Hussardos Alados Franceses





- CAPÍTULO QUATRO -


Hussardos Alados Franceses


 


O jantar prosseguira-se com muita balbúrdia e risadas, típicos dos encontros entre Weasleys, Morlevats e Woods. Enquanto Aya tagarelava para a família os acontecimentos do seu último ano em Hogwarts, Alex optou por escutar e comer as batatas assadas em seu prato, quando, inevitavelmente, a conversa voltou-se para sua pessoa.

- Acho que ele devia visitar o St. Mungus, tia Kahlen... É sério! – ele escutou, com um revirar de olhos, Aya exclamar certa hora – Ele anda educado demais, ficou trancafiado naquela biblioteca praticamente todas as horas que ele tinha livre...


- Achei que isso fosse uma coisa boa para uma mãe ouvir. – comentou Kahlen com um sorriso – Sendo Hogwarts uma escola, os alunos supostamente deviam ser educados e estudar nas bibliotecas, certo?


Jean desviou seus olhos para a porta da varanda aberta, enquanto Alex erguia seus olhos perigosamente azuis para encarar uma Aya sorridente.


- É, tia... – a morena persistiu – Mas ele nunca foi desse jeito!


- Educado e estudioso? – a ruiva ergueu uma sobrancelha divertida para a afilhada.


Aya remexeu-se levemente constrangida, seus olhos ambarinos recaindo sobre a figura astuta de Alex.


- É. – ela confirmou, enquanto apertava os olhos na direção do loiro.


- Aya! – Mia exclamou espantada com a sinceridade da filha.


- Ora, não é nada mais que a verdade! – a morena continuou – E desde que vocês foram para a França, ele –


- Quer parar de falar como se eu não estivesse aqui? – cortou um Alex irritado. Não bastasse as perguntas insistentes ao longo do ano letivo, ele teria que presenciar as indagações intrometidas de Aya durante seu jantar de volta?


Aya virou-se para ele, um pouco assustada com o tom alto utilizado pelo loiro.


- Já disse que não é da sua conta! – o loiro prosseguiu, enquanto um silêncio incômodo se instalava pela mesa – Pára de ficar se intrometendo aonde não é chamada!


- Alex! – a voz de Kahlen era um misto de surpresa e advertência. Alex não esperou um sermão provável, e levantando-se rapidamente, saiu a passos duros da sala de jantar. Um girar de chaves e uma forte batida na porta do cômodo ao lado indicavam que ele havia saído rumo à noite fresca na praia deserta.


- Aya, querida, - a ruiva virou-se para a afilhada que mantinha uma expressão interrogativa – Me desculpe pelo comportamento de Alex, mas é que ele está com muitas coisas na cabeça ultimamente... Acho que está sobrecarregado e acabou descontando em você...


Aya virou-se para a madrinha com um sorriso triste nos lábios.


- Pra ser sincera, eu estou acostumada com essas palavras vindas de Alex. – ao seu lado, Benjamin soltou um resmungo em concordância – Mas, tia, - ela voltou-se com um olhar dengoso para a ruiva a sua frente – O que sobrecarrega Alex para ele ficar desse jeito?


Imediatamente Kahlen desviou seus olhos para o marido ao seu lado. Jean continuava fitando a varanda com curiosidade, embora uma expressão de desconforto aparecesse em seu rosto.


Kahlen pigarreou, ao constatar que Jean não a ajudaria a se safar da situação, e voltou-se para a filhada com um sorriso doce, embora suas orbes esmeraldinas estivessem marejadas.


- Docinho – Aya ameaçou uma careta, mas conteve-se – Acontece que Alexander... Hm... ele não fará um curso de auror aqui na Inglaterra como ele havia dito... Bem, por muita insistência dos pais de Jean, Alex terá que se mudar para a França no próximo mês.


- SE MUDAR?! – Aya gritou, pondo-se de pé com um salto e assustando o ruivo ao seu lado, que engasgou – Se mudar por quê? O que ele vai fazer lá?


Kahlen lançou um olhar nervoso a Jean, que, com muita relutância, virou-se para a afilhada.


