A Dra. Wenlin



Era uma noite fria de inverno. Hermione estava sob um cobertor, se debatendo de frio. Mais uma vez Robert ficara de plantão no St. Mungus e ela estava sozinha em casa... Acendeu a lareira e afundou mais um pouco nos cobertores; o frio estava melhorando aos poucos... Puxou um livro antigo de escola e começou a folheá-lo. Anotações, anotações, anotações... Olhando assim aquele livro pensariam que ela não fazia nada além de estudar, estudar e estudar... Nem imaginariam quantas coisas ela fizera na escola que não tinham nada a ver com aquelas anotações ou com a atenção que dispensava às aulas... Voar em hipogrifos e testrálios era um bom exemplo disso... “Realmente... Hogwarts foi a melhor época da minha vida...” - ela pensava. Parou em uma página do livro e encarou uma anotação feita em um canto que não tinha nada a ver com a matéria; eram duas letras bem escritas e bem contornadas, que foram riscadas depois: H.W. Aquilo devia ser qualquer coisa que haviam lhe dito durante a aula e que agora, tanto tempo depois, ela não lembrava mais...

Afundando-se mais nos cobertores ela começou a lembrar dos anos de escola e fechou os olhos... Tudo era maravilhoso naquele tempo... As coisas com que tinha que se preocupar eram tão menores do que as que ela tinha agora; ela tinha tantas esperanças, tantos ideais, tantos planos... Queria ter dois filhos, se casar em cerimônia bruxa, ter um trabalho interessante e desafiante... Nada daquilo tinha se realizado. Hermione tinha perdido os objetivos: não por que achava que eles eram inalcançáveis e sim porque não tinha conseguido realizar nada. Tinha perdido a esperança. Ainda de olhos fechados – não sabia se estava sonhando ou se estava pensando aquilo tudo - ela se imaginou feliz e com tudo que ela havia sonhado quando pequena...

Estava chegando do trabalho. Estava muito cansada, mas tinha um sorriso estampado no rosto... Sabia que estariam esperando por ela e que ela teria uma noite – pelo menos teoricamente – tranqüila com a família. Colocou a chave na porta e entrou, jogando as coisas na mesa. Olhou ao redor... Que bagunça! Decidiu deitar no sofá um pouco, pensando que alguém estaria encrencado por ter feito a casa ficar de ponta cabeça. E por pensar em alguém... Onde estaria a recepção que tinha todos os dias com os alguéns de sua vida? Decidiu procurá-los pela casa... Não ia ficar sem recepção! Assim que começou a se levantar do sofá, sentiu alguém pular em suas costas, duas mãozinhas cobrirem seus olhos e uma vozinha fina gritar:

_ADIVINHA QUEM É?! – era uma voz feminina e infantil. Ela sabia perfeitamente quem era a dona da vozinha...

_Eu acho que é... – ela não teve tempo de responder, pois sentiu uma segunda pessoa cair por cima de seu colo e depois descer do sofá. E essa pessoa estava longe de ser uma criança, tamanho era o seu peso. Rindo, ela disse: - Vocês armaram isso! Não é justo, me pegaram desprevenida!

_Sim, mamãe! – disse a pequena menina, tirando as mãos dos olhos de Hermione – Papai que planejou tudo! – a menininha havia pulado no colo de Hermione, dando muitos beijos em seu rosto. Assim que terminou de abraçar a filha ela se virou para o marido que estava abaixado no chão.

_Você! – ela gritou para o homem, fingindo que estava brava. – Filha, vamos dar a seu pai o que ele merece!

A pequena pulou sob o pai e começou a gritar: “Cócegaaaaaaas!”. Hermione se juntou a ela, atacando o marido... Aquilo sim era vida: a alegria com a família, com os filhos, com alguém que ela amava... Não queria nunca mais sair dali, queria ficar pra sempre com aquelas pessoas... Sentiu alguém tocar seu ombro e olhou para o lado. Não tinha ninguém ali. Continuou fazendo cócegas no marido, e ouviu alguém dizer: “Mione”. Olhou ao redor novamente e nada. Já intrigada, ficou observando ao redor enquanto ouvia, ao longe, o riso da filha... A voz que a estava chamando era mais alta que tudo agora.





