A Velha Charlatona



Capítulo 9


A Velha Charlatona





Os alunos do primeiro ano subiram os degraus de pedra a mando da Profª McGonagall. Hagrid, logo depois, entrou sorrateiramente na escola, com seu casacão de pele.


- Vamos pessoal? – Gina descera da carruagem. Atrás dela, Neville veio e pisou em uma poça cheia de lama.


- Droga! É só comigo que isso acontece!


- Ah, não se preocupa! – disse Gina – Comigo isso também... Hã... Isso acontece com todo mundo!


Neville pareceu não se convencer da explicação da amiga. Quando todos desceram da carruagem, seguiram em direção ao castelo.


- Ainda tenho esperança de Snape ter sido demitido este ano. – falou Rony.


- É mesmo – concordou Harry – Mas isso seria difícil de acontecer...


Hermione fez uma cara estranha. Após subirem os degraus de pedra, finalmente chegaram em Hogwarts. Seguiram logo para o Salão Principal, onde estavam dispostas quatro longas mesas, uma para cada casa: Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-lufa. Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville seguiram para a mesa de sua casa, Grifinória. Harry sentou do lado de Rony e de Dino Thomas. Hermione sentou a sua frente.


- Finalmente! To morto de fome! – o estômago de Rony roncou fortemente.


- Não é a primeira vez que você chega faminto, não é Rony? – Hermione soltou um olhar um tanto sarcástico para o amigo.


- Pois é! Essas viagens de Hogwarts estão cada vez mais longas! – retrucou.


Os dois começaram uma discussão extremamente idiota e sem sentido. Harry não prestou atenção; começou a conversar com Dino Thomas sobre o time de quadribol da Grifinória.


- Então eu mandei uma carta para o Wood me sugerir algum batedor ou atacante, sabe...


- Ah, mas eu conheço uma atacante perfeita! Conhece Amy Dreary?


De novo aquele nome. Parecia que só Harry e Rony não conheciam essa tal Amy Dreary. Quanto a Hermione, ela não demonstrara conhecer a garota, tampouco não conhecê-la.


- Já me falaram dela... Afinal, o que ela tem de tão especial?


- Ela é meio baixinha, com longos cabelos negros, e um corpo de sereia e... – Dino parecia que começaria a babar – Não! Eu quis dizer que ela é leve, sabe. É boa para uma atacante.


Harry começou a duvidar se Amy Dreary não era um veela, ''garotas'' que possuíam um incrível poder de sedução. Quando estavam nervosas, se transformavam em pássaros humanos.


'' Mas não pode ser uma veela. Ela tem cabelos negros... e veelas tem cabelos loiros... quase brancos, para falar a verdade.''


- E sobre batedores? Conhece alguém bom? – perguntou Harry.


- O Simas andou me falando nesse verão que ele queria entrar para o novo time de quadribol da Grifinória. Quer dizer, agora que a Angelina, a Spinnet... Esses aí... Agora que eles se formaram ele tinha esperanças de entrar no novo time que seria formado... – respondeu Dino.


- E ele estava treinando em quê?


- Ah, ele quer ser goleiro, sabe. Me disse que comprou uma vassoura boa, acho que uma Nimbus 2000, e andou treinando à beça no verão...


- Coitado! Para goleiro eu já escolhi, vai ser o Neville!


- O Neville? – perguntou Dino incrédulo - Pirou Harry? Quando o Neville conseguir montar em uma vassoura, voltamos a falar!


- O Neville melhorou! Lembra ano passado? Eu chutei aquela bola e o Neville a pegou! Inesperadamente, ele mudou – e para melhor.


- Ta certo, mas isso não tem muito a ver com o quadribol! Ih, ó o Simas ali chegando!


Dino apontou paras um menino de pele muito rosada, o cabelo cor de palha estava levemente levantado. Ele sentou entre Dino e um quintanista que Harry não conhecia.


- E aí, Harry! – cumprimentou o garoto – Escuta, depois até tenho que conversar uma coisa com você. Eu soube que você se tornou o novo capitão do time de quadribol!


- É, fui o único que sobrou da formação de antes. Mas já temos alguns jogadores, viu? Então é melhor você se apressar se quiser algum posto de jogador – Harry tomou muito cuidado com as palavras que dizia; Neville se encontrava a apenas três cadeiras de distância conversando com Nick Quase Sem Cabeça.


- Certo! Mas eu tenho certeza de que entrarei no time! Quando serão os treinos para escolher os novos jogadores?


- Não sei, mas ainda hoje vou colocar um aviso no mural.


Após ter dito a frase, Simas abriu um sorrisinho e foi embora sentar ao lado de Neville.


- Tive que tomar cuidado com as palavras... – comentou Harry com Dino.


- Espero que o Neville não comente nada com o Simas! Afinal, ele foi sentar ao lado dele! – falou Dino.


- É, eu... – mas as palavras de Harry foram interrompidas pela chegada da Profª McGonagall juntamente com os recém chegados alunos do primeiro ano. Eles tinham olhares muito medrosos, com as mãos presas às vestes.


