Compras no Beco Diagonal



Capítulo 7

Compras no Beco Diagonal



- Que bom que vocês chegaram. Eu já acordei e to um pouco melhor – a voz de Carlinhos assustou os garotos quando eles chegaram no seu quarto.

- Cadê o Fred e o Jorge? – perguntou Hermione.

- Eles falaram que iam catar garotas e iam dar uma olhada nas lojas locais para se espelhar nelas. Sabe, aquele negócio da loja deles e tal. Espero que ela dê certo...

- Uhh... Não é à toa que a Gina tava brava. Não saiu daqui faz algum tempo. – comentou Harry. – Aliás, quando vamos embora?

- Dia 25 de agosto, lembra? Ou seja, daqui a quatro dias... – respondeu Rony.

- Bom, e aí Carlinhos? Está melhor? Precisa de algo? – perguntou Mione.

- To sentindo um pouco de ardência no braço. Alguém aí passa esse líquido verde aí nele. É extrato de folhas produzidas por elfos. São muito raras, sabia?

Hermione se prontificou da tarefa. E aproveitou para matar sua curiosidade.

- Então onde encontramos essas folhas?

- Na própria Floresta Proibida da escola de vocês. Mas lá é apenas um dos três lugares onde se encontram as folhas. Os outros são a Floresta Negra, na Alemanha, e a Floresta Ofihd, na Albânia.

- Se a Mione ficar por ai, não temos muito que fazer por aqui, né Harry?

- Certo Ronny!

Os dois saíram de fininho enquanto Hermione discutia com Carlinhos sobre elfos.

- Uaahh! – o bocejo de Rony ecoou pela sala de estar – To com o maior sono. Apesar de ser apenas 2 da tarde. Vamos comer algo?

- Vamos. – apesar de não estar fome, Harry aceitou o convite.

Harry achou que Rony também não estava fome. Era só um modo de passar o tempo. Sentaram à mesa da cozinha. Rony ofereceu um pouco de sorvete.

- Ah! Me esqueci! Ainda tenho que resolver o problema do quadribol.

- Quem é do time até agora? – perguntou Rony.

- Bem, os atacantes seriam a Mione, a Gina e mais alguém que tenho que decidir. Os batedores seriam você e também mais uma pessoa. E o goleiro é o Neville. Além de mim, que sou o apanhador. – sorriu Harry.

- Quem sabe o Olívio não saiba de alguém? Aliás, eu soube que ele agora já é reserva do time da Inglaterra, sabia?

- É mesmo? O Olívio era realmente bom. Ele merecia mesmo estar na seleção! Mas é melhor eu escrever uma carta para ele agora. – Harry assobiou para chamar Edwiges.

A coruja veio voando a toda velocidade.

- Tem algum pergaminho ou alguma tinta por aqui? – perguntou Harry.

- Accio pergaminho! – um pergaminho veio da sala de estar através do feitiço de Rony. O menino melhorara muito em magias. – Aqui está! Mas falta a tinta e a pena... Accio tinta! Accio pena! – Tinta e pena vieram voando em seguida.

- Legal! Bem, vejamos:



Caro Olívio,

Olá! Aqui é o Harry. Quero um batedor e um atacante.

Tchau




- Não! Muito direto Harry! – desaprovou Rony. – É melhor explicar que você se tornou um capitão e tal. À propósito, Rashta! – uma luz bem branca surgiu da ponta da varinha de Rony e apagou as letras da carta de Harry. – Comece de novo.

- Ok, Ok! Vamos lá:



Caro Olívio,



Aqui é o Harry! Tudo bem? Não sei se você sabe, mas eu me tornei o novo capitão do time de quadribol da Grifinória! Praticamente todos os jogadores saíram, já que se formaram e tudo o mais. Por enquanto, eu já escolhi uns jogadores: a Mione e a Gina para atacantes e o Rony para batedor. Ah, o Neville será o goleiro! Não, não é brincadeira! Ano passado eu tive um acesso de fúria e tinha chutado uma bola para bem longe. Não é que o Neville se atirou para pega-la?

Bem, mas eu escrevi essa carta pedindo uma ajudinha para você: nos tempos que você estudava em Hogwarts você não reparou em ninguém que pudesse ser um jogador de quadribol? Especialmente para artilheiro ou batedor, que é o que falta?
Um abraço!



Harry Potter




- Muito melhor! – Rony abriu um largo sorriso – Agora é só pôr aí nos pés da Edwiges e pronto!

Foi o que Harry fez. Depois de um desejo de ‘’boa sorte’’ (afinal, a viagem seria longa e cansativa para a pobre coruja), Edwiges saiu voando.

- Que tal uma partidinha de APVED? – convidou Rony.

- Claro! To louco para fritar as orelhas do seu elfo!



O tempo passou... Quando se viu, estava na hora de voltar para A Toca. Tinham ainda que fazer as compras no Beco Diagonal. Então, no último dia na casa de Carlinhos (que iria dar uma breve passada na casa dos pais)...



- Ah... Último dia por aqui... – Rony deu um longo bocejo, depois de ter saltado da cama. – O Carlinhos falou ontem que eu e você devemos comprar Pó-de-Flu, acabou o estoque! Ele disse pra mim onde ficava a loja... Vamos lá depois do café?

- Por mim tudo bem! – concordou o amigo.

Seguiram para a cozinha, onde se surpreenderam ao ver Carlinhos fazendo a omelete da manhã.

- Sim, eu já melhorei – respondeu o irmão mais velho dos Weasley para a pergunta de Rony. – Harry, Rony, não esqueçam de passar lá na ‘’Asas de Morcego’’, viu?

- Que é isso, ‘’Asas de Morcego’’? – perguntou Gina.

- É uma loja de tudo o que é coisa – explicou Fred. – Nós fomos nela para ver se não tinha nada de interessante para a nossa loja.

Depois do café da manhã, Harry reuniu Ronny, Hermione e Gina:

- Quando chegarmos n’A Toca temos que dar uma treinada para o quadribol.

Todos concordaram, afinal não podiam dar bandeira este ano no quadribol, com uma equipe nova.

Depois de um tempo, já perto das dez da manhã, Harry e Rony resolveram comprar o Pó-de-Flu. Saíram, atravessaram o mundo trouxa e pararam na frente do ‘’Varinha Descascada’’.

