Chegada à Inglaterra



Cap 5: Chegada à Inglaterra
Dill estava com as mãos apoiadas na cabeça. Ela não queria ouvir os barulhos de aço que estava vindo do lado de fora do avião. Até que ela sente alguém puxar suas mãos do lugar.
- Dill, você já pode tirar as mãos dos ouvidos. Nós já decolamos! - era Penny. Ela a olhava de maneira gentil e maternal, como se entendesse perfeitamente aquele medo da garota de estar voando...
- Ah! Que bom! Ufa...
- Ih! Tava com medo, era? - Den pergunta zombando. Dill dá uma olhada para ele. Estava cedo demais para arranjarem confusão. E estavam perto demais.
A primeira classe dos novos aviões daquela frota era feitos especificamente para empresários. O lugar onde eles estavam era composto por seis lugares, sendo que três ficavam de frente para as outras três, e no meio das cadeiras havia uma espécie de mesa que poderia ser retirada. Dill, Den e Penny estavam sentados lado a lado, nessa seqüência, e Tonks estava sentada de frente para eles ocupando uma única cadeira, a do meio. Dill continuava a encarar o loiro enquanto Penny só observava. Ela não queria ver a resposta...
- Escuta, loiro chato... Ainda são 04h30min da manhã... e eu não estou nem um pouco a fim de discutir com você... Então se aquieta, ok?
Ela se vira e tenta prestar atenção na janela ao lado de Penny. A loira dá um suspiro.
Tonks, que assistia a tudo sem fazer comentários, achou no mínimo interessante. "Brasileiros! São tão engraçados!" Ela então se ajeitou no seu banco e olhou fixamente para os três, fazendo um barulhinho com a garganta que a fez se lembrar de Dolores Umbridge. Ela deu um sorriso ao pensar nisso e os garotos se viraram para ela.
- Então, garotos... Que bom que vieram. Realmente vocês não irão se arrepender, sabem? Hogwarts é um local realmente mágico...
- Bem, se não fosse, com um monte de bruxos dentro, eu iria sair desse avião agora... - Dill fala irônica.
- É, realmente... Por que você não queria vir, Dillyan?
- Ah, eu, bem... Eu estava com dúvidas... Se isso seria realmente preciso, no fim resolvi vir... Sabe como é, não sou de fugir de uma aventura.
- Claro, claro... E como foi receber a notícia, para vocês? Ficaram muito espantados?
Os garotos se olharam. Falar entre eles era uma coisa, agora contar suas experiências nada normais de como haviam descoberto que eram bruxos para uma bruxa que nunca haviam visto na vida, era outra totalmente diferente... Den olhou de maneira fria e começou a falar francamente.
- Bem, a experiência foi meio traumatizante, mas... No fim aceitei na boa... Explicou muita coisa estranha que meu pai fazia...
Penny não acreditou no extraordinário resumo que Den fez, e começou a falar seguindo o estilo do loiro.
-É... Eu já sabia, como a senhora pôde perceber na escola, e chegando em casa só avisei aos meus pais e saí com eles para comprar mais roupas para a viagem. Soube que esse ano terá um dos invernos mais rigorosos dos últimos vinte anos...
- Bem, é, os trouxas falaram alguma cosia assim, não? Ouvi falar... E você, Dill?
- Eu... eu... bem... a minha mãe teve que se dobrar para me explicar, e no final acho que não aceitei tudo muito bem, mas, por enquanto, estou bem... - ela termina a explicação sem muito sentido e olha para a inglesa com um pouco de incerteza se ela iria aceitar aquela explicação de meia tigela. No fim parece que ela resolveu não fazer mais perguntas.
- Hum, interessante... Então, vamos aos negócios, sim? Como vocês já devem ter percebido, vocês entrarão na escola um pouco atrasados em relação aos demais, isso porque não tiveram nenhuma educação bruxa ao longo desses anos. Para diminuir essa diferença vocês terão de estudar redobrado para conseguir acompanhá-los, certo? E farão um curso intensivo com todas os assuntos que deveriam ter visto nesses últimos cinco anos. Sabem o que isso significa?
- Que teremos mais trabalho do que todos os outros? - Den responde indeciso.
- De certa maneira sim, porém o mais importante é que terão que se esforçar para poderem logo chegar ao nível esperado do 6° ano. Quando chegarmos vocês irão conversar com o diretor Snape e ele lhes dará os horários das aulas. Geralmente os "novos bruxos" estudam de manhã os assuntos decorrentes dos anos que perderam e à tarde as novas matérias junto com os outros colegas.
Eles balançaram a cabeça para indicar que estavam entendendo. Penny estava realmente muito ansiosa, já que parecia tentar absorver tudo que Tonks falava. Ela recomeçou a falar tocando em outro ponto que poderia levar a problemas para os novatos.
- Também há o problema da língua para vocês. A língua predominante em Hogwarts é o inglês, todos os professores a falam e se comunicam com ela. Mas, antes de conhecermos vocês, nós meio que vimos os históricos de vocês em línguas estrangeiras, e observamos que vocês certamente não terão problemas quanto a isso. Penélope tem pais ingleses. Denis já fez diversas viagens internacionais, e Dillyan tem um bom conhecimento técnico, então acho que não será preciso a vocês isso... - e ela mostra um pequeno frasco de dentro da capa.
Ele estava cheio de uma mistura vermelha, que mudava levemente de cor ao refletir o brilho do sol que já nascia. Dillyan ficou fascinada.
- O quê é isso?
- É uma poção, Dillyan. A poção das línguas. Foi seu pai que a que inventou.
A ruiva faz uma careta discreta, mas a simples informação de que seu pai inventou aquele líquido estranho não foi o suficiente para impedi-la de querer prová-la. Aparentemente Den também gostou muito da cor da mistura, só Penny não mostrava um interesse nela. Dill queria prová-la, ela tinha que provar, a mistura era tão... "Parecida com Campari! Há ha ha... eu quero!", ela pensa divertida...
- Espere, Tonks, mas, sabe, meu inglês não é lá essas coisas. No meu curso de inglês eu ainda não passei do intermediário. E eu sei um pouco por causa das músicas, saca? Então, posso tomar a poção? Só por precaução? Posso?
- Idem, Tonks! Eu fui ao exterior há muito tempo, e meus pais que falavam e eu ficava quieto, então eu também quero tomar...
Ela olha eles, tentando entender o por quê daquele interesse na poção. Como ela não encontrou um argumento que os impedisse de não tomar a poção acabou cedendo, e eles repartiram o líquido vermelho, tomando cada um, um gole. Segundo a inglesa, aquilo seria o suficiente para que o inglês deles não falhasse.
- Escute, senhorita Tonks...
- Eu já disse, Penélope, pode me chamar só de Tonks. É bem melhor.
- Não liga, não, tia. A Penny é assim mesmo: por mais que você peça, ela nunca vai conseguir te chamar só de tonks. É sério...
- Ah, não enche, Den! Tonks, como é que funciona essa poção?
- Boa pergunta, Penélope. Bem, a poção vai fazer com que o Denis e a Dill consigam se comunicar normalmente com qualquer pessoa que fale inglês, mas eles continuarão a falar em português, quando assim desejarem. Eu, por exemplo, também a tomei. Mas tomei uma dose mais branda, cujo o tempo de duração não passa de 72 horas. Então, calculo que, quando chegarmos à Inglaterra, o efeito passará e eu só falarei inglês novamente.
-Fala sério, que barato! E tem gosto de cereja! Há há ha... - Dill dá uma risadinha. Tonks a olha com uma cara estranha, como se não entendesse a piada, e Den e Penny abaixam a cabeça rindo da inglesa.
O resto da viagem ocorreu bem. Eles seguiram conversando e rindo das piadas de Den e Dill, que Tonks nunca entendia e sempre dava um sorriso amarelo. Chegaram a Londres em menos de 4 horas: as viagens estavam cada vez mais rápidas. Dill, que nuca tinha visto uma cidade de cima ficou encantada: Londres estava numa das suas melhores épocas. Só o céu não parecia querer estar de acordo com a cidade: estava todo cinza, e com pequenas nuvens pairando, dando sinal de chuva.
Eles desembarcaram do avião e seguiram para a entrada do aeroporto. O local estava totalmente cheio de gente, todos, em sua grande maioria, trouxas, era o que se presumia: empresários, faxineiros, aeromoças, garçonetes, vendedores... Todos trabalhando a mais de 5 horas. Eles passaram pela multidão de trouxas, ocupados com suas vidas, e pegaram as malas, que eram muitas: para a grande surpresa de todos, Dill havia trazido um violão e uma guitarra.