A Professora enfileirou os aluninhos. Depois, ela pegou um imenso pergaminho, mas antes de chamar os alunos, o Chapéu Seletor iniciou sua canção anual:





Há tempo que vocês me conhecem,


Pois sou eu que seleciono seu destino


Aqui em Hogwarts, antiga escola de bruxos


Fundada por quatro respeitosos senhores,


Que colocaram seus nomes,


Às casas aqui existentes


Moradia dos alunos de Hoggy Warty Hogwarts


E sou eu quem digo,


A principal qualidade de seu coração


Uma das minhas escolhas


Pode ser a Lufa-Lufa,


Fundada pela meiga Helga Hufflepuff,


Que preserva a justiça em seu lar


Aqui você encontra cordialidade,


Dignidade é a lei deste lugar


Perseverança, uma das virtudes de Godrico


Que implantou na Grifinória


Gamas de união e coragem


Atributos que distinguem esta casa


Vários adjetivos podem ser usados


Para falarmos da Corvinal


Elegância, beleza e inteligência,


Assim é a linda Rowena,


Fundadora desta casa do conhecimento


Minha última escolha seria a Sonserina


Casa de Salazar Slytheryn


Predominam aqui,


Pessoas ambiciosas,


Que utilizam a cabeça


Para conquistar o que querem


Seja a vida eterna,


Ou a sede pelo poder


Pois o fundador da Sonserina


Cansou dessa vida,


E separou-se dos demais
Onde estaria a solução?


No cérebro de Gryffindor,


Que me dotou de inteligência


Pensamentos agora me ocorrem,


E sei o melhor para você, meu caro


Não reclame, minha decisão é irrevogável


Sou o dono da verdade


E sei que passamos por tempos negros


Mas isso já se foi,


O presente é o agora


Então, que comece a cerimônia


Sou o Chapéu Seletor


O mais inteligente de todos


(Sem querer me gabar, é lógico!)


Porém eu tenho lá minhas qualidades!





Aplausos barulhentos ecoaram pelo Salão. Harry olhou para Rony e Mione: a cara deles parecia estar normal agora. Pelo jeito, pararam de brigar.


- Ah, acho que o Chapéu não se gabou nem um pouco! – falou Harry para Rony.


- Certamente. – respondeu ele de um jeito pouco entusiasmado.


- Harry, já reparou que não tem nenhum professor novo de Defesa Contra as Artes das Trevas? – Hermione de repente se dirigiu ao amigo.


Harry percorreu os olhos ao longo da mesa dos professores. Snape (infelizmente, ainda estava ali), ao lado da Professora Sprout (coberta de sujeira), que se sentou do lado da cadeira da Prof. McGonagall (estava vazia). Ao lado da cadeira de McGonagall, estava Dumbledore (vestido com sua roupa cheia de estrelas). Ao lado de Dumbledore (que agora contemplava o céu roxo), estava mais uma cadeira vazia, que deveria ser do novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Do lado da cadeira vazia, estava Hagrid, que conversava com a Profª de Astronomia, Sinistra. E, finalmente, ao lado de Sinistra estava o Prof. Flitwick. O Professor de História da Magia, Binns, não estava presente.


- Amber, Clara! – começou a Profª McGonagall.


Clara Amber sentou no banquinho, e a professora pôs o Chapéu Seletor na cabeça da menina.


- Lufa-lufa! – disse o Chapéu. A mesa da Lufa-lufa aplaudiu com muito entusiasmo.


Harry começou a conversar com Nick Quase Sem Cabeça que pousara ao lado dele, encostando a metade de seu ''corpo'' em Rony. O garoto deu uma longa estremecida.


- E então Pirraça pegou quatro copos da cozinha e despejou todos eles no Barão Sangrento, que não sentiu nada, é claro, mas mesmo assim ficou furioso. – o fantasma contava as confusões que o poltergeist da escola, Pirraça, aprontara durante o período das férias.


Nick somente parou de falar quando finalmente foi selecionado um aluno para a Grifinória (Diedler, Gosh).


- Que nome esquisito, hein? Gosh... – comentou Rony.


- E você é Ronald! – desdenhou Hermione. – Ou Roniquinho, para os mais íntimos!


A sorte de Rony é que ninguém prestava atenção no que eles falavam, somente Harry ouvia a conversa. O resto aplaudia e urrava a chegada de Gosh à Grifinória.


Quando finalmente Zenk, Yong, foi selecionado (Corvinal!), Dumbledore se pronunciou:


- Devo dar boas-vindas à vocês nesse novo ano letivo que começou. E também tenho avisos à vocês, recém-selecionados que começarão o primeiro ano. Mas como vocês, veteranos, já devem saber...


Todos gritaram juntos: ATACAR! E, do nada, surgiram pernis recheados, doces diversos, montanhas de purês de batatas e jarras e mais jarras de suco de abóbora. Como sempre, Rony devorou várias comidas de uma só vez: estava faminto.


Entre uma garfada e outra, entre um gole e outro Harry continuava a conversar com Nick Quase Sem Cabeça. O fantasma parecia muito feliz por alguém parecer lhe dar atenção. Então, Harry finalmente se sentiu em casa...


- Espero que Dumbledore comente algo sobre o sumiço desse novo professor de DCAT. – falou Hermione.


- Ah, ele vai falar sim! – disse Nick, inusitadamente.


- Nick, você sabe quem é o novo professor?


- Claro Hermione! – mas Nick pareceu tomar essa pergunta como uma ofensa pessoal – Eu vivo aqui, sabia?


- Tá, mas quem é o professor ou professora de Defesa Contra as Artes das Trevas? – perguntou a garota.


- Posso dizer que é um professor, e somente isso. Mas ele é bom.


- Espero – continuou Hermione – Não tivemos nenhum professor realmente bom, exceto Lupin. Mas é uma pena que ele nunca mais vá voltar, já que descobriram...


- Descobriram que ele era um lobisomem... – Nick deu um longo suspiro. – Mesmo assim... – Nick parecia que ia dizer uma coisa, mas aparentemente resolveu mudar de idéia – Hã... Acho que Dumbledore vai dar os avisos finais! – disse finalmente o fantasma. Realmente, Dumbledore levantou de sua cadeira para falar as últimas palavras da noite, depois de todos encherem seus estômagos.