_Mione, acorda! – Gina estava chamando em seu ouvido.

_Ah, oi, Gin... – ela respondeu, virando-se lentamente na cama e ficando de costas para a garota. Deu de cara com uma cabeça de cabelos extremamente vermelhos. Esquecera-se que o tal Ronald tinha ficado como seu acompanhante no hospital. Respirou fundo, tamanho tinha sido o susto, e sentiu um cheiro de frutas muito agradável por um momento. Virou-se e sentou na cama, tentando não acordar o ruivo que dormia em uma cadeira, com a cabeça no colchão e... E uma mão dada com a dela. Ela soltou a mão dele rapidamente, o que fez o garoto acordar.

_Mi... Herm... Hermione? – ele disse, o rosto inchado e com olheiras. – Como dormiu?

_Bem... E você?

_Não posso dizer que foi uma noite de rei, mas tudo bem... – ele sorriu. Hermione sentiu uma pontada no meio do peito, mas preferiu guardá-la para si.

_E então, já posso sair desse hospital? – perguntou encarando Gina.

_Não. – a garota disse com um olhar preocupado. – O curandeiro chefe virá aqui dar uma olhada em você ainda e...

_O curandeiro chefe? – ela perguntou, tentando fazer aquilo parecer uma novidade. – E por quê?

_Bem, ainda não sabemos com certeza, Mione... Mas... Parece que você foi obliviada.

_Obliviada? – ela repetiu.

_Sim, e precisamos saber a extensão do feitiço... Até agora, ao que tudo indica, você só esqueceu... – e Gina parou de falar abruptamente, encarando o ruivo.

_Eu esqueci...? – mesmo já sabendo o que a amiga responderia, Hermione estava se sentindo extremamente apreensiva.

_Você esqueceu o Ron. – ela disse sem sorrir. - Ah, e a Melanie. – Gina completou.

_Então eu realmente te conhecia? – ela perguntou, virando-se para o ruivo.

_É... Parece que sim. – ele disse sorrindo fraco e olhando pra baixo.

_Então me desculpe... Erm... Ronald.

_Ron, por favor. Foi assim que você sempre me chamou. – ele disse, encarando a garota.

_Está bem... Ron.

Ambos sorriram. Hermione sentiu mais uma pontada no peito e virou para Gina:

_E o Harry e o James, tudo bem?

_Sim... Harry está aí fora, esperando pra entrar e o James ficou em casa.

_Com quem? – o ruivo perguntou, alterado. – Vocês não deixaram o bebê com a Melanie, não é? Ela não tem capacidade pra cuidar de...

Gina o calou com um sinal e disse:

_Não foi com a Melanie, Ron. Foi com a mamãe. Ela disse que ficaria com James até terminarmos de resolver os problemas hospitalares da Mione.

_Lembre-me de agradecer sua mãe... – disse Hermione, um pouco sem graça. - E por que o Harry não está aqui dentro?

_Eles só deixam uma pessoa entrar por vez, fora o acompanhante... Então ele deixou que eu viesse primeiro.

_Ah sim, certo. O curandeiro vem que horas?

_Acredito que a qualquer momento ele...

_Hermione! – alguém gritou, enquanto abria a porta com um estrondo.

Um homem de um metro e noventa e cinco, loiro, bastante atlético e com um olhar profundo entrou no quarto da ala hospitalar rapidamente, indo até a cama da garota e abraçando-a. Ela se sentiu desconfortável quando ele a apertou mais forte contra o próprio peito e enjoada quando sentiu um cheiro extremamente doce de perfume. Robert Temtork estava ali, e nada podia fazê-la se sentir mais desconfortável. Quando ele soltou o abraço e foi beijá-la nos lábios, ela o afastou e ele a encarou, surpreso:

_Que foi? Eu só quero cumprimentar a minha mulher que sumiu faz quatro dias!

_Sua ex-mulher, Robert. Que isso fique bem claro: sem beijos.

_Ela não tinha sido obliviada? – ele perguntou para a ruiva.

_Eu fui obliviada, mas eu não esqueci quem é você e você não vai poder usar isso a seu favor. – respondeu Hermione com raiva.

