O Reencontro



Capítulo 6

O Reencontro



Harry ficou surpreso ao saber que o homem fingiu que era mudo para dar mais trabalho para eles. Fred também: murmurou um palavrão em protesto.

A sorte é que Carlinhos estava muito machucado para prestar atenção a um homem de olhos extremamente saltados. Viram-se nas ruas da Romênia dos trouxas. Passaram pelas pequenas torres, e foram em direção à casa de Carlinhos.

- Alguém abra a porta – disse Conory.

Gina prontificou-se. Atravessaram metade da sala e se viraram para uma porta, na qual nenhum dos garotos tinha entrado. O quarto de Carlinhos era ainda mais exuberante do que os demais. Conory já devia ter ido ali, pois não deu nenhum sinal de surpresa. Harry e Rony decidiram reparar no quarto quando Carlinhos já estivesse deitado, pois como disse Jorge, em tom de brincadeira, ''seria muito desrespeito com os outros''. Os três riram, e Fred juntou-se a eles.

- Agora que o nosso irmão já está ali, vamos examinar!

As paredes tinham cores que variavam de azul – celeste para um lilás – forte. Era estranho – os tons pareciam que andavam de um jeito ondulante.

- Ok – começou Jorge – parede central cor uva – estragada.

- Teto com dragões para o visitante saber a profissão do dono da casa sem precisar perguntar – continuou Fred. Os quatros riram.

De fato, havia um dragão no teto, cercado por seus filhotes. Era uma pintura a mão, pois tinha alguns borrões feios.

- Aposto que foi Carlinhos quem pintou! – concluiu Rony. Vamos dar uma olhada no armário... até agora foi o móvel mais...

- Extravagante – completou Fred.

O armário chegava até o teto. Era de cor laranja – não combinava em nada com as paredes – e, volta e meia, olhos amarelos – ofuscante apareciam nele.

- Uh! Que medo desses olhos! – Jorge disse, em tom patético.

- E não esqueçam, certo? – Conory agora estava do lado de Harry, acenando para Hermione.

- Tá, tá, pode ir! – respondeu Gina, impaciente.

- Nossa, mas que grossa! Se fosse minha casa eu não deixava assim, Carlinhos! – Fred fez uma imitação da Sra. Weasley.

- Ei, maninho! Se Carlinhos morrer antes de ter algum filho, ou namorada, esta casa VAI ser nossa! É a herança, não? – disse Jorge.

- Hum, não sei... Nosso matrimônio não deve passar de 500 galeões. E olhe lá, hein: juntando tudo que temos. – falou Rony.

- O que Conory quis dizer com ''não esqueçam''? – perguntou Harry.

- Ah, é o modo de usar essas ervas aqui. – respondeu Mione - E acho melhor nenhum de vocês sair daqui, pelo menos até amanhã. Gina vou ir lá para o quarto, ok?

- Tá certo. – falaram os garotos.

- Espere! Rony, Mione, eu quero falar com vocês. Lá no quarto dos garotos... – falou Harry. A idéia daquele dragão ainda o atormentava. Ainda assim, seus pensamentos fluíam se uma forma muito clara. Não sentia medo... ele que viesse... que tentasse matar...

Os três saíram. Passaram pela sala, e quando iriam entrar no quarto...
- Olá, jovens moços, e linda donzela! Onde está meu amigo Carlos?

Harry se virou. Era Marvin, o Cavaleiro.

- Ele se machucou, Marvin. Eu sou o irmão dele, Rony. Mas está tudo sob controle.

- Espero que não tenha sido nada grave... – disse o cavaleiro.

- Um arranhão de garras venenosas, para saciar sua curiosidade. – respondeu Mione. – Vamos.

Eles entraram. Sentaram na cama. Rony e Hermione estavam calados.

- E então? O que quer falar com a gente? – perguntou Rony.

- Exatamente sobre esse ataque aí. Por que nenhum de vocês olhava para o dragão?

- Porque, hum, eu não queria. – respondeu Hermione. Era difícil ela não se interessar por algo.

- Eu... ah, Harry! Na verdade, era como se não valesse a pena me virar para olhar o serpente – dourado! Sei lá o que deu em mim!

- Pois é uma pena. Sabem o que vi no dragão?

Os dois balançaram a cabeça.

- Eu vi Voldemort. – os dois estremeceram. – Vi ele.

- Mas como? É... impossível! – respondeu Hermione.

- Olhei para o rosto do dragão. Os olhos dele... na verdade são verdes. Mas eles mudavam para um vermelho... com a pupila vertical... igual a ''dele''. E o nariz... as narinas eram como fendas... mas mudavam para um mais acentuado logo em seguida. Vocês não acham isso ''estranho demais''?