- Temos que revelar o bar... – disse Rony - O.K., não tem muita gente por perto. Me encobre aí, Harry. – pediu o amigo.

Estando seguro, Rony executou o feitiço que revelava a entrada do ‘’Varinha Descascada’’.

- Mostre-me a verdade – ordenou à varinha. Ela se ergueu e apontou para o bar que surgia.

- Vamos. – falou Harry.

Entraram no bar, discaram a senha no telefone público (o cara de olho esquisito não estava no bar). Estavam nas ruas da Romênia.

- É por aqui a loja. – disse Rony.

- Olha, eu não tinha reparado nessa loja antes. Que legal! – Harry sorria em frente a uma loja de quadribol.

- Legal mesmo! – falou Rony.

A vitrine exibia duas vassouras que se cruzavam. Uma era preta, com o símbolo de uma lua na ponta, a outra era branca. Na ponta, o desenho de um solzinho.

- Eu li em uma revista... Este é são os modelos novos que chegaram ao mercado. São as ‘’Nimbus Contraste’’. – explicou Rony.

- Pôxa, não tinha nome melhor? – falou Harry.

- Pois é... Na verdade, elas não são melhores que a Nimbus 2001. São até um pouco piores... Eu li que a fabricante fez isso como uma vassoura de elegância, sabe... – falou Rony.

- É a cara do Malfoy ter uma dessas. Aposta comigo que ele já comprou uma assim? – disse Harry.

- Não, eu não aposto – falou Rony. – Eu sei que o Malfoy já comprou um desses modelos aí. Mas eles são realmente legais... eu gostaria de ter uma dessas, mas deve ser bem caro...

Os garotos atravessaram uma rua e Harry viu: do outro lado estava a entrada da Reserva dos Dragões.

- Ai! – Harry sentiu uma dor mínima na cicatriz, mas a cabeça doía como nunca.

- Presta atenção, Harry – disse o amigo, que deixou escapar uma risada ao ver Harry de frente ao poste em que ele bateu a cabeça.

- Eu...Eu estava distraído...

- Se vê, né? Vamos logo, a loja é ali! – apontou Rony.

A ‘’Asa de Morcego’’ tinha a maior aparência de lojão. Várias placas de desconto estavam expostas na rua, atraindo alguns clientes. Os garotos entraram no estabelecimento.

- Em que posso...

- Pó-de-Flu para viagens longas – disse Rony, interrompendo a fala da atendente gorda que tinha vindo.

- Está aqui. São exatos dois galeões.

Rony deu o dinheiro à mulher, que o fez levitar com o feitiço Vingardium Leviosa, levando-o assim ao caixa.

- Pronto! – disse Rony, quando saíram do ‘’Asa de Morcego’’. Harry não dissera uma palavra até então, quando a idéia do quadribol lhe voltou à mente.

- Vamos dar uma passada na loja? – perguntou.

- Claro, vamos! – concordou Rony com o amigo.

Caminharam mais um pouco até chegar à loja.

- Aqui estamos. – falou Harry.

Os garotos entraram na ‘’Cabo de Vassoura’’, segundo o letreiro que dizia na frente da loja.

- Nooossaaa... – Rony delirou.

A loja era simplesmente esplêndida! O teto, negro, parecia que tinha uma abertura. Um orifício, que parecia uma tampa abre-e-fecha, estava ali. As estantes, todas ilustradas com minúsculos desenhos de cabos de vassouras, continham o maior material relacionado a quadribol que Harry já viu. Livros, vassouras, líquidos coloridos, escovas dos mais variados formatos... Parecia o kit de Hermione que Harry tinha ganhado de aniversário. Um homem de barba engraçada veio lhes atender.

- Para os senhores? – perguntou.

- Estamos só vendo... – disse Rony, olhando para todos os lados com a boca aberta.

- Aquelas vassouras ali da vitrine... – disse Harry.

- Ah, sim! Nimbus Contrastes! O mais novo modelo da Nimbus, exclusivamente para colecionadores! Não possui muitos recursos técnicos, mas sua beleza fala por si só, não acham?

- Com certeza! – concordaram os meninos.

- Não querem testa-las? Já que estão aqui só para olhar...

- Testar? – perguntou Harry, abobalhado.

- Aqui? – perguntou Rony.

- Testar – o atendente falava devagarzinho. Parecia achar que os garotos eram retardados. – Aquiii... Isso meeesmoo... Certoooo?

- Sim! Mas como? – Harry perguntou.

- Olhe para o teto! – disse o homem.

Ele puxou sua varinha:

- Alohomorra!

O teto se abriu! Mas não trouxe surpresas: era apenas mais um andar.

- Peguem suas vassouras... Modelo Sol e Lua.

- Sol! – disse Rony.

-Lua, então. – falou Harry.

Eles montaram na vassoura e subiram o mais alto possível. Repararam que no teto havia grama.

- Haste! – disse o atendente à sua varinha.

O teto que antes havia aberto se fechava lentamente.

- Pratiquem aí por um tempo! – dizia o atendente – quando quiserem sair, é só bater aí ou usar o Alohomorra!

Quando o teto se fechou, a grama acabou vindo para baixo e balizas se revelaram do nada!

- Wow! Nunca vi nada igual! Põe o Pó aí embaixo! – disse Harry.

Rony jogou o saquinho do Pó-de-Flu na grama.

- Yeah! Essa vassoura é muito boa! – Rony começou a dar loopings no ar.
Começaram a brincar de corrida no amplo espaço que tinham. As vassouras eram realmente velozes. Harry não sentiu muita emoção, já que sua Firebolt era muito melhor, mas Rony...

- Uhuuu! Legaaa!

De repente pararam para conversar.

- Rony, você tinha me dito que havia dinheiro com você, e que dava para comprar uma Nimbus 2000 ou 2001! A 2001 deve ser mais cara que essa, já que essa não é melhor que a Nimbus 2001! É só um pouco pior! Então...

- Vamos descer! Quero saber o preço disso! Alohomorra!

O teto abaixo deles se abriu... E o pó-de-flu continuava lá! Ele foi caindo, quase chegando à superfície...

- Vinga... – Harry ia fazer o feitiço de levitação, mas não adiantava mais.

- Reparo! – uma voz feminina executou o feitiço.

- Hermione! – disse Rony, enquanto descia com a vassoura.

