Prólogo





- Prólogo -


Sr e Sra Beringela 




Olívio caminhou vagarosamente até o quarto ao lado do que dividia com a esposa, as pálpebras pesadas e o olhar lacrimoso denunciavam que sua hora de dormir passara há tempos.


Com um suspiro cansado ele girou a maçaneta, sorrindo ao flagrar sua pequena. Com uma expressão travessa e a língua entre os dentes, uma garotinha de seis anos apertava um tubo de gel dental, apontando-o no rosto de um loirinho adormecido. A garota era uma cópia exata de Mia. Os mesmo traços do rosto, o mesmo formato do corpo. A diferença estava nos cabelos castanhos e nos olhos amendoados cor de mel, idênticos aos de Olívio. Tentando manter a feição séria, Olívio pigarreou brevemente, fazendo com que a garota berrasse com o susto e conseqüentemente acordasse sua vítima.


- Pa-papai. – ela gaguejou, rapidamente escondendo a arma do crime atrás de suas costas – O-o que você tá fazendo...?


Olívio riu, meneando a cabeça enquanto sentava-se na cama do loirinho que esfregava os olhos, sonolento.


- Acho que a pergunta é... o que a senhorita está fazendo não? – ele ergueu a sobrancelha enquanto a pequena mostrava uma expressão confusa.


- Ok. – a filha deu de ombros – Papai, o que a senhorita ta fazendo?


Olívio não conseguiu conter uma gargalhada, enquanto o garoto que acordava começava a resmungar alguma coisa em francês.


- Não entendo o que você está dizendo, mas você devia me agradecer, Alex. – Olívio voltou-se para o loiro, que piscou os olhos de uma cor especial para ele. Olívio deteve-se nos olhos da criança, enrugando a testa. Conhecia Alexander desde que nascera, mas nunca se acostumara com o fato de a íris do garoto mudar de cor de acordo com o seu humor, oscilando sempre entre o verde-esmeralda da mãe, e o azul do pai.


- Te agradecer por me acordar, tio Oli? – o loirinho retrucou entre bocejos. Olívio franziu o cenho levemente. Era um mistério para ele da onde o afilhado tirara tanta ousadia e destreza, sendo que tanto Kahlen quanto Jean eram pessoas absolutamente pacíficas.


- Não. – respondeu Olívio sorrindo para o garoto – Por ter te salvado das garras de Aya. O loiro arregalou os olhos imediatamente, levando as mãos aos cabelos.


- Calma Lelé... – a pequena dizia em tom de riso – Dessa vez não grudei nenhum doce no seu cabelo. O loiro fez uma careta para Aya, enrugando o nariz enquanto bocejava novamente.


- Bem, já que não me aconteceu nada, eu vou voltar a dormir. – resmungou ele caindo desajeitado na cama – Boa noite.


- Você também, pequena! – Olívio exclamou, puxando a filha para um abraço – Dá um beijinho de boa noite no papai!


- Ah, pai, quero historinha! – Aya resmungou, fazendo um beicinho irresistível. Olívio revirou os olhos, suspirando logo depois.


- Qual? A dos Feijõezinhos de Todos os Sabores?


- EEEEE!!! – Aya gritava batendo palmas, enquanto Alex resmungava algo em francês – Tomatão e Berinjela!


- Ah, não tio! – o loirinho ergueu-se parcialmente da cama com o cenho franzido – Aya vai ficar me infernizando depois pra eu brincar de ser o Sr. Berinjela!


Olívio sorriu, meneando a cabeça. Esfregou os olhos sonolentos com uma mão enquanto acariciava o topo da cabeça da filha com outra.


- Sr Berinjela é muito legal, você não acha papai? – ela entoou uma vozinha falsamente meiga.


- É. – Olívio assentiu – Mas Alex tem razão. Já passou da hora de você ir dormir. A história do sr. Berinjela fica pra amanhã.


Aya sorriu marotamente antes de concordar com o pai.


- Boa noite crianças. – Olívio fechou a porta, imaginando o que a filha aprontaria dessa vez com o pobre herdeiro dos Morlevat. Espreguiçou-se soltando um sonoro bocejo em seguida, quando escutou uma voz que sempre tinha o poder de arrepiá-lo.


- Sabia que não existe nada mais sexy do que um pai de família dedicado? – ele ergueu os olhos para a porta de seu quarto, encontrando Mia encostada no vão, vestindo uma camisola de seda. Sentiu um novo arrepio percorrer seu corpo. Oito anos de casados e ela ainda enlouquecia-o como quando eles namoravam. Os cabelos negros estavam um pouco mais curtos, mas emolduravam o rosto delicado dela de uma maneira deslumbrante. Olívio abriu o seu melhor sorriso cafajeste enquanto caminhava com passos felinos na direção da esposa.


- Acha mesmo, Sra. Wood? – ele enlaçou a cintura da morena, roçando os lábios em seu pescoço.


- Com certeza. – ela respondeu sorrindo – As crianças já dormiram?


- Alex com certeza sim. – ele respondeu despreocupado, enquanto mordiscava o lóbulo da orelha de Mia, sentindo a morena estremecer em seus braços – Sua filha provavelmente está fingindo que dorme pra pegar alguma peça no seu afilhado durante a noite...


Mia riu, meneando a cabeça.


- Como essa menina consegue aprontar tanto?


- Acho que ela teve a quem puxar... – Olívio sorriu, enquanto conduzia a morena de costas para o quarto e selava a porta com um feitiço.


 


- x-


 


N/A: Prólogo curtíssimo... Nem sei direito se pode ser chamado de prólogo, mas enfim... É só pra vocês terem uma idéia de como foi a infância dos dois... Se bem que no meio da fic eu vou colocar uns flashbacks... hehehe Obrigada à Emmy Black que comentou aqui antes que todo mundo! Hahaha Obrigada a todos que leram e por favor, COMENTEM!

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