Rony e Hermione ficaram mudos. Finalmente...

- Imaginação. Isso é sua imaginação. – Rony levantou a voz.

- Escuta, você não quer brigar comigo como aquela vez no Torneio Tribruxo, hein? Afinal, vocês acham que eu estou ficando biruta, é?

- Não, Harry. Mas é que... ah, ''ele'' de novo... – respondeu Hermione.

- Vocês estão ficando que nem o Fudge. Vocês não querem ver a verdade! – Harry alterou um pouco a voz. Começou a ficar irritado.

- Não, mas... Sim... EU não quero ver a verdade. – Rony disse.

- Por que vocês não viram o dragão?

- Ah, não sei Harry! – falou Hermione, com a voz desesperada – Agora você vai começar a brigar com nós, não é?

- Cala a boca Mione! – alertou Rony e se virou para Harry – Harry, você... Você tem certeza mesmo que... sei lá...

- Eu já disse que sim! – gritou Harry.

- Ah, ok, eu estou do seu lado. – falou Rony, rapidamente - Amigos, não é?

Harry deu um bufo de impaciência. Era simplesmente tão óbvio isso...

- Certo Harry. Se você diz... – disse Mione, com voz baixinha.

- Hermione, não é que eu digo, isso é...

- Algo que me esqueci! – interrompeu a garota – Twombly e Twiny Hart! Tenho que planejar meu material... Câmeras e essas coisas! Tchau para vocês! – e saiu do quarto apressada.

- Cuidado hein Mione! Daqui a pouco, você vai se apaixonar pelo anão! – disse Rony quando ela saiu pela porta e virou-se para Harry. – Ela claramente foge do assunto.

- É... – falou Harry – Mas... bem... é melhor eu conversar com Dumbledore em Hogwarts. Afinal, Voldemort não vai estragar nossas férias, não?

Finalmente Voldemort saiu de sua cabeça. Só se importaria com ele de novo quando houvesse um sinal. Afinal, tudo poderia realmente ser fruto de sua imaginação. E... preocupar os amigos justo naquela hora? Não. As preocupações ficaram de lado, e quando percebeu... estava dormindo.



- Ronyyyyy... Acordaaaaa... Vai logo...

Harry ainda dormia. Mentira... estava cansado, mas escutava uma voz. De quem era? Ele não sabia.

- Não vai dizer que você não quer ver Twombly e Twiny Hart hoje? – disse a voz desconhecida.

Agora o bruxo sabia quem era. Só podia ser a Mione com aquele papo dos anões que pensam em guerra, e tal...

- Ah não! Lá vem você com isso de novo! – o plano funcionara. Rony acordou.

- Ora! Você é o mais difícil de acordar! Fred e Jorge estão na cozinha comendo e Gina está lá com o Carlinhos. Acorda logo! Harry, isso vale pra você também.

- Já to acordado faz tempo! Não preciso de anões para acordar! – desdenhou Harry, dando um golpe com o travesseiro em Rony.

- Bom, vou lá na cozinha também. To esperando vocês. – Hermione se despediu dos garotos.

Eles se vestiram, e levaram os travesseiros, por um mero acaso, junto.

- A minha guerra ainda não terminou! – falou Harry.

- Vamos lá! Quero ver você enfrentando o Jorge, ele dá cada ataque na cabeça...
Passaram pela sala, deram bom-dia para Marvin, o cavaleiro, e se dirigiram para a cozinha.

- Opa! Travesseiros! Acho que ele é meu... Jorge, que tal uma guerra? Vingardium Leviosa!

Os travesseiros voaram, em direção aos donos do feitiço: Fred e Jorge (que imitou o irmão).

- Há! Olhem isso, rapazes: Simian!

Por um breve momento, o travesseiro de Jorge, que dissera o feitiço, ficou envolvido por uma espécie de ''energia'' verde. Logo depois, essa energia fez um barulho como um ''ploc!'' e desapareceu.

- Dêem uma olhada. Fred jogue um vaso para mim.

Fred pegou o mais próximo que tinha (roxo com triângulos dourados) e jogou para o irmão.

- Iiiiiááááááááááá! Jorge imitou um ninja e deu uma pancada no vaso. E ele... foi jogado para longe e quebrou!

- Viram? – disse Fred - . Megapoderes! É só executar o feitiço em um objeto fofo ou peludo que ele fica bem fortão! Aliás, você esqueceu de consertar o vaso, Jorge! Reparo! – murmurou Fred, apontando a varinha ao vaso, que voltou a sua forma normal.