- Já estava na hora de voltar, não é? É meio-dia! Toma esse pó-de-flu!

- Peraí, Mione! – falou Harry.

- Quanto é uma dessas, modelo Sol? – perguntou Rony.

- São 90 galeões! – disse o atendente.

- Não acredito! Eu tenho esse dinheiro! – disse Rony, quando já estavam fora da loja. – Vou pegar em Gringotes quando formos ao Beco Diagonal, enviar pro Carlinhos e pedir para ele compra-la para mim!

-Ótimo! – disse Harry, quando chegaram no mundo trouxa – Melhor vassoura, melhor habilidade!

Rony contou para Carlinhos o que pretendia, enquanto almoçavam pizza.

- Tudo bem. É só você enviar por uma coruja mais forte que o Pichitinho além do seu dinheiro, é claro.

- É, eu vou fazer isso...

- E o pó?

- Ah, ta aqui! – Harry o deu para Carlinhos.

Passado o almoço, os garotos começaram a arrumar as malas.

- Ó quarto de divinas cores, adeus! – Jorge fez uma despedida pomposa ao quarto das cores mais extravagantes do mundo.

Passaram pelo corredor e encontraram o quadro de Marvin, o Cavaleiro.

- Ó Marvin, cavaleiro destemido, possuidor de virtuosa coragem... Adeus! – Jorge simulou um choro desesperado pelo cavaleiro Marvin.

- Adeus, sir. Espero lhe ver novamente! – Marvin fez uma referência, educadamente.

Pararam na lareira, quando Carlinhos chegou também de malas prontas.

- Tudo bem, não se esqueçam que é ‘’À TOCA’’ que se deve dizer...

Gina deu um passo à frente. Pegou um pouco do pó dourado.

- À TOCA! – a menina deu um berro de estremecer qualquer um. E desapareceu.

- Façam assim, mas com menos voz, por favor. – recomendou Carlinhos.

- À TOCA! – disse Fred. Desapareceu em seguida.

- À TOCA! – disse Harry. Desapareceu naquele velho e enjoativo rodopiar.

Sentiu ser puxado para frente com a maior força. De repente, atrás dele percebeu alguns gritos de ‘’yeah!’’. Era Rony. Então, na sua frente surgiu uma lareira, uma cozinha...

- Uhh! – Harry caiu no tapete e atrás dele um pé acabou chutando sua cabeça.

- Opa! Desculpe Harry! – disse Rony.

- Tudo bem, mas saia daí!

- Ahh! – Jorge veio em seguida e chutou as costas de Rony.

A cena era grotesca: a perna de Jorge empurrando as costas de Rony, cujo corpo estava em cima de Harry, que sentia toda a dor da pilha sobrecarregada em cima dele.

- Olá! – Carlinhos surgiu do nada. – Por que não aparatou, Jorge?

- Eu e Fred preferimos o pó-de-flu. É mais radical, sabe? E além disso, é uma distância muito grande... Não sei como você consegue.

- Hmm, sei... Papai! Oi mãe! – os pais de Carlinhos vieram ao seu encontro.

Harry foi cumprimentar a Sra. Weasley.

- Tudo bem, Harry? – disse ela, dando um beijo na bochecha do garoto, que ficou sem graça logo em seguida.

- Oi Harry! Como anda o mundo trouxa da Romênia? – o Sr. Weasley havia chegado. Harry não respondeu; deu um sorriso ao pai de Rony que retribuiu.

Após todos os cumprimentos, os Weasley, Harry e Mione se reuniram na sala da cozinha.

- Oh, Carlinhos. Soubemos o que houve com você. Está melhor? Não precisa de nada? Nada mesmo? Tem certeza? – a Sra. Weasley começou com suas preocupações.

- Mãããeee... Não começa com seus mimos. Eu estou bem e você sabe disso.

- Hei Harry, Mione! Vamos pro quarto? – convidou Rony.

Eles concordaram. Pegaram seus malões e subiram as escadas.

- Aposto que Dumbledore já deve estar sabendo disso; a carta de Sirius deve ter chegado até ele. – disse Rony, ao abrir a porta de seu quarto.

- Deve ter chegado. – reafirmou Harry.

- Olha só o Pichitinho ali! – Hermione apontou para a coruja mínima que estava num canto do quarto.

- Fora da gaiola? Não devo confiar no papai e na mamãe... – Rony pegou a corujinha e a pôs na gaiola.

- E então? Vamos ao Beco amanhã? – perguntou Hermione.

- É... – disse Rony. – Louca para comprar livros? Acertei? – perguntou o garoto, trocando risos com Harry.

- Não! Quer dizer, de certa forma... Bem, o que eu quero no Beco Diagonal é saber que animal a Gina vai comprar...

- Ah, é mesmo! Presente adiantado de aniversário... Humpf! Só eu que não ganho mas ‘’a caçula pode Rony!’’ – disse o garoto, imitando a voz de sua mãe.

- Acho que ninguém nunca fez uma festa particular em Hogwarts, né?Aniversários, essas coisas... – perguntou Harry aos amigos.

- Sei lá, acho que não. Mas eu ouvi um boato ano passado de que a Parvati ia fazer uma festa de aniversário esse ano. Parece que ela teria uma festa daquelas ano passado sabe, de quinze anos. Mas dizem que um parente dela morreu perto do dia da festa. E daí...

- E daí só podem ter transferido ela para esse ano, né? – concluiu Harry.

- É. Mas isso pode ser só boato de gente má, mesmo! E agora, o que faremos? Não estou com vontade de perder o penúltimo dia de nossas férias. – falou Mione, com uma resposta surpreendente aos garotos. – Porque esse ano vai ser bem puxado, sabe...

- Temos que treinar mais um pouco de quadribol... – disse Rony. – Droga! Ainda não tenho uma vassoura decente! Bem que o Carlinhos poderia aparatar até lá na Romênia e voltar aqui, né?

- Acho que não! Porque ele aparatou de bem longe, e isso consume muita energia. Aliás, nem sei como ele conseguiu fazer isso logo depois do acidente com o tal dragão.

- Droga! Droga! Realmente, droga! Só tenho uma Shooting Star! – falou Rony.

- Eu te empresto a minha Firebolt. – disse Harry. – Vamos descendo para chamar a Gina. – antes, porém, Harry pegou se livro de quadribol.

