O melhor lugar para se estar



Lumus

N/A: Foram dois anos de história e a única coisa que posso dizer é muito obrigada. Eu agradeço a todos pelo apoio e pela paciência de esperarem às vezes tanto tempo por um capítulo. Quero agradecer em especial a todos que já foram meus betas durante esse tempo.Obrigada Renan, Amandita, Val e minha atual beta Pri ( Priscila Louredo).

E por último quero agradecer a “Família Meu sol”: As meninas (Bih, Grazy,Laís, Lo, Milla, Taci, Tata,Vih) que são mais do que leitoras, são minhas amigas e que animam sempre a comunidade da fic. Obrigada meus chuchus! Eu amo vocês!E também todos que fazem parte da comunidade. Enfim todos os leitores, o meu muito obrigada!

Eu fiquei muito emocionada com o tópico que a Lais e Taci fizeram na comunidade... Obrigada as duas e a todos que me deixaram um recado lá! Eu amei!

Agora vou parar de enrolar e vamos ao último capítulo.

17- O melhor lugar para se estar.

“Aquelas três palavras são ditas demais, mas não são o suficiente” Chasing Cars – Snow Patrol



De todos da família, a que mais vibrava nos últimos dias era Molly. Não porque estava feliz por seu filho estar afastado do time, claro que não. Mas estava feliz por tê-lo debaixo de suas asas mais uma vez, depois de tanto tempo. A ruiva cercava Ron de mimos. Chegou até a começar tricotar um pulôver para ele, antes mesmo do Natal. A ocasião foi um prato cheio para os gêmeos, que caçoaram de Ron desde o primeiro dia que ele voltou para casa, uma semana antes.

Era muito estranho estar de volta, e ainda mais estranho era ter o seu próprio pôster pendurado na parede. Lamentavelmente não estava mais naquele time. Ron sentia que já estava na hora de seguir com algo novo e era o que ele iria fazer.

As bebidas haviam sido reduzidas, até porque nada passava despercebido pelos olhos da mãe.

Ele estava deitado em sua antiga cama, tomado pela nostalgia que o acometia. O dia já tinha amanhecido. E a claridade lá de fora o incomodava, apesar de ser uma manhã de outubro.

De súbito o ruivo se ergueu da cama, o estômago roncava tipicamente e ele lambeu os lábios só de pensar no café da manhã da Toca, ligeiro, Ron tomou as escadas em direção à cozinha, embriagado pelo cheiro de bacon frito que sua mãe fazia.

- Bom dia, Ron querido!- A ruiva sorriu para o filho assim que o viu.

- Bom dia, mamãe! - Disse Ron, correspondendo o sorriso.

- Como está, meu filho? Melhor? – Ela o beijou na bochecha, carinhosamente.

- Sim, mamãe. Estou bem melhor. Obrigado. - Ele agradeceu quando ela estendeu o prato para que ele alcançasse.

Ron sorriu mais uma vez. Estava feliz por estar em casa. Ele sabia que a mãe estava ciente de todos os seus problemas. No entanto, ela nunca o questionara. Sempre respeitou seu silêncio, até mesmo sobre o seu afastamento do time. Molly era muito discreta quanto a isso. Porém, Ron tinha certeza que se precisasse de um colo era para ela que ele recorreria. Foi com esse pensamento que tocou de leve o braço da mãe e levantou-se da mesa. Molly estava surpresa pelo abraço forte do filho.

- Oh filho... - Ela correspondeu saudosa de um tempo que ele sempre fazia isso.

- Obrigado por me receber, mamãe. Eu estou numa fase não muito boa da minha vida e...

- Eu sei querido. Mas você sabe que estarei sempre de braços abertos para você. Você é meu filho, meu filhote - ela o beijou na bochecha. - E eu te amo muito.

- Eu também te amo, mamãe. Muito. - Ele retribuiu o beijo da mãe e voltou a sentar-se à mesa já que seu prato de bacon o esperava.

Logo a matriarca voltou a fazer feitiços nas panelas. Enquanto isso o filho comia a refeição com vontade.

- Bárbara já acordou? - A mãe assentiu.

- Ela acordou cedo e foi fazer a matrícula do tal curso que ela vai prestar.

- E Fred e Jorge ainda não acordaram?- Ron perguntou com a boca cheia.

- Sim, já foram para a loja. Sabe filho, Percy e Penélope voltam da Itália no mês que vem. Recebi uma coruja deles agora há pouco. Você quer ver?

- Sim, quero. – Respondeu Ron não muito interessado, nem mesmo lembrava que Percy estava na Itália. Molly percebeu que o filho estava aéreo demais e resolveu arriscar um assunto um tanto delicado.

- Filho, o que você vai fazer daqui para frente?

- Com relação a quê? Vou para o Cannons, mamãe. Eu recebi uma proposta, tinha te falado ontem, não se lembra?- Molly sorriu radiante só com a idéia de ter seu filho definitivamente em casa. Mas não era sobre isso que ela estava perguntando.