- Bem, como avisos finais, a Floresta Proibida é restrita a todos. Todos. – o diretor repetiu e sublinhou a ultima palavra. Harry, Rony e Hermione se entreolharam – Mais uma vez, o nosso querido zelador Filch disse que a lista do que é proibido trazer e fazer na escola está afixada...


- Ah, muito querido que eu acho o Filch, ah sim! – falou Rony. Harry teve que concordar com o amigo.


- E também tenho – continuou o diretor – o prazer de anunciar que em breve reabriremos o Clube de Duelos. Sim, e com aulas... Aulas duradouras!


Rony e Harry se entreolharam, felizes.


- Nunca imaginei que reabririam o Clube de Duelos! – exclamou Rony – Só espero que Snape não seja o professor.


- Ah, provavelmente não será! – falou Hermione, com o sorriso de ponta a ponta. – Deve ser esse novo professor de Defesa Contra As Artes das Trevas.


Harry deu uma boa olhada ao redor da mesa e viu que muitas outras pessoas comentavam animadamente o fato.


- E por último – começou novamente Dumbledore – só posso lhes desejar uma... Boa noite!


Todos aplaudiram alegremente as boas-vindas a Hogwarts. Harry, Rony e Hermione saíram do Salão Principal. Quando já estavam nas escadas...


- Olhem lá! Draco Malfoy! – disse Hermione, apontando para um menino muito louro, pele branca e nariz empinado. Estava acompanhado de uma garota, Pansy Parkinson. E no seu encalço estavam Crabbe e Goyle, os garotos que montavam a ''segurança'' de Draco. Subiam as escadas rindo do nada.


- Bando de idiotas! – desdenhou Rony. – Malfoy, a namoradinha Pansy e os guarda-costas patetas Crabbe e Goyle. Ridículo!


- É... – concordou Hermione – Dumbledore não comentou nada do novo professor de Defesa Contra...


- AH HERMIONE! Dá pra parar com isso? Amanhã você sacia sua curiosidade. E com certeza ele não morreu! – falou Rony.


O menino olhou para Harry, que lhe respondeu com um olhar misterioso.


- Hã... Tenho que fixar no mural a data do treino de quadribol – falou Harry, tentando mudar de assunto. – Que dia será que eu escolho?


- Eu acho que daqui a uma semana, assim todos terão tempo de ler – respondeu Mione.


Harry e Rony concordaram com a amiga. Quando viram, estavam no sétimo andar. Pararam na frente da Mulher Gorda (estava de vestido roxo e parecia levemente bêbada).


- Hãã... Senha?


- Qual é a senha? – perguntou Rony para Harry e Mione.

- Trasgo Idiota – disse Mione.


- Cala a boca, Hermione! – gritou Rony.


- Essa é a senha, seu trasgo idiota.


Rony calou-se rapidamente e Harry foi obrigado a sufocar uma risada. O quadro da Mulher Gorda girou e eles entraram pelo buraco secreto que ela revelou. Chegaram à Sala Comunal da Grifinória.


- Finalmente retornamos ao lar! – exclamou Harry.


Rony e Hermione sentaram em duas poltronas próximas à lareira, que não estava acessa devido ao calor que insistia em permanecer.


- Eu vou pegar um pergaminho, um tinteiro e uma pena. Já volto – avisou.


Harry então foi até seu dormitório, onde deparou com Neville e Simas.


- Olá! – disse Simas pela segunda vez naquela noite.


- Oi – respondeu Harry. – Neville, venha cá.


Quando o garoto se aproximou, Harry apanhou sua varinha, disse Accio Pergaminho! e apanhou o seu pergaminho.


- Escute, segure esse pergaminho para mim – disse Harry. Mas logo depois ele murmurou ''quadribol'' para Neville, que entendeu imediatamente – Accio tinteiro! Accio pena!


Após Harry recolher o tinteiro e a sua pena, ele e Neville se despediram de Simas (que estava com uma cara de ''não to entendendo'') e desceram para a Sala Comunal.


- Eu vou marcar o dia em que vamos escolher os novos jogadores.- falou Harry para Neville.


- Certo – respondeu.


Os garotos chegaram perto das poltronas de Rony e Hermione e largaram tudo que tinham em mão em uma mesinha logo ali perto.


- Não sei se você sabe – começou Harry, sentando em uma poltrona – mas Simas quer também ser um goleiro.


- O quê? Então... então você vai me tirar, Harry? – Neville estava muito espantado. Pelo jeito, não sabia de nada.


- Bem, eu nunca vi você jogar então eu acho que seria muito justo se... Haha! To brincando! Você é o goleiro do time da Grifinória!


Neville deu um soco no ar, em comemoração.


- Beleza! Mas... E quando ao Simas?


- Pois é... Quem sabe ele não se encaixa como um batedor?


Rony e Hermione apenas olharam Harry com uma cara de sarcasmo.


- É melhor eu escrever o bilhete – disse.





VAGAS PARA O TIME DE QUADRIBOL DA GRIFINÓRIA!




O time de quadribol da Grifinória está abrindo vagas para seu novo time! Quem quer entrar no time terá de participar do treinamento coletivo, que acontecerá na segunda feira. Qualquer dúvida, falar com Harry Potter.


Artilheiro: Uma vaga.


Goleiro: Ocupado


Apanhador: Ocupado


Batedor: Uma vaga






- Acho que assim está bom! – falou Harry, e deu o bilhete para Rony. – O que acha?>br>

- Certo. – respondeu o garoto.


- E eu já decidi – disse Harry – Vou fazer um treino nosso antes desse aí. Para ninguém duvidar do que já está formado.


- Por mim, tudo bem – comentou Mione – E quando será esse treino?