_Hermione, como você pode pensar que eu usaria isso a meu favor? – ele perguntou, mas ela o ignorou, então o ruivo falou:

_Não eram apenas duas pessoas que podiam ficar no quarto da paciente, Gina?

_Eu sou curandeiro por aqui, Weasley. Você que está sobrando.

_Eu sou o acompanhante, Temtork. Eu fico aqui o quanto quiser.

_Não se eu puder interferir, Weasley.

Hermione reparou que enquanto se olhavam os dois pareciam soltar faíscas. Ela reparou que a mão de Rony correu para o bolso da jaqueta, e ela tinha certeza que ali ficava a varinha dele. Não era preciso lembrar de Ronald pra saber que ele odiava Robert e também não era preciso ser muito observador pra reparar que era recíproco.

_Muito bem... Vocês dois podem parar com as brigas por aqui, ok? – Gina interferiu. – Eu vou trocar com o Harry agora, comportem-se. – e a garota saiu do quarto.

_O Weasley não quer que um curandeiro qualificado cuide de você, Mione... – Robert disse pegando uma mão da garota. - Isso é que é amor, hein? - Lançou sarcasticamente para Ron.

_É exatamente por querer um curandeiro qualificado cuidando dela que eu pretendo rejeitar os seus serviços...

_Você não sabe o que é melhor pra ela, Weasley... Você não sabe nem o que é melhor pra você.

_Mas eu sei o que é melhor pra você. E é melhor você ficar longe dela.

Hermione viu Robert puxar a varinha do jaleco branco e Ron puxar a dele da jaqueta. Quando ela ia gritar para que eles parassem, Harry entrou no quarto.

_O que está acontecendo aqui? – ele perguntou alto, com uma expressão assustada.

Ron não respondeu, apenas guardou a varinha no bolso e sentou na cadeira, bufando alto. Hermione encarou Harry e não soube o que responder... Diria que eles estavam brigando... Por ela? Preferiu pensar que tinha imaginado isso e olhou para Robert, buscando uma explicação. Ele disse calmamente:

_Bom dia, Sr. Potter. Eu e o Sr. Weasley nos descontrolamos por um momento, mas está tudo bem agora. – ele estendeu a mão para Harry que estava atônito.

_Como assim “se descontrolaram por um momento”, Dr. Temtork? – ele perguntou, incrédulo. – Vocês não podem sacar varinhas e quase duelar em um quarto de hospital! É uma falta de respeito com os doentes e com a Hermione inclusive.

_Você está falando igualzinho a Gina, cara. – disse Rony, se levantando. – Eu vou sair um pouco. – disse para Hermione. – Fique bem, eu já volto... – ele sorriu e se aproximou pra falar em seu ouvido, o que a fez sentir um arrepio incômodo. – Se esse babaca fizer qualquer coisa com você pode me dizer que eu desrespeito o hospital inteiro se precisar. – e deu um beijo na testa dela, saindo do quarto em seguida sem encarar nenhum dos outros dois. Ela sentiu o estômago afundar com o cheiro do ruivo.

_Mione... – disse Harry se aproximando da cama. – Como você está?

_Bem... Eu acho.

_E a dor de cabeça?

_Melhorou um pouco, mas ainda parece que tem alguma coisa pesando muito sobre ela...

_Isso é um efeito do feitiço, minha querida. – disse Robert, observando a garota. – Espero que o Dra. Wenlin venha logo.

_Dra. Wenlin? – Harry perguntou.

_Sim, a curandeira chefe. – Robert respondeu.

_Não é você que vai examinar a Hermione?

_Não, eu não sou da área de acidentes causados por feitiços... Eu trato da área de infecções por vírus mágicos... O Weasley ficou nervoso sem motivos... Eu vim aqui só por que soube que a Hermione deu entrada no hospital ontem.

_Então porque você provocou o Ronald daquela forma? – Hermione perguntou, surpresa pelo tom irritado que sua voz tinha tomado.

_Eu não provoquei... Em momento algum eu disse que ia cuidar de você.

_E que tal a hora em que você disse: “O Weasley não quer que um curandeiro qualificado cuide de você!”? Vai me dizer que era da Dra. Wenlin que você estava falando?

_Precisamente. – Robert disse com um olhar desafiador.

_Robert, saia. – Hermione disse enquanto se ajeitava na cama.