Enquanto desciam as escadas, Hermione disse que já tinha conversado com seus pais e que eles aceitaram lhe dar uma vassoura de aniversário.

- Eles me enviaram o dinheiro. Amanhã eu vou comprar a minha no Beco Diagonal!

Quando haviam chegado na cozinha, Gina não estava lá.

- Foi treinar quadribol. – respondeu Jorge – E acho que é o que vocês deviam fazer também.

- Era para isso que a chamaríamos: para treinar quadribol... – falou Rony.

Saíram da cozinha e foram até o morro em que treinavam. Lá, encontraram Gina com Fred ali por perto. Ela estava no chão, não voando em uma vassoura. Treinava arremessos de goles contra uma baliza de tamanho menor que o normal. Pelo jeito, Fred a conjurara.

- E aí, pessoal? – cumprimentou Gina, ao verem os garotos e Mione se aproximarem. – To treinando arremessos.

- Percebe-se. – disse Rony.

- E eu conjurei a baliza! – gabou-se Fred.

- E então, vamos treinar umas voadas? – Harry abriu seu manual de quadribol que Hermione lhe deu de aniversário. – Puxa, seria bom se o Neville estivesse por aqui... Bem, Rony, pegue a Firebolt. Treine alguns vôos sem usar as mãos. Isso é importante para um batedor. Hermione treine ali junto com Gina.

Depois de dadas as ordens, Harry começou a conversar com Fred; observando seus amigos treinarem.

- Então acho que vou convocar um treino aberto – Mione, observe como Gina arremessa – ao pessoal da Grifinória e decidir ali mesmo – Rony, cuidado para não cair – quem serão o artilheiro restante e o batedor. Você acha que temos futuro? Seje sincero. – disse Harry.

- Olha, até aí tudo bem. A Gina é boa. O Rony também. E a Hermione... Bem, ela também é boa jogadora, mas acho que ela não vai gostar muito de jogar quadribol. Nos treinos tudo bem, mas na partida... Acho que o jeito dela é com os livros.

- Será? – perguntou Harry.

- Só vendo na estréia de vocês... E falando em estréia: não esqueçam de ir até a nossa loja no primeiro dia de vocês em Hogsmeade!

- E como anda a loja?

- Ah, você nem sabe! Ta uma beleza! He he, já que compramos o espaço que antes era da Dedos-de-Mel, ficou mais fácil montar algo legal!

- E a Dedos-de-Mel agora ta no Beco?

- Isso aí.

- E os brinquedos, os logros... Não pode contar nada pra mim?

- Hmm... Não Harry! É melhor não, até porque você não vai se surpreender muito, já que a Dedos-de-Mel era muito boa. Mas o ramo mudou: de comida para logros... Espero que nos aceitem por lá...

- E vocês vão continuar vivendo aqui n’A Toca?

- Por enquanto sim. Até o primeiro desencalhar sim!

- Hehe! – Gina, mais força – E vocês tão fazendo o quê agora?

- Estamos cuidando da pintura, e o letreiro. É o que falta. Espero que o papai tenha conseguido... Aliás, vou até lá perguntar para ele! Tchau, Harry! Boa sorte aí no treino!

Fred saiu correndo ladeira abaixo.

- Isso aí, pessoal! – Harry voltou a observar o time. E começou a murmurar para si mesmo – Que estranho. Ou o time está muito bom e eu não vejo erros, ou eu sou um técnico tão ruim que não vejo erros!

Ser capitão não era fácil, pelo menos para Harry. O nervosismo tomou conta dele.
- Ah... Por hoje é só... Pessoal... – Rony desceu da sua vassoura e Gina e Mione pararam de arremessar a goles.

- Então, o que acha?

- Está legal... Está perfeito... Demais?!

Aparentemente os amigos não perceberam uma certa dúvida no rosto de Harry. E em seguida, deram pulos de alegria.

- Uhu! Somos os melhores! – gritou Rony.

- É! – disseram Mione e Gina.

Juntos eles desceram para a casa dos Weasley. Conversaram mais um pouco sobre táticas de quadribol e logo depois a Sra. Weasley lhes ofereceu um lanche da tarde. Mais tarde, na cozinha, Carlinhos conversava com Rony, Gina, Fred, Jorge, Hermione e Harry.

- E esse dragão que me atacou é realmente perigoso. Vocês nem imaginam o que eles – o rosto de Carlinhos começou a ficar branco.

- Carlinhos? Carlinhos, você está bem? – perguntou Gina.

- Ah? Claro que estou! Mas esses dragões, como eu dizia, são realmente perigosos...
- Será que você vai aparecer no Profeta Diário? ‘’Jovem da Romênia é atacado pelos Dragões-Serpente-Dourado’’, essa seria a manchete! – disse Jorge.

- É, nosso irmão ficando famoso! Hehe, o que acham? - pergunto Fred.

- Ohh... Pois nem brinque. É capaz dos caras do jornal ainda quererem uma entrevista minha! E eu não vou dar. – disse Carlinhos.

- Onde anda o Gui? – perguntou Harry.

- Ah, ele anda lá no Egito fazendo a mesma coisa de sempre... Trabalhando em Gringotes... Vida chatinha! – disse Fred.

- Como ele agüenta? – falou Rony.

Passadas sete horas da noite, jantaram. Depois, Carlinhos se despediu de todos: tinha que voltar, pois suas férias haviam acabado.

- Acho melhor não falar sobre a vassoura na frente da mamãe, né? – cochichou Rony para Harry, quando estavam em volta da lareira para se despedir de Carlinhos.

- É, diga que vai lhe mandar uma carta...

- Carlinhos! – chamou Rony. – Você esqueceu suas meias!

- Não, elas estão a...

- Elas estão aqui!<
Carlinhos entendeu que Rony queria que ele viesse. Foram até a cozinha. - Amanhã eu lhe mando uma carta com o dinheiro, tenho que pega-lo em Gringotes. Será que é confiável levar em uma coruja?

- Sim, é. Pode mandar amanhã de noite que no dia seguinte eu já lhe mando sua vassoura. É aquela Nimbus 2001 modelo Sol? - Essa mesmo!

Saíram discretamente da cozinha.

- E a meia? – perguntou a Sra. Weasley.

- Que mei...Ah! O Rony falou de uma que eu já tinha levado, né Rony? – Carlinhos deu um tapinha de leve no irmão.