- Que tal batalharmos? – perguntou Jorge.

- Mas isso vai rachar nossas cabeças – disse Harry, que até então, ficara de boca aberta com o vaso espatifado.

- Vamos morrer, na certa! – conclui Rony, que também ficou espantado até agora.
- Tsc tsc! Vocês não conhecem nada de duelos. Há um feitiço que faz você não sentir dor, mas você sente o impacto de leve. É bem legal! Então, vamos batalhar? - Perguntou novamente Jorge, depois de dada a explicação.

- Com essas condições! Claro, né Rony? – disse Harry, olhando para o amigo.

Rony fez cara de suspense.

- Claro! Mas já que vocês ficaram com nossos travesseiros... Accio travesseiro!
Do quarto dos garotos, um borrão verde-limão e laranja cortou os céus, ou melhor, o ar da sala de estar. Era o travesseiro de Fred. Harry fez o mesmo, e o travesseiro de Jorge chegou rapidamente. Assim, os gêmeos executaram os feitiços para os garotos.

- Agora, a magia para sentir somente o impacto é essa: Zorak! – o travesseiro de Fred, que executou a magia, murchou, e logo depois encheu novamente.

Depois de um tempo fazendo alguns feitiços, eles estavam prontos.

PAM!

Rony foi jogado contra a parede por Fred, que caiu após escorregar em um feitiço de Jorge.

- Que é isso? – Hermione surgiu do nada, diante da porta que dava à cozinha.

E bem na hora, Harry, que iria bater em Rony, acabou acertando a cabeça de Hermione.

- Ai! Que susto! Isso dói na cabeça, viu? E que barulhão foi esse agora? – perguntou ela.

- O Rony, que foi jogado na parede.

- Executaram o Zorak e o Simian? Essas magias são legais! Nem parece, mas são coisas bem de magos poderosos! Mas quem é que fez isso? – indagou Hermione.

- Eu, é lógico – gabou-se Fred.

- E não se esqueça de mim! – disse Jorge.

- Tá, tá, tudo bem. Agora vamos lá para a cozinha. Vocês não estavam lá, Fred? Ah, não precisa dizer mais nada. Aparataram. – disse Mione, indo em direção a ela. Então, os garotos foram. Lá, encontraram Gina.

- E então, como tá o Carlinhos? – perguntou Rony.

- Melhor, mas ainda vai ficar de repouso por mais umas dez horas. Ainda bem que essas ervas do Conory deixaram o Carlinhos curado rapidinho. – respondeu Gina.

Harry e os demais serviram-se. E passaram-se alguns minutos... até que...

- Ah... to estufado...ei Harry! Vamos lá para o quarto planejar o nosso passeio pela Romênia hoje?

- Que? Vocês estão pensando em passear quando o seu irmão, Rony, está de cama! – reclamou Gina.

- Ah, Gina! O que podemos fazer? O Conory disse só para você e para a Mione o modo certo de usar aquelas ervas! O que podemos fazer? Só companhia. – retrucou Rony.

- É, o Rony tem, acho que pela primeira vez, a razão.- concordou Fred.

- Mas tem uma coisa. Eu vim aqui para ver o Twombly e o Twiny Hart! Não vou ter tempo de ficar com o Carlinhos! – resmungou Hermione.

- Humpf! Tudo bem, a santa aqui vai fazer esse favor. Mas vocês ficam me devendo. – aceitou Gina.

- Isso aí, cara irmãzinha. Então, Harry... vamos lá pro quarto? – perguntou Rony.

- Certo! Agora que finalmente entramos em um acordo, né?

- Eu vou junto! – disse Hermione.

- Tudo bem. Mas vamos logo! Não podemos perder tempo, certo? – falou Rony.

Então os três pegaram um pouco de sobremesa (Sorvetes Caseiros Fáceis de Preparar da Titia Angélica) e seguiram em frente.

- Certo. - disse Harry, ao sentarem cada um em uma cama, no quarto dos meninos. – Que tal... hum... – e pensou um tempão até dizer... – conhecer Twombly Hart! – disse, ao mostrar um sorriso amarelo.

- Apoiado! – falou Hermione, frenéticamente.

- Sério... aonde podemos ir? – indagou Harry.

Então, Rony e Hermione começaram a discutir idéias. Harry se afastou para um canto e pegou o seu Mapa do Maroto da mala. Quem sabe ali não teria algo interessante?

- Tudo bem. Lembra de mim? Sou o Harry Potter. Você me conhece e sabe do que eu gosto. Então, mostre algo do meu interesse que tem na Romênia! – disse, ao velho pergaminho-mapa.

