Graniano e Etoniano





- CAPÍTULO NOVE -


Graniano e Etoniano


 


Alex sentiu a respiração quente dela chocar de modo desesperado contra seu pescoço causando uma contração em seu baixo ventre.

- A-Alex... – ela gemeu completamente ofegante, agarrando-se aos cabelos do loiro enquanto ele a erguia do chão, sentando-a em uma das precárias pilhas de madeira do estábulo.


Alex afastou seus lábios, que até o presente momento causavam tonturas inebriantes nos lábios da morena, e retraiu seu rosto para observá-la.


Sorriu de um modo completamente cafajeste à visão de sua baixinha. Aya mantinha os olhos fechados, a boca carnuda entreaberta e sedenta, a respiração entrecortada. Baixou seus olhos mesclados para o busto que subia e descia rapidamente acompanhando a respiração irregular dela. Os cabelos castanhos ondulados na ponta caiam como uma cascata protetora do volume em seu colo. Alex sorriu novamente, um sorriso diferente. Desejoso, ansioso, temeroso. Sentiu ela o puxar com uma certa violência em direção aos seus lábios. À sua perdição.


Sua língua invadia a dela de um modo brusco. Suas mãos passeavam com vontade pelas pernas descobertas, subindo devagar, contornando a silhueta macia e completamente nua da morena.


- Vem, Alex. – Aya sussurrou com um gemido em seu ouvido, enquanto envolvia a cintura dele com as pernas abertas.


O loiro sentiu um arrepio eriçar todos seus pêlos, das pernas à cabeça, e puxando Aya com mais vontade contra seu corpo seminu, Alex –


Espirrou.


Sentiu um calafrio no corpo descoberto e espirrou novamente.


- Atcho!


Abriu as esmeraldas sonolentas e as fechou imediatamente em contato com os insistentes raios solares vindos da varanda. A porta aberta fazia as cortinas pesadas tremeluzirem com o vento cortante dos alpes franceses.


Virou-se de costas na cama, esfregando o rosto com força.


- Droga!


- x-




- Que cara é essa? – a voz divertida de James foi o primeiro som reconhecível em meio à balbúrdia do café da manhã.

- É a única que eu tenho. – o loiro retrucou mal-humorado, arrancando um assovio sarcástico de Al.


- Alguém acordou com o pé esquerdo hoje! – Angus exclamou com um meio sorriso, observando Alex ocupar seu lugar na mesa.


- Nada muito diferente do habitual, diga-se de passagem. – James concluiu rindo – E onde está Aya?


A expressão de Alex tornou-se ainda mais carrancuda.


- E por que eu deveria saber? – retrucou, mutilando um pedaço do pão italiano a sua frente – Não sou a babá dela!


James abriu a boca pra retrucar quando um pigarreio de Amel fez quatro cabeças se voltarem para ela. Alex continuava perigosamente concentrado com a faca e o pão em mãos.


- Mademoiselle Aya saiu hoje cedo em dirreçon ao estabule. Lembrro-me dela citando algo como “tentarr converrsarr com o cavale de Alex”...


Alex se virou tão bruscamente que por pouco não quebrou o pescoço.


- “Conversar”? – ele sibilou com os cerrados – Aya quer conversar com o Leo?


Amel assentiu, voltando-se para o bule fumegante no fogão.


- Foi o que ela dizerr.


Amel escutou os pés da cadeira arranharem sem piedade o piso da cozinha enquanto o loiro se afastava com os olhos verdes faiscantes.


- Maluca! Irresponsável! – Alex resmungava enquanto marchava a passos duros cozinha afora – Ela ainda vai me internar no St Mungus!


James sorriu e estava a meio caminho de se levantar da mesa quando a voz severa de Amel o paralisou.


- O que vous pensarr que esta fazende..?


James alargou o sorriso.


- Essa eu não perco por nada! – e trilhou os mesmos passos que Alex seguira instantes antes.