- Dill! Para quê você trouxe esses instrumentos?
- Oras, dá licença, loira! Eu sou uma artista. Antes mesmo de ser uma... - e aqui ela abaixa a voz até um sussurro - ...bruxa... -então eleva novamente a voz. -...eu sou uma artista totalmente viciada em música. E não é só porque vou para um internato, quer dizer que eu vá mudar. Pelo o que eu saiba, a Tonks não falou que levar instrumentos era proibido, não é Tonks?
- Bem, realmente, não tem nenhuma clausula que proíba isso, explicitamente, então não vejo problemas... - ela fala pegando sua pequena bagagem.
A ruiva olha para a loira. Penny estava nitidamente irritada, e Dill lhe dá língua e sai caminhando com as malas e os instrumentos pendurados nos braços. Den ia um pouco mais atrás com Tonks, perguntando a ela o que iriam fazer agora.
- Agora nós iremos ao Caldeirão Furado. Vocês ainda precisam comprar seus materiais e suas fardas, então, de lá poderão ir ao Beco diagonal. Nós iremos de carro. Lá está o Dodi. Ei, Dodi!
Ela chama um homem baixinho e atarracado, que estava encostado em um carro de marca de madame. Ele acena e eles vão em direção a ele, que estava no outro lado da rua.
- Quero que vocês conheçam o Dodi, crianças. Ele é um motorista especial do Ministério. Ele nos levará para o Caldeirão Furado.
- Oi, Dodi? Como vai?
- Olá senhor Dodi.
- Iai?
- Olá, garotos! Bom vê-los.
Eles entram um a um no carro, e percebem com certa curiosidade que ele era bem maior do que os modelos normais, mas não se propuseram a perguntar. Tonks se sentou ao lado de Dodi, que já começara a ligar o carro. Eles partiram em direção ao centro da cidade.
Ficaram fascinados com as imagens da cidade que passavam pelo vidro do carro carro. Eles viam pessoas, lojas, carros, bibelôs, comidas, tudo que se pudesse imaginar. Era um outro tipo de ritmo de vida: todos estavam ocupados fazendo alguma coisa, não havia uma pessoa parada. Dill ficou mais animada ainda quando passaram na frente de uma enorme loja de instrumentos musicais.
- Ei, nós podemos parar logo? Eu quero ver logo as lojas! - ela fala animada.
- Não, Dillyan, nós não iremos fazer compras aqui, e sim no Beco Diagonal, um lugar típico de bruxos. Mas, não se desanime, querida... - ela fala ao ver a carinha de triste que Dill faz - ...por lá também tem lojas desse tipo.
- Ah, tadinha da Dill. Agora ela vai chorar... - Den faz biquinho. Só não leva um tapa na cabeça loira de Dill porque ele se esconde atrás de Penny.
- Espera um pouco, Tonks, quer dizer que eu tenho a oportunidade de vir a Londres, mas não vou poder aproveitar o que tem na cidade?
- Bem, o bom seria se vocês só ficassem na parte bruxa da cidade acompanhados pelo professor Potter.
-Professor Potter? OPotter? - Penny pergunta com certa ênfase. Dava de se perceber à quilômetros o interesse e a descrença.
- Sim, o Potter. Vejo que você o conhece.
- Quem não conhece Harry Potter? Ah, mas ele não era auror?
- Ele ainda é auror, mas está lecionando agora também. Era uma espécie de sonho dele, voltar à Hogwarts. E agora, com esses tempos de paz, ele pôde realizá-lo. Claro que no começo Snape não quis atendê-lo, mas com um pouco de briga e paciência ele conseguiu. - ela termina dando um breve sorriso. Penny prestava total atenção nela, e a cada palavra sorria ainda mais. Ela não podia acreditar que ia conhecer os dois: Severo e Harry. Já Den e Dill permaneciam calados sem entender nada, até que Den fala.
- Cahan... sim, alguém pode explicar o que esse cara é? Um outdoor? O que é isso?
- Não é outdoor, não tem nada a ver isso! É auror, Den! E esse termo é usado para bruxos que tem como profissão perseguir bruxos das trevas.
- Nossa! Caraca, bruxos das trevas? E isso existe?
- Não mais, graças ao Harry e ao Snape.- Tonks fala.
- Hããn? Como assim? Eles dois? Como eles fizeram isso? - era a vez de Dill parecer muito surpresa.
- Essa Dill, é uma longa história, que talvez seja melhor você ouvir do seu pai - a inglesa se vira para frente e acaba de maneira misteriosa a conversa. O resto do breve passeio pela Londres trouxa se passou em um silêncio muito sério. Dillyan estava começando a perceber que as coisas ao redor do sumiço do seu pai eram mais obscuras do que imaginava. "Ele brigou com bruxos das trevas? Que é isso!". Já Den estava mais preocupado com a atitude da loira ao seu lado. Toda a vez que ele tentava chegar um pouco mais perto dela, a garota se afastava mais. Estava na cara que ela ainda estava ressentida pelo beijo do dia anterior. "Mas, por quê? Acho que vou pedir ajuda à Dill...
Então, de repente, eles entraram em uma parte da cidade que não se parecia mais com a estonteante Londres. Essa nova parte da cidade era mal cuidada e cheia de casarões velhos e fedidos. Do mesmo jeito que chegaram lá, pararam, e Tonks desceu.
- Vamos, garotos.
- Tia Tonks, tem certeza de que é aqui?
- Claro, Dill! Não se preocupe! Confiem em mim, venham! Este é o Caldeirão Furado! Entrem, vamos!!
Os garotos olham o local imundo que ela apontava. Era um casebre, que pelo movimento e pelos sons que se ouvia do lado de fora, parecia ter se transformado em um bar muito vagabundo, para não dizer pior. Eles se entreolharam, uma daquelas olhadas que eles deram no avião, quando foram interrogados por Tonks, então entraram juntos. O que viram os fez quase cair para trás.
O bar não era velho por dentro. Ao contrário! Era novo e amplo, seu ar cheirava a uma bebida desconhecida, mas, ao mesmo tempo que era limpo e confortável, tinha um ar de medieval e antigo, tanto que era iluminado por velas, e havia um enorme candelabro no alto do teto.
- Caraca! O lugar aqui é dos meus! - Den exclama.
- Eu já imaginava isso...
- Ah, não diga, dona Sabichona! Pois, para mim, você estava tremendo de nojo que nem nós agora a pouco. - Den dá uma olhada de esguelha para a loira, que não se deixa irritar tão fácil como Dill.
- Sua impressão. - ela devolve o olhar frio e se dirige ao centro do bar, onde havia algumas mesas. Ela se senta como uma inglesinha educada e espera Tonks, olhando interessada para a decoração do local.
- Ui! Parece que alguém aqui pisou na bola...
-Não é nada disso que você tá pensando, Dill... - Den começa.
- Eu não estou pensando nada, loiro.
- Ótimo, porque o que você ia pensar era exatamente o que era que eu não queria que você pensasse...
- O quê? - a ruiva não entende o que ele fala. Aliás, quem entendeu?
- Nada. Eu só preciso de um conselho, é sobre a Penny, mas não agora, ok?
- Tá bom!
Eles se dirigem à mesma mesinha em que Pen estava sentada, mas foram impedidos de chegar lá por um certo homem, que se levantou de uma mesa lateral a que eles estavam indo, impedindo a sua passagem. Eles levantaram a cabeça para encarar o dito-cujo. Mas, Dill ficou sem palavras e Den só conseguiu olhar nos olhos verdes dele.
-Olá, vocês devem ser os novatos. - a voz dele era grossa, cansada e doce. Uma voz de alguém que parecia ter vivido muito em pouco tempo, e era carregado de sotaque inglês.
O homem não parecia ser mais velho que Tonks, ao contrário, era mais novo que ela. Poderia ser o tio de algum deles pela sua idade. Os olhos eram simplesmente verdes, com os óculos a ornamentá-los, e pareciam mostrar que ele era decidido e preciso, mas que sofrera um pouco até conseguir isso. Ele usava uma capa preta com jeans e blusa social de um tecido mais grosso devido ao frio, o que fazia com que mostrasse o seu porte desenvolvido devido à prática de algum esporte. Os cabelos pretos eram omportadamente bagunçados, e a franja não cobria direito a única parte estranha do corpo:
uma cicatriz em forma de raio que era no mínimo curiosa.
Denis, se considerando o “homem” do grupo resolveu quebrar o gelo, já que Dill, para variar, continuava a babar pelo homem.
- Depende... - ele respondeu -... Você é do bem, do mal ou do meio termo? - ele fala com um olhar inquisidor.
-O quê?- Harry não entende nada. - Como assim?
-Den, por favor, né? Como uma pessoa pode ser do meio termo ? ta louco, loiro?! Quando se trata de maldade não existe meio termo!