E Harry levou um susto. Surgiu realmente algo. Com o dedo no mapa, ele percorreu os lugares.

- Lancheria Clix? O Mapa conhece os meus gostos, é? Vamos ver... acima, na direita, há uma... Loja de Quadribol?! Hmm..., Começamos a melhorar. - Harry deu uma olhada geral no Mapa até que... – NÃO! SIM! – gritou ele.

- O que houve? – disse Rony, que estava discutindo idéias com Hermione até agora.

- Algum problema? – falou Mione.

- Não, não! Olha só isso. Falei para o Mapa do Maroto me mostrar alguma coisa do meu interesse que existisse aqui na Romênia. E olha quem está aqui! – disse Harry.

Baixando os olhos, dava para ver a figura de um apartamento, mais parecido com uma torre. E nesse desenho, estava escrito alguns nomes como: Vily Chock, Morgy Fann, Billy Dock, Laurer Jorly, Remo Lupin e Sirius Black.

- Sirius... Lupin...? Que é isso? – disse Mione.

- Como eles estão aqui? – perguntou espantado Rony.

- Sei lá! O importante é que eles estão aqui! Ou não? – falou Harry.

- Claro! Então, vamos visitar eles! – concordou Rony.

- Legal! Mas primeiro vocês já sabem, né? Twombly e Twiny Hart! – disse Hermione, entusiasmadíssima.

- Se for para você parar de dizer esses nomes por um bom tempo, eu aceito. E você, Rony?

- É, tenho que concordar. Meus ouvidos não agüentam mais escutar esse nome. Mione, onde fica esse lugar, afinal?

- Não fica longe... Não se preocupem! Vamos, então! Só vou pegar minha máquina fotográfica!

- Ah, a máquina fofográfica... – disse Rony e começou a rir.

Depois de uns segundos, Hermione voltou, e bem contente.

- Finalmente, vamos sair para a Romênia!

- É, mas nós não vamos demorar muito lá, né? Eu quero ver o meu padrinho! – protestou Harry.

- Nãããoo... é só o tempo que dá de eu tirar uma ou duas fotos... Então, vamos? – perguntou Mione.

- Vamos, vamos sim. Espera um pouco, só vou avisar o Jorge, a Gina e o Fred. – disse Rony.

- Tá bom! Eu também vou dar um pouco de comida para a Edwiges. E você, Mione? A Wingie também deve estar faminta, certo? – falou Harry.

- É, vamos lá. O Pichitinho nós já sabemos que se contenta com um grão de ração! – falou Hermione.

Depois de feitas as coisas, os três saíram para as ruas movimentadas da Romênia dos trouxas. Seguiram por uma avenida cheia de torres, como sempre, e se depararam perto dos dois prédios onde Carlinhos executara o Feitiço da Revelação.

- Fiquem em torno de mim. Ninguém pode ver o meu feitiço – disse Hermione.
Harry e Rony fizeram um círculo em torno da garota, escondendo-a dos demais.

- Mostre-me a verdade! – exclamou Hermione, sacudindo a varinha. Então, formou-se no meio dos dois prédios o bar Varinha Descascada. Os três seguiram por ali, até avistarem a cabine telefônica. Felizmente, o homem de olhos saltados não estava ali. Na verdade, havia somente quatro mulheres velhas, com chapéus bem espalhafatosos e chamativos. Estavam soltando muitas risadas, mas ainda não chegaram a ponto de estarem bêbadas.

- Sorte que você se lembra do número. Você se lembra do número, não é? – perguntou Rony, com incerteza, para Hermione.

- Lógico que eu me lembro. Não sou irresponsável que nem vocês – e discou o número, fazendo a cabine subir.

- Ah, nem começa, Senhora Hermione Molly Weasley Granger. Lá vem você dando uma de minha mãe. – reclamou Rony.

- É, Hermione. Agora, nos mostre onde é o seu amado Twombly. – disse Harry.

Agora eles já estavam no mundo bruxo. Passando por umas ruas cheias de tenda, se viram ao lado do ''Lar dos Dragões'', o local de trabalho de Carlinhos e Conory.
- Aqui é um beco sem fim, senhorita Hermione. Favor informar o caminho correto. – disse Harry, um tanto raivoso e impaciente.

- Ah, Harry! Nem vem. Eu acho que passei uma ou duas ruas... Você não trouxe o Mapa, né? – perguntou ela.

- Pra sua sorte, eu trouxe. É que eu usei um pouco a cabeça, sabe? – desdenhou Harry, entregando o Mapa do Maroto na mão da amiga. Hermione fez uma cara de quem iria lançar uma maldição Cruciatus no primeiro que aparecesse.