A morena bufou irritada, meneando levemente a cabeça enquanto os outros rapazes saiam um a um de sua preciosa cozinha.


- Se eu fosse você viria também. Vai ser muito engraçado! – Al piscou um olho pra ela antes de surrupiar uma maçã e sumir pela porta.


Amel suspirou, revirando os orbes suavemente, até que seus olhos cinzentos captaram o único Ás que permanecia apreciando calmamente seu desjejum.


- Nam querr verr o show...? – achou educado perguntar, mesmo já sabendo a resposta.


Auguste meramente ergueu uma sobrancelha.


- Não me apetece ver mademoiselles atrapalhadas fazendo papel de ridículas. – respondeu, sorvendo um gole de seu café preto e virando a página do "Paris en Feu" que lhe trazia as notícias da capital.


- É isse que vous pensa dela? – Amel perguntou casualmente, retirando as louças da mesa e fazendo-as flutuar até a pia – Uma mademoiselle atrrapalhade e ridícule?


Auguste fez um movimento mínimo com a cabeça, que ela considerou ser um pedido mudo de silêncio.


- Seu irmão gostou dela. – ela comentou, ignorando o pedido. Nunca fora fã de acordos verbais.


Auguste soltou um projeto de riso sarcástico.


- Meu irmão gosta de todo mundo. – ele retrucou, sem desviar seus olhos escuros das letrinhas miúdas do jornal – Um dos poucos vestígios que tenha o sangue do meu pai nas veias, se quer a minha opinião.


Amel meneou a cabeça novamente, movimentando a cascata negra em suas costas.


- Falando assim parrece até que vous duvida que vocês sejam filhos de seu pai.


- Eu nunca duvidei da fidelidade da minha mãe. – Auguste finalmente ergueu a cabeça para encontrar os astutos olhos cinzentos da morena – Apenas acho que eu sou completamente meu pai, e ele é completamente minha mãe. É uma divisão justa pra mim.


- Você bem que poderria terr puxado um pouco sua mãe. – ela ousou – Acho vous muite fechado e preconceituoso.


Auguste ergueu ainda mais suas sobrancelhas, fazendo uma gorda ruga brotar em sua testa.


- Eu, preconceituoso? – ele indagou – Achei que fosse você a anciã que não consegue aceitar que está apaixonada pelo garotinho.


Amel fechou a cara e soltou um muxoxo, observando a louça se lavar sozinha na pia.


- Eu nam estou apaixonade porr ninguém. – resmungou de volta.


- Você é quem sabe. – Auguste respondeu calmamente, antes de retomar sua leitura.


Amel limitou-se a acabar seus afazeres enquanto o moreno lia o jornal em seu tão apreciado silêncio. Auguste passava a impressão de ser um rapaz rude, mas na verdade era muito gentil na maioria das vezes, sempre prestativo e doce, como seu pai.


- Paris está uma loucura. – ele comentou em voz alta, e ela considerou a iniciativa como um pedido de desculpas pela grosseria anterior – Se não acharmos a princesa e derrubarmos o ministério, os próprios estudantes parisienses irão fazê-lo.


- Estudantes? – Amel franziu o cenho – Estudantes de Beauxbatons?


- Não – Auguste balançou rapidamente a cabeça – Estudantes da Universidade Bruxa de Paris. Eles não estão nada satisfeitos com as novas leis de censura e toque de recolher que o Ministro implantou anteontem.


Amel soltou um som de desprezo pelo nariz.


- Veilliard está colocando a próprria cabece na guilhotina. Tentande abafarr os escândales desse ministérie podrre com a censura ele só aumenta a irra dos jovens bruxes. – ela comentou sabiamente enquanto Auguste assentia, tomando mais um gole de seu café.


Amel suspirou, voltando-se novamente para a pia.


Os olhos cinzentos se estreitaram a ponto de virarem uma fenda em seu rosto ao captarem um ponto além da janela quadriculada, em meio às nuvens próximas ao cume dos Alpes.