- Sexta feira. Sábado já será a primeira visita à Hogsmeade, né?


- Parece que sim – respondeu Neville. – Eu nunca vi algo tão estranho; quero dizer, logo no primeiro fim de semana vamos à Hogsmeade...


Harry pegou o bilhete que agora estava com Hermione e fixou-o no mural. Era a única coisa que estava ali. Logo, alguns garotos do quarto ano foram até o mural.


- A Amy vai ser uma que vai ir aí nesse treino – disse um menino baixinho, que parecia uma tartaruga.


Harry já não agüentava mais de curiosidade para saber quem era essa tal de Amy Dreary. Finalmente, se juntou a Hermione, Rony, Neville e agora Gina, que se aproximara.


- Você então marcou o treino coletivo? Para testar novos jogadores?


- Sim, Gina. E também teremos um pequeno treino antes para vermos se o time que já temos está bom. Será nessa sexta feira.


- Beleza então! – falou a garota – E sobre os jogadores?


- O quê? O quê tem os jogadores?


- Eu quero dizer que tipo de treinamento para escolha deles que você vai fazer...


- Bom, eu... E nem pensei nisso para falar a verdade...


- Então é melhor pensar, cara – falou Rony. Em seguida, ele deu um longo bocejo que contaminou os que estavam a sua volta. – Eu vou dormir...


- Uahh! Eu também... – disse Harry.


Por fim, Neville se juntou aos garotos e foi dormir também. Hermione e Gina continuaram a conversar. Quando chegaram no dormitório, Simas já estava dormindo e Dino admirava o pôster do time de futebol que colara na parede.


- Ainda acordado?


- É... – respondeu Dino a Neville.


- Não vejo graça em futebol... – falou Rony de repente.


- Bem, se você visse uma partida, mudaria de opinião – retrucou Dino rispidamente. O garoto fechou a cortina da cama.


Harry arriscou uma olhada a Rony. O amigo parecia confuso.


- Hmm... Vamos dormir? Rony? Neville?


Eles concordaram. Rapidamente, despiram as roupas e colocaram os pijamas. Após um boa-noite, Harry finalmente deitou em uma cama de Hogwarts: quentinha, confortável...


''Estou em Hogwarts! Finalmente'' - pensou o garoto. E também foi seu último pensamento do dia: não deu mais de dez segundos e já pregara na cama.





Se ontem o calor ainda insistia em permanecer no ar, o dia seguinte amanheceu muito diferente: um violento vento tomava conta de Hogwarts. Quando Harry acordou, ele encontrou Simas lendo um livro em pé. Parecia estar apressado.


- Bom-dia... – falou Harry, ainda sonolento. – Você é o único que está acordado, Simas?


- Hã? – o garoto não percebera a presença de Harry – Sim, acho que somente eu ainda não fui tomar café da manhã...


- E que livro é esse?


- Quadribol!
Harry teve maus pensamentos... Simas, pelo jeito, ainda não percebera que não havia mais vagas para goleiros.


- Se tiver alguma dúvida sobre o treino seletivo, Simas, é só ver o aviso que preguei no mural, viu? – Harry tinha que encerrar a discussão.


- Sim, claro. Ainda hoje verei... Bem, vamos tomar café da manhã?


Simas esperou Harry vestir o uniforme da escola, e juntos desceram as escadas para o Salão Comunal. Depois, saíram para o sétimo andar (Simas não demonstrou interesse em ver o quadro de avisos agora). Desceram mais alguns andares e chegaram no Salão Principal (hoje com um céu alegremente azul-turquesa).


- Bom-dia! – falou Hermione. Estava muito alegre e, aparentemente, ansiosa.


- O que houve, Hermione? – perguntou Harry, sentando ao lado de Hermione e Simas.


- Não houve nada, oras.


Harry, ainda desconfiado, serviu-se de pães com manteiga. Quando olhou para Rony, tentando encontrar alguma resposta, o amigo apenas lhe deu um olhar confuso e misterioso ao mesmo tempo.


Não deu cinco minutos e uma Gina e Lilá vieram distribuir os horários das aulas.


- Bem, pelo menos hoje não tem aula com o Snape. Vejam só: Feitiços, Transfiguração... Bem, isso realmente não é bom, mas detesto mais Poções. E na tarde, dois tempos de Herbologia e – Rony deu um longo gemido – Adivinhação...


- Boa sorte para vocês. Eu tenho Aritmancia – Hermione mostrou seu horário.


Harry e Rony, depois do almoço, foram para a aula de Feitiços conversando sobre sair da aula de Adivinhação.


- Mas será que eles deixam? – perguntou Harry.


- Não sei. Adivinhação era uma matéria extra, lembra? No segundo ano tínhamos que escolher as matérias que queríamos aprender daqui para adiante, e escolhemos Adivinhação.


- Então... Então você quer dizer que dá para sair das aulas? Quer dizer, se são apenas extracurriculares...


- É exatamente o contrário. Nós escolhemos Adivinhação... Apesar de que Hermione saiu das aulas... – por fim, Rony lançou a Harry um olhar muito idiota; confuso e desconfiado.


Sentindo-se extremamente arrependido de ter escolhido Adivinhação, Harry encaminhou-se para a sala de Feitiços, do Prof. Flitwick. Harry, Rony (e mais tarde, Hermione) sentaram no fundo da sala. Enquanto aguardavam a chegada do professor, Harry e Rony brincavam de luta de espadas, usando duas réguas.