-É claro que existe! Eu já vi muitos meio termos na minha vida, se você quer saber...
- Ai, que loiro mentiroso, “véi”! - ela exclama. Aparentemente haviam esquecido de Harry e estavam agora discutindo, e o moreno observando e tentando entender a pergunta daquele garoto.
-Epa!! Loiro eu sou, louco, é, pode ser... mas mentiroso,
nunca, ta Dill?! Toma cuidado com o quê você fala! - ele levanta o
dedo indicador e coloca na frente do rosto da garota.
- Olha aqui, Denis Cavalcante, eu...
- Denis, Dill! Parem de discutir, sim? - era Penny, ela havia presenciado
todo o diálogo muito improvável entre os dois e o homem desconhecido e
resolveu logo levantar e tirá-los de lá. - Olha só a confusão que vocês
aprontam, não tem vergonha de encher o pobre senhor?
- Ih! Sai daí, loira! Para começar, ele que veio atrás da gente, e ainda não respondeu minha pergunta: do mal, do bem ou meio termo!?
- Bem, do mal, não existe mais... Do meio termo eu não sou, então acho que sou do bem...
- Boa resposta... - o loiro fala com cara de decepção...
- Obrigado! - o moreno exclama com um sorriso no rosto. Penny então percebeu quem era.
- Ele é... ele é...
- É quem, loira? Fala!
- Po... - ela só conseguiu gaguejar ao olhar Harry, que ria para ela...
- Harry! - era Tonks. Finalmente ela conseguira colocar todas as bagagens para dentro com Dodi e agora vinha em direção ao grupo. - Que bom que você já está aqui, estava com medo de ser cedo demais...
- Olá, Tonks. Não, que nada! Apareci mais cedo por precaução, tiveram sorte! E como foi a viagem?
- Realmente muito rápida, até para os padrões trouxas, acredite! Bem, deixe-me apresentá-los. Este é o lendário Harry Potter, garotos! Ele lhes acompanhará nas compras! - Tonks fala animada, apontando em direção ao homem de olhos incrivelmente verdes, ele dá mais um sorriso e acena concordando com a cabeça.
- Fala, tio Harry! - Dill exclama.
- E aí, Harry?! Tudo na paz? - Den cumprimenta Harry como se o conhecesse há séculos.
- Como vai, senhor Potter?- Penny o cumprimenta à moda inglesa.
O inglês achou estranho o modo diferenciado dos três, mas então se lembrou da cena anterior e riu consigo mesmo: aqueles três eram realmente uma graça.
Ele não se demoraram muito com as apresentações, já que todo o grupo, fora Harry, estava muito faminto. Eles se sentaram nas mesas e pediram ao dono do local, Teddy, filho de Tom, que lhes trouxesse o café da manhã. Depois de alguns minutos em que Dill reclamou do frio, e Den da demora, a comida chegou e eles puderam comer até se satisfazer. Tinha muita sopa, bacon e leite para todos, só Dill quis tomar café preto.
- Ah, qual é?! Leite é para criancinhas...
- Bem, garotos, eu pedi que o Teddy reservasse quartos para vocês.
- Por quê?!
- Vocês irão passar a noite aqui. Só amanhã partirão. São três ou dois quartos? - pergunta Harry.
Den começa a chutar Dill de leve por baixo da mesa, a ruiva lhe lança um olhar em chamas, mas no encontro de olhares o recado de Den foi claro: ”pegue o quarto com a loira!” Dill, mais do que depressa, eleva a voz e fala.
- São só dois, é claro! Eu e a Penny nos damos bem, oras, não precisamos dormir sozinhas! Não é, loira? - ela se vira para a garota que estava um pouco rosada por causa da espontânea declaração de Dill. Agora ela tinha lhe colocado numa situação embaraçosa: a única solução seria aceitar para não ser mal-educada...
- Cla-claro, Dill... pode ser...
- Ótimo! São só dois quartos, tio Harry.
- Você ouviu, Teddy, só ajeite dois quartos para esta noite. E também faça um jantar caprichado, pois passaremos o resto da manhã no Beco diagonal comprando seus materiais! Ai, dá uma dor nas costas só de imaginar... - ele fala um pouco desanimado e passando as mãos nas costas musculosas.
- Bem, se vocês já acabaram, garotos, acho que já podem ir indo. Antes que o Harry mude de idéia.- Tonks diz se levantando. - Você não vai vir com a gente? - Den pergunta.
- Não! Irei voltar para Hogwarts, mas antes ainda preciso dar uma passada no Ministério, para ver o Remo. Bem, nos vemos amanhã na escola, espero... até logo e sigam as instruções do Harry, ok? - ela vai se afastando dos garotos, dando um tchauzinho tímido, e antes de encostar na lareira central que ficava na sala, ela dá uma voltinha. Em um momento estava lá, no outro não estava mais...
- Caraca! Isso... - Den aponta para o lugar onde Tonks estava com cara de espanto - ...foi muito bacana! Eu quero aprender!
- Isso se chama “aparatar”, e logo, logo você poderá aprender, é só ter 17 anos e saber magia. Basta passar em um teste, mas é um pouco arriscado, somente bruxos muito seguros conseguem. - fala Harry com ar de professor.
- Falou em risco? Falou em Denis!
- Ai, que triste! Harry, vamos logo para esse tal beco! Quero comprar as minhas coisas antes que o Den comece a sessão “eu sou o gostosão”.
- Idem. Vamos logo, professor.
- Claro, garotas. Me sigam. - ele sai andando pelas mesas da hospedagem, até que para em frente à pequena lareira que ficava de frente para eles. O moreno pega um pouco de uma espécie de pó nas mãos e entrega à Dill.
- Primeiro as damas. Bem, você é filha do Snape, não é? - ele fala quando Dill recebe o estranho pó.
- Err...sim, por quê?
- Nada, só que, seus olhos são iguais aos dele, e você tem cara de ser bem destemida, então... vou deixá-la ir primeiro...
- Ir aonde exatamente?
- Nós iremos viajar de pó-de-flu. Esse transporte não é muito confortável, mas é o melhor jeito de se ir para lugares acompanhados de menores que ainda não sabem aparatar, no caso, vocês. É muito simples... Como é seu nome mesmo?
- Dill!
- Pensava que fosse Dillyan...
- Qualquer coisa, mas eu prefiro Dill. Dillyan é muito feio.
- Certo... então, Dill, é só pegar essa quantidade que está na sua mão, atirar na lareira e falar bem alto o nome do local para onde você quer ir, no caso, Floreios & Borrões! Começaremos pelos livros.
- O que é isso?
- É a loja de livros, Dill. - Penny fala prestativa.
- Certo, se a loira fala, “ta” falado, eu vou. Como é mesmo o nome?
- Floreios & Borrões. Vemos você daqui a pouco!
- Ok! Até loguinho! - ela entra na lareira corajosa por fora, mas por dentro... o coração não estava muito quieto, era uma experiência nova, um tipo de viagem nova. ”Tomara que dê certo!”
Ela fecha os olhos, joga o pó e fala alto:”Floreios & Borrões!” Foi um pouco estranho, ela sentiu as pernas tremerem, o estômago embrulhar, as cinzas bagunçarem o seu cabelo, e no fim tudo parou. Ela estava parada, de frente para uma outra lareira diferente, do lado de fora podia se ver uma loja abarrotada de livros dos mais diferentes jeitos, e uma garota, com um pouco mais de 20 anos, arrumando-os. Ela se vira em direção ao barulho que Dill fez.
- Olá! Seja bem-vinda à Floreios. O que você deseja?
- Cof, cof... Primeiro, acho que um copo de água... Ai, minha garganta! - a ruiva sai da lareira e tenta se equilibrar entre as cinzas.
Enquanto isso, no Caldeirão Furado...
- Certo, agora você é a próxima. Você é filha dos Fosters, não é?- Potter fala com Penny.
- Sim, sou. como você conhece eles?
- Ah, eles trabalharam um tempo na Ordem. Ótimos botânicos.
- Você sabe o nome da profissão deles!
- É, sei mais do mundo trouxa do que gostaria.... - ele fala um pouco
pensativo. -... mas você se parece demais com sua mãe.
- Não, que é isso! Se eu me parecesse com ela, seria linda.- a loira fala um pouco cabisbaixa, mexendo nos óculos.
- Mas, você...hum... é linda, Penny... - Den fala, coçando a cabeça e dando um meio sorriso.
“Hunf!”, foi a única coisa que Penélope se dispôs a falar. Ela pega um
pouco do pó, atira na lareira e entra falando “Floreios & Borrões”.
- Nossa, parece que alguém aqui está muito encrencado...
-Nada que eu não consiga resolver... - o garoto fala, escondendo e muito bem a real preocupação com o que acabou de acontecer.
- Filho do Rogério Davies, certo?
- Eu sei que o nome dele é Rogério, agora Davies...
- Ele deve ter tirado o sobrenome inglês para não chamar atenção. Pega o pó e me espera lá com as garotas, ok?
Ele pega o pó e repete o que as outras duas fizeram. Para sua grande