- Oh, Mon dieu! Ela... ela pegou...


- x-




Alcebíades inspirou, segurando o ar gélido de Mont Blanc em seus pulmões, sentindo prazer na leve tontura proporcionada ao soltá-los vagarosamente depois. Limitou-se a caminhar, respirar, e a brincar com a maçã em sua posse, enquanto James e Angus tagaleravam e François resmungava do frio e da impertinência de sua hóspede.

- Hosnestamente, como ela espera que Conde Adolphe seja caridoso em lhe permitir a permanência aqui em Château D'aile portando-se dessa maneira? Ele é um homem generoso, sem dúvida, mas essas atitudes impertinentes são inaceitávies até para o mais bondoso dos bruxos!


- Calma lá, Francis! – Angus riu do rosnado raivoso de François em resposta ao apelido – Pelo que Amel disse essa manhã, o Conde e seu Precioso saíram de novo e a previsão é para que voltem só no dia seguinte. Portanto, guarde as asinhas, fera!


Al escutou a troca de palavras gentis matinal entre François e Angus, perdendo o interesse em inebriar-se com o vento e voltando sua atenção para a maçã.


- Bom, eu gosto dela. – ele pensou em voz alta, fazendo as atenções voltarem-se para ele com a velocidade de um raio.


- Como?! – Angus indagou.


- Está delirando,
Alcebíades! Inacreditável! – François resmungava exasperado.

Al voltou-se para James, que mantinha um sorriso tranqüilo nos lábios.


- Ela te pegou, também, não é? – ele disse meneando a cabeça – Tenho uma fila de amigos que foram encantados por sabe-se-lá-o-quê que essa garota tenha.


- Não, não é isso. – Al respondeu dentando sua maçã – Digo que gosto do jeito dela. Não que a veja com algum interesse sexual ou... matrimonial.


James riu dessa vez.


- Gosta porque ela está com Alex. – ele retrucou, enquanto pulavam entre algumas rochas azuladas e avistavam a pequena construção de madeira levada ao longe por um estreito caminho de terra.


- Como assim? – foi Angus quem perguntou primeiro, escorregando por um morro lamacento antes de atingir a estradinha de terra em que James e Al o aguardavam.


- Quando Aya está com Alex ela é assim, simpática, amável, engraçada e espontânea... – James começou, enquanto os três observavam as tentativas frustradas de um amedrontado François de descer entre os rochedos – Agora, longe de Alex...


- Está dizendo que ela é duas-caras? – Al ergueu uma sobrancelha, começando a desgostar da visitante.


- Mais ou menos isso. – James respondeu, com um brilho maroto nos olhos, enquanto François tentava, com seu modo cauteloso, passar o pé de um rochedo para outro. – Aya fica muito na defensiva a partir do momento que Alex a deixa. Ela se torna fria, respondona e altiva.


- Por que? – Al insistiu, enquanto os três agitavam-se na expectativa de François levar um tombo catastrófico em meio a um rochedo particularmente escorregadio.


- Isso eu acho que nem a própria Aya conseguiria responder. – James fez uma careta desapontada quando François alcançou o chão de terra, salvo de tombos dolorosos, hilários para os três rapazes – Mas acho que Alex deve saber. Parece que só ele consegue entender aquela cabeça.


- Que cabeça? – François perguntou ofegante ao alcançar os amigos – Bem que vocês podiam me dar uma mãozinha ali, mas nãããoo. – acrescentou, sem esperar resposta para sua primeira pergunta – A vida do Ás mais inteligente parece não valer nada em comparação a altivez, indiferença e sarcasmo de três patetas! Oho! Francamente!


François continuou reclamando até a metade do caminho, até que Angus ameaçou empurrá-lo do pico de Mont Blanc sem sua varinha se ele não se calasse.


- Como se Conde Adolphe fosse permitir – ele resmungava baixinho, caminhando com uma pose ofendidíssima enquanto James e Angus retomavam a conversa e Al se concentrava novamente em sentir tonturas com a própria respiração.