- Aya, querrida. – ele lançou um olhar penoso às lágrimas que se formavam nos olhos ambarinos da garota, mas que nunca, de fato, chegariam a cair – Alex fará um curso para... hm...Não ajudarr o Ministère na France. É muito importante. Será bom para ele.


Aya mantinha sua expressão esbaforida e a respiração descompassada. Como Alex poderia ir? Como ele seria capaz de ir à França e largá-la para trás? Por que? Oh, Morgana e Agrippa! POR QUE ele não contara à ela??


- Mas ele não quer ir! – Aya exclamou com uma voz estridente – Olhe o estado dele, tio! Alex não quer se mudar!


- Desculpe, chérie. – Jean fitou a afilhada tristemente, evitando os olhares dos adultos sobre ele – Mas essa decisão já foi tomada, e não há como voltar atrás agora.


Com uma exclamação odiosa e dolorida, Aya repetiu os passos de Alex, batendo a porta com violência ao deixar a casa de praia de seus pais. Mia pôs-se de pé para seguir a filha, mas uma mão se fechou em seu braço.


- Deixe-a. – Olívio sussurrou – Deixe-a pôr os pensamentos em ordem. Quando ela estiver melhor, ela volta.


Mia virou-se para o marido com o coração apertado.


- Por um momento... – sua voz era fraca – Por um momento achei que ela fosse...


- Se matar? – Emma arregalou os olhos com um expressão dura no rosto – Ora, Mia não exagere! Aya irá superar! A França é aqui do lado, e além do mais, Alex nos visitará durante os feriados, como ocorre todo o ano.


- Não. – Mia meneou a cabeça, fitando os olhos de Olívio que brilharam cúmplices – Achei que Aya fosse chorar.


- Você sabe que ela não choraria por isso. – Olívio a consolou – Eu, como pai dessa menina, posso garantir que ela só chorou uma única vez em seus dezessete anos de vida, e foi quando ela nasceu!


Weasleys e o casal Morlevat fitaram Olívio com um olhar curioso.


- Aya nunca chorou? – perguntou Carlinhos – Quer dizer, ela nunca derrubou UMA lágrima sequer?


Olívio meneou a cabeça, incerto se sentia orgulho ou se ficava preocupado com a expressão assombrada dos amigos.


- Ora, ela deve ter chorado pelo menos uma dúzia de vezes, só que você não viu! – interveio Emma impaciente – Como é possível uma pessoa não chorar?


Mia e Olívio trocaram olhares novamente, até que Mia deu de ombros.


- Ela simplesmente não chora. Nem quando levava bronca quando pequena, nem quando se machucava, nem quando minha mãe morreu. E nunca ouvi ninguém em Hogwarts comentar que vira ela aos prantos. Nem uma vez sequer.


Emma fazia uma careta descrente enquanto Benji tomava um ar pensativo.


- Isso é verdade. – o ruivo comentou lentamente – Eu nunca vi ela chorar. E Riviera, uma de suas colegas de quarto com quem eu saí uma vez, comentou que Aya nunca chorara em todos esses anos de Hogwarts. Bem, ela pode se esconder em qualquer lugar para abafar as lágrimas, mas de qualquer modo isso é meio bizarro.


Houve um silêncio em concordância.


- Acontece – os olhares na mesa se viraram para encarar Jean – Que infelizmente, prra tudo se tem uma prrimeira vez.


 


- x-



Aya continuou andando, afundando seus passos na areia fofa da praia. Sentia a brisa gélida da noite balançar sua saia, mas não se importava. Continuava seus passos, concentrada no movimento tranqüilo das ondas do mar ao seu lado. Um suspiro trêmulo escapou de seus lábios quando ela finalmente parou de caminhar sem rumo pela noite e se sentou de frente para a imensidão azul que refletia a lua prateada à sua frente.

Ele iria embora. Partiria, e pelo modo como Jean e Kahlen se portaram, Alex provavelmente não voltaria mais. Fechou os olhos e inspirou a brisa que balançava gentilmente seus cabelos.