surpresa, ele se viu, depois de alguns minutos, na frente de Dill e Penny,
está última tomava um copo de água gelada.
- O que houve?
- Cinzas, loiro! Não está com a garganta coçando?!
- Não, ta tudo bem... - o loiro dá uma olhada pela pequena loja abarrotada de livros. - Nossa, isso que é loja de livros, hein?
Como num piscar de olhos, Harry apareceu ao lado de Den.
- Então, pronto para as compras?
- Cara, você quase me matou de susto! - Den, com as mãos no peito.
- Desculpe! –ele fala com um sorriso nos lábios. - Olá, Rosa!
- Olá, senhor Potter, como vai?
- Bem, bem. Escute: esses jovens vão ingressar em Hogwarts a partir de segunda, por isso quero que você arranje três levas de livros do 6° ano para eles, se não for incomodar, claro.
-Não, tudo bem! Eu trago já, já... - a garota se retira para os fundo, onde possivelmente estariam os livros estocados.
Enquanto esperavam, os três começaram a dar uma volta e folhear os livros à venda. Alguns pareciam ser muito interessantes, outros dava até vontade de dormir em cima da capa. Penny, como cdf-mor, pegou um livro de História antiga e começou a lê-lo. Enquanto isso, surgiu a Dill uma pergunta muito incômoda.
- Tio Harry, como vamos pagar?
- Oras! Com isso: dinheiro bruxo... - e ele mostra galeões, sicles e nuques para os três. -... Esses dourados se chamam galeões, são de ouro e os mais valiosos. Os de prata são os sicles, e esses de bronze são os nuques. São os mais fáceis de se achar.
-Ok, mas, eu tava me referindo à conta! Sim, porque, tipo, eu não tenho dinheiro... - ela fala desgostosa.
Harry dá uma olhada para ela...
- Sim, achava que você soubesse que era a filha do diretor!
- E sou, mas...
- Pois é... ele irá pagar suas despesas. Os pais da Penny as despesas dela e a mesma coisa com o Den.
- Mas...
- Nada de mas... não se preocupe se irá gastar muito ou não. Acredite, o seu pai quer muito que você se eduque bem, então não vai se importar em torrar a grana alta dele com você. - ele fala de maneira um pouco dura e bastante clara. - E já que tocou no assunto, peguem logo isso...- e ele entrega a cada garoto uma sacolinha muito pesada de couro, contendo muitos galões, sicles e nuques. - Eu saquei isso, e acho melhor agora ficar com vocês, para que possam se acostumar.
A ruiva se vira. Aquilo de usar o dinheiro de seu pai não estava nos
planos. Eles saem rapidamente da loja graças à prestativa Rosa, que ajeitou
logo os livros dos três, e se dirigem ao Beco Diagonal em si. Os garotos
ficam estupefatos: nunca viram tantos bruxos em um lugar só. Todos passavam de um lado para o outro, com as compras nos braços, apressados. Havia lojas dos mais diversos materiais também, e Dill e Penny não escondiam o espanto ao ver todos os diversos utensílios mágicos. Já Den permanecia quieto, coçando o queixo, na sua frieza de oclumente. Harry estava servindo quase como um guia turístico, falava para as garotas sobre as lojas ao passarem por elas.
- Ali é uma loja para utensílios de vassouras, ela é ótima. Mais adiante
temos o Empório das corujas, vocês podem talvez comprar uma. Lá, nós vamos mais tarde: é o Boticário, é onde compramos matérias para se fazer poções. Agora vamos bem ali, na Madame Malkin, vocês precisam comprar suas fardas.
Dizendo isso, eles foram para a pequena loja da Madame Malkin. Dill não gostou muito da idéia de usar uniformes, principalmente aqueles uniformes...
- Eu não vou usar isso!
- Por quê não? São bonitos, Dill...
- Olha isso, Harry! Parece até roupinha de patricinha, eu não uso isso...
- Querida, são as regras da escola, infelizmente você terá que usá-las. E pare de se mexer, porque se não irei te espetar.
A ruiva dá uma bufada e se aquieta para Madame Malkin continuar o trabalho. Den estava do outro lado biombo fazendo as mesmas reclamações sobre a gravata e as blusas sociais que estavam tentando colocar sobre sua cabeça.
- Ah, por favor pessoal. Não sejam mimados. Dill, deixe ela ajeitar o uniforme, sim?! Depois você pode fazer alguma coisa melhor com ele! O mesmo para você, loiro. - era Penny, tentando fazer com que eles parassem de reclamar.
Alguns minutos e muitas reclamações depois, eles saíram de lá com os pacotes de vestimentas nos braços.
- E agora? Para onde vamos?
- Bem, acho que podemos ir para o Boticário... Sigam-me.
Eles atravessaram a rua amontoada de gente e entraram em um local um pouco sujo e com um cheiro muito estranho. Lá havia vários vidros com as mais diferentes cores e odores.
- Eca! Que nojo...
- Bota eca nisso... O que viemos fazer aqui mesmo?
- Comprar seus caldeirões e os ingredientes para poções. Fiquem mais atentos, eu já disse isso, sabe...
- Tá, ta, tá...- Den de um modo irritado. Aquele cara já o estava enchendo.
- Com licença, em que posso servi-los...
- Olá, será que pode me dar esses materiais? Ao triplo?
Enquanto Harry conversava com o vendedor, Penny se mantinha um pouco afastada, novamente, analisando as diversas poções e suas utilidades. Já Den e Dill começaram a andar pela loja, que parecia ser muito maior do que eles pensaram.
- Fala sério, o que houve? Até para o Harry ta sobrando! Olha, você se
aquieta, ta? Ele pode te expulsar, antes mesmo de você colocar seu pezinho
loiro lá naquela escola.
- Aff, tô muito estressado... Não sei com o que...
- É a loira? - ela pergunta de maneira duvidosa.
- É! Ta tão na cara assim!?
-Bem, ta... Nem precisei ler na sua mente, até porque eu não ia conseguir mesmo...
- É ela sim... Ela está louca, Dill! Eu fiquei com ela ontem e...
Eles seguiram para dentro da loja, conversando sobre o ”probleminha” de Den.
- E... foi isso! Ela saiu andando e não me respondeu mais direito.
- Bem, acho que ela só está com medo de você brincar com ela...
- Eu?! Brincar com ela?! Como?
- Do jeito que você sempre faz, Den. Deixa de ser idiota... - ela dá um tapa na testa dele. Eles continuaram andando distraídos e sem preocupação, com as coisas na mão até que topam com algo de novo. Dill, pára um pouco e sente falta das suas músicas, e tenta se lembrar onde deixou a droga do iPod. Ela se lembra: estava no bolso da frente. ”Aff, eu invento de colocar meu iPod numa calça mais justa que a justiça do Brasil...”
- Den, me ajuda a pegar meu iPod...
- Onde ta?
- Nesse bolso aqui da frente...
- Eu posso mesmo pegar aí?
- Pode, deixa de ser idiota, vai... E também, se você pegar mais do que deve, já sabe que ta morto...
O loiro começou a tentar pegar o iPod dentro do bolso da ruiva, mas a situação estava mais difícil que o imaginado, já que os dois estavam com as mãos mais ocupadas do que deviam, e para piorar, em um corredor escuro cheio de poções. Até que...
- Consegui... opaa!!...- o loiro, com o impulso de pegar o iPod, acaba se desequilibrando e caindo, mas ao invés de cair no chão, ele empurrou alguma coisa menos dolorosa, como um corpo. Ao olhar para trás, o iPod estava na cabeça de um homem muito loiro. O homem era extremamente loiro, a pele era branca, e os olhos tinham um tom de cinza com azul que eles nunca viram
igual. O perfume que ele exalava lembrava a Dill coisas caras e luxuosas, as roupas eram modernas e trouxas, mas ele próprio tinha um ar bruxo inconfundível.
O loiro os olhou com aqueles olhos cinzas e tirou o iPod de cima da cabeça bem penteada, sua fala era grave o bastante para ser autoritária, mas ao mesmo tempo cansada, que nem a de Harry, e possuía um pesar muito incomum para um homem tão jovem e bem condicionado.
- Então, acho que isso aqui não vai mais funcionar em Hogwarts...
Dill olhou para o homem diretamente nos olhos, e teve uma forte impressão de que o ele estava mentindo somente para amedrontá-la, mas a certeza foi breve, pois o homem logo recuperou a segurança e continuo a encará-la com um sorriso nos lábios. A ruiva olhou para Den com uma expressão tipo:”Hello! Acho que essa é uma boa hora para aquela sua pergunta estúpida sobre ser do mal, do bem ou meio termo!”, mas o garoto estava totalmente sério, tentando devolver o olhar frio que o homem lançava para ele. Resumindo em miúdos: até o loiro havia percebido que com aquele cara num dava de se brincar.