Avistaram Alex mais à frente, recostado à parede do celeiro e observando a visão magnífica dos picos de Mont Blanc e da lagoa cintilante que o rodeava, piscando em reflexo aos raios do sol.


- Cadê o show? – James perguntou, aproximando-se.


Alex não respondeu. Tampouco virou-se para os companheiros. Continuou ali, aparentemente inebriado pela visão e pelo ar fresco das montanhas.


Aparentemente acostumado com aquela atitude mal educada vinda de Alex, James entrou no celeiro, chamando por ela.


- Aya!


Um bufo irritado do sonolento cavalo alado de Al foi a resposta vinda para James. Curioso, ele caminhou pelo corredor coberto de palha e feno, passando pelas acomodações aconchegantes dos cavalos e parando a cinco metros da última cabina, mergulhada nas sombras e silenciosa como uma manhã nebulosa de domingo.


James não foi corajoso o suficiente para conter um calafrio na espinha ao dar mais um passo em direção ao breu. Escutou um bufo arrogante e arisco e logo as longas asas prateadas surgiram por trás dos blocos de madeira que o separava de Leo.


- Você está aqui. – James murmurou, quando seus olhos azulados refletiram os do cavalo – Então... onde ela está?


Leo era, sem dúvida alguma, inteligente o suficiente para compreender as palavras de James. Quando o cavalo retraiu as asas e voltou para seu aconchego, portanto, James concluíra que era mais uma das vezes em que o mau gênio de Alex se refletia no cavalo.


- Ótimo, vire as costas então. – ele reclamou, irritado, e pôs-se a se retirar do celeiro, quando percebeu uma cabine vazia. A cabine de Ghandi.


- x-


- Então, você sabe onde ela está? – François perguntou pela décima vez, sem mais esperanças de obter uma resposta.

- Talvez ele tenha entrado em estado hipnótico. – sugeriu Angus, observando atentamente o loiro que permanecia na mesma posição.


- Não diga besteiras, Anglade! E por Agrippa,
Alcebíades, pare de se drogar com o ar! – ralhou o gorducho, enquanto Al erguia uma sobrancelha e se voltava para a metade da maçã que lhe restava.

- Ei! – a atenção dos três cavaleiros fora captada pelo jovem moreno de olhos azuis faiscantes que saía a passos duros do celeiro – Ela pegou Ghandi?


Al, Angus e François viraram a cabeça em sincronia para o alvo das palavras de James. Alex não ouviu, ou fez que não ouviu.


- Alex, eu estou falando com você! – James cuspiu raivoso, puxando com violência o ombro do loiro – Aya levou Ghandi? – insistiu, depois que seus olhos encontraram os verde-vivo de Alex.


- Eu sei o que vocês sabem. – Alex respondeu com uma sobrancelha erguida em direção à mão ainda pousada em seu ombro. James rapidamente a retirou, o breve momento de constrangimento passando na mesma velocidade que veio.


- Você quer dizer nada, então. – François intrometeu-se – Ah, se chega aos ouvidos de Conde Adolphe que essa mademoiselle furtou o cavalo de Arthur...!


- Não sei o que ele poderá fazer com ela se a mesma provavelmente já está a vinte mil milhas daqui. – Al comentou tranqüilo, franzindo a testa quando James e Alex o encararam com semblantes de curiosidade distintos – Ou vocês acham que ela vai voltar...? – o sorriso sarcástico invadiu os irreverentes traços no rosto de Alchibiades enquanto ele observava os olhos verde-vivo de Alex tornarem-se azuis.


- Quê! – James exclamou, pasmado – Alex, ela foi embora e levou Ghandi? Você tem que ir atrás dela, seu imbecil! Eu preciso do meu cavalo!


Alex deu um meio sorriso para seus companheiros, os orbes esverdeando-se.