Sentia seu coração apertado. Afligia-lhe a idéia de seguir a vida sem Alex ao seu lado. Seus pensamentos estavam desnorteados e sem rumo, assim como seu próprio futuro. Odiava não saber o que iria acontecer. Odiava ainda mais ter que depender da boa vontade dos pais para viver. Já estava mais do que na hora de ela sair de casa, urrar e brindar à sua independência, mas... Como conseguiria ser independente sem Alex ao seu lado...? O paradoxo a infernizava.


- Potter estava certo – ela resmungou para o mar – Eu preciso de você, seu loiro cabeça-dura!


Uma angústia inexplicável tomou-lhe o peito e por um momento ela sentiu seus cílios tremeluzirem, mas não daria o braço a torcer.


- Não vou chorar. – ela trincou os dentes com raiva, repetindo para si mesma – Nem mesmo por você, Alexander Morlevat.


Ao invés de lágrimas, um grito desesperado e melancólico extravasou suas frustrações.


“Alex fará um curso para... hm...Não ajudarr o Ministère na France”. Recordou as palavras de Jean proferidas há alguns minutos. Não ajudar o ministério da França... O que raios isso significava? Será que Alex faria uma revolução para atrapalhar o ministério? Talvez ele se infiltrasse lá a mando do próprio Ministro da Magia britânico para garantir algumas informações.


Riu sarcasticamente com suas hipóteses mirabolantes.


- Alex, espião? Até parece...



“Às vezes eu me sinto bem

Algumas vezes me sinto usada
Eu te sinto querido
Você me deixa confusa”


Descansou a cabeleira castanha na areia, pouco se importando nos grãos que se impregnariam nos fios com um leve brilho dourado. Inspirou profundamente, sentindo o cheiro da maresia inundar suas narinas, e permaneceu na mesma posição por algumas horas, ao que lhe pareceu, até que sentiu algumas finas gotas de chuva atingirem seu rosto.


Levantou-se bruscamente, abrindo os orbes ambarinos e seguindo a trilha de volta para a casa, enquanto a chuva engrossava e começava a marcar suas vestes.


As luzes do sobrado branco e azul estavam apagadas, sinal de que todos já haviam ido dormir.


“Melhor assim”, pensou ela, enquanto abria a porta de vidro e adentrava pela varanda. Naquele momento só queria consumir suas energias em lamurias. Não sentia vontade de desabafar com ninguém. Não queria falar com Alexander, tampouco.




Os dias que se seguiram à revelação da ida de Alex foram arrastados lentamente por horas intermináveis e uma atmosfera de luto. Nem mesmo as discussões infantis de Mia e Emma foram capazes de melhorar o humor de Aya e Alex, que sequer trocavam olhares durante as refeições. Um diálogo civilizado parecia estar muito distante de acontecer entre os dois. Alex provavelmente pensava que Aya estava irada com ele por pelo menos dois motivos distintos: a falta de informação e a grosseria. Aya, no entanto, resolvera finalmente dar um pouco do que Alex vivia lhe pedindo ao longo dos dezessete anos de convivência: um tempo sozinho.


Assim, no sexto dia longe do convívio mudo com o loiro, Aya soltou um urro angustiado enquanto a água morna do chuveiro enxaguava as espumas em seu corpo. Aflição e angústia eram os sentimentos mais penosos na opinião da morena. O batimento cardíaco apertado, prestes a explodir, as mãos trêmulas e os olhos irritadiços eram alguns sintomas que ela sofria e desprezava, tentando inutilmente ignorar.


Desligou o chuveiro, envolvendo seu corpo delicado com a toalha, enquanto saia do banheiro da suíte e se trocava, tendo como única testemunha o pôr-do-sol esplêndido que adentrava pela vidraça da varanda e tingia o quarto com um vermelho alaranjado apaixonante.


Um miado manhoso indicou que os raios da alvorada não eram os únicos a assista-la se despir. Ernestinho, o gato de Benjamin, saia debaixo da cama de casal de Aya balançando o rabo de um modo gracioso.