Depois das devidas despedidas, Carlinhos foi embora. A fumaça do pó dourado foi a última cor que A Toca viu naquele dia. Logo depois as luzes foram apagadas e todos dormiram...



- Pessoal, acorda... – a voz de Hermione entrou no quarto dos garotos. – Eu sei, eu também to morrendo de sono, mas temos que comprar o nosso material...

Pela voz de Mione ela devia estar quase desmaiando.

- ACORDEM! – a voz da Sra. Weasley ecoou do andar de baixo.

- Aaaiii! – Hermione soltou um gritinho e tapou os ouvidos.

Harry se levantou, pegou seus óculos.

- Bem, deixe-nos vestir, Mione.

A garota saiu, deixando os garotos sozinhos. Eles se vestiram rapidamente.

- Compras, compras! Adoro essa palavra! – disse Fred.

- Eu também... Ahh, compras! – concordou Jorge.

- Vocês vão junto? – perguntou Harry.

- Lógico! – respondeu Jorge.

- Temos que ver como anda nossa amigona Dedos-de-Mel! – completou Fred.

- Aliás, quero que me falem como conseguiram dinheiro para comprar o espaço dessa loja em Hogsmeade. Não me convenci com aquela história de economizar dinheiro durante todo o ano, viu? – a Sra. Weasley lançou um olhar de mistério sobre os gêmeos.

- Qualquer dia desses... – falou Jorge, olhando para Harry.

- Lhe explicamos... – disse Fred, também olhando para Harry.

- O café está pronto, Sra. Weasley? – perguntou Harry, tentando desviar do assunto.

- Hmm? Ah está sim! Ovos mexidos com bacon!

Após o café, eles se arrumaram para ir à Londres.

- Dumbledore disse que vai enviar uns carros trouxas. – disse a Sra. Weasley. – Está na agora de comprarmos um para nós de novo, não é Arthur?

- Hmm? Ah, sim! Temos que comprar um novo... – disse o Sr. Weasley por trás do Profeta Diário que lia.

- E que só nós possamos usar – completou a Sra. Weasley, dando uma indireta aos gêmeos e a Rony. No segundo ano de Harry, os Weasley vieram resgata-lo da casa dos Dursleys com o carro, mas voando. Depois ele se perdeu na Floresta Proibida.

Ficaram parados na porta d’A Toca esperando o carro chegar. Depois de alguns minutos, ele veio. - Vamos pessoal. – chamou a Sra. Weasley.

Todos entraram no carro. Ele era bem espaçoso por dentro, dando lugar a todos. O motorista, ao que parecia, era trouxa.

- Vamos demorar muito? – perguntou a Sra. Weasley ao motorista.
- É até Londres, certo? Um velho que me disse para pega-los aqui...

- Isso, até Londres.

- Demora uma hora.

Como os garotos não tinham nada a fazer, além de conversar, observavam a paisagem. De campos vinham fazendas, que se transformavam em casinhas e logo viraram indústrias.

- Estamos chegando – cochichou Harry para Rony.

- Isso aqui é o quê? – perguntou o outro.

- Dumbledore deve ter mandado este cara aí nos buscar. É um táxi. Só que maior.

Quando adentraram na cidade, o taxista parou.

- Chegamos! O velho já havia deixado pago, então...

- Tudo certo – disse a Sra. Weasley. – Vamos garotos.

Todos saíram do táxi trouxa e começaram a andar em direção ao Caldeirão Furado. Depois de um tempo chegaram, e lá entraram.

- Ah! Ali tinha uma lareira! Se soubesse teria usado o Pó-de-Flu! – lamentou a Sra. Weasley, apontando para a tal lareira, muito velho por sinal.

O Caldeirão Furado geralmente abrigava todo tipo de pessoa. Desde anões e duendes até bruxos misteriosos. Era o que os garotos viam a sua volta.

- Olá Tom! – cumprimentou Harry.

- Sr. Potter! O que faz aqui? – perguntou Tom. Ele olhou melhor em volta. – Oh Molly! Ah! Já sei! Vieram fazer as compras para o novo ano letivo dos rapazes, não é?

- Isso mesmo Tom! Agora nos dê licença que estamos com pressa. O trem parte amanhã!

- Claro, claro! Até mais! – despediu-se Tom, o dono do Caldeirão Furado.

Avançaram para a parte de fora do Caldeirão. A Sra. Weasley deu alguns toques nos tijolos da parede com sua varinha. Eles começaram a se mexer, formando um arco. O Beco Diagonal com suas estranhas ruas surgiu na frente de todos.

- Chegamos! – disse Gina.

- Ufa, finalmente! – exclamaram os gêmeos.

- Bem – disse a Sra. Weasley – temos que ir até Gringotes pegar o dinheiro de vocês. Eu vou lá. Alguém quer ir junto?

- Eu! – disse Rony.

- E eu! – disse Harry.

Tinham planejado se oferecer para apanhar o dinheiro dos Weasley, assim conseguiriam pegar o de Rony para sua vassoura escondido da Sra. Weasley.

- Bem, então vamos lá – disse a Sra. Weasley. – E vocês fiquem por aqui.

- O.K, nós vamos à loja ali da frente. Né, Fred? – disse Jorge, cutucando o irmão.

- Hmm? Ah, certo... – respondeu o gêmeo.

- E eu vou junto com eles, mamãe. – disse Gina.

- Então, vamos rapazes. – falou a Sr.a Weasley.

Os garotos começaram a andar pelas ruas estreitas do Beco. Um apontava uma loja para o outro que deveriam visitar depois.
- A loja de quadribol daqui é muito completa. – comentou Harry – Talvez tenha aquilo que você queria, Rony – Harry diminuiu o tom de voz para a Sra. Weasley não ouvi-lo.

- Nem que tenha, aqui eu não compro. Seria muito suspeito sair com um pacote de vassoura daqui, não acha? Mamãe nunca deixaria eu gastar o dinheiro que economizei com uma vassoura.

- É, você tem razão.

- Meninos, chegamos!

Harry e Rony não haviam percebido que já estavam no bando Gringotes. Era muito lindo, com pilares de mármore branquinho.

- Sim? – um duende atendeu a Sra. Weasley assim que ela pisou no banco. Era curioso: duendes trabalhando em bancos? Só no mundo bruxo mesmo.