_Não, Hermione... Eu quero acompanhar tudo que aconteceu com...

_Eu não quero você aqui. Saia agora.

_Eu não vou sair, eu vou ficar e...

_Bom dia, Srta. Granger! – disse uma voz animada á porta. Uma mulher gorducha de olhos verdes e cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo a observava por trás de um par de óculos coloridos. – Como passou a noite?

_Até que... Bem... Bom... Bom dia.

_Deixe que eu me apresente: sou Janice Wenlin, curandeira chefe deste andar. Sou eu que vou tratar de você. – ela estendeu a mão para a garota que sorriu.

_Prazer, Dra. Wenlin. – Hermione respondeu, estendendo a mão e apertando a da curandeira. - Sou Hermione Granger.

_Pude ver aqui em sua ficha! Então já vi que não esqueceu tudo, não é mesmo? – a curandeira sorriu e virou para Robert, perguntando grosseiramente: - Dr. Temtork o que faz aqui?

_Ela é minha ex-esposa, Janice...

_Sim, eu sei perfeitamente. Contudo, um curandeiro aqui já é mais que suficiente Robert. Sinto muito: você se faz desnecessário. Já lá no segundo andar os seus pacientes o aguardam. Creio que o senhor será mais útil lá. – ela sorriu.

Hermione pôde ver claramente que Robert estava contrariado, mas que ele não ousava desacatar o que quer que a doutora tinha dito. Ele sorriu amargamente.

_Hermione, meu amor, eu vou cuidar dos meus afazeres e volto mais tarde para ver se a Dra. Wenlin cuidou direitinho de você, está bem? – disse num tom sarcástico e sem encarar a curandeira ele saiu.

_Nojento. – disseram as duas mulheres ao mesmo tempo. Elas se encararam e começaram a rir. Harry se levantou e disse:

_Dra. Wenlin sou Harry Potter, muito prazer.

_O prazer com certeza é todo meu, Sr. Potter! Uma lenda em minha enfermaria... – ela disse sorrindo. – Muito bem, chega de conversas... O senhor que está de acompanhante? Aqui consta outro nome; Ronald Billius Weasley.

_Ron foi até a sala de chás, eu acho; ele é o acompanhante... Só estou de visita.

_Correto. – ela disse, fazendo uma anotação na prancheta. – E o que a senhorita me conta, Srta. Granger? Qual seu problema?

_Meu... Problema? – ela perguntou, confusa. – Achei que a senhora que fosse me dizer.

_Senhora? Puxa vida, estou ficando velha mesmo! Me trate por você, Srta. Granger. E pode me chamar de Janice se quiser.

_Está bem... Erm... Janice. Não sei direito o que aconteceu... A única coisa que me lembro... É que Gina – a esposa de Harry - me acordou na hora do almoço, dizendo que eu tinha dormido desde o dia anterior. Minha cabeça acordou pesando muito também... Eu não reconheci o Sr. Weasley, e todos me alegaram que eu o conhecia... Mas eu não me recordo dele em nenhuma lembrança, fora as de ontem e hoje...

_Correto... – ela disse fazendo mais uma anotação. – Sr. Potter, vou ter que pedir um favor... Seria possível que o senhor fosse atrás do Sr. Weasley? Ele me parece de vital importância para este caso.

_Claro, Dra. Wenlin. Vou agora mesmo.

_Parece que não há necessidade. – disse Hermione, apontando a porta. Ron estava entrando por ela de costas, e quando se virou revelou um ramalhete enorme de tulipas vermelhas que trazia em suas mãos. Ele foi até Hermione e lhe entregou as flores.

_Achei que seria agradável ter algumas flores aqui pra animar o quarto, Mione... E você sempre gostou de tulipas...

_Ah, Ronal... Ron. – ela se corrigiu. – Muito obrigada! Isso foi muito gentil de sua parte... – colocando as flores de lado, ela o puxou até a altura da cama para um abraço.