- Ela vai voltar. – ele virou de costas novamente, observando a lagoa e as montanhas azuladas cobertas de neve – E se você me chamar de imbecil de novo, Potter – ameaçou, antes de uma rajada de vento atingir seu rosto e bagunçar seus cabelos. François se abaixou, protegendo a cabeça com os braços, quando o etoniano castanho passou rasando por entre o grupo, pousando a poucos metros do celeiro.


- Ghandi! – James gritou, aliviado, adiantando-se na direção do cavalo e de sua cavaleira – Aya, você está louca? Quem te deu o direito de montá-lo? Por acaso seus pais te ensinaram que é legal ir pegando os cavalos dos outros para montar, assim? Ei, ei!


James irritou-se ainda mais enquanto Aya caminhava, indiferente à sua bronca, em direção a um Alex que tentava conter sua diversão com um sorriso discreto.


Tal qual foi a surpresa de todos – exceto a do próprio loiro – quando Aya jogou seus braços no pescoço de Alex e largou-se contra o corpo do loiro.


- Preciso muito falar com você – ela sussurrou com a voz urgente em seu ouvido.


Alex alarmou-se ao senti-la tão perto. O sonho recente ainda latejava em sua cabeça e ele rapidamente a afastou, assentindo brevemente com a cabeça em sinal de que teriam tal conversa.


- Aya, eu ainda estou falando com você! – James exclamou irritado, sendo seguido por Ghandi.


- Estou escutando, Jim. – ela respondeu sorridente, pendurando-se como uma macaca nas costas de Alex, enquanto o loiro reviravava os olhos e continuava sua caminhada em direção ao estábulo.


- Você... argh! Você é tão... tão... – ele resmungava nervoso, enquanto os três seguiam Alex, Aya e James para dentro, acompanhando a discussão.


- Linda? – ela sugeriu com um sorriso de deboche – Ou você já se esqueceu do que me disse alguns dias atrás, no baile? – O que foi? – ela se virou para o loiro, ao escutar um bufo muito baixo vindo dele.


- Que foi o quê? – ele rebateu, indiferente.


- Nada. – ela respondeu, com um sorriso divertido – Pensei ter escutado algum sinal de descontentamento vindo de você.


- Estou descontente com o peso que você está fazendo nas minhas costas. – ele resmungou, rabugento, enquanto ela ria baixinho.


- Até parece que eu me importo.


- Argh! Vocês dois são impossíveis... – James ainda reclamava, enquanto Ghandi se aconchegava em um amontoado de feno.


- Por que você pegou Ghandi, afinal? – Alex perguntou para Aya, ignorando o comentário do moreno.


Dois cabeças-duras que não escutam ninguém...


- Porque eu não achei o Leo. – ela respondeu, enquanto o loiro continuava sua caminhada em direção a seu cavalo prateado.


“Acham que podem tudo porque são ricos. Eu também sou e não sou desse jeito..”


- Não? – ele ergueu uma sobrancelha com a voz carregada de sarcasmo – Que estranho... Ele está bem aqui.


Aya escorregou pelas costas de Alex, os olhos arregalados e um sorriso escancarado no rosto no momento em que Leo abriu suas esplendosas asas prateadas e saía das sombras com uma aura de respeito que nem o elegante porte de Ghandi abalaria.


- Uau! – Aya exclamou, fascinada com os pêlos cinza-claro que cobriam o corpo de Leo. Aproximou dois passos inconscientemente, encantada com o porte do graniano.


- Aya... – Alex começou com um tom de advertência, ao vê-la esticar o braço para tocar a cabeça cinzenta de Leo.


- Tudo bem. – ela sussurrou com sua voz aveludada, acariciando delicadamente os pêlos do cavalo – Você é igual a ele, não é? – ela cantarolou baixinho para Leo, encarando aqueles olhos azuis tão incomuns para um cavalo.


Ela podia jurar vê-lo sorrindo. Uma luz prateada emanava do cavalo, e de alguma forma a hipnotizava. Ela sorriu enquanto acariciava seu focinho, mantendo sempre a voz baixa e calma enquanto conversava com Leo.