- Aqui. – a Sra. Weasley mostrou uma chave, que só poderia ser de sua família. – Cofre 624. – Harry, querido, trouxe sua chave?

- Sim – e retirou-a de seu bolso. Ao observar o duende, Harry o reconheceu: era Grampo, que o atendeu no seu primeiro ano letivo. – Hei, você é Grampo!

- Sim, senhor e o senhor...? – Grampo parecia não reconhece-lo.

- Você conhece esse duende? – perguntou Rony.

- Claro, ele me atendeu no meu primeiro ano letivo! Antes de conhecer todos vocês! Era eu e Hagrid, lembra Grampo?

- Ah, sim senhor. – Grampo não demonstrava nenhum sentimento de alegria. Duendes não pareciam mudar de cara – E o senhor é Harry Potter, então.

- Isso mesmo!

- Vamos, hã... Grampo? – disse a Sra. Weasley.

Eles seguiram o duende, que os conduziu até uma porta de bronze. Chegaram em um túnel que continha pequenas trilhas: era onde os vagonetes levavam seus clientes até seu respectivo cofre.

- Subam no vagão, garotos. – ordenou a Sra. Weasley. – Vamos primeiro ao do Harry.

Então o vagão começou a se mover, lentamente. Ele ia indo cada vez mais rápido até que chegar a ponto de Harry olhar pro lado e ver o cabelo de Rony dar a aparência de estar pegando fogo, tamanha velocidade do vagão. Passaram por túneis espremidos, por lagos subterrâneos e viram muitas estalactites e estalagmites. Chegaram ao cofre de Harry.

- Quer que eu vá pegar para você o dinheiro, querido? Parece estar com uma cara enjoada.

- Sim, Sra. Weasley.

Ela foi até o cofre e pegou galeões, sicles e nuques o suficiente para mais um ano.

- O.K, agora até o cofre dos Weasley. – pediu a Sra. Weasley ao Grampo.
O vagão começou novamente sua caminhada até chegar a uma velocidade de dar enjôos. Percorreram um caminho totalmente diferente dessa vez: passaram somente por túneis. Quando chegaram, Rony disse:

- Mamãe, deixe-nos pegar o dinheiro agora. Pegou o de Harry antes, deve estar realmente cansada!

- Tem razão. Pegue para mim, por favor, Rony! Deixe-me ver... 15 galeões... É, a Gina bastante livros este ano... 15 galeões, 30 sicles e alguns nuques...

- Certo! Vamos Harry?

O menino balançou a cabeça e eles foram até o cofre, acompanhados de Grampo. Rony pôs a chave na fechadura, girou e surgiu uma fumacinha verde, que se dissipou rapidamente. Entraram.

- Nossa... – Harry não sabia o que dizer. Era pouco dinheiro, sim, mas o curioso era a maneira em que estavam guardados. Em fileiras, montinhos de moedas estavam paradas junto de placas. Pela ordem, eram: Família Weasley (deveria ser do Sr. e da Sra. Weasley), Fred (que tinha mais que os próprios pais), Jorge (mais ou menos a mesma quantia de Fred), Gina (que não mentiu ao dizer que tinha um cofrinho com uma considerável quantia de dinheiro), Rony (um pouco menos que Gina), Carlinhos e Gui (não tinha muito pois o dinheiro deles deveria estar no Gringotes do próprio país onde estão).

- E aí? É bem menos que o seu juntando tudo isso, hein? – comentou Rony.

- Sei lá – Harry não gostava de admitir isso. Sempre queria doar algum dinheiro aos Weasley, mas eles não aceitavam de jeito nenhum. – Que engraçado isso! Parece uma pista de corrida!

- É, cada fileira tem o dinheiro de alguém. Bem, vou pegar o dinheiro que precisaremos...

Rony catou a quantidade de dinheiro que sua mãe havia pedido.Depois pegou todo seu dinheiro e pôs em um saquinho.

- Leve com você. Mamãe não pode ver. – Rony entregou o saquinho com seu próprio dinheiro para Harry, que pôs em suas vestes.

Voltaram para o vagão.

- Pronto mamãe! Podemos voltar.

- Sendo assim, vamos! Pegou somente o necessário?

Rony apenas fez um sinal positivo com a cabeça.O vagão reiniciou novamente. Passaram por diversos lugares, laguinhos, estalactites imensas, túneis sem fim... Finalmente, chegaram ao seu ponto de partida inicial.

- Acabamos, senhora – disse o duende Grampo à Sra. Weasley.

- Sim... Bem, não temos mais nada a fazer por aqui. Obrigado... Hã... Grampo... – a Sra. Weasley continuava a parecer relutar em dizer o nome do duende.

- Vamos Rony? – perguntou Harry.

- Vamos... Mamãe?

- Sim, certo... Vamos, sim!

Haviam saído da parte subterrânea do Gringotes quando voltaram a se deparar com o mármore branquinho do banco. Atravessaram todo o salão até voltar finalmente ao Beco Diagonal.

- Ufa! – falou a Sra.Weasley – Odeio esses vagões e sua velocidade! Vamos, meninos, temos que encontrar Fred, Jorge e Gina.

- Eles foram ali naquela loja, mamãe. Aquela de astronomia.

Atravessaram uma rua até chegar ao ‘’Noite das Estrelas – todo material que você precisa!’’. Havia uma imensa faixa na fachada da casinha-loja que dizia: ‘’Hoje promoção: telescópio de latão por apenas 1 galeão e 25 sicles!’’.

- Nossa! Não acredito! Finalmente resolveram fazer promoções por aqui. – reclamou a Sra. Weasley.

Entraram na loja que estava movimentadíssima por causa da tal promoção. Um homem gorducho com cara de palhaço de rua veio lhes atender.

- Desculpe, minha senhora. Com esse movimento a senhora vai ter que esperar um pouco! Sugiro que dê uma olhada nos nossos produtos por enquanto! – o homem tinha uma voz bem fina.

- Não, eu não quero comprar nada. Na verdade, vim aqui somente procurar meus filhos que vieram dar uma olhadinha nos produtos!

- A julgar pela aparência da senhora eles são, por acaso, três ruivos? Uma menina e dois rapazes gêmeos?

- Exato! Onde eles estão?

- Saíram daqui. Foram para a loja de animais mágicos, senhora.

- Hmm... Obrigado.