Ela lançou um sorriso ao gato enquanto terminava de se vestir e procurava um pente para escovar as madeixas castanhas.


- Onde está... – ela murmurou impaciente enquanto o gato miava tentando chamar a atenção da morena – Ernestinho... o que?


O gato tinha, de alguma maneira bizarra, o pente de Aya preso ao rabo peludo, que girava em movimentos aleatórios no ar. Com uma careta divertida, Aya adiantou-se para o felino, que com um salto, escapou das mãos da morena e precipitou-se pela porta entreaberta do quarto em direção ao corredor.


- Ernestinho, volte aqui! – ela sibilou seguindo os pêlos cinzentos do gato, que entrara por uma porta aberta mais adiante.


Antes que pudesse se dar conta, Aya estava na suíte de Alex, agachada ao chão e tateando debaixo da cama do loiro à procura do gato.


- Seu peste... – ela resmungava baixinho, enquanto deitava no chão de madeira e apertava os olhos para escuridão.


Escutou um estalo vindo da porta do banheiro, e com o coração batendo acelerado e o impulso, rolou debaixo da cama junto com o gato que miou baixinho quando ela o chutou sem querer.


Pela fresta da cama ela pôde observar Alex caminhar até a porta do quarto e trancá-la. Aya prendeu a respiração quando a toalha que envolvia o loiro caiu no chão, e as pernas de Alex vestiram um samba-canção azul marinho de seda.


“Oh, querida Morgana! Por que eu não fui me esconder atrás da cortina? Pelo menos lá eu ia ter uma visão mais privilegiada!”. Amaldiçoando Ernestinho e sua própria falta de sorte, Aya prendeu a respiração novamente quando alguém bateu à porta. Viu os pés de Alex caminharem displicentemente até a porta e abri-la sem muitas surpresas.


- Filho, nós prrecisams conversarr. – ela sentiu seu estômago revirar quando Jean sentou-se na cama, não a esmagando por centímetros – Você não pode simplesmente irr prra Frrance assim. Prrecisa entender o porrque.


Aya sentiu um rebuliço nas entranhas com a excitação. Finalmente... Finalmente saberia o que raios Alex iria fazer na França! Poderia até beijar Ernestinho, se o gato não estivesse ocupado limpando as partes íntimas.


- Não se preocupe pai. Já entendi. – e embora a voz de Alex estivesse calma e segura, Aya notou uma nota de amargura em suas palavras.


- Não, você não entendeu. – Jean replicou calmamente – Filho, você prrecisa entenderr parra aceitarr, e aceitarr parra gostarr.


Aya pôde jurar que escutara um resmungo muito, muito baixo escapar dos lábios de Alex.


- Gostar... – Sim,
esse resmungo.

Jean continuou, ignorando a manifestação do filho.


- Os Hussardos Alados Franceses são cavaleiros lendários, pertencentes a uma Sociedade Secreta bruxa fundada há centenas de anos. Tão antiga, e posso lhe assegurrar, quant a famille royale de la France.


- Isso eu sei! Fui informado disso na cerimônia de iniciação no verão passado. – Alex resmungou de volta – O que não entendo, é porque eu vou ser obrigado a –


- Bem, deixe-me continuar, você perrgunta depois, si? – Jean o cortou gentilmente – Como dizia, os cavaleiros hussardos têm uma função muito simples e ao mesmo tempo muito complicada, diretamente ligada com a já extinta famille royale de la France, ou seja, a Família Real da França.


Aya sentiu Jean levantar-se da cama e dirigir-se à varanda aberta e ao tão apreciado fim de tarde.


- Não é de total espanto, - ele retomou, com a voz um pouco mais distante. Aya apurou os ouvidos para escutar melhor – Que alguns membros da nobreza trouxa foram abençoados com poderes mágicos. Alguns nobres escondiam, outros renegavam os filhos e outros até assassinavam os primogênitos.


Aya tentou abafar uma exclamação, enquanto imaginava o olhar sério com que Alex provavelmente encarava o pai.