- E então? Será que a mãe de vocês não ensinou que se deve ter educação?

Bem, o cara já estava falando de mãe, então não ia dar de esperar o Tio Harry parecer... ela própria teria que encarar o coroa loiro...

- Olha aqui, seu loiro... a minha mãe me ensinou sim a ter educação, mas também
disse que não era para ficar falando com estranhos, não... - ela respondeu meio hesitante.

- Nossa, não me diga. Mas você não tem muita cara de respeitar a sua mãe, nem os olhos... Especialmente os olhos...- ele falou lentamente e encarando Dill de um modo estranho. Antes que a ruiva pudesse rebater, ouviu - se ruídos vindos das suas costas e um chamado.

- Dill! Denis! – era Harry com Penny às suas costas. Ao ver o homem loiro a
sua expressão automaticamente se modificou, ficando séria, até demais.- O que você está fazendo aqui?

- Olá, Harry! Que bom ver você também, e agora, está dando uma de babá em
Hogwarts?

- Malfoy... você não devia estar no Ministério?

- E você, em Hogwarts?

Eles se encaram... a situação não estava nada clara...

- Dill, Den, por que vocês desapareceram de novo, que coisa! Procuramos por vocês por toda a loja... vocês não podem desaparecer desse jeito, que coisa!

- Tá, Penny, no stress...

- Ah, quer dizer que vocês são os famosos novatos?

- O que você tem a ver com isso, Malfoy?

-Oras, Harry. Você sabe muito bem que sou amigo de Snape, e padrinho dela, eu com certeza saberia que a filha dele estava por vir,... a filha do diretor

Dill não soube o porquê, mas sentiu um arrepio percorrer o seu corpo ao ouvir o homem hamado Malfoy falar isso. E ele era o seu padrinho?! ”Oh my!”

- Você conhece ele? E é meu padrinho?!

- Com certeza... mais do que você possa imaginar. Quer fazer o favor de apresentá-los, Harry?

O professor parecia estar passando por um teste de paciência. Deu um suspiro e começou, com a voz controlada.

- Esta é Penélope Foster, filha de Ann e Joseph Foster.

- Oh, Ann Foster? Ela continua linda como sempre, não?

- E muito bem casada, Malfoy!

- Hum... que pena!

Penny olhou de maneira assustada para Malfoy.

- Este é Denis Cavalcante, filho de Rogério Davies e de Goreth Cavalcante.

- Rogério Davies? Ele virou curandeiro de trouxas, não é?

- Médico, e um ótimo médico por sinal...- Den fala olhando diretamente nos olhos do homem.

- E essa, bem essa é Dillyan...

- Dill!

- Er... Dill Andrade, filha do Snape...

- E da minha mãe também, porque ele não me fez sozinha, né? O nome dela é Cristina.

- Nossa, você tem os olhos idênticos aos do seu pai, não é Harry?!

- É, Malfoy...

- Eu sou Draco Malfoy, superintendente do Ministério da Magia, muito prazer...

- Bem, agora que as apresentações foram feitas, podemos ir embora, não é? Vamos pessoal!

- Não, Potter. Espere um momento... quero falar com você. Pensava que os garotos viriam acompanhá-lo... não era esse o combinado?

- Eles queriam assim, mas, aparentemente, Snape não gostou da idéia. Será que podemos conversar em particular?

Os dois saem juntos, em direção à saída, com os garotos atrás.

- Quem é esse cara?- sussurra Dill.

- Você não ouviu? É Draco Malfoy!

- Eu ouvi isso, Penny, mas ele...

- Depois eu explico...

Eles saem da loja e dão um “até logo” meio desconfiado ao loiro.

- Esse Draco, é sério, eu ainda...!!

- Por que será que eu tenho a leve impressão de que você gosta dele tanto quanto eu?- Den pergunta andando ao lado do professor.

Harry dá um suspiro novamente. Seja o que for que tivesse contra Draco Malfoy, isso não poderia ficar passar para mais ninguém, essas eram as regras que Snape impôs a ele para que trabalhasse na sua amada escola.

- Escutem, garotos... Draco é um bom pai, um bom superintendente, nem tão bom marido, mas... enfim, ele é legal, não se preocupem com ele, ele trabalha no Ministério e não é todo dia que vocês o verão.

- Tio Harry, ele lhe entregou o meu iPod?

- Seu iPod?

- É!

- Era um preto que estava na mão dele? Não, ele não me deu, eu achava que era dele!

- Mas, era meu!! Ah, não! Ele seqüestrou o meu iPod!! Ai, eu vou ter um ataque!!

A ruiva começou a tropeçar e a cair no meio da rua, de repente tudo escuro, ela havia desmaido. Quando acordou, Dill sentia um cheiro de animais misturado com rações das mais diversas, recobrando os sentidos por completo ela viu que Harry estava agachado junto a ela, vendo-a despertar e os outros dois amigos estavam atrás dele, morrendo de preocupação.

- Ah, ela acordou, professor Potter! Olha!- Penny exclama.

- O que eu to fazendo aqui? Onde eu estou?

- Ainda bem que você acordou, Dill, nos deixou preocupados, hein? A gente estava no meio da rua, quando você se lembrou que Draco Malfoy, seu padrinho, levou seu iPod, e de repente, você desmaiou...

- Levou não, seqüestrou...e agora, onde nós estamos?

- Bem, achei melhor terminar o dia comprando uns bichinhos para vocês, nós
estamos em uma das lojas de animais do Beco.

- Ai, minha cabeça... eu quero me levantar...- Den ajuda a ruiva a se levantar e eles começam a dar uma volta pela loja.

- Está tudo bem mesmo, não é?

- Está sim, já to melhor, mas eu quero meu iPod de volta!

- Claro, vou pedir para que o Snape peça pessoalmente ao Draco, não se preocupe... seu iPod vai estar nas suas mãos antes de que você diga “feijoada”.

Dill começou a rir e ficou um pouco mais calma, agora Penny estava do seu outro lado, ajudando-a junto com Den. A loja era um pouco pequena, mas estava abarrotada das mais diversas criaturas.

- Vamos, Dill, o que você quer? Eu vou comprar uma coruja, são ótimas companheiras e entregam cartas, perfeitas.

- É, mas tem outras opções, não é? Pelo o que o Harry tava falando, eu achei coruja muito clichê, fala sério, quero algo diferente.

- Pode ser um rato?

- Não, ratos, écat... putz, tá louca loira?


- Sapo?

- Nããm... nem pensar...

- Então o que você quer, seu mauricinho intocável? - Pen pergunta mais impaciente para Den.

- Que tal um gato, Den?

A ruiva se solta dos braços dos amigos e vai até uma gaiola em que estava um gato preto lindo, de olhos azuis e pupilas estreitas.

- Este é perfeito, não é?

- Esta, você quer dizer, minha querida....- chega uma vendedora com cara de veterinária junto com Harry. – ela é fêmea, e está a venda, hoje é seu dia de sorte, ela está totalmente vacinada também, vai levá-la?

- Vamos, Den?! Vai, ela é tão linda!!

- Tá, Dill, essa gata vai ser nossa, deixa que eu pago...- ele se rende.

- Onde estão as corujas?

Depois de ter passado um bom tempo escolhendo a coruja de Penny, os quatro decidiram voltar para o Caldeirão Furado, já que estava ficando tarde e eles estavam cansados da viagem. A gata de Den e Dill acabou recebendo o nome de Blue, já que eles estavam sem imaginação e só conseguiam ver os incríveis olhos azuis dela. Já a coruja de Penny fora mais fácil: ela escolheu uma de porte médio, macho, experiente, segundo a vendedora e de olhos castanhos muito sérios, que combinavam perfeitamente com seu tom de plumagem. Resolveram chamá-lo de Mr. Bronw.

De volta ao Caldeirão Furado, eles estavam jantando uma bela sopa, animadamente comentando o dia e os novos bichos.

- Até agora estou pasma com a nossa criatividade com relação aos nomes dos nosso bichinhos...

- Bem, não se poderia pensar em mais nada depois desse dia exaustivamente longo, fala sério!

- É, mas vocês terão que se acostumar, garotos, daqui para frente será assim, principalmente porque vocês entraram atrasados e terão que recuperar o tempo de estudos.

- Ah, nem me fale nisso, só de pensar que terei que estudar...

- E você pensava que a fazer o que lá na escola, Denis?!

- Oras, tio Harry, paquerar...- e ele dá uma piscadela safada.

Todo o jantar foi pontuado de observações de Harry, comentários de Dill, risos educados de Pen e comentários bem sacanas de Den. Bem, típico... Depois da sobremesa, que foi um belo pudim de leite, Harry levou os garotos aos respectivos quartos.

- Este...- ,ele apontou para uma porta com o número 12 do lado esquerdo do corredor escuro- é seu quarto Den, pode entrar, suas coisas já estão aí. E este outro, o número 13, é o de vocês garotas. Podem entrar, se acomodar e descansar. Amanhã estarei de volta, esperando vocês lá no bar, para irmos novamente ao Beco e comprarmos as varinhas, e aí sim vocês estarão prontos para ir para Hogwarts.

- Varinhas?! Nós teremos de comprar aquilo?- Den faz cara de indignado.

- É claro! Sem as varinhas vocês não conseguiriam nunca fazer magias!- Harry ri da cara de Den- Sinceramente Denis, às vezes você me mata de rir...hahaha...vejo vocês amanhã, garotos! E pode deixar que eu vou cuidar do seu iPod, Dill.- ele sai se despedindo deles pelo corredor e sumindo no final dele.

- Mas que mer...

- Den!

- O que é?!

- Não xingue! É falta de educação!

- Ah, fala sério, loira! Boa noite.- ele entra de mal humor no quarto. Qualquer problema, gritem.

As garotas entram no seu. Era um quarto simples, tinha duas camas com cobertores bem avantajados e um banheiro para as duas. Havia um armário também no fundo do aposento onde estava as coisas das duas. Pendurada na janela, estava Mr. Bronw.

- Quer dormir agora?

- Com certeza, Dill. Vou primeiro ao banheiro, ok?

- Ok...- ela fala pegando Blue no colo e pensando como falaria para a loira que Den não era o idiota que ela pensava que era.

