Nossas amargas lembranças



Hermione caminhava devagar pelas ruas da Londres trouxa. Estava frio. Encolheu-se em seu sobretudo preto pensativa. Ainda não tinha digerido a história dos Lestrange terem escapado. Não queria demonstrar a Harry mas ela estava preocupada. Não pelos Lestrange em si, pois sabia que o departamento de aurores, se estivesse totalmente disposto a captura-los, eles conseguiriam. O que lhe perturbava a mente era Harry. Avistou um simpático bar trouxa e tratou de entrar. Estava realmente muito frio lá fora. Sentou-se em uma mesa e pediu um chocolate quente, enquanto lembranças inesquecíveis tomavam conta de sua mente


[[Flash back]]

A tensão ali presente era palpável. Todos os membros da Ordem estavam concentrados em um acampamento. A batalha final se aproximava, e daqui a alguns minutos todos estariam lá fora, combatendo o lado das trevas em busca de paz. As cabanas foram magicamente ampliadas, e em uma delas, encontrava-se uma jovem absurdamente preocupada. Seus cabelos castanhos antes lanzudos, agora eram dotados de cachos maravilhosamente definidos, e seus olhos amendoados, antes brilhantes, agora estavam cheio de desespero, preocupação e lágrimas.
A jovem de 19 anos chorava abraçada aos joelhos. Estava sozinha naquela cabana, mas seu pensamento se concentrava em um certo moreno de olhos verdes, que se encontrava igualmente preocupado na cabana ao lado, junto de sua esposa e seu pequeno filho Daniel, de alguns dias.
Hermione Granger não temia por sua vida, não temia sentir dor, não temia a tortura, ela apenas temia a vida de seu melhor amigo Harry Potter. Sabia que ele, só ele, era capaz de derrotar ou não Voldmort, e isso a preocupava. Um dos dois teria que morrer, e pensar na hipótese de que para derrotar Voldmort, Harry precisaria abrir mão de sua vida, deixava Hermione absurdamente desesperada. Derramou suas últimas lágrimas. Quando pensava que o líquido que seu corpo armazenava já estivesse se esvaindo através de lágrimas dolorosas, ela se surpreendia porque era capaz de chorar mais, mais mais e mais. Secou algumas lágrimas teimosas que escorriam por seu rosto cansado, e mirou o relógio. Este marcava 9:53. Ela se levantou, estava chegando a hora.

-
Harry estava sentado em sua cama. Sua mente trabalhava a mil por hora, revendo tudo o que deveria fazer se quisesse sobreviver ao confronto com o Lord das Trevas. Ele estava com medo. Uma mulher de cabelos pretos e lisos, olhos igualmente pretos e puxados pousou sua mão no ombro do homem. Este não se mexeu e não deu qualquer sinal de que tivesse sentido alguma coisa.

-Vai dar tudo certo querido – Disse Cho Chang, se sentando ao lado do marido.

-Daniel dormiu? – perguntou indiferente, observando qualquer coisa a não ser o rosto da mulher

-Sim

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos quando Cho voltou a falar – Harry, eu quero ir com você – disse a chinesa convictamente

-Não Cho, nós já conversamos sobre isso e a última coisa que eu quero agora é iniciar outra discussão idiota com você – Disse o moreno ficando em pé

-Por que eu não posso ir Harry? EU sou sua esposa, eu devo te acompanhar a onde você for!

-Não

- A menos que você não me queira por perto pelo simples fato da presença da sua querida Hermione Granger bastar não é mesmo? Oh desculpe-me eu tinha esquecido do quanto ela é incrível e pode ocupar todas as funções, desde amiga, mãe, esposa e amante na sua vida! – Ela exclamou exaltada, precisava de argumentos, ficou em pé e fitou o marido com os olhos marejados.

-Mas será possível que nada que eu diga entre nessa sua cabeça Chang? Será que ainda não passou por isso que você chama de cérebro, que Daniel precisa de você? Nós precisamos de você! A salvo! – ele pensava em continuar dando vários e óbvios motivos para manter Cho aparentemente segura no acampamento quando esta o interrompeu

-E VOCÊ AINDA TEM A AUDÁCIA DE ADMITIR QUE A SUA CDF PERFEITA HERMIONE GRANGER É MAIS IMPORTANTE DO QUE EU? SUA ESPOSA? – gritou exaltada