- Quanto à nobreza, tudo bem. – Jean continuou – Mas quand se trratava de la Famille Royale, as coisas erram bem diferrent. O membrro de sangue azul nascido com poderres mágics era obrrigatorriament o responsável pela administração do país no mundo brruxo. Está entendend o que querro dizer?


- Lógico. – Alex confirmou com uma voz entediada – Quem nascia bruxo da família real trouxa, se tornava o administrador do país, no caso, a França. Huh...


- Isse. E a função dos Hussardos era identificar e salvarr a crriança e trreiná-la prra goverrnar o país bruxo.


- Que simples não? – Alex comentou ironicamente.


- De fato, antigamente iss er-ra muit mais simples. – Jean ignorou novamente o comentário cortante do filho – Todos sabiam a linhagem e descendência da Famille Royale. Hoje em dia, é muito mais difícil. Aparrentement não houve mais membrros da Famille que nascerram brruxos, e com tantas revoluções que houverram, a Famille foi esquecida, e o Ministre tomou as rédeas do goverrno e ficou assim até os dias atuais.


- E o que os Hussardos fazem agora? Jogam cartas? Fumam charutos? – Alex alfinetava como uma forma de extravasar sua própria angústia. Particularmente Aya preferia urrar para a água a cutucar os pais com palavras, mas talvez fosse pelo fato de ela possuir pais pavios-curtos como Mia e Olívio, e não compreensivos como Kahlen e Jean.


Jean apenas bufou brevemente, talvez cansado com a insistência do filho em permanecer totalmente contrário à idéia de se tornar um dos cavaleiros lendários.


- Aí é que está.a questão – Jean continuou – Estudiosos dos Hussardos localizaram uma prropensa membrre da Famille Royale descendente de Filipe VI, da Dinastia de Valois que tem poderes mágicos, mas que ainda non aprrendeu a contrrolá-los. Uma garrota, Alex, que não deve terr mais idade que você ou Aya.


Aya sentiu a cama afundar às suas costas. A voz muito clara de Alex indicava que o rapaz largara-se em sua cama, provavelmente com sua pose típica descontraída: as mãos entrelaçadas sob a cabeça e as pernas abertas.


- Deixe-me adivinhar, então papa! – Alex entoou uma voz irônica – É aí que nós, valentes e destemidos cavaleiros entramos! Salvamos a princesa e um de nós a desposa, dá um golpe de Estado no Ministre e passa a instalar a monarquia novamente na França! Estou certo?


Houve um silêncio em que Aya temeu que Jean fosse pular no pescoço presunçoso de Alex e enforcá-lo com as próprias mãos, já que seu limite de tolerância provavelmente fora ultrapassado há tempos.


Mas, para a surpresa da morena, Jean concordou, com a voz calma:


- Você está inteirrament cerrto. É por isse que você foi iniciado tão às prressas. É por isse que você prrecisa saberr tanto da Famille Royale trouxa. Você, Alex, sendo da linhagem imporrtante que o sobrrenome Morlevat carrega, sendo um puro Ás, é um dos forrtes candidatos a desposar a future princesse.


Aya sentiu uma mão invisível socar seu estômago. Será que entendera bem o que Jean acabara de dizer? Alex teria que... Desposar a princesa... Ou seja, casar. Casar... Alex casar com uma total desconhecida... Dar um golpe de Estado... ele se tornaria, então... o Rei da França? Ela meneou a cabeça, tentando recuperar o ar que lhe faltava nos pulmões. “Pouco me importa se Alex se tornará rei... Mas... CASAR??” Ora essa... De que raios Jean estava falando? Será que o padrinho não conseguira assimilar ainda, que, se Alex casasse, aí sim se separaria de vez dela?


Seu pé adormecera e agora qualquer movimento lhe causava uma aflição terrível. Mordeu os dedos da mão com força para evitar um urro aflito e desesperado. Sentiu a cama remexer-se acima de seu corpo. Alex provavelmente não gostara nem um pouco da idéia.


- Que droga de sobrenome hein, papa... – ela o escutou resmungar conformado.