- Olá, olá pessoal! Boas férias? – o Professor Flitwick havia chegado. Como de costume, ele subiu em sua pilha de livros para alcançar a mesa – era muito baixinho. – Bem, depois desse ano dos NOM's que passaram, só tenho a dizer que vocês foram excelentes em minha matéria! Fico orgulhoso do resultado de vocês, mas não podemos relaxar: esse ano será o mais difícil de todos, porque é quando aprenderão muitas coisas em pouco tempo. No ano que vem, vocês recordarão tudo que aprenderam em Hogwarts.


O Professor pediu para os colegas se dividirem em pares. Harry foi com Rony e Hermione, com Parvati.


- A primeira coisa que aprenderemos esse ano serão o que são Feitiços de Anulação. – o Professor pegou sua varinha – Isso consiste em anular um feitiço fraco com um forte. Por exemplo: eu quero que vocês usem o feitiço para fazer seu par rir e depois anula-lo. Vamos pegar como exemplo eu e a Sra. Granger – Hermione corou fortemente – Ela será a minha vítima. Então, primeiro uso um feitiço fraco – o Prof. Flitwick balançou a varinha e enfeitiçou Hermione com o Feitiço Para Rir; mas o feitiço estava um tanto fraco realmente: Hermione soltava apenas alguns risinhos baixos. – E depois eu uso um Feitiço Para Rir novamente: mas dessa vez a força do feitiço terá que ser muito mais forte do que o normal. O choque entre esses dois tipos de feitiços produzirá a Anulação um do outro. – o Prof. Flitwick balançou a varinha, gritou ''Gargalla!'' e uma fulgurante luz vermelha saiu da ponta dela: o Feitiço para Rir estava muito mais forte do que antes. Ele lançou-o em Hermione, que soltou um riso histérico altíssimo; em seguida uma nuvem azul formou um X em frente de Hermione e ela parou de rir.


- Eu nunca vou conseguir fazer isso – murmurou Rony para Harry; o rosto impressionado. – Aliás, duvido que Hermione conseguirá fazer isso.


- É mesmo. Quer dizer, eu também não sei se terei força para fazer um feitiço tão forte assim... – Harry observava Hermione.


- Então – começou o Professor – pratiquem agora o Feitiço Para Rir no seu companheiro: primeiro fraco, depois com o dobro da força mental e físico. Vislumbrem em sua mente a intensidade do poder, e tudo será mais fácil.


- Bem, vamos lá, então? – perguntou Rony para Harry – Você começa.


- Eu? Tudo bem, mas não espere eu fazer muita coisa... – Harry novamente observava Hermione: estava sendo enfeitiçada por Parvati, seu par.


Olhando bem por toda a sala, parecia que ninguém teria a façanha de conseguir produzir o Feitiço de Anulação. Neville, como sempre, já conseguira fazer algo de errado: enfeitiçou Lilá, ao invés de Dino. O pior era que a mágica causou bolhas enormes na orelha da menina. Harry, sentindo-se apreensivo, lançou em Rony o Feitiço Para Rir, tentando faze-lo ficar fraco.


- Ha. Ha ha. – murmurou Rony, pateticamente. Flitwick agora observava Simas usar o feitiço em Lilá, mas o garoto sequer tinha se dado conta que a companheira estava enfeitiçada com bolhas no ouvido. Então, Lilá agora estava com o feitiço de Neville e ainda ria sem parar. Flitwick e a garota saíram direto para a enfermaria.


- Coitado do Neville, um desastre já no primeiro dia... – comentou Harry – O que você acha, Rony?


- Há. Há há. – o garoto estava enfeitiçado e Harry se esquecera disso. Lembrando então que tinha que fazer mais um feitiço Harry se preparou. Então, ele gritou:


- Gargalla! – uma luz vermelha saiu da ponta de sua varinha e atingiu Rony: o garoto começou a dar risadas estranhas, mas baixas... Porém, nenhuma nuvem em forma de X veio para dar o sinal da Anulação.


- Você fez muito fraco, Harry – falou Hermione. Como Flitwick não estava por perto, ela fez o feitiço novamente para Rony voltar ao estado normal.


- Gargalla! – a garota gritou e uma forte luz vermelha veio da ponta da varinha dela e atingiu Rony. O garoto deu risadas histéricas e parecia um doente mental. Em seguida, o X feito de nuvens azuis veio para sinalizar que o Feitiço da Anulação deu certo.


- Hermione! Você... Você conseguiu?! – Harry espantou-se com o poder da menina.


- Claro, é tão fácil... – agora toda a sala olhava para Hermione, e começavam a murmurar coisas do tipo: ''ei, você viu o que ela fez?'', ou ''nossa, só ela mesmo'', ou até ''ela vai ser a única que conseguirá fazer esse feitiço mesmo''.


Quando o Prof. Flitwick voltou, todos falaram que Hermione conseguira produzir o feitiço.


- Já? Com apenas tão pouco tempo? Bem, por ter feito assim tão rápido, Grifinória ganha... 30 pontos!


Todos olharam alegres uns para os outros. Até o fim da aula, realmente foi só Hermione que conseguira produzir corretamente o Feitiço de Anulação. Harry não conseguiu fazer um feitiço mais forte, o mesmo aconteceu com Rony. Mas havia casos mais sérios: Neville sequer conseguiu produzir o Feitiço para Rir.


Quando faltava pouco tempo para o almoço, os garotos digiram-se a sala de Transfiguração. A Profª McGonagall os aguardava: parecia apreensiva. Harry, Rony e Hermione, como sempre, sentaram no fundo da sala.


- Bem, esse ano será muito difícil – começou a Profª - porque será de muita pressa.


- De novo essa história... – cochichou Rony para Harry. – Pelo jeito todos os professores vão falar disso.


- Não... A Trelawney não vai, afinal o que importa é a Visão Interior da pessoa, não é? Os estudos não importam nada!