Quando saíram da loja, a cara feliz da Sra. Weasley se transformou em um olhar furioso.

- Humpf! Saem da loja e nem falaram que fariam isso! Esses gêmeos não aprendem!

Atravessaram novamente a rua e desceram até chegar na loja ‘’Animais Mágicos’’. Lá encontraram Gina, Fred e Jorge perto do balcão examinando diversos animais.
- Aí estão vocês! – disse a Sra. Weasley.

Ela começou a ralhar com os garotos por um pequeno tempo, porque Gina lhe deu uma explicação:

- Mãe, você devia saber que estamos aqui! Vim escolher meu presente, lembra?

A Sra. Weasley ficou quieta.

- E então, Gina? O que vai escolher? – perguntou Jorge.

- Ainda estou em dúvida. O que vocês acham, pessoal? Um crupe ou um dedo-duro?

- Mas o que são esses dois? – perguntou Harry.

O dono que estava ali no balcão trouxe um crupe.

- Este é um crupe. Parece um cão, não acham? – de fato, era muito parecido com um cachorrinho, exceto pelo seu rabo que era perfurado. – Ele é muito leal aos bruxos e odeia trouxas. Se quiser ter um desses, terá que ir até o Ministério para que eles tenham certeza de que você tem capacidade de cuidar de um crupe. E terá que aplicar um feitiço de Corte Indolor no rabo dele se quiser passear com ele por entre os trouxas.

- Uma gracinha, não acham? – perguntou Gina aos demais.

- É bonitinho – disse Rony – Mas será que deixam levar para a escola?

- Deixam – a Sra. Weasley apareceu na conversa – Se eu conversar com Dumbledore, ele deixa. Tenho certeza.

- Que bom! Eu posso ver o dedo-duro agora? - perguntou Gina ao dono da loja.

- Pode sim. Vou buscar.

O homem levou o crupe embora.

- Este é o dedo-duro! – apresentou o dono da loja ao animal. Era um pássaro, com um tamanho um pouco maior que o de Pichitinho. Na verdade, era bem maior. – Esse pássaro não emite um pio durante sua vida. Pelo menos até ele morrer, porque a partir do momento em que ele morre, ele emite um longo grito de todos os sons que ouviu durante sua vida, de trás para frente.

Os garotos olharam meio espantados.

- Que legal! – disse Rony – Legal mesmo!

- As penas dele são usadas para preparar Poções da Verdade e Poções da Memória.

- Gostei mais desse do que do crupe. – falou Gina – Não tem nenhuma outra cor de dedo-duro? – o pássaro que o homem lhes mostrou era verde-limão com listras laranjas e pintinhas amarelas. Seus olhos eram pequenos e negros.

- Bem, este é um modelo tropical. Temos um modelo florestal e um mais sombrio.

- Me mostre o...

- Ela vai dizer florestal, quer ver? – sussurrou Rony para Harry – Eu escolheria esse mais sombrio.

- Sombrio – disse Gina.

Harry sorriu para a cara espantada de Rony.

- Aqui está. – o homem trouxe um outro dedo-duro. Suas penas eram todas pretas e seu bico era prateado. Seu olho era totalmente vermelho: não tinha nenhuma pupila.

- Uau! Fico com esse, lógico! O que acha mamãe?

- O que? – ela não parecia prestar atenção. – Ah, pegue qualquer um. Pássaro que não fala é melhor ainda. Tome.

A Sra. Weasley deu uns galeões para Gina.

- Quanto é? – perguntou a garota.

- Pechincha! Sete galeões!

Gina entregou para o homem a quantidade necessária de dinheiro. O homem lhe deu uma gaiola, pôs o pássaro dentro dela e entregou para Gina. A gaiola era pequenina.

- Quer que eu ponha em uma sacola?

- Não, não precisa. Obrigada!

Saíram da loja e voltaram para as ruas do Beco.

- Onde está Mione? – perguntou Harry. Percebeu a ausência só agora.

- Foi para a Floreios e Borrões comprar os livros dela. – respondeu Fred.

- Devemos ir para lá, garotos! – disse a Sra. Weasley.

Caminharam mais um pouco até chegar na livraria Floreios e Borrões. Lá estava Hermione, mexendo nas estantes e procurando um livro na Seção de Poções. A Sra. Weasley foi até a garota para saber se ela estava achando o que queria.
- Ah, sim! E, aliás, eu já comprei os meus livros. O Rony, a Gina e o Harry não?

-Viemos aqui para isso. Vou entregar a lista dos livros para a atendente.

Harry e Rony foram ao encontro de Hermione na seção em que estava: Poções.

- Nem conto para vocês: achei um livro super legal de poções! – Hermione deu seu sorriso estudantil para os meninos.

- Uhh! Que prêmio! – zombou Rony.

- Cala a boquinha, Roniquinho! – retrucou Mione.

Harry riu. Fred e Jorge se aproximaram deles.

- Ei, temos que convencer a mamãe a nos deixar sozinho. – disse Fred. O irmão continuou:

- Senão não vamos poder visitar umas lojas de quadribol e a nova Dedos-de-mel! É o que vocês querem?

- Não! – disse Harry.

- Temos que dar um jeito. – disse Rony.

- Simples: é só falar para ela. – Gina se intrometeu na conversa.

- Pior que você tem razão, Gina – falou Jorge – É o jeito mais óbvio de fazer a coisa.

Rony se aproximou da Sra. Weasley, que estava perto do balcão.

- Mãe, podemos dar uma volta no Beco enquanto que você compra o nosso material escolar?

- Podem, podem. Tenho que passar em uma outra loja de culinária depois... Nos encontramos no Caldeirão Furado, então.

Rony, mal acreditando em sua sorte, saiu dali com o sorriso mais idiota do mundo.

- Ela deixou! E-l-a d-e-i-x-o-u!

- Tudo bem, não somos retardados. Entendemos o que quis dizer. Entendeu? E-n-t-e-n-d-e-m-o-s. – debochou Fred.

- Há há há! – Rony deu uma risadinha falsa.

- Então? Vamos logo sair daqui! – disse Jorge.

Estavam todos na porta quando Harry se virou para trás. Hermione ainda estava lá!

- Vem logo, Mione. – chamou.

- Ahhh! Não! Ta bom, espera aí!

Ela passou no caixa e pegou umas sacolas cheias de livros.