- Não querria que você fosse obrigado a isse. – Jean disse com uma voz carinhosa – Non consigue imaginarr uma vida ao lado de uma pessoa sem amorr. Mas, tente imaginarr que talvez você possa se apaixonarr pela princesse...


Aya sentiu um tremor percorrer seu corpo e suas entranhas se agitaram na ânsia pela resposta de Alex.


- Eu duvido muito. – o loiro resmungou, enquanto Aya quase batia a cabeça no estrado de madeira, tamanha sua empolgação.


- Porr cause de Aya? – Jean perguntou com um tom maroto.


Aya sentiu um choque e seu corpo inteiro formigar enquanto um rangido indicava que Alex pulara da cama com um salto.


- O que ela tem a ver, papa? – Alex perguntou seriamente, de um modo quase inquisidor.


- Ora, - Jean continuou com a voz divertida – É um tanto óbvio para todos nessa casa que vocês dois –


Aya amaldiçoou as batidas insistentes na porta que interromperam Jean. Uma raiva descomunal apossou-se de seu corpo enquanto a porta rangia levemente e a voz de sua mãe soava ligeiramente irritada.


- Vocês viram a Aya por aí? – Mia perguntou impaciente.


- Já prrocurrou no quarrto dela? – sugeriu Jean tolamente. Mia bufou.


- É lógico que procurei! – ela rebateu – Tem um rapaz aí embaixo dizendo que veio buscá-la para o baile de formatura e eu me recordo muito bem, apesar da insistência de Olívio em me contradizer, que minha filha disse que não iria a esse baile! Onde essa menina se enfiou?


- Um rapaz? – questionou Alex com leve interesse.


- É. Disse se chamar Potter. – respondeu Mia entre resmungos – Você o conhece, Alex?


- Conheço. – ele respondeu sério.


- Então... Acha que ele serve para Aya?


Aya sentiu ímpetos de balançar a mãe pelos ombros. Que raios de pergunta era aquela? É óbvio que Alex não responderia nada revelador para ela! Que raios!


- Provavelmente. – foi a resposta que o loiro deu – Eles combinam muito, pra falar a verdade.


Aya sentiu toda a excitação e alegria de minutos atrás se esvaindo de seu corpo como um balão que estourou de uma vez. Abaixou a cabeça, encostando o nariz no piso de madeira impecavelmente limpo, enquanto escutou a mãe soltar um resmungo de lamentação.


- Ah, bem, se você o conhece é melhor descer para cumprimentá-lo. – Mia disse, um tanto decepcionada – Aproveita e distraia ele enquanto eu procuro aquela peste!


Aya esperou a mãe desaparecer do aposento levando os Morlevats consigo para rolar lentamente para fora da cama. Sua mente fervilhava com as informações obtidas naquela noite. Estava confusa, desnorteada, e acima de tudo, frustrada. Oh, sentimento que corrompe, que rói, que desgraça! Frustração!


Com um súbito desejo de se livrar daquilo que a atormentava havia dias, ela pôs-se de pé com um salto e esquivou-se pelos corredores até achar a porta de seu quarto. Trancou-a com um suspiro e às pressas pegou um vestido no armário que havia usado dois anos atrás para o casamento de sua tia Cho. Rezando para que a seda azul ainda lhe servisse, ela o colocou enquanto saltitava calçando as sandálias da mesma cor.


Com um aceno da varinha seus cabelos se ajeitaram em um penteado descontraído, enquanto as mãos levemente trêmulas pintavam seu rosto com uma maquilagem suave.


Mirou-se no espelho antes de sair, surpreendendo-se com o efeito que obtivera em tão pouco tempo.


- Azul definitivamente é a minha cor. – ela sorriu tristemente antes de abrir a porta do quarto e descer a escadaria rumo a ninguém mais, ninguém menos, que James Potter.