Harry e Rony tiveram um acesso de risos, que terminou em um desconto de pontos para a Grifinória da Profª McGonagall. Na primeira aula de Transformação, a professora passou um conteúdo totalmente inédito para eles: as Transformações Humanas.


- Então esse ano vocês aprenderão como ter cabeças de jacaré ou nadadeiras de golfinhos, ou mesmo transfigurações completas. Isso será muito difícil, pois quanto menor o tamanho do que se quer transformar, maior a dificuldade. É muito mais fácil se transformar em um tubarão do que em um copo, por exemplo. – explicou a Profª McGonagall.


- Lembram? Eu falei que no sexto ano aprenderíamos isso – murmurou Hermione para Harry e Rony.


- Falou, é? Não me lembro... – disse Rony, pensando alto.


- No quarto ano, quando o Krum se transformou em tubarão...


- Ahh! – fizeram Harry e Rony juntos.


Na época, Krum obteve uma cabeça de tubarão para poder mergulhar na água sem problemas de oxigênio. Mas a transformação dele estava incompleta.


- Bem, depois ainda vamos aprender Pequenas e Grandes Conjurações, e mais para o fim, vamos ver umas breves explicações sobre Animagos. – a Professora passou as matérias que aprenderiam durante o ano.


Neville soltou uma exclamação.


- Pelo jeito não vai ser fácil o ano... – comentou.


- Sim, não vai ser fácil. – respondeu a professora.- Bem, vamos começar a aula, com as Transformações Humanas. Quero que vocês copiem isso que está aqui no quadro, e depois façam um pequeno texto com a conclusão do que entenderam. Para entregar ainda hoje.


Os alunos da Grifinória passaram o resto da manhã copiando tópicos de feitiços para transfigurações e cálculos. Quando finalmente acabou a aula, eles saíram para o Salão Principal, pois o almoço já estava sendo servido.


- Perceberam que o ano não será fácil? – perguntou Hermione para os amigos, quando chegaram na mesa Grifinória.


- Humpf! – bufou Rony – Precisa perguntar ainda? Não sei se passo... E to falando sério.


- Bem, pelo menos vocês já passaram pelos NOM's... – suspirou Gina, sentando ao lado de Harry e Rony. Hermione, sentada à frente, disse que os exames nem eram tão difíceis assim, e que se ela...


-... Tiver algum problema como desmaios, ou gritos histéricos dizendo que você é burra, será totalmente normal. Sério! Mas, bem, os exames são no mínimo cansativos...


- Ah, sei, isso é totalmente normal, Hermione, gritos histéricos... – falou Rony.


- Então você está me chamando de louca.


- Ahn... Bem, a Ana Abott já teve alguns surtos, não? Então deve... Hã... Deve, sim, ser normal, quer dizer, é puro nervosismo, não é? – disse Gina e soltou uma risadinha.


- Então, o treino é nessa sexta, lembrem disso... – falou Harry, tentando desviar o assunto.


De repente, uma enxurrada de corujas entrou no Salão Principal trazendo cartas, embrulhos e qualquer outra coisa. O estranho é que no café da manhã, elas não vieram, somente agora que era horário de almoço. Uma coruja jovem e de aparência nobre voou até Rony.


- Ah, deve ser a vassoura que o Carlinhos me mandou! Que coruja é essa?


- Deve ser de serviço de aluguel barato – disse uma velha e conhecida voz arrastada que surgiu por detrás de Harry e Rony.


Draco Malfoy estava acompanhado de Crabbe e Goyle, além de Pansy Parkinson que parecia estranhamente assanhada.


- Vamos ver que vassourinha o nosso querido Weasley tem... Desembrulha logo isso!


Rony sorriu imensamente para Malfoy: o garoto certamente esperava que ele tinha uma Cleansweep ou uma Silver Arrow, vassouras antigas. Quando Rony finalmente abriu o embrulho da vassoura (agora vários grifinorianos e sonserinos olhavam atentamente)...


- Uma Nimbus 2001 Contraste, Versão de Sol, contente? – Rony soltou uma enorme gargalhada. A vassoura, branca pura, brilhou para o sol do meio-dia, e várias pessoas soltaram exclamações de ''oohh...''.


Draco estava, literalmente, de boca aberta. Quando finalmente recuperou a fala, teve que dizer algo de ruim sobre a vassoura.


- Eu li em uma revista que essa Nimbus não sei das quantas é pior que a Nimbus 2001. Grande coisa ela ser bonita. Você não passa de um pobretão que ganhou um galeão e ficou contente, Weasley.


- Ela apenas tem menos recursos, Malfoy – falou Rony, levantando-se.


- Patético – retrucou Draco – Não entende nada de vassouras, muito menos de quadribol. Aliás, agora que o nosso querido Potter é o capitão... – virou-se para o garoto e fez cara de babá de bebê – Ei Potter! Faz umas escolhas mais corretas pro seu timinho, faz? Diz que faaaaaz! Senão o meu time vai ganhar muito fácil do seu, e não vai ter graça nenhuma.


- Como assim seu ti... – Harry ainda tentava conversar com Malfoy, mas o garoto já ia à direção da mesa da Sonserina, rindo à toa.


- Meu time? – repetiu Rony. – Não vai dizer que...


Hermione saiu rapidamente e foi até o mural da escola. Voltou depois de cinco minutos.


- É. Malfoy é o novo capitão do time da Sonserina.


- Mas... Como? – Rony fez cara de indignado.


- Provavelmente deve ser que nem o meu caso. – suspirou Harry. – Ele deve ser o único que sobrou.