- Ei, Mione! Foi brincadeira! Tá, tá, você é mais inteligente do que eu. Você usa a cabeça muito mais vezes do que eu. Satisfeita? – perguntou Harry.

Hermione não disse nada, mas a partir de então, ficou mais calma. Andaram por mais duas ruas, e chegaram em um lugar que parecia ser o fim da cidade. O chão era de uma terra extremamente seca, ao contrário de antes, que era calçada. Ao norte, via-se uma floresta, e ao seu lado, estava uma cerca que protegia uma casa totalmente demolida.

- Chegamos! – anunciou Mione, dando um grito de triunfo.

- Aqui era o seu lugar tão desejado? –falou Rony, com um tom de que achava o lugar a maior piada.

- Este lugar era o quartel-general dos anões-irmãos Twombly e Twiny Hart. Eles eram loucos, lutaram contra os trouxas e mataram montes deles. A cada pessoa morta, eles jogavam aí no esconderijo deles. Formaram uma pilha imensa. Ao final, o Ministério tomou medidas drásticas e mandaram bruxos para matar os anões. Felizmente, nenhum trouxa lembra desse fato. – explicou Hermione. – Ali no canto tem uma estátua do Twiny. E o mais alto do lado dele é o Twombly! – disse Hermione, orgulhosamente.

- Hmm, até que foi interessante. Invocados esses anões, hein? – disse Rony. – Agora tá na hora da sessão da fotografia. – completou.

Após tirar algumas fotos, Hermione insistiu para que eles fossem até a floresta que havia ao norte. Acabou convencendo os garotos, que foram para lá ver uma cena de reconstituição de guerra.

- Viu? Não falei que era legal? Essa floresta tem uma verdadeira guerra de anões e trouxas! – disse Hermione, de um jeito sonhador.

Ficaram na floresta por mais uma meia hora, e foram embora.

- Olha Harry, vou ser bem chato com você: to roncando de fome. – gemeu Rony.

- Eu também. Devemos ter ficado umas duas horas aqui! Hermione, vamos dar uma passada em uma lanchonete? – perguntou Harry.

- Concordo. Também to com uma fome... – gemeu a garota.

- Que horas são, Harry? - perguntou Rony, quando caminhavam nas calçadas da Romênia dos bruxos.

- Deixa eu ver... Droga! Já são onze horas. Mione, eu vou matar você! Agora teremos que passar na casa do Carlinhos só para almoçar, e dizer que não desaparecemos! Se ao menos fosse mais cedo, eu não demoraria tanto para ir até o Sirius!

- Ai ai ai! Depois sou eu que reclamo! Eu conheço um feitiço muito útil. Basta o Rony me dizer do que é feita a varinha de um dos irmãos dele! – disse Hermione.

- Eu só lembro a do Jorge. Se não me engano, são 16 centímetros de carvalho, feito de rabo de esquilo. – respondeu o menino.

- Certo! Avislus! – exclamou Mione, apontando a varinha para o céu.

Então, pouco acima da cabeça de Hermione, surgiu uma folha de pergaminho. Ela era transparente, dava a aparência de ser holográfica. Parecia que se alguém metesse o dedo na página, ele o atravessaria. De repente, Hermione murmurou:

- Para: varinha de 16 centímetros feita de carvalho com um pouco de rabo de esquilo. Remetente: Hermione, Harry e Rony. Mensagem: Jorge vamos almoçar em uma lancheria aqui do mundo bruxo. Voltamos em duas horas. – disse ela.

- Mione, você está louca? – perguntou Rony. – Que é isso que você está dizendo?

- Se der certo, a varinha de Jorge estará brilhando agora mesmo. Então essa mensagem vai ser falada através de minha voz para ele! – respondeu.

- Legal isso... Dessa eu não sabia. – disse Harry. – Então, vamos almoçar?

- Sim! Ali em frente tem uma lancheria! – apontou Rony.

Então, os três seguiram para a lanchonete, que se chamava Sangue de Dragão. Sentaram em uma mesa próxima de uma planta de aparência estranha, e então pegaram um cardápio. Uma mulher parecida com um fogão veio; ela segurava um sapo laranja e usava avental de chef.

- Para vocês, senhores? – perguntou.

- Hmmm... Eu quero um sanduíche natural de folhas secas. E de sobremesa, um creme de pedras moles. – disse Rony, ficando com uma cara de dúvida a cada nome de comida que falava.