- Finalmente! – reclamou Rony.

Saíram da Floreios e Borrões.

- Venham por aqui! – Jorge os guiou por uma rua.

Enquanto que caminhavam, Hermione viu o dedo-duro de Gina.

- Uau! É um dedo-duro!

- É, é sim! Mamãe me deu de aniversário, sabe.

- Sabia que ele grita tudo ouviu em toda sua vida quando morre? E que suas penas são feitas em Poções...

- Já me falaram, Mione. – Gina cortou a amiga.

A menina ficou calada. Desceram mais uma rua até chegarem à loja de doces Dedos-de-mel. Estava instalada agora em uma casa menor, com telhados pontiagudos. A casinha parecia ser feita de troncos de árvores. E em um grande letreiro com uma mão dourada (parecia ser uma espécie de logo da loja), estava escrito: Dedos-de-mel.

- Que saudades! – disse Rony – E que venham os doces!

Entraram na loja, que continuava fantástica. Suas prateleiras estavam cheias das coisas mais malucas. Doces estranhos, bons, com efeitos... Era uma variedade imensa. Fred e Jorge foram até o balcão conversar com os donos. Deveriam se conhecer por causa dos negócios.

- E então, Carl? –começou Jorge – Como andam as vendas?

- Boas. Principalmente agora, começo de aulas sempre tem alunos no Beco. Mas esperamos um público mais adulto este ano, devido a locação em que estamos agora.

- Hmm... Então ta! – disse Fred – Nossa loja deve estar pronta agora no começo de setembro. Só mais alguns toques e... Tchan! – ele fez um gesto no ar de surpresa – Abriremos a loja! Estamos até pensando em uma jogada de marketing.

Fred cochichou no ouvido de Carl.

- Façam isso. Para uma inauguração, seria perfeito!

- Valeu, Carl! – disse Jorge.

- Ah, esse velho continua sábio como sempre – falou Fred, ao saírem do balcão e aprofundarem mais na loja – Hehe, ele entende tudo desse negócio de lojas!

Harry, Rony e Mione se olharam. Parecia até uma piada os gêmeos falarem de negócios.

- Ah, olhe só! Dentes de vampiro! –Gina apontou para um montinho de caixas vermelhas e pretas perto deles. – Vou levar.

- Não se esqueça de economiza um pouco para comprar sua vassoura hoje, hein Gina? – Harry alertou a garota. Ela e Hermione comprariam suas vassouras hoje.

- Tudo bem. Comprem o que quiser, hoje é por nossa conta! – anunciou Jorge.

- Isso aí! – concordou Fred.

Passearam mais um pouco pela loja e no fim das contas levaram Geléias de Mar, uma porção de Palitinhos de Morango, Chocolate, Nozes, Creme, Flocos e Uvas e compraram também dois Super-Heróis Infláveis. Com mais algumas sacolas para carregar, saíram da nova Dedos-de-mel e foram até a loja de quadribol.

- Não acredito! Olhe Harry! – disse Rony.

Na vitrine estava sua vassoura Nimbus 2001 – Modelo Sol. Estava exposta junto com o Modelo Lua, mas por um preço muito mais caro do que as vassouras da Romênia.

- Pôxa, estava até com esperança de comprar elas aqui! Mas são mais caras do que as da Romênia. Prefiro ainda esperar.

Ao entrarem na loja, Gina e Mione começaram a observar as vassouras expostas.

- Já decidi. Quero a mesma do Rony, mas o Modelo Lua.

- Eu não sei ainda... – Hermione olhava para as vassouras com uma cara de dar dó: parecia não entender nada do que estava escrito na etiqueta delas, sobre seu funcionamento...

- Eu tenho uma sugestão senhora, se me permite. – o atendente veio ao encontro de Hermione. – Temos o mesmo modelo Nimbus 2001 Lua e Sol, mas Misto! Esse é a Nimbus 2001 – Versão Estelar. Mesma coisa, mas o seu design reúne o melhor das duas vassouras. Vou lhes mostrá-la.

Enquanto que o homem foi até o depósito buscar a vassoura, Harry comentou:

- Com essas vassouras, Draco vai morrer de ciúmes de vocês. Imaginem só a cara dele.

Pelo jeito, todo mundo imaginou a cara de Draco pois começaram a rir sem parar.

- Aqui está – o homem chegou com um embrulho. Após tira-lo, revelou uma bela vassoura: cabo prateado, reluzente... As pontinhas da vassoura terminavam em um dourado muito vivo, parecendo incrivelmente estrelas.

- Custa...? – perguntou Mione.

- O mesmo que o outro modelo.

Hermione não pensou muito: resolveu comprar.

- Então levo ela...

- E eu levo essa aqui! – Gina pôs sua Nimbus 2001 Lua em cima do balcão. O atendente embrulhou as duas vassouras. Após entregue o dinheiro, saíram da loja de quadribol.

- Essa loja é realmente incrível. Cada equipamento... – comentou Rony.

- É, é uma loja muito boa. – disse Gina.

Passaram pela Floreios e Borrões, depois pela loja de Animais Mágicos e chegaram a um muro de pedra. Jorge empunhou sua varinha, tocou determinados tijolos e ela se abriu em forma de arco. Chegaram aos fundos do Caldeirão Furado. Foram até a lareira do hotel e lá encontraram a Sra. Weasley falando com Tom.

- Chegaram! Bem, vamos? Tchau Tom!

A Sra. Weasley saiu de um sofá lotada de sacolas.

- Vamos usar o Pó-de-flu. Peguem um pouco e... Vão!

Fred e Jorge foram até lá. Cada um pegou um pouco e Jorge se aproximou da lareira.

- À TOCA! – desapareceu.

- À TOCA! – Fred gritou dentro da lareira. Desapareceu também.

Gina, Hermione e Rony fora os próximos. Todos desapareceram. Sobraram somente Harry e a Sra. Weasley.

- Ufa! Isso que são compras no Beco Diagonal, hein Harry? – disse a mulher, levantando as sacolas e dirigindo-se à lareira. – Pode ir, querido!

- Até mais, Sra. Weasley. – despediu-se o garoto.

Ele foi levado pelas chamas esmeralda, que de repente cobriram seus olhos. A sensação de sempre – ser puxado para frente – voltou com força total. E então... ele se deparou com um chão encerado... Voltou à Toca.




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