- Bem, e não é só isso – continuou Hermione – Ali estava uma lista com os times de quadribol da escola, e na Sonserina os batedores são... Adivinhem só: Crabbe e Goyle! E aquela irritante da Pansy Parkinson é artilheira. De resto, pessoal do quarto ano.


- Isso pelo menos diz que o Draco realmente não sabe escolher pessoas para um time. Bem ao contrário do que ele me disse: Draco é quem não entende de quadribol. – Rony deu uma leve gargalhada.

Alguns alunos da Grifinória foram até onde Rony estava, talvez para ver se ele realmente conseguira uma Nimbus 2001 Contraste, ou para simplesmente admirar a vassoura. Rony não escondeu sua felicidade de ninguém e deu, para quem quisesse ouvir, detalhes da sua vassoura.

Quando os garotos finalmente terminaram o almoço, eles deram uma olhada no quadro de avisos que havia no Saguão de Entrada. Ali estavam detalhados os jogadores de cada time de quadribol.

- Mas nem todos estão completos, olhem – Harry apontou para seu próprio time, onde estavam escritos que Harry era o apanhador, Rony o batedor e Gina e Hermione as artilheiras. Obviamente, havia espaços em branco onde Harry não havia decidido quem colocar (em batedor e artilheiro). – Como eles souberam disso?

- Bem, não sei se você se lembra – disse Hermione- mas ontem você pôs o aviso no mural da sala da Grifinória avisando sobre o treino seletivo... Então provavelmente McGonagall ou algum elfo viu e afixou uma cópia aqui.

- Pelo menos não é só o nosso time que está incompleto, vejam – falou Rony apontando para onde estava escrito Lufa-lufa – Eles ainda não tem um apanhador novo e também precisam de um batedor... E a Corvinal ainda tem que arranjar um artilheiro... Só o time da Sonserina está completo...

Isso só deu motivo para Harry esperar ansiosamente a carta de Olívio Wood, onde ele escreveria alguma sugestão de quem pôr no time.

Enquanto os garotos desciam para as estufas da aula de Herbologia, o céu mudava lentamente, passando de um azul claro para um roxo negro e violento. Quando chegaram nas estufas, pequenas gotas de chuva desciam.

- Melhor entrarmos logo – falou Hermione, com a mão no rosto para se proteger da chuva que começara a cair com mais intensidade.

Eles sentaram junto de Ernesto Macmillan e Ana Abott (pois era aula junto os alunos da Lufa-lufa). Após alguns minutos, a Profª Sprout finalmente chegou, levemente suja de terra. Foi até sua mesa.

- Bem, mais um ano pessoal! Fiquei feliz com o resultado dos NOM's de vocês, se saíram muito bem! – Neville corou – Mas alguns ainda teimam em não aprender o que acontece se encostarmos as mãos em uma planta-da-luz, por isso espero que esses aí se esforcem mais.

Foi uma aula muito tranqüila: aprenderam as propriedades mágicas de uma planta muito estranha, a Água-sem-pé. Era parecida com uma flor, mas em vez de pétalas, tinha enormes bolhas azuis e folhas roxas de uma aparência venenosa.

Depois da aula, os alunos da Grifinória e da Lufa-lufa voltaram para o salão empoeirados e sujos. Como Harry e Rony ainda tinham um pouco de tempo de folga antes da aula de Adivinhação (Hermione tinha Aritmancia) eles aproveitaram para se limpar um pouco.

- Pronto. – falou Rony, retirar as últimas sujeiras de se uniforme, no dormitório dos meninos – E agora temos aula com aquela coruja velha.

- É uma droga mesmo – disse Harry – Bem, não podemos fazer nada, não é?

- É... – falou Rony, pensativo – Ainda estou confuso com esse negócio da Hermione ter saído de Adivinhação; quero dizer, eu gostaria de fazer o mesmo, mas, sei lá, será que dá?

- Não sei... É melhor perguntarmos para a Hermione depois... Mas acho que podemos, não?

- Quem sabe? Bem, é melhor irmos, Harry, estamos quase atrasados e é um longo caminho até a Torre Norte.

Harry e Rony avançaram para a Sala Comunal da Grifinória e ali encontraram Neville e Simas que iam saindo pelo retrato da Mulher Gorda.

- Ei! – gritou Rony – Esperem aí!

Simas e Neville pararam de repente. Quando Harry e Rony chegaram até eles, todos foram para a sala de Trelawney juntos.

- Ah! – disse Simas, quando estavam subindo uma escada circular – Me esqueci de ver o seu aviso do quadribol, Harry! Mas ainda hoje vou lá dar uma olhada, não se preocupe!

A sorte era que Simas olhava sonhador para o teto do castelo, porque senão ele perceberia a troca de olhares de Harry, Rony e Neville.

Finalmente, os garotos chegaram na sala térrea de Trelawney onde estavam agrupados Lilá Brown e Dino Thomas, aparentemente rindo à toa. Parvati estava do outro lado observando o lago da lula gigante pela janela. A chuva começava a cair mais forte.

- Bem – disse Lilá se afastando de Dino – é melhor entrarmos logo. Ao dizer isso, o alçapão no teto da sala se transformou em uma escada. Harry e Rony foram os últimos a subir.

- Nossa, é hoje que vou prever o futuro – falou Rony, quando estavam quase na sala – Estou vendo a morte da Profª Trelawney. Parece que um menino ruivo está sufocando ela!

Harry deu uma risada irônica. Realmente, Trelawney não faria muita falta no mundo. Por outro lado, era melhor economizar a morte para outras pessoas... Ele pensou rapidamente em Voldemort e lhe veio uma imagem na cabeça... Troncos grossos de árvore e folhas secas balançavam ao vento e no meio de uma clareira...