Ainda era relativamente cedo para ir para ao escritório do Diretor, mas felizmente a missão de Harry foi muito bem executada, nenhum inconveniente, aliás, que inconveniente teria em conhecer e ajudar seus futuros pupilos!? Nenhum, estava feliz de saber que os novatos eram bons garotos, especialmente a fila de Snape. Porque com um pai daquele, bem, graças a Merlim ela não puxou nada a ele, a não ser os olhos..., tinha que concordar com o desgraçado do Malfoy,
”... os olhos eram idênticos.”
Chegando à porta da sala, havia a escadaria, ele começou a falar de Chifres de Unicórnio e as gárgulas da entrada deixaram-no passar. Ele sinceramente sentia falta das senhas de Dumbledore.

Antes de entrar, bateu na porta, e uma das vozes mais odiadas por ele se fez ouvir com um simples “Entre”. E ele assim o fez. Debruçado em cima de uma velha escrivaninha antiga estava Severo Snape. Os cabelos oleosos agora estava aparados, o nariz adunco quase arrastava no papel que ele escrevia e o olhar, ah, o olhar! Era o mesmo de anos antes em que ele o vira da primeira vez. Detestável.

- Snape, vim aqui para dizer que os garotos já estão na hospedagem.

- Já compraram tudo?

- Não, amanhã compraremos as varinhas e umas 5:30h apareço com eles aqui.

- Por que não compraram as varinahs hoje? Eles lhe deram trabalho?

- Não, ao contrário. Eles são muito simpáticos e amáveis. O problema foi Draco Malfoy.

- O que Draco fez?

- Ãããn... não sei como falar isso, mas ele, meio que apareceu na loja de poções, assustou os garotos e seqüestrou o iPod da Dill.

- Dill!? O nome dela é Dillyan, Potter.

- Bem, professor, ela prefere ser chamada de Dill, e odeia Dillyan, só para o senhor ficar sabendo, viu? E quanto a Malfoy?! O que vai fazer com ele? Dill está morta de raiva com o que ele fez, eu disse que você daria um jeito nisso.

- Já andou colocando os garotos contra o pobre do Draco? Principalmente a Dillyan, ele é o padrinho dela.- ele fala encarando Harry de modo ameaçador.

- Não, Snape. Só que eles também não foram muito com a cara dele não...

- Professor para você Potter...

- O mesmo para você.

Momento de encarar. O clima não estava ficando bom, melhor se mandar.

- O que vai fazer com Malfoy?

- Primeiro: não é da sua conta, segundo: Malfoy é padrinho da garota, ele deve saber o que faz, e terceiro: bom trabalho, está dispensado.

Dizendo isso ele volta a dar atenção ao pergaminho aberto na escrivaninha.

”Idiota, sempre protegendo aquele cara, por que eu não previ isso?” e o moreno sai. É, a antiga inimizade de Harry e Snape nunca foi solucionada.

Dill já havia se banhado, mas não estava nada a fim de se deitar, permanecia no escuro, acariciando Blue, a gata aparentava estar gostando, pois ronronava sonoramente, seus olhos azuis brilhavam de prazer na noite escura, enquanto isso Pen respirava suavemente entre as cobertas, dormia profundamente, estava mesmo cansada, mas tinha um meio sorriso nos lábios.

”O que será que a loira está sonhando?” A ruiva começou a rir.

Pen sonhava e respirava suavemente. O corpo se deixava levar pelo mundo dos
sonhos em que ela vagava como uma pluma. Ela uma hora via os pais, outra via os livros que lia, outra trecho de filmes românticos. Ah, como ela adorava filmes românticos! E por falar em romântico, ela viu Denis. O loiro veio andando silenciosamente e de repente a encostou em uma parede que não existia a segundos atrás.

“Eu quero você”... ele dizia de uma forma bem marota, ela sorri meio insegura. ”Eu quero você e você...... agora ela abre sem exagero nenhum o sorriso, ela fecha os olhos, se deixa envolver nos braços dele e espera sentir o seu beijo novamente... mas ele não chega... ela reabre os olhos verdes. O que vê não é nada bom.

Um homem, um homem aparentemente baixo está do seu lado, a parede se transforma numa masmorra inteira, e ela está presa pelos punhos com correntes. O homem está parado na frente dela com o rosto encoberto por um manto preto, as luzes das velas tornam o lugar todo assustador.

- Eu quero...-ele começa a falar com uma voz estranha.

- O que? O que é isso? O que você quer?

- Eu quero o que você vê!

- Eu não vejo nada, seu louco, me solte!

- Você vê demais, minha linda, e eu quero o que você vê, mas parece que ainda não é a hora de você ver... agora saiba que, eu vou querer...

- Não! Me solte, eu não sei do que você está falando, seu louco! Me solta! Dill! Den! Socorro!!

O homem coberto de sombras começa a rir do desespero dela.

- Aaahh!!!- ela começa a cair no meio de uma poço, está caindo, caindo, caindo....

Dill estava quase pegando no sono quando começou a ouvir gritos, de quem seriam? Ela se levanta de uma vez, liga a luz do quarto que não passavam de um monte de velas num candelabro, e viu com um certo susto que se tratava de Penny, ela se contorcia, gritava baixo e alto, se contorcia, e não conseguia abrir os olhos. A ruiva não sabia o que fazer, foi até a cama da loira, tentou acordá-la, fazê-la perceber que ela estava em um sonho ruim, mas ela aparentemente não conseguia. O desespero começava a invadi-la. O que raios estava acontecendo com aquela garota?! Ela parou no meio do quarto que estava uma bagunça. Blue estava miando feio e arrepiando os pêlos para a cena, o mesmo fazia Mr. Bronw empoleirado na janela. Ela se lembrou de Den.

- Den!!

O grito ecoou no quarto, ela não sabia se havia sido o suficiente para acordar o loiro, que estava no outro quarto. Ela saiu andando pelo quarto e abriu a porta. Por incrível que pareça, Den estava parado lá na soleira da mesma, com uma cara de espanto, com o cabelo todo bagunçado e sem camisa.

- O que tá acontecendo?! O que a Penny tem?!- ele falava entre os tormentos de Pen.

- E-eu não sei, Den! Ela estava dormindo, e agora ta tendo um pesadelo e não
consegue acordar, eu já tentei de tudo, tenta agora você! Vai!

Den se aproxima da cama e tenta e começa a sacudir Pen com uma certa força. A loira continua de olhos fechados.

- Pen! Por favor, acorda, acorda, acordaaa!!

Ele pára de sacudi-la. Por um momento parecia que ele tinha conseguido, os gritos e tormentos cessam, Penny se levanta, e abre os olhos, mas os olhos dela não estavam normais. Geralmente eles são verdes, quase azulados. Bem, agora estavam praticamente azuis, tinham um brilho diferente, e ela olhava-os de um jeito totalmente amedrondante.
- Finalmente, a ida a Hogwarts! Vocês devem estar animados, não?! Mas não fiquem tão felizes assim! As coisas não serão só rosas... tudo que vocês sabem será posto à prova, tudo o que vocês acham que sabem, cairá por terra, e tudo que os bruxos crêem ser verdade...hahaha, ele quer reaparecer, muito cuidado! Aprender a fechar a mente será o maior segredo, vocês devem fazer isso, e, digam a Jacob que a sua missão será mais difícil do que ele imagina!

E com uma última risada fatal de “hahaha”, que com certeza não tinha nada a ver com a doce Penny, o corpo da loira cai na cama inerte. Dill e Den continuaram de boca aberta para a cena que acabara, e mais de repente ainda, o corpo da loira se mexe novamente. Ela abre os olhos, pisca algumas vezes, caça os óculos que estavam em cima da estante, coloca-os e senta em frente aos amigos.

- O que aconteceu? Por que vocês estão com essas caras?

- Vo-você não se lembra o que aconteceu?!

- Não, eu só me lembro de estar dormindo, sonhando com o... e ah meu Merlim!- ela exclama de uma vez, deixando de lado a pose de inglesa.- Eu me lembro! Tinha um cara, ele me prendeu, falou umas coisas horríveis e me jogou em um poço sem fundo! E daí tudo ficou escuro, eu senti a minha cabeça girar e...

Ela olha para os amigos com uma cara de “Ah, já entendi...”

- Eu tive uma visão?!-ela pergunta receosa.

- Se quando você tem uma visão você fica com os olhos claros, não usa óculos,
ri como uma atormentada e se acha, parecendo que foi possuída... bem, você teve uma visão, sim, acho.- conclui Den para ela.

- Ah, Merlim! Por que vocês não falaram logo?! Ah, não! Eu devo ter me espantado demais com aquele pesadelo e acabei me concentrando demais, ou aquele... homem, sei lá deve ter feito isso, mas isso é magia muuito poderosa! Não pode ser, não pode...- enquanto ela falava, se levantou e pegou de dentro de seu malão um caderno todo preto, trancado por uma amarra, e uma das penas que ela havia comprado na Floreios & Borrões.

- O que é isso?- Dill aponta para o caderno.