- Você é igual ao Alex. – ela sorriu, encostando sua face esquerda no pescoço do cavalo e recebendo um carinho de volta – É por isso que os outros te acham arisco.


Leo a encarou com um olhar cheio de significância.


- Mas eu gosto de você por isso. – ela completou, enquanto o cavalo se afastava, riscando a pata direita no chão, e abaixando-se para uma reverência.


- Ora, mas isso é impossível! – a voz esganiçada de François interrompeu seus devaneios – Estão todos enlouquecendo! Se eu não tivesse visto isso com meus próprios olhos diria que o pobre coitado que estivesse contando estivera delirando em alta febre! Oh, mon dieu!


Aya piscou os olhos, encarando os quatro cavaleiros que a observavam. François parecia o único descontrolado. James piscava os olhos com uma expressão confusa, Al parecia um tanto decepcionado por algum motivo e Angus sorria abertamente.


- Bem, ta aí a comprovação que esse cavalo tem o gênio de Alexander! – exclamou alegremente, passando a mão pelos cabelos negros – Fica mansinho perto de nossa convidada! Quem não se convencer com isso, garanto ser cético demais para viver em um mundo bruxo!


- Que perda de tempo. – Al resmungou, mordendo o que restava de sua maçã – E eu achando que ia ver uma cena engraçada...


Aya voltou-se para Alex, que de alguma forma parecia lutar para não sorrir.


- Satisfeita agora? – perguntou asperamente.


- Talvez até mais que você. – ela retrucou com um sorriso.


- Ótimo, então vamos voltar. – ele resmungou mal humorado, mas ela viu metade de um sorriso escapar dos lábios do loiro.


Ela se pendurou novamente nas costas de Alex enquanto ele marchava de volta à Château D'aile.


- Vocês não vêm? – ela perguntou da porta do celeiro, ao ver que os Ases não os acompanhavam.


- Eu preciso ver se a pata de Narciso está melhorando. – respondeu-lhe Angus.


- É, vou aproveitar e dar uma olhada em Heathcliff também. – Al resmungou.


- Eu, er... vou ver se Terence está alimentando bem Mr. Collins... – François respondeu atrapalhado, atraindo olhares inquisidores de Al e Angus – Ora, o que vocês queriam que eu fizesse? Nem se Você-Sabe-Quem ressucitasse do mundo das trevas e me obrigasse eu voltaria a pé com esses dois! – ele sussurrou em um tom irritado, depois que Alex e Aya desapareceram de sua vista.


- É muito estranho, vocês não acham? – Angus quem começou – Quer dizer, será que Leo amansou, ou coisa assim?


- Só há um jeito de descobrir. – Al respondeu com um sorriso maldoso em direção a François.


- Ah não! Nem pensar! – o gorducho guinchou – Eu não chego perto desse cavalo nem que me ofereçam o cargo de Ministro da Magia! Eu estou fora desse plano de vocês! Nem venham com essas cabeças cheias de titica pra cima de mim!


- Ora, é só um teste, Francis! – Al começou com o sorriso se alargando – O que você acha, James?


- Eu acho que vocês não deviam obrigar o François a chegar perto de Leo ou Amel terá problemas em lavar suas cuecas depois. – ele respondeu seriamente, arrancando risadas de Al e Angus – Além do mais, olhem para os olhos de Leo – ele apontou para o canto escuro em que o graniano descansava – Estão ariscos e revoltados de novo. Eu não me arriscaria se fosse vocês.


- O que será que Aya fez, então? – questionou Al ignorando os protestos de François sobre suas possíveis cuecas.


- Ela deve ter alguma coisa que agrada a Leo. – Angus comentou – Vai lá saber o quê.


- Bem, nós todos sabemos o que agrada a Alex... – James murmurou, longe da roda da conversa – Apesar do humor inconstante e da personalidade difícil, não há como negar que Aya é boa... Muito boa, por sinal.