O abraço de Ronald era absolutamente diferente do abraço de Robert. Ela se sentia incrivelmente acolhida naqueles braços; eles pareciam se encaixar perfeitamente. Quando respirou, ela sentiu aquele cheiro de frutas invadir seu pulmão e seu cérebro mais uma vez, acabando por tomar conta de todo o corpo. Sentiu-se levemente zonza e também uma pontada forte na cabeça. Justo agora essa dor idiota tem que voltar? - ela pensou. Quando o garoto se afastou, ela pôde notar que as pontas de suas orelhas estavam vermelhas, quase da cor de seus cabelos. Ambos sorriram – mais uma pontada no peito - e só então ele percebeu a presença da Dra. Wenlin no quarto.

_Me desculpe! – ele disse estendendo a mão. – Sou Ronald Weasley... A senhora é?

_Senhora não, por Merlin! Sou Janice Wenlin, curandeira chefe, prazer. Então o senhor é o Weasley a quem estávamos esperando? – ela perguntou sorrindo.

_É ele sim... – disse Hermione.

_Senhor Weasley – começou a Dra. Wenlin. - O que acha que aconteceu com a Srta. Granger?

_Eu achei que a senho... Você que ia dizer isso, Dra. Wenlin. – disse o rapaz, bastante desconcertado.

_A Srta. Granger me disse a mesma coisa! – ela disse rindo. – Mas como posso dar um diagnóstico se não sei o que ocorreu para minha paciente chegar ao estado que chegou?

_Bem, eu não sei Dra. Wenlin... Nós conversamos na noite anterior ao ocorrido e então quando ela acordou não me reconheceu... – Hermione reparou que enquanto falava, o ruivo ficava muito corado e olhava para o chão. – Não sei o que aconteceu.

_Qual foi o teor da conversa que vocês tiveram... A senhorita se lembra, Srta. Granger?

_Não, não me lembro de nada relacionado ao Ronal... Ron, antes de ontem.

_Sr. Potter, desde quando os senhores se conhecem? Todos os três, eu digo.

_Desde que tínhamos onze anos, Dra. Wenlin. Cursamos Hogwarts juntos e desde que posso me lembrar somos amigos.

_Certo... – ela disse, anotando na prancheta. – E os senhores namoraram, Sr. Weasley?

Neste momento Ronald ficou em um tom de magenta tão forte, que Hermione podia jurar que ele iria passar mal ali mesmo. Ele apenas confirmou com a cabeça, sem abrir a boca.

_Correto... E os senhores não estavam mais juntos quando ela foi obliviada?

_Não senhora... – disse o ruivo com uma voz fraca.

_Há mais alguém que a senhorita Granger tenha esquecido, senhores?

_Por enquanto só a minha noiva... – disse Ronald, ainda com a voz fraca. – Mas tecnicamente elas não se conheciam.

_Como assim? – perguntou a Dra. Wenlin.

_Elas não foram apresentadas, mas Hermione sabia quem ela era e mesmo assim não a reconheceu.

_Correto... – disse a Dra. Wenlin, franzindo o cenho. – A Sra. Potter, onde está?

_Gina está lá fora aguardando. – informou Harry.

_Sr. Weasley, o senhor poderia me acompanhar por um momento? Preciso falar com o senhor a sós e também com a sua irmã por alguns minutos. Srta. Granger, se o Sr. Potter fizer qualquer coisa basta dar um grito que eu entro correndo! Ele enfrentou Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, mas não teria coragem de enfrentar a mim quando estou cuidando de uma paciente! – e sorriu, saindo com Ron em seu encalço.

_Harry... Preciso te perguntar uma coisa.

_O que quiser, Mione. – disse Harry sentando na beirada da cama da garota.

_Por que eu e Ronal... Ron terminamos?

_Eu não sei direito, Mione... E mesmo que eu soubesse acho que não sou a pessoa mais indicada pra lhe dizer... Você tem que perguntar isso pra ele.

_Mas Harry... Se eu me... Se eu me obliviei e só não lembro dele... Você sabe o que isso significa?

_Mais ou menos, Mione... Mas o que tudo indica é que você não queria... Sofrer?

_Exatamente, e eu acho melhor continuar assim... Se eu tiver me obliviado por causa do sofrimento... Bem... Ele vai se casar Harry! Por que eu iria querer voltar a me lembrar dele?

_Mas Hermione, como você sabe que foi você quem se obliviou? Provavelmente você não lembra do feitiço ou de qualquer coisa anterior a ele que tenha relação com o Ron, não é?