- É meu caderno de visões. Nele está escrito tudo o que eu vejo, sonho, pressinto. É bem útil, sabe... e vocês vão ter que escrever o que ouviram eu falar.
Dill olha para Den de um jeito nervoso. Ela não queria escrever, e se escrevesse errado!? Aquilo era uma coisa importante demais para ser estragado por ela.

- Ah não, escreva você Den! Foi você que sacudiu ela até a visão sair!

- Sim, mas eu não presenciei tudo como você!- ele devolve o caderno preto para a ruiva.

- Não! É culpa sua!

- Minha? Eu não fiz nada!

- Sua sim!

- Minha nada!

- Sua!

- Não!

-Parem!- Penny grita e os dois olham para ela. Até já tinham se esquecido que ela estava lá.- Os dois vão escrever, e irão me contar como eu estava! Agora!

Bem, Penny não era daquelas figuras que inspiravam autoridade, mas aquele assunto sobre suas visões a fazia ficar daquele jeito. Ela precisava saber o que aconteceu durante o transe, era o mais sensato a se fazer, diziam os especialistas. Apesar de não aceitar muito bem o fato de ser uma vidente, ela foi obrigada pelos pais a pesquisar e ler tudo sobre o assunto, e assim poder se precaver no caso de acontecer uma situação dessas.

Depois de ouvir o relato dos dois e dela própria falar com o que sonhou, eles voltaram a ficar em silêncio. Dill, depois de ter anotado tudo no curioso caderno, recomeçou a acariciar Blue, perdida em pensamentos, e Den começou a encarar Pen.

- O que foi?!- ela perguntou. Não gostava nada daqueles olhos azuis a olhando.

- Por que brigou comigo?

Era uma pergunta sincera, mas não dava de ver nada disso nos olhos dele.

- Eu não briguei com você...

- Não?! Então me responde: por que tem me evitado? Eu não fiz nada para você!

- Den, por favor...- ela olha de relance para Dill.

- Ah, fala sério! A Dill já sabe, eu até pedi ajuda dela para tentar descobrir o que você tinha, mas parece que quando você quer uma coisa bem feita, deve fazer você mesmo.... né, Dill? Valeu por nada!

- Eu não pude fazer nada, pô! Ela foi dormir logo, e aí rolou toda essa parada de visão, e, quer saber?! A minha cabeça tá a mil! Tem o meu pai, o Harry, meu padrinho, meu iPod seqüestrado... eu só não caio no choro porque isso é coisa de menininha... foi mal, Den.

- Ah, tudo bem , eu tava brincando, ruiva. Mas fala sério, por que será que o
Harry não gosta daquele Malfoy, hein?

- Simples! A guerra.

- A guerra?

- É!

Penny se levanta de novo e pega o livro de História da Magia que ela comprou
na livraria bruxa. O livro era novo, encapado e tinha uma cor de marrom encardido. As letras douradas falavam:A Grande Guerra contra o Lord das Trevas. Ela abriu o livro na cama, os outros dois chegaram mais perto.

- Harry Potter é considerado o “garoto-que-sobreviveu” desde pequeno, ou “O eleito”. Ele foi criado pelos tios trouxas, longe de todo o mundo bruxo, ao completar 11 anos, descobriu o que realmente era e foi para Hogwarts. Lá teve dois amigos que até hoje conserva: Ronald Weasley e Hermione Granger. No decorrer do ingresso dele na escola, ocorrerem várias coisas: ele descobriu que os pais foram assassinados, descobriu o significado da sua cicatriz, e enfrentou o assassino dos pais, além dos seus outros inimigos.

Enquanto Penny contava a história do professor e de seus amigos, ela ia passando as páginas do livro, que continham fotos de Harry e de seus companheiros tiradas de jornais, revistas, de arquivos pessoais, todas elas se mexiam, e Harry só sorria sinceramente nas fotos com seus conhecidos.

- E onde entra Draco e meu pai nisso tudo?

- Seu pai e Draco Malfoy eram os outros inimigos.

- O que?!

- É! Infelizmente foi assim, Severo Snape foi professor de Harry até seu sexto ano, quando se descobriu que ele estava a mando do Lord das Trevas, e ele acabou matando Alvo Dumbledore, diretor da escola na época e mentor de Harry. Esse era o papel de Draco, que estava fazendo isso pelo bem da sua família. Depois da Grande Guerra, em que Harry matou o Lord, foi que se descobriu que Snape estava a mando de Dumbledore e que ele havia convertido Draco também. Assim, os dois foram inocentados no final.

- Incrível! Eles passaram de vilões a mocinhos. Tudo não passava de um truque de espionagem. Que barato!

- Não, não é um barato. Isso foi a história mais “cabulosa” que eu já ouvi! E depois disso, o que aconteceu? Você sabe?

- Aconteceu o que nós vemos agora: Snape foi para o Brasil, se envolveu com sua mãe, teve você, foi convocado para ser diretor, foi. Harry virou auror formado, casou-se com a irmã de seu melhor amigo Ronald, teve um filho, segundo consta aqui, e foi ser professor de Hogwarts. Ron se casou com Hermione, tiveram... uma filha, e Draco se casou com uma mulher que eu sei que se chama Pansy Parkison, se separou e agora também tem um filho e uma filha pequena. E sabem o que é o mais legal? Todos ainda estão cursando em Hogwarts, exatamente agora, no sexto ano, como nós! Nós iremos conhecê-los!

- Ah, por isso o Harry falou que o Draco não era tão bom marido: se separou!

- É, mas acho que isso não foi culpa dele, a mulher dele, dizem, é uma interesseira: largou ele para ficar com o atual ministro da Magia: Córmaco McLaggen.

- Credo, que nome horroroso!

- Que mulher horrorosa! Tadinho do meu padrinho...- Dill fez biquinho.

- Er, bem, ele não merecia mesmo isso. Ninguém merece, por pior que a pessoa seja.

- Pois é. Nem eu mereço isso, apesar de tudo o que eu já fiz, concorda?!

- Den, por favor...

- Não, Penélope, agora nós temos que conversar, é sperio, eu não fiz aquilo por mal, sério! É que você é tão bonita, você é tipo de garota que a gente vê que...

- Ih, vai ter mesmo uma DR aqui? Então eu vou bem ali e volto já já, ta!? E eu espero, sinceramente, que quando eu voltar vocês estejam se agarrando, ok? E usem camisinha! Merlim abençoe vocês! Seja ele quem for, né?- ela sai teatralmente do quarto.

Penny dá uma risadinha inglesa, Den faz uma cara de “eu te mato, mas essa piada foi boa!”

- Sinceramente, a Dill, depois eu me ajeito com ela... sim, por que raios você ta com raiva de mim?

- Eu não sei direito, acho que é porque eu não gosto de me envolver em uma coisa em que eu sei que não vai dar certo, sabe?

- O que? Você já viu que nós não daríamos certo?

- Não, ao contrário, eu sonhei com você, não se lembra que eu disse isso?

- Sim, então, o que há de errado em nós darmos uns...amassos?- os olhos dele brilharam com uma certa maícia.

- Amassos? - ela deixou Den segurá-la pela cintura.

- É, deixar rolar, ver no que vai dar.- ele dá uns beijos nos pescoços dela. Ela estava tão linda de baby doll.

- Eu não sei, Den, não acho isso certo... e a Dill? Ela não já foi sua namorada?

- Sim, foi, do verbo “não é mais”, sacou? Ah, vamos, você mesma viu que ela não sente nada por mim, eu e ela agora somos apenas amigos, sério! Aquele selinho que eu dei nela, bem, era só de amizade, eu adoro pegar no pé dela, como você já deve ter percebido. Vamos lá, Pen, eu vou te respeitar... palavra de Cavalcante...- e dizendo isso ele vira o rosto da garota e a envolve em um bom beijo.

Alguns minutos mais tarde Dill aparece, e surpresa: eles ainda estavam se
agarrando.

- Aê! É assim que eu gosto de ver! Pegou ela de jeito, né?

- Ah, pára Dill...

- Tô brincando, ainda bem que você perdoou ele, sabe. O clima estava um porre
com vocês dois se estranhando.

- Por que você demorou tanto, ruiva? E para quê são essas coisas na sua mão?

- Eu só estava averiguando se alguém lá do bar, como o Tommy, tinha ouvido alguma coisa, e ainda bem que não. No final acho que seus gritos foram abafados por uns caras pequenininhos que estão tomando um pileque lá. E quanto a isso...- ela levanta na mão uma enorme tesoura, linhas e agulhas.- ...é para eu poder ajeitar meu uniforme ridículo.

- Ah não! O que você vai fazer,Dill? Por favor, não corte seu uniforme!

- Só vou dar uns retoques, ok? Agora, vai, continua se amassando aí com o Den,
finjam eu que eu sumi!

- Ah não...

O resto da noite se passou com eles conversando e rindo das coisas, mas ainda tinham alguns assuntos que o incomodavam. Como: quem era Jacob, e por que, no sonho e na visão de Pen, era citado o tal Lord. Preferiram não pensar mais nisso.

Em um lugar muito distante dali, mais precisamente em um castelo bem conservado, em uma das salas particulares de estudo de uma das mais completas bibliotecas da Inglaterra de bruxaria, se encontravam três jovens bem atípicos.