- Eu quero um sanduíche de sabor... Maravilha? Que sabor maravilha é esse? – perguntou Harry.

- É um sabor aleatório. Pode ser desde um doce até um amargo.

- É, interessante. Quero um desses, e de sobremesa, quero uma porção de Dentes Adocicados de Vampiros.

- E eu – falou Hermione – quero um sanduíche dos trouxas. E de sobremesa, quero uma porção de nuvens tempestuosas. Ah, eu quero uma ou duas nuvens claras, viu? – disse ela, com total convicção.

- Certo – respondeu a garçonete – E para beber?

- Cerveja amanteigada – falaram Harry e Rony ao mesmo tempo.

- Frutas cítricas – disse Mione.

- Hmm – a garçonete ia anotando os pedidos – Fica pronto em dez minutos. E vai custar 3 galeões, 15 sicles e 12 nuques. – a mulher se retirou, deixando um papel com os pedidos embaixo da toalha da mesa.

- Nossa Mione! Não sabia que você entendia tanto dessas comidas estrangeiras. – disse Harry.

- É verdade! Eu não tenho nem idéia do que eu pedi. – falou Rony.

- NÓS não temos certeza disso. Estou incluído nisso também! – disse Harry.

- É que a maioria das comidas desse país tinha também na França. O que vocês pediram eu acho que é bom.

Os garotos começaram a reparar nas pessoas que estavam na lancheria Sangue de Dragão. Havia tudo que é tipo: gente jovem, velhas, crianças que não paravam de chorar, anões... Todo mundo suando, pois as roupas deles eram longas, verdadeiras vestes de bruxos. Harry, Rony e Mione usavam roupas de trouxas.

- Será que o Sirius está bem?

- Não sei, Harry. Mas acho que na forma de cão deve estar tudo bem. E o ministério está ocupado tentando se certificar para ver se ainda há vestígios de Você-Sabe-Quem. – respondeu Hermione.

- Ah não! Não acredito! – falou Rony. – Adivinhem só quem está entrando!

Ele apontou para uma pessoa lotada de roupas, e de um chapéu esquisito que acabara de entrar. Era...

- Lupin! – disse Hermione. – Nossa, que coincidência! Vamos pedir para ele vir até aqui!

- Eu vou chamá-lo – falou Harry, com uma cara supercontente.

O menino foi até Lupin e apontou para a mesa onde Rony e Hermione estavam sentados. O mais esquisito é que Lupin não deu nenhum abraço em Harry, ou algo do tipo. Rony puxou uma cadeira para o ex-professor sentar.

- Ah! Agora é mais seguro demonstrar a minha alegria em vê-los! Como estão? O que fazem aqui? – disse o professor, dando um tapinha nas costas de cada um.

- Estamos bem. E viemos visitar o irmão do Rony. Ele trabalha com dragões aqui. Mas nos diga: o que o senhor está fazendo aqui? – perguntou Mione.

- Eu devia ter imaginado. Já cruzei com seu irmão Rony. Mas respondendo a sua pergunta, Hermione, eu e Sirius resolvemos nos refugiar aqui, desde o início desde ano. O pessoal da Romênia parece que nos conhece de alguma forma: vivem me vigiando. O Sirius, coitado, está preso em um apartamento que moramos. Ele sai de lá somente em forma de cão.

Os garotos se entreolharam. ‘’Sair de lá somente em forma de cão?’’ Pobre Sirius... Decidiram mudar de assunto.

- Iríamos comer um lanche, para depois ir direto para o apartamento de vocês. Descobri que você estava aqui através do Mapa do Maroto! – falou Harry.

- É, esse nosso mapa tem muita utilidade. Sabem, provavelmente vocês...

A garçonete chegou com os sanduíches, e com as bebidas.

- Ah! Não vou ficar olhando vocês comerem! Eu quero uma batida d'ouro. – falou o professor.

- Que bom! Para esta sobremesa nós temos um bônus especial: você pode escolher entre 50 gramas de bolinhas de sapo ou 50 gramas de dentes de mel. – falou a garçonete.

- Bolas de sapo. – disse Lupin.

Quando a garçonete foi embora, Lupin se virou para os demais e disse:

- Então, como está a comida?

- Ótima! – respondeu Mione. – O que você e Sirius andaram fazendo nos últimos tempos?

- Mantivemos contato com Dumbledore toda hora. Estamos tentando procurar pistas do paradeiro de Pettigrew, se é que ele ainda está vivo.

- Se eu fosse vocês, eu iria até a Albânia. – falou Harry, mastigando um queijo derretido que mudou lentamente para um pepino cozido.