_Eu ouvi a Gina falando com o médico ontem, Harry... Eu sei que não devia, mas acordei no meio da noite e... Ela disse pro Ron que eu talvez tivesse me obliviado e que ele sabia a razão de eu ter feito isso.

_Entendo... Mas Mione – disse Harry chegando perto da amiga e pegando suas duas mãos – Você tem que enfrentar essa situação... Você sempre foi uma das melhores bruxas que eu já conheci, não pode ter se entregue assim...

_Isso só me faz pensar mais Harry... Eu nunca imaginei que eu pudesse fazer isso... Eu lembro de tudo que nós fizemos e lembro quem eu sempre fui, quem eu sou... Eu sei que eu não faria isso e se eu fiz... Bom... Se eu fiz é melhor não querer descobrir o porque de ter feito.

_Faz sentido... Mas Mione, você simplesmente vai ignorar a existência do Ron?

_Eu não preciso ignorar a existência dele, Harry! Eu e ele fomos amigos na escola, não fomos? Então por que não podemos voltar a ser amigos? E amigos? Tenho certeza que pensei nisso quando me enfeiticei.

_Eu acho que isso não vai funcionar.

_Pois eu acho que vai funcionar perfeitamente.

Hermione e Harry ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas observando ao redor, cada um mergulhado em seus próprios pensamentos. Quando a porta se abriu, Gina veio até ela e deu um abraço tão forte em Hermione, que ela pensou que tinha partido algumas costelas.

_O que foi, Gin?

_Eu espero que a senhorita nunca mais tome uma atitude descabida como essa Hermione Jane Granger. – disse Gina com um olhar nervoso e ao mesmo tempo extremamente maternal. – Que fique bem claro que eu vou ficar com cinco olhos em você daqui pra frente e que se você der um passo fora da linha eu vou saber e vou fazer alguma coisa sobre!

_Gina, eu realmente não estou entendendo.

_Está entendendo muito bem!

_Sinto muito atrapalhar a briga da mãe com a filha... – disse a Dra. Wenlin com um sorriso irônico – Mas eu realmente tenho que dar as recomendações finais e me retirar... Sr. Weasley, já sabe o que tem que fazer. Sra. Potter, recomendo que, se puder, a senhora mantenha dez olhos nessa senhorita e Sr. Potter se o senhor puder ajudá-la com as lembranças... Ela parece ter apagado apenas o Sr. Weasley, portanto o senhor ainda se mantém em tudo... Faça-a lembrar de como realmente ocorreu. Se os senhores quiserem um resultado um pouco melhor podem levá-la aos lugares que passaram alguns bons momentos juntos, e podem conversar bastante... De resto, muito descanso e cuidado Srta. Granger... Mesmo lembrando-se de quase tudo, uma memória alterada pode se tornar vulnerável a emoções fortes. Qualquer coisa é só vocês voltarem aqui e me procurarem... Ficarei feliz com uma visita. Alguma pergunta?

_Acho que não... – disse Hermione.

_Eu tenho uma. – disse Ron. Todos o encararam e ele continuou: - Não há uma forma de ajudá-la, com feitiços, não sei, para que ela recupere a memória mais rápido?

_Há uma série de feitiços que poderiam ser utilizados, Sr. Weasley, entretanto, seriam feitiços que causariam cansaço e também dor para a Srta. Granger e além do mais tais feitiços não garantem o retorno da memória... Poderia ser tempo perdido... A menos que a senhorita Granger afirme que quer tentar todas as maneiras possíveis para recuperar a memória eu não indico a utilização de tais feitiços...

_Eu não quero, Dra. Wenlin. Não sei se quero me lembrar do que esqueci. – todos encararam Hermione com expressões de espanto, exceto Harry.

_Não quer, Hermione? – Ronald perguntou, os olhos encarando-a misteriosamente.

_Acho que não. Quero voltar do zero, Ronald. Provavelmente foi por isso que me obliviei.

_Você... Não posso... Ah, esquece. – e ele se calou, olhando para o chão.

_Desculpe. – ela murmurou encarando o lençol.