Uma ruiva verdadeira e de olhos azuis estava sentada encurvada em um pergaminho, analisando suas anotações. Em outra cadeira estava um moreno de cabelos pretos levantados levemente com a mão e olhos bem verdes, ele olhava para o nada e matava insetos com a varinha, do seu lado estava outro garoto moreno com um violão na mão, ele dedilhava-o bem devagar, como uma música de fundo para a ruiva poder estudar, mas o olhar cinza que ele tinha também estava perdido. Ele pára e olha para o relógio caro: já passava da meia noite.

- Que saco, Mel, por que nós temos que ficar aqui te vendo estudar?

- Por que você não tenta estudar também, Jack? Pelo menos para variar...

- Mel, o Jack tem razão, pô. Ainda estamos na primeira semana, relaxa.

- Sim, pode ser a primeira semana, mas nesse ano vamos ter que pegar mais pesados por causa dos NIEM’s, não? Minha mãe tem me enchido o saco com isso desde que eu nasci.

- Sim, mas nós tiramos as três melhores notas de toda a Hogwarts, será que não podemos tentar relaxar pelo menos hoje, e a tia Mione não ta aqui, ou está? - Jack se vira de repente, com medo da tia estar por perto.

A garota olha com um meio sorriso para os dois, então se deixa vencer. Larga os livros e encosta a cabeça na mesa fria: aquilo por algum motivo lhe fez bem.

- Isso aí! Relaxa...ei, cadê a Josie?

- Ela já foi, nós vamos ter que fechar a biblioteca.

- Que bom que ela deixa a gente ficar por aqui.

- É mesmo, porque se não quase não teríamos tempo de conversar com o Gregzinhu...

- É, e eu não teria meu melhor amigo sonserino, meu irmão, meu companheiro, meu “tamaguchi”, meu ...

- Ei, Jack, isso ta ficando estranho!

- Tô brincando, cara. - ele dá uma risada acompanhado de Mel.

Enquanto eles conversavam, ouviram uma coruja cruzar a porta de entrada da biblioteca, ela se dirigiu a Greg, como se o conhecesse e estendeu a perna com um envelope negro.

- De quem é? -Jack chega mais perto do amigo para ver a carta.

- É do meu pai...- ele fala distraído, começando a ler a carta.

Ele leu a carta no meio da sala, enquanto os outros dois esperavam e tentavam ver alguma coisa por seu ombro, despreocupados e meio risonhos: as cartas de Draco sempre rendiam várias gargalhadas e comentários dos três. Mas quando o garoto começou a fazer cara de poucos amigos, os dois se preocuparam.

- O que foi,Greg? É sobre sua mãe?

- Não, é mais do que isso, é sobre os novatos, e mais uma besteira que meu pai fez e eu vou ter que consertar.

- Mas, oq eu tem os novatos?

- Eles chegam, amanhã de tarde.

- E o que seu pai aprontou?

- Isso...- ele tira um iPod preto de dentro do envelope preto e mostra para os amigos.

Depois da noite de farras dos três, sobrou para Penny ter que acordar os outros dorminhocos. Começou as sete, e eles só foram obedecê-la as nove, resultado: somente as dez eles desceram, encontraram Harry, comeram apressadamente e foram direto para o Beco da mesma forma que foram no primeiro dia, só que dessa vez, ao invés de irem para a Floreios foram para o Olivaras. Depois de todos aparecerem na loja, Harry por último aparatando, um homem de olhos muito azuis foi atendê-los.

- Olá, em que posso servir? Oh, Harry, como vai?

- Bem, Sr. Olivaras! E você?

- Bem, na medida do possível... os negócios do meu avô estão me dando um
pouco de trabalho, mas já estou aprendendo a controlá-los.

- Que bom... então, vou querer algumas varinhas para esses três, ok?

- Ok, venham comigo, crianças, é por aqui...

Os três o seguiram para o interior da loja, onde havia muitas estantes com várias caixinhas empilhadas. Ele começou a tirar algumas do lugar e as colocou na frente dos três.

- Pronto, vão em frente e experimentem...

- Como experimentar?

- Simples: peguem as varinhas, balancem e vejam o que acontece, quando a for
a certa vocês sentirão.

- Hum, não gostei desse “sentirão”.

Dill deu um sorrisinho do comentário sussurrado de Den, foi para a frente com Pen e começou a usar as varinhas de qualquer modo. Foi um festival de raios, disparates e luzes para tudo que é lugar. Elas se preocuparam, mas o Sr. Olivaras disse que era assim mesmo, para não se preocuparem. De repente, depois da septuagésima quinta varinha, ou assim pareceu, ela encontraram as que lhes fizeram sentir uma certa vibração e uma energia boa. Pareceu a Dill que a ela já usara uma coisa daquelas.

- Oh, que bom, acharam! Vamos ver: a sua Dillyan, é de pinheiro, 28 centímetros, flexível, com cordas de coração de dragão!- ele fala sorrindo, depois se dirige a Pen- E a sua, querida Penélope, é de azevinho, delicada, mas flexível também, boa para mágicas rápidas, isso se você tiver muita agilidade, claro que tem!, e vejam só, tem cauda de esfinge na sua... que boas escolhas!

- Obrigada.- Pen agradece automaticamente.

- Não, não falei para vocês, e sim para as varinhas. Não perceberam, elas que escolheram vocês. Oh, sim, meu avô já dizia: a varinha que escolhe o bruxo. Muito bem, agora você jovem senhor, por favor, sirva-se.

Den não gostou do jovem senhor, do sirva-se e da informação de que as varinhas que escolhiam o bruxo, mas mesmo assim, se adiantou com um passo e passou a escolher a varinha, meio desajeitado, com a ajuda das garotas. Oclumência era bom para essas horas de se fingir que estava com total nojo.

Depois de mais um certo tempo, em que Harry pôde observar que Den não
gostava mesmo de varinhas, ele encontrou a certa.

- Nossa, que coisa, não? Essa é uma das varinhas mais temperamentais que eu
tenho, é de cedro, senhor Denis, 30 centímetros, meio dura, mas para o senhor serviu, e tem cauda de unicórnio. Boa escolha, muito bem. Como irão pagar?

Depois de saírem de lá, foram a Sorveteria Fertescue, que segundo Harry, era
a melhor do mundo. E realmente parecia: todos os sabores que você quisesse tinha, inclusive os que não existiam. Incrível.

Com mais um tempo batendo perna e aprendendo mais do mundo bruxo eles voltaram para a hospedaria. Os garotos decidiram não contar nada a Harry sobre a visão de Pen na noite passada, já que não sabiam o quanto ele se envolveria na sua educação. Com mais uma refeição bem caprichada feita, eles foram informados pelo professor que estava na hora de se arrumarem para irem para a escola. Eles partiriam às 5:30.

Às cinco e quinze os três, por incrível que pareça estavam todos ajeitados na frente da lareira, com as coisas todas ao seu lado. Pen parecia a mais nervosa, já Dill permanecia silenciosa, nem seu iPod tinha agora para distraí-la...”Sacoo...”

- Então, estão prontos?

- Acho que sim.

- Vamos primeiro despachar isso aqui...-ele balançou a varinha e todas as bagagens sumiram, possivelmente para a escola.

- Então, garotos, quero que vocês entrem e falem “Hogwarts” em claro e bom som, ok? E não se preocupem, eu vou logo atrás.

- Vai na lareira?

- É, infelizmente, lá na escola não se pode aparatar, feitiço de segurança. Quem vai ser o primeiro?

Dill foi a primeira, como sempre, sobrara para ela. Ela entrou na lareira, respirou fundo e falou “Hogwarts”...

Quando abriu os olhos novamente estava numa sala fracamente clareada, cheia
de retratos de homens e mulheres velhos que a encaravam pela grade da lareira. Ela saiu de lá e viu que a sala era bonita, cheia de objetos estranhos, tinha uma escrivaninha no centro com três cadeiras colocadas perto. Estavam esperando por eles. Mais alguns segundos se passaram e os outros dois surgiram atrás dela. Eles se olharam espantados por um momento, até que uma voz de um homem no quadro falou.

- Olhe, Severo! Os garotos chegaram. Olá, sejam bem-vindos.

- É, eu percebi Professor Dumbledore....- a outra voz, que Dill parecia já conhecer, surgiu de um canto escuro da sala, agora o homem vinha caminhando em direção a eles. Alto, esguio, magro com um certo porte, cabelos negros acima do rosto, o nariz muito ridículo, os olhos negros, sim os olhos. Ali estava Severo Snape.

”Agora o negócio vai ficar quente...”

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so sory a demora! nem tenho muitas deculpas por não ter postado antes.
simplesmente estava desanimada pela falta de comentários.
mas assim q vi os comentários de vcs pedindo para postar.... eu vim correndo!!!!!! e aki está espero q gostem.
provavelmente terça postarei o próximo, mas apenas se, e somente se, VCS COMENTÁREM!!!!!!!!!!!!!!!
BJinhos!!! até o capítulo 6: Primeiras impressões!!!!!

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