- Sim, já fomos até lá. E não encontramos nada. É incrível. Eu só espero que Voldemort realmente esteja morto. – após um suspiro longo e profundo, ele pôs-se a comer sua sobremesa que a garçonete acabara de trazer.

- Esse sanduíche está seco! – reclamou Rony, após um período de silêncio.

- Deve ser porque você pediu um sanduíche de folhas... Oh! Adivinhe! Folhas secas, idiota! – desdenhou Hermione.

- Posso não dar mais aula para vocês, mas ainda imponho ordem, certo? – disse Lupin, com um sorriso na boca, assim calando Hermione por um breve momento.

- Já que o senhor ainda mantém contato com Dumbledore, sabe quem será nosso novo professor? – perguntou Hermione.

- Olha a sobremesa chegando! – disse Lupin, apontando para a garçonete que trazia uma bandeja em cada mão.

- Um Creme de Pedras Moles – anunciou a garçonete. Rony pegou seu doce.

- Uma Porção de Dentes Adocicados de Vampiros. – Harry pegou.

- Uma Porção de Nuvens Tempestuosas. – Hermione se serviu.

A garçonete se foi, e quase tropeçou em um anão praticamente invisível. Então, Rony olhou para sua sobremesa. Era um creme azul-turquesa com umas pedrinhas marrons que eram elásticas. Já a sobremesa de Harry era um montinho de dentes caninos e molares que eram grudados uns nos outros. Hermione pediu algo mais sofisticado; era um prato com o que parecia ser um algodão doce, mas com cor alaranjada.

- Não vão comer? Só Hermione tocou no prato... – falou Lupin.

- Ah, sim! Será que isso é bom? – perguntou Rony. Não esperou resposta: engoliu um pouco de creme, junto com uma pedrinha. – Hmm! É ótimo! Bem doce!

Harry não esperou e também provou seu prato.

- Eca, isso tem gosto de capim! Odeio dentes de vampiro a partir de hoje!

Bum! Uma das nuvens do prato de Hermione soltou um trovão e explodiu!

- Adoro quando isso acontece! – falou a garota.

Passados dez minutos, foram embora. Lupin havia insistido em pagar o lanche dos meninos, e por isso demoraram mais um pouco. Já nas ruas da Romênia, Hermione havia comentado que eles teriam mais uma hora para vagar aonde quisessem. Depois deveriam estar na casa de Carlinhos, como tinham prometido na mensagem que Mione mandou para Jorge. Seguiram por algumas ruas, e chegaram em uma torre muito alta.

- Isso é um apartamento. É aqui que moro com Sirius. Vamos lá? – convidou Lupin.

O tal ‘’apartamento-torre’’ era de cor bege, descascado parecendo ser do século passado. Mas para os padrões de Lupin e Sirius, deveria ser ‘’confortante’’.

Subiram por uma escada circular. Não demoraram muito até chegar a uma porta. Lupin deu uma leve batida, não esperou nenhuma resposta e entrou.

- Sirius! – chamou o professor - Adivinha quem está aqui! Sirius?

O cachorro surgiu, entrando lentamente. Estava tímido. Mas só até ver quem estava por ali.

- Harry! – exclamou o padrinho, já transformado em humano – Como... o que você... Lupin! Me explique alguma coisa! – Hermione e Rony saíram de trás de Lupin – Rony, Hermione!

- Fiquei tão surpreso quanto você quando os encontrei por aqui. Eles estavam lá no Sangue de Dragão. Vieram visitar o Carlinhos, irmão mais velho de Rony! – contou.

- Nossa! Mas que coincidência, hein? – disse Sirius. Sua aparência estava demonstrando energia. Os cabelos, com um recorte mais ajeitado, se confundiam com as paredes negras do apartamento.

- Agora vocês têm que explicar melhor esse negócio de estar aqui. –falou Rony.

- Lupin só explicou que estavam aqui por causa de Pettigrew. – disse Mione.

- Falem! – Harry gritou com os dois.

- Bem, não há nada mais a acrescentar. – disse Lupin.

- Estamos aqui para procurar Pettigrew. Na verdade, ficaríamos aqui só por mais uns dias, pois já achamos que concluímos por aqui. Nenhum vestígio de Voldemort. Conseqüentemente, nenhum vestígio de Pettigrew. – explicou Sirius.

- Eu acho que encontrei um vestígio de Voldemort. – interrompeu Harry.

- Ah não! Lá vem você com essa história de novo! – reclamou Hermione.

- Conte, Harry. – disse Sirius, com uma expressão séria no rosto.