- Anda Harry! – Rony empurrou o amigo, estava ao pé da sala. Como se uma flecha atravessasse sua cabeça, Harry sentia dor na cicatriz.

Os garotos sentaram nos últimos pufes que tinham no chão, ao redor de uma mesinha circular e baixa. A Profª estava, como sempre, escondida no meio das sombras.Quando todos chegaram, ela deu um gemido estranhamente assustador e, como se voltasse à realidade, surgiu para a luz. Revelava um corpo magérrimo e seu braço estava coberto de pulseiras. O óculos aumentava o tamanho de seus olhos gigantemente.

- Olá, meus caros alunos... – sua voz estava distante, como se falasse do outro lado do mundo – Sejam bem-vindos para mais um ano de Adivinhação...

- Como ela é mística! – sussurrou Harry ao ouvido de Rony, e os dois soltaram risinhos baixos que ninguém percebeu, somente... Trelawney.

- Esse ano vamos trabalhar muito, e as pessoas que ainda – lançou um olhar para Harry e Rony – não adquiriram o dom da Adivinhação através do globo vão, infelizmente, perder o ritmo das aulas. Bem, hoje vamos aprender o que significa a visão interior. Por favor, apanhem seus livros, Visões Interiores do Futuro, e leiam o primeiro capítulo. Depois, dividam-se em pares e façam juntos uma redação sobre o que entenderam.

Enquanto todos formavam duplas, a Profª Trelawney fazia anotações frenéticas em um pedaço de pergaminho.

- Harry Potter e Rony Weasley, venham aqui por favor – chamou Trelawney.

Harry e Rony atravessaram toda a sala, seguidos pelo olhar curioso dos colegas. Sentaram em duas cadeiras de frente para a mesa da professora.

- Continuem trabalhando, vamos! – falou ela para a turma que insistia em olhar para os garotos – Bem – começou a professora, em tom baixo – esse ano vamos trabalhar, e muito, com o globo e o futuro. Como vocês dois tiraram a nota Lamentável em Adivinhação, quero que vocês me façam, além de um texto sobre os principais pontos de observação para a Visão do Globo como tarefa de revisão, uma pequena previsão aqui e agora. Garotos, - agora sua voz aumentava um pouco e tinha um tom maternal e consolador – vocês tem que se empenhar mais esse ano. Eu sei que vocês conseguem! – disse ela, agora com uma voz falsamente animadora.

Harry e Rony apensa se entreolharam: além de uma tarefa extra, ainda tinham que fazer uma previsão através do globo agora?

- Quem começa? – perguntou a professora. Nenhum dos dois se apresentou para ser o primeiro – Hmm... Vejamos, Ronald Weasley, então?

Rony olhou assustado para Harry. A professora trouxe um globo da estante mais próxima a ela. Rony se endireitou na cadeira e se aproximou da mesa da professora.

- Pode começar querido! Lembre-se de relaxar seu corpo, sua mente, e se concentrar somente no globo.

Para Harry, o máximo que ele conseguia prever era um dia de muita neblina, já que fumaças giravam em espiral no globo. Rony se aproximou do objeto de adivinhação e fez uma cara idiota de concentração. Pelo jeito, ele não via nada de diferente.

Passou-se mais de cinco minutos e Rony nada dizia. A Profª Trelawney pareceu irritada.

- Querido, o que você vê?

- Eu... Eu vejo gotas de chuva caírem... Caírem em um chão... Um chão escuro e limpo – disse, por fim.

Harry tinha certeza de que o amigo inventara toda essa história; e Trelawney pareceu não se convencer.

- Não tem nada... Nada de estranho, querido? Como... – mas a professora nem precisou terminar a frase, pois Rony entendeu imediatamente: ela queria ver morte.

- Pensando bem, tem um corpo coberto de sangue... Nesse chão escuro...

- Ah! Agora s... Hã... – Trelawney pareceu desconcertada – Agora você viu o futuro, quero dizer. Eu... Eu também já havia previsto isso antes, Sr. Weasley. Agora é a sua vez, Sr. Potter.

Rony deu um longo suspiro de alívio, e puxou para trás a cadeira. Harry, então se aproximou mais da mesa da professora.

- Querido, o que você vê?

Harry tentava se concentrar, mas não via nada. Ele pensou que já devia estar na hora de inventar uma história com morte para a professora. Mas o quê ele podia dizer?

Passaram-se alguns minutos, e assim como aconteceu com Rony, a Profª Trelawney o interrompeu.

- Sr. Potter, vamos fazer algo que você possa prever mais rapidamente. Vejamos... Quem é o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas? Obviamente, você já percebeu que ele não apareceu ainda...

Harry se desesperou. Com certeza, a previsão de Rony foi válida, e Trelawney pareceu se convencer disso, já que ela mesma disse que já tinha visto isso antes. É claro que isso só podia ser mentira, mas adivinhar quem seria o professor novo de DCAT era algo que ele teria de acertar em cheio.

- Eu... – pense, disse uma vozinha na sua cabeça. Se você pudesse escolher um professor, quem você escolheria? – O novo professor se chama Remo Lupin – disse Harry.

- É... Vou considerar a sua resposta, Potter. Ele bem que poderia ser mesmo o novo professor... – a Profª fez uma cara misteriosa.

- Então eu acertei? – perguntou Harry.

- De fato, Lupin seria o novo professor, Dumbledore já o havia escolhido. Mas sabe como é, não? Houve um incidente, e o pobre Lupin teve que morrer a caminho, Sr. Potter. Bem, o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas é o Prof. Snape ou o velho Cursher, não sei ainda, pois não consegui ver muito bem... De qualquer jeito, sua previsão recebeu nota média, Sr. Potter.





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