Angus e Al sorriram em compreensão. Fraçois bufou, irritado demais com o comentário anterior de James para dar-lhe as graças de um apoio.


- Tão boa – Angus começou, com um sorriso sacana, trocando um olhar cúmplice com Al – quanto Amel. Você não acha, James?


O moreno, que escovava a crina negra de Ghandi, virou-se automaticamente para a roda dos três cavaleiros.


- O que você quer dizer com isso? – James perguntou, com um olhar severo.


- Ora, que Amel não fica pra trás. – Angus deu de ombros – Você não concorda?


James abrira a boca para lhe dar uma resposta obviamente grosseira, quando Amel entrou afogueada pelo celeiro, a echarpe caía por suas costas e as botas afundavam no chão repleto de feno.


James imediatamente pôs-se de pé, em uma pose anormalmente ereta.


- Calma aí, ô titia! – Angus brincou, seu sorriso murchando ao receber um olhar repleto de censura da recém-chegada.


Al ergueu uma sobrancelha para o comentário infeliz,observando atentamente os gestos da morena.


- O que houve, Amelie? – indagou François, cheio de pompa, mas Amel virou-se para James.


- Ela chegou – disse-lhe, a voz trêmula e os olhos lacrimejantes – James, Conde Adolphe... ele, ele retornou.


- Espera aí. – James pegou seus cotovelos e obrigou-a sentar no bloco de feno que antes ele ocupava – Tá, respira. Agora diz, de uma vez por todas, o que aconteceu.


Amel furou os olhos azuis de James com seus cinzentos, inabaláveis.


- Conde Adolphe e Alain retornaram – ela continuou – e trouxerram a prrinces pr'ra cá.




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N/A: Heeeeeeeeeeeeeeeeii!! Desculpem a dmeora meninass!! É que as coisas tavam brabas por aqui!!! Booom, esse capitulo ficou meio sem graça, desculpem àquelas que estiveram à espera de um tombo catastrófico de Aya... Hahahaha coitada, ela paga tanto mico que resolvi poupá-la desse! ^^ Pra quem se perdeu na parte dos cavalos, etoniano=Ghandi, porque a raça dele é Etoniana, uma raça popular de cavalos alados da Grã-Bretanha... eles são castanhos, e bem mansinhos... Graniano=Leo; é a raça cinzenta de cavalos alados, e a mais veloz de todas. Vocês repararam nos nomes dos cavalos do Al, Angus e François? Hehehe fiz uma apologia à personalidade de cada um. Angus = Narciso. Da mitologia grega, Narciso é aquele que se apaixona por seu próprio reflexo. A expressão "narcisista" vem dele... hehehe a cara do Angus não acham...? Al = Heathcliff. Heathcliff é um personagem de Emily Bronte, do livro "O morro dos ventos uivantes". Apesar de ele ser bem temperamental, oposto de Al, achei a cara dele! François = Mr. Collins. Não sei se ficou muito claro no cap, mas o nome do cavalo de François é MR. Collins. Mr. Collins é um personagem muito irritante de "Orgulho e Preconceito"... Ele é todo cheio de formalidades e pompa, igual a François! hehehehe Ah, mais uma coisa: François se refer eà Château D´Aile... É o nome da mansão dos Ases... significa “Castelo das asas”...^^ É agora que a ação começa! Espero não ter decepcionado vocês... Para quem estava com saudade dos nossos maravilhosos cavaleiros... Eu dediquei esse capítulo à eles, pra vocês se familiarizarem como cada um. Espero que tenham gostado! Muito obrigada à todos os comentários!! Se não fossem por vcs me apoiando sempre, eu acho que já tinha desistido da fic! Hahahah Bjos a todaaaaas!! ^^ Agora, vamos aos coments:


*gente, desculpem, a Floreios deu pau e agora eu não sei quem fez qual comentário, mas eu vou tentar, ok?