_Bem... – continuou a doutora – Se precisarem de mim sabem onde me encontrar! Não saio deste hospital... Espero que a senhorita fique bem, Srta. Granger, e vocês também – ela disse com um olhar que abrangeu Harry, Gina e Ron. Com uma pequena reverência, ela se retirou.

_Então você não quer se lembrar de mim? – Ronald perguntou encarando Hermione nos olhos.

_Ronald, não é isso... É que...

_Tudo bem, eu sei bem o que é. – e ele saiu da enfermaria batendo a porta.

_Ronald! – ela chamou, mas ele já estava longe.




N/A:
Gente, finalmente eu vou postar!
Sim, como puderam reparar o capítulo tá enorme O.O
Espero que vocês tenham paciência para ler e que gostem!
É um capítulo necessário também, pois tem pequenas coisas que serão importantes depois. *-*

Não sei se o capítulo ser tão grande é recompensa por eu ter demorado tanto ou uma desgraça O.O

Agradeço imensamente a todos que comentam e que pedem atualizações e que continuam comigo!

Meu pc finalmente está de volta e agora acho que eu começo a postar mais rápido ;D

Só preciso ver se a inspitação ajuda, melhor demorado com qualidade que rápido e ruim né =P

Abraços, abraços, abraços!
Lau

Agradecimentos Individuais:

Ana Fuchs: Anaaaaa, sempre aki *-* Brigadão pelo coment, que bom que achou a cena do hospital bonitchenha, espero que goste destas também! @_@ Obrigadão pela mensagem defendendo a fic que vc deixou também! Super me emocionei com ela *-* To esperando loucamente a atualização da DDT! @_@ Brigadão, mais uma vez! o/

LUISÂO (Luis H. R. Almeida): Hey, que bom que vc gostou do cap anterior! @_@ Espero que goste deste tb! Ele tá comprido, mas é preciso! =) Obrigada por comentar sempre, de verdade²! o/

Lucy Cardigan: Nhaaaa, o anterior ficou menos, mas este em tamanho tá simplesmente enorme O.O Espero que esteja do seu gosto! Obrigada pelo comentário! o/

Edn: Super estranho eles não se conhecendo, eu tb acho O.O Mas é preciso, espero que entenda ;P Continuei, espero que tenha agradado! o/

Selma Matos: Hey, Selma! Saiu hoje! Desculpe se demorou ;_; é que eu tava sem pc, mas agora recuperei ele! Espero que tenha gostado deste capítulo e que continue comentando e lendo sempre! Obrigada! o/

Spy: Obrigada pelo aviso, já tentei me comunicar com a autora da outra fic para ver o que fazer... Obrigada mais uma vez. o/

Fernanda Alexandrino>: Ai, sinto muito se demorei! >< É que esse capítulo ficou meio comprido e eu tava sem pc >< Agora eu to com ele, tudo vai mais rápido =P Espero que tenha gostado do cap! ^^ o/

LiLi Negrão ( Liz): Heeeey, que bom que gostou do anterior @_@ Espero que goste deste também! Parabéns (atrasado) pelo ano da fic! Ela tá ótima, eu adoro²³ muito! E obrigada por ler aqui e comentar sempre! ^^ o/

Rúbia Gabriella: hey, Rúbia! Que bom que você gostou do capítulo anterior *-* Espero que goste deste também, apesar do tamanho dele! O.O Obrigadão, espero que continue acompanhando! ^^ o/

Ginna Weasley Potter: Heey, sempre bom ter novas leitoras e leitores! Que bom que tá gostando da fic! @_@ Espero que curta este capítulo e vamos ver neh, como que fica o sentimento R/Hr depois de um obliviate? :O ^^ Espero que goste! o/

Lorys Granger: Prontinho, aí está o capítulo! ^^ Espero que goste dele, ele ta bem grandinho =O Continuadíssima a fic, espero que continue acompanhando ^^ o/

Abraços a todos que lêem, comentam, votam e também àqueles que não fazem nada disso! (asuhasuahasuhas) ^^

o/ Até o próx capítulo *-*

Compartilhe!

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Comentários (1)

  • Mariana Berlese Rodrigues

    #MORRI A-M-E-I <3 <3 <3 MUITOOOOOOOOOO LINDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *.*CHOREI AQUI :) Owwwwwwwwwwwwwwwwwwwwnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn

    2012-12-19
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