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N/A: EEEEEEeiiii!!! Agora siiiiiiiiiiiiiiiiiimmm!! Expliquei pelo menos um pouco sobre o que Alex vai fazer a seguir!!! Não expliquei tuuudo, porque senão, ia perder a graça née??? Deu pra entender tudo? Espero que sim!!! Desculpe o N/A curto, mas estou com pressa! Mas, não, sem antes, os comentários individuais:


Emmy Black ~¤: Para a autora d´O Comentário!! Oh, Gostarr???? Eu AMEI seu comentário!! Aliás SEUS comentários né? Pois foi tão grande que foram necessários 4! Nossa Emmy, seus elogios engrandecem meu ego! Você vai me deixar arrogante com tantas palavras bonitas! Nossa, me derreti toda quando você citou “o jheito poderosa da autora” simplesmente me senti o máximo! Você captou toda minha essência de escrever querida! Maduro e romântico foi o estilo que eu tanto almejei escrevendo OW&MC, mas achei que tinha fracassado! Você não tem idéia do quanto sua opinião me alegrou!!! Saiba que, se um autor esforça-se tanto para melhor e para escrever bem é única e exclusivamente para seus leitores (pelo menos comigo é assim)... e não há nada mais gratificante do que ler um comentário como o SEU!!! Mto, mto obrigada mesmo viu! Saiba que o sentimento é recíproco! Apesar de não nos ocnhecermos vc se tornou uma pessoa mto especial pra mim! Obrigada pelos incentivos!!!! Um super bjooo


Mina Black: Nossa, em um diaaaaaaa??? Não acredito! Como vc conseguiu essa proeza??! Nem eu mesmo consigo!! HAhahahahah!!! Obrigada mesmo por ler e ter deixado seu comentário aqui!!! Isso é muito importante, além de gratificante para um autor!!! Obrigada mesmo! Espero que você goste dessa continuação! Super bjo!


Tati ~*: AAAaaaaaaaaii, que bvom que você gostouuu!!1 Estou com a trama se desenrolando ao véu aqui... Hahahaha já sei o que vai aocntecer mas a cronologia ta meio bagunçada ainda... Os incentivos que tenho recebido são muito importantes!!! Muito obrigada viuuuuuuuuuuuuuu??? Bjoo!!


Thássia; ● : Sim sim siiiim!!! Minha primeiríssima a comentar desde OW... hehehe... ééé férias chegando... hahaha mas tenho as preocupações de DPs na cabeça... >___< !!! Ai, que bom que vc gostou da Aya!!! Hahahahahahahah ah, mas seja sincera: ela tem alguma coisa de Mia nela??? Hahahah Bjuuu THaaaaaa


lunny lupin: Huahuahuahahah a Aya é doida mesmoo!! Hahahah Adorei seu comentário e a menção da “Grande Família” era esse conceito mesmo que eu queria inserir juntando as três famílias em uma grandonaaa!! Hahahahaha Espero q tenha gostado desse cap! Bjos Lunny!! E um bjo pra sua irmã tb! ^^


Tammie: Aaaaaaaaaaahh lindaaa!! Obrigadaa!! Hahahah a Aya é safada mesmo!! Hahahah adorei a parte que vc falou que a Mia, Emma, KAhlen, Jean e Carlinhos, além do Olívio, lóógico.... estarem velhos apenas na idade! Hahahahahha eles continuam me divertindoo! Você é minha fã mais que especiaaaaaaaaaaaall!! Adoro que vc me pentelheee!! ^^ Super bjooooooo


Lígia : Hahahahahha isso acontece comigo também!!! Hahaha eu tendo a gostar mais dos personagens masculinos!! Hahahaa quando eu to lendo fics de shipper Tiago/Lílian só falta eu me descabelar de raiva daquela ruiva!! Muito cabeça duraaa!! Hahahahah Eu sou apaixonada pelo James, por isso que eu “fiz” o filho de Harry idêntico ao avô! Hohohohoh! Obrigada pelo coment!!! Bjãããããããooo!


Agradecimento à minha maninha THATHA, que, definitivamente agora é “A” Kahlen!! HAhahahahaha te amo fofaaaaaaaaaaaa!!! Obrigada à todos que leram e comentaram!!!

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