-Cale a boca se não quiser acordar o garoto! – exclamou o moreno moderando a voz. Tinha vontade de chacoalhá-la. Ele não tinha admitido nada! Não sabia ao certo a resposta daquela pergunta. Poderia simplesmente afirmar que Hermione Granger era menos importante do que ela, sua esposa, assim evitaria uma briga alguns minutos antes do confronto final, mas por alguma razão que ele desconhecia, ele sentia que não seria capaz de responder isso. Passou as mãos nos cabelos rebeldes nervosamente – Você não pode ir. Ficará aqui, pro seu próprio bem e do nosso filho. Não quero que se chateie e nem dê um piripaque, apenas compreenda que estou fazendo isso pensando no seu bem e de Daniel. – Falou o moreno vagarosamente fitando a esposa. Lágrimas já escorriam no rosto moreno de Cho Chang. Ela lhe deu as costas e se sentou na cama que havia na cabana, chorando. Estava se sentindo trocada, enquanto Harry lutava ao lado de Hermione e Rony, ela, a esposa, mãe do filho dele, teria que ficar ali esperando que ele retornasse vitorioso e preocupado com o filho, se esquecendo de que foi ela que chorou, que rezou e que se preocupou com o seu bem estar. Não que ela tivesse ciúmes de Daniel, não! Ela apenas achava que poderia ser diferente se Harry gostasse dela pelo menos metade de como ele gosta de Daniel, ou de Hermione...
Ah..Hermione..sentia-se a pior criatura do mundo por não conseguir chegar nem aos pés dela no quesito importância a Harry. Importância, amor, confiança tudo! Ela vinha sempre em primeiro lugar! Sempre melhor do que ela. Tinha a dolorosa certeza que se algo ocorresse com ela mesma, Harry iria superar muito mais facilmente do que se ocorresse alguma tragédia com Hermione.

Harry saiu pela porta chateado. O casamento de quase um ano estava insustentável, ele se sentia preocupado, estava com medo, temia não realizar sua tarefa, temia a morte das pessoas que amava e no momento em que mais precisava do apoio da esposa, ela simplesmente se esquece de sua dor para se preocupar com um ciúmes bobo. Chacoalhou a cabeça de modo a afastar pensamentos que poderiam vir a atrapalhar sua concentração. Precisava se concentrar no seu objetivo final, vencer.

---

Eram 10:00h. Hermione encontrava-se ao lado de todos os integrantes da Ordem da Fênix, todos estavam prontos para seguir até o campo de batalha. Seus olhos ainda inchados não eram surpresas para os demais. Todos estavam aflitos. Alguns choravam, outros mantinham o olhar firme no horizonte, outros abraçavam seus amigos, outros apenas ficavam parados esperando a hora chegar, com um olhar duro e cheio de preocupações. Esse era o caso de Hermione e Rony. Os dois esperavam o sinal de Dumbledore para prosseguir até o campo de batalha. Hermione avistou Harry chegando, estava atrasado. Ela correu e se jogou em seus braços, não lutando contra as lágrimas que escorriam em seu rosto. Sem dizer nada, os dois apenas se olharam. Hermione com um olhar desesperado, deu um ultimo abraço no amigo, antes deles falarem com os demais e seguirem para o campo de batalha.

---

Hermione Harry e Rony estavam posicionados na linha de fogo, juntamente com dezenas de aurores formados, professores habilidosos, e ex alunos talentosos. Todos empunhavam as varinhas esperando qualquer sinal do inimigo. Olhavam firme para frente. Os demais atrás da linha de fogo, faziam o mesmo, a Ordem da Fênix estava silenciosa. Hermione olhou para Rony e viu uma coragem em seus olhos que nunca tinha percebido antes. Desejou-lhe boa sorte através de um murmúrio, e fez o mesmo com Harry. Concentrou seu olhar no horizonte, a espera dos inimigos.
Todos sentiram como se o chão estivesse tremendo, cada vez mais, porém todos ainda mantinham uma postura firme com suas varinhas empunhadas. O chão tremia cada vez mais forte, mais forte, mais forte, quando Harry Rony e Hermione observaram ao longe, dezenas de gigantes se aproximando, abrindo alas para uma tropa das trevas. Hermione respirou fundo, e deu alguns passos firmes e decididos ao encontro do inimigo, juntamente com todos. Não foi necessário muito tempo para que a troca de feitiços e maldições começasse.

---

Hermione estava cansada. Tinha acabado de sair de uma luta exaustiva com um comensal. Ela o derrotou. Respirava com dificuldade, suas roupas estavam rasgadas e sujas, ainda sentia a dor de vários crucios que ela havia sido vítima durante todo o percurso. Sentiu uma mão pousar em seu ombro, empunhou a varinha e rapidamente imobilizou a pessoa que pretendia feri-la. Abafou um grito horrorizado ao perceber que Cho Chang havia saído do acampamento e agora estava ali, imobilizada por ela.

-Onde está Harry? – perguntou a chinesa abaixando a varinha de Hermione.

-Ele seguiu – respondeu Hermione abatida – Chang, o que você está fazendo exatamente aqui? – perguntou olhando para os lados e se certificando de que não havia nenhum perigo próximo.

-Eu disse que viria, - a chinesa pausou - Hermione me escute pelo menos uma vez na vida, você precisa voltar, vá para o acampamento e cuide do Danny por mim, faça o que eu estou lhe pedindo. Sei que nunca nos demos bem, e não pense que se eu sair viva dessa maldita batalha nos daremos, só estou pensando no melhor para Harry e Daniel– Terminou a Chinesa observando Hermione firmemente.

-Por Merlin Chang, pare de tomar alucinógenos e volte para o acampamento – Exclamou Hermione revoltada. Estavam no meio de uma guerra!

