muito da ajuda de seus poderes.

- Mas o que eu posso fazer?

- A uma antiga lenda que conta que a cada mil anos, a dona do medalhão sagrado, tem o poder de dar a vida e a tirar também. Não sei se é verdadeira, mas se for você nasceu mil anos depois da ultima guardiã que tinha esse dom.

- Como você sabe disso?

- Minha avó me contou. Agora vou te levar até o Pégaso. Se você tiver o poder da vida e da morte, você conseguirá curá-lo. Até mesmo falar com os animais você conseguirá.

Liak a levou até o pégaso. Ele estava muito ferido. Sequer se mexeu quando ela se aproximou.

- Por favor, amigo, não morra. - Disse passando a mão pela bela crina do pégaso. - Como posso ajudá-lo?

Como se uma voz sussurrasse em seu ouvido, ela ouviu a voz do pégaso:

- O medalhão! Você precisa do medalhão, Lili. Sem ele nada podes fazer.

- Onde o medalhão está? Liak estava parado um pouco longe da árvore onde o pégaso estava deitado.

- Entre o rio que corre ao contrario e o jardim negro. Lá encontrarás uma menina triste, sozinha, que lhe pedirá ajuda… não a ajude e muito menos peça o caminho para ela… siga seu coração… não ouças nada que ela fale. Quando chegares, tome cuidado, anjos guardam o segredo.

Lili se levantou e saiu do estábulo, acompanhada por Liak.

- O que ele falou?

- Eu não posso fazer nada sem o medalhão, eu não posso ajudá-lo sem aquele maldito medalhão. - Lili começara a chorar. Liak a abraçou, confortando-a.

- O que mais ele disse?

- Que eu devo ir entre o rio que corre ao contrario e o jardim negro. Lá eu vou encontrar uma menina triste, sozinha… disse pra eu não pedir o caminho para ela e nem tentar ajudá-la… é pra eu seguir o meu coração e pra não ouvir nada que ela diz. Quando chegar, tome cuidado, anjos guardam o segredo.

- Rio que corre ao contrario, jardim negro.

- Sabe onde fica?

- Não, mas sei quem sabe.

Eles foram para a casa da avó de Liak. Chegando lá viram Limmie dormindo em uma poltrona, com um livro no colo. Antes de Liak ir falar com sua avó ele tapou Limmie com um cobertor.

- Vovó! - Falou Liak.

- Sim querido?

- A senhora sabe onde fica o rio que corre ao contrario e o jardim negro?

- Isso fica além da floresta, no vale da morte querido. Por que quer saber?

- Preciso dessa informação para salvar um amigo.

- A senhora poderia avisar a Brenna, a maga, que talvez eu não chegue a tempo para ir à aula amanhã à tarde? - Pediu Lili pegando na mão de Ingrid.

- Aonde vocês dois irão?

- Vamos atrás do medalhão sagrado, vovó.

- Se irão para aquele lado, é bom levarem um pouco de comida caso não consigam voltar amanhã.

- A senhora é um amor vovó. - Lili deu um beijo estalado na face de Ingrid.

Ingrid preparou um saquinho de comida para cada um.

- Você não pode ir numa aventura de vestido não acha?! - Falou Limmie a porta da cozinha.

- É mesmo! Mas não me deixarão sair se eu voltar para o castelo.

- Use uma das minhas. - Lili foi até o quarto e pegou uma calça de couro uma blusa larga de um tecido bege e uma capa com capuz.

Ainda no quarto:

- Você não irá ficar chateada se não ir?

- Não! Sei que essa aventura é de vocês dois, não posso atrapalhar. E ainda por cima, quem vai dar aula se eu for junto?

- Eu adoro você Limmie. - Lili a abraçou forte. - Espero que eu te veja logo. Não quero ir e nunca mais voltar.

- Não se preocupe com Liak ao seu lado não á como não voltar. Agora vamos que eu odeio despedida.

Liak já a estava esperando na soleira da porta.

- Voltem com vida! A querida e saiba que adoraria que você fosse à noiva de meu neto. - Lili ficara vermelha como um pimentão com o comentário de Ingrid. E Liak apenas sorria.

Lili abraçou Ingrid e Limmie.

Limmie entregou um arco e flechas para Lili e uma espada para o irmão.

- E você Liak! - Ingrid virou-se para o neto. - Não deixe nada de acontecer a essa menina.

- Não deixarei vovó. - Ele deu um beijo na avó e na irmã. - Vamos? - Ele estendeu a mão para Lili.

- Vamos! - Ela pegou na mão dele e saíram andando ao rumo da floresta.

Teriam que ir até o pégaso para perguntar como eles iriam até o vale da morte.

Chegando lá eles entraram no bosque e Lili nem precisara ir até o pégaso machucado. A fêmea se propôs a levá-los até os limites da floresta, pois além dali ela não podia mais voar.

Liak subiu no pégaso, ajudando Lili depois a subir. Eles partiram do bosque em busca do medalhão, mas não seria nem um pouco fácil passar pelos perigos que o vale da morte escondia.

Lili havia pegado no sono quando eles chegaram à fronteira. Liak achou melhor acamparem ali mesmo, por precaução o pégaso voltou para o bosque, deixando os dois sozinhos na floresta (Ihhh… os dois sozinhos na floresta, não vão dar coisa boa… hehehehe… como eu malicio tudo).

Liak deita Lili em cima de sua capa e fica de vigília a noite inteira. Um pouco antes de o sol nascer Lili acorda e vê Liak dormindo no chão tremendo de frio. Ela pega a capa dele e o cobre, com isso ela pega uma fruta de sua sacola e a come.

Uma hora depois Liak acorda.

- Bom dia dorminhoco. Dormiu bem?

- Se dormir no chão duro de uma floresta for dormir bem.

- Obrigada!

- Pelo o que?

- Pela capa.

- Não tem de que. Eu prometi para a minha vó que tomaria conta de você.

Lili sorriu e lhe entregou uma fruta.

- Come primeiro, depois nós continuamos a caminhada.

- Eu como no caminho. - Ele se levantou e pegou a mochila e a espada que estava em uma bainha.

Lili pegou o arco e a aljava de flechas.

- Para que direção nós iremos?

- Acho melhor irmos para o norte, para desviarmos dos Orcs, mas o problema é os vermes-gigantes.

- E como vamos então?

- Não poderemos conversar! Se quiser falar comigo, faça gestos, mas nada de sons.

- Ok!

Eles foram à direção ao rio que corre ao contrario e o jardim negro, em silencio para não atormentar os vermes-gigantes.

Em seus planos de viagem não esperavam encontrar um corcel do deserto machucado.

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