- Bom, a gente foi visitar uma reserva de dragões na qual o Carlinhos trabalhava. Lá, ele falou que chegou um novo tipo de dragão, o Dragão-Serpente...

- Dourado! É o Dragão-Serpente-Dourado? Não acredito que ele está aqui... – murmurou Lupin, pensativo.

- É aquele dragão... Lupin? As Caval...? – Lupin silenciou Sirius.

- Esse mesmo – o padrinho de Harry estremeceu um pouco. - Como ele foi parar aí? – Lupin parecia cada vez mais interessado no assunto.

- Ele parece que chegou sozinho. Pelo menos foi o que o Conory, que também trabalha lá na reserva, falou. – disse Rony.- Ou vieram dois, mas depois só sobrou um... – ele parou por um momento e começou a pensar. Depois, percebeu que todos o estavam olhando e continuou – Mas o que realmente importa é que um comeu o outro, canibalização.

- Humpf. Típico! – Sirius demonstrou uma cara aborrecida.

- Mas o que são essas Caval... – Harry ia terminar a pergunta...

- Continue, Harry. Conte-nos o que aconteceu após isso. – interrompeu Lupin.

- Então nós fomos ver o Dragão e parecia que ninguém se interessava por ele. Eu estava olhando para ele. De repente, os seus olhos mudaram de verde para vermelho, a cabeça ficou triangular... Parecia uma cobra! Ela estava pronta para dar o bote em mim! Eu gritei quando ela lançou uma espécie de ácido, e acabou pegando no braço do Carlinhos. Ele ficou seriamente ferido.

- E agora o Harry ta achando... – falou Mione.

- Que esse Dragão era o Voldemort! Claro, faz todo o sentido! – disse Harry.

- Bem...eu preferia ver essa transformação para ter maior certeza – concluiu Lupin. – E você, Sirius?

- Concordo. Mas, em todo o caso, temos que contatar Dumbledore. Vou mandar uma coruja para ele.

- Bom, temos que ir daqui a pouco. – lembrou Hermione.
- Já? Ah, Sirius! Quando vamos nos ver novamente? Por que você não vem disfarçado de cachorro e vai morar lá em Hogwarts? – Harry estava desesperado. Quando seria a próxima vez que veria seu padrinho?

- Que idéia maluca, Harry! Onde já se viu? Sirius seria desmascarado rapidamente! – Lupin descartou a idéia.

- Bom, é uma idéia. Mas pensem em alguma coisa. Temos que nos ver durante o ano, Sirius. Agora, acho que temos que ir. Bom, tchau! – Harry e Rony se despediram.

- Lupin, quem vai ser nosso novo professor de Defesa Contra As Artes das...

- AAAAAAHHHHHHH!!! – um berro baixinho, porém muito agudo, foi energeticamente dado.

- É o nosso relógio! – respondeu Sirius, para os olhares espantados dos garotos. – É uma espécie de bebê que grita a cada hora que bate!

- Está na nossa hora! Temos que ir mesmo! Tchau! – Hermione finalmente se despediu.

Os garotos desceram correndo as escadas. Já na rua, também correndo, Rony comentou:

- Harry, se esse Dragão era mesmo Você-Sabe-Quem, você com certeza será avisado. Dumbledore será comunicado, e aposto que com a perspicácia dele, saberemos de algo em breve.

- Mas por enquanto vamos deixar as coisas acontecerem. – Hermione suava, quando chegaram à Romênia. – Com Dumbledore por perto, não há nada do que temer.

- É... Vocês estão certos. Dumbledore conhece as artimanhas de Voldemort. – Harry concluiu os pensamentos e o fim de conversa terminou quando chegaram à porta da casa de Carlinhos.

- Olá, atrasadinhos! O Carlinhos ta melhor. Um pouco melhor. Espero também poder sair, sabe? Que tal tomar conta do Carlinhos? Eu realmente fiz um favor para vocês hoje de manhã e espero receber uma contribuição. – Gina apareceu.

- A Gina parece a mamãe. – comentou Rony, abobalhado.

- Não temos mais muitos dias por aqui, então é melhor o Carlinhos se curar logo, senão a mamãe vai fazer aquele escândalo, e daí já viu, né?, então toma conta do nosso querido irmão – Gina não parava de falar um só segundo.

- Quem ta fazendo escândalo por aqui é ela. Parece que nunca teve liberdade na vida! Louca, só pode ser. – falou Rony, como se a irmã não estivesse por perto.

- Garotas crescem, Rony. Garotas crescem – disse Hermione.

Rony se entreolhou com Harry. Suas orelhas se avermelharam. Juntos, atravessaram a sala para o quarto de Carlinhos.





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