-JÁ DISSE QUE NÃO VOU! – Ela gritou segurando Hermione pelos ombros – Será que você não vê que se acontecer alguma coisa com você Harry não seria capaz de prosseguir? Será que não percebe que ocupa um espaço mais importante na vida de Harry do que eu? Ele não conseguiria se recuperar se algo de mal acontecesse a você! Não estou aqui por você Granger, estou aqui pelo Harry. Sei que se acontecer algo a mim você não hesitara em nenhum momento a cuidar de meu filho e de meu marido, por isso peço que se retire. – Disse a chinesa ainda segurando uma Hermione de olhos arregalados pelos ombros. Doía para ela admitir aquilo, sim doía. Mas ela tinha certeza que doeria menos admitir que Hermione era superior, do que ver Harry se acabando se algo acontecesse a ela. Harry, sim, ela o amava demais a ponto de abrir mão de seu orgulho próprio para evitar uma eventual tragédia. Harry iria sobreviver, ela tinha certeza. Era um grande bruxo, iria sair vivo desta guerra idiota, e iria morrer aos poucos se não tivesse a sua sabichona do seu lado...como sempre. – E não deixe seu ego inflamar demais ao ouvir isso Granger! Agora saía daqui – concluiu Cho Chang soltando os ombros de Hermione, que estava achando tudo pateticamente engraçado. Se não estivessem no meio de uma batalha seria capaz de rolar no chão de tanto rir.

-Chang, chega de besteira por favor, escute-me, quem tem que sair daqui é você, não está em...

Um lampejo de luz verde atingiu em cheio as costas da mulher. Um baque surdo era a prova de que um corpo acabara de cair no chão. Hermione fitou Bellatrix Lestrange. Um sorrisinho maldoso e satisfeito brincava em seus lábios. Atônita, se ajoelhou desesperadamente ao lado do corpo gélido de Cho Chang. Ela estava morta.

---

Tinha informado a Harry sobre a morte de sua esposa cautelosamente. O moreno urrava desesperadamente, destruindo toda a sua cabana no acampamento. Ele estava cansado, tinha derrotado Voldmort com muito esforço e ainda eram visíveis as feridas que isso tinha lhe custado. Quebrou, derrubou e espatifou tudo que via pela frente, praguejando incansavelmente. Hermione e Rony assistiam a cena paralisados. Rony lamentava o estado do amigo juntamente com Hermione que chorava.

-FOI MINHA CULPA! – Hermione gritou as lágrimas. Não admitiria ver Harry se martirizando por uma coisa da qual, ela se julgava culpada. Juntou suas mãos e cobriu seu rosto chorando. Não tinha coragem de encarar Harry, não agora..

-Não, não foi sua culpa Mione..- Ele disse se acalmando, porém ainda derramava amargas lágrimas.

-Harry..Oh Harry! – Hermione se atirou nos braços do amigo. Não era justo com ele, não era. Tinha perdido tanto, não era justo que tivesse perdido a mulher. Ela se sentia culpada, por tudo. Olhou nos olhos sofridos do amigo, e sentiu a tristeza, o fracasso, a amargura em seu olhar. O abraçou novamente desejando intimamente que seu olhar um dia pudesse voltar a ser brilhante.

[[Flash Back]]


E de fato, eles voltaram a brilhar. Apartir daquele fatídico dia, Hermione prometeu a si mesma nunca mais abandonar Harry e Daniel. Passou a morar com os dois na mansão Potter, criou Danny como se fosse seu filho, e o mesmo a considerava como sendo sua mãe. O amor que sentia pelo menino de agora 6 anos, não era nada comparado com o que ela havia sentido antes. A relação entre Harry e Hermione amadureceu muito com a chegada da morena na mansão. Continuavam muito amigos, com alguns privilégios a mais. Rápidos beijos eram comuns entre os dois, abraços repentinos, caricias, discussões divertidas, tudo isso agora fazia parte da relação amigável de Hermione com Harry. E ela, amava cada pedacinho dessa relação.
Rony e Luna se casaram, a loira está grávida do terceiro Lovegood Weasley, os dois moram em uma casa perto da mansão Potter, com dois serelepes filhos de 6 e 5 anos, Richard e Peter, ambos de cabelos extremamente avermelhados e sardas espalhadas por seus rostos malandros.
Gina se casou com Draco logo após a guerra, para o espanto de todos os Weasley’s e Harry. Hermione havia ajudado para a união do casal, mas desse detalhe é claro, ninguém tem conhecimento.

Hermione tomou seu chocolate quente tristemente. Aquelas lembranças lhe perturbavam a mente com freqüência e isso não era agradável. Levantou-se, pagou a conta e procurou um beco qualquer para que pudesse aparatar em casa, não poderia se demorar ali.



-N/A - Agradacimentos especiais para

-Cristina Oliveira - Muito obrigada x)
O capitulo 2 já tá ai. Pode deixar que vou passar na sua fic sim. Beijoos :*

-~*Ahavene*~ - Que fooofa x))
Já atualizei hein, vê se gosta, beeijo :*

-Viviane - Já atualizeei x)
Espero que goste viu, beijo ;**

Bom gente, o capitulo dois saiu rapidinho né? obrigada e espero que gostem ;*

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.