Ligia: Hahahahaha obrigadaaaa!! Quando vc crescer, eh? O___O Mas a gente nao tem a mema idade??? Hahahaha espero que vc tenha gostado desse cap, e das aparições do Al... tem uma parte q eh soh dele, vc viu neh? Kkkk Bju querida!


Tammie: KKKKKKKKK Poxa, vc nem vale neh?? Obrigada por tuuuudo!!! Hahahah vc e a Ligia ainda saem no tapa pelo moicano! O q vc achou dele? E do Auguste? Hahahah e da Aya com o Leo? Esse capitulo achei meio chatinho, mas a aprtir do próximo que as coisas vão esquentar, vai ser uam coisa atrás da outra! ^^ hahahaha Obrigada por td td td!! Não estaria aqui sem vc, Tammie! Bju queridissima!!!!!!


Tha: Hahahahahahahahha que bom q vc gostou do Aleeeeex!!! Liiiiindo esse loro neh??? Eu acho o jeito arrogante dele o maximo!!! Sou apaixonadissima por ele! Espero que vc tenha gostado do cap!! Mil bjinhoss


Banana Potter: Hahahahahahaha!!! Espero que vc tenha se divertido com Ases nesse cap! Foi qse que inteiramente dedicado a eles!!^^ Um bjão querida!


Carol Cadilli: Hahaha pois é, ia ficar meio chatinho se ela fosse a princesa neh =P precisamos dar mais emoção a fic! Hehehe a Aya ainda precisa derramar a primeira lágrima dela!! Hahahah Tem alguma idéia de como vai ser??? Hehehehe obrigada pelo coment viu!! Bjão


Emmy: Aaaaaaaaaaaaaaaahh fanzoca do meu coração!!!!!! Que saudades de vocÊ!!!!!!!!!!!! Queridona, espero que Anglade esteja a altura de suas expectativas!! Hahahaha eua choq ue ele combina mto com vc! ^^ Aii Emmy, vc captou direitinho minha intenção ao criar a fic!! Eu queria que vcs se transportassem e vivessem as alegrias, as tensões dos Ases... queria que vcs torcessem pelo final feliz da Aya como se esperassem pelo próprio... Obrigada por me compreender perfeitamente!” ^^ Bjo, fã maravilhooosa!!


Lunny: Hahahahahaha nada é maluquice!! Lembra qdo vc me disse que queria que o James fosse um ás mas sua irmã disse que era impossível?! Querida, nada é impossível! KKKKKKK Acabei de te dar um mega-spoiler da fic, mas beleza, fica só entre a gente ok??? Hahaha obrigadíssima pelo comentário! Espero que tenha gostado do cap!! Tati: Ahhahahahahah a parte do banho frio foi ótima né? Ele tem que ficar nessa enqto não se resolve... hahahah ficar nesse chove-não-molha tb não dá né? Hahahahah Tati, muitissimo obrigada por todo o apoio ao longo da fic!! Muito obrigada mesmo, de coração!! Bjus querida! Marikp: Hehehe desculpe querida, estou meio confusa qto a ql foi seu comentário, mas tenho CTZ que vc comentou aqui, por isso, mto obrigada!! Hahahaha espero q vc tenha gostado dos Ases, e do cap.! Muito obrigada pelo seu apoio, viu! É muitissimo importante pra mim!! Um Bjão!


Thatha: Ai Flor!! Obrigada viuuu!! Muito obrigada pelo seu apoio! Vc ainda precisa me contar aqueles negócios de um certo nariz... que história eh essa...???? Ahhahahahahah Bjuuu Amore!


N/A: Tem ainda mais umas 3 pessoas muito queridas que comentaram, mas infelizmente a Floreios me fez o grande favor de apagar seus nomes, por isso não consegui identificar pra fazer os devidos agradacimentos. À essas pessoas, minhas sinceras desculpas!!! Muito obrigada por estarem acompanhando a fic, e pelos comentários... Eu sei como é chato ficar comentando... Muito obrigada mesmo!!! Um bjo a todaaaaaaaas minhas queridissimas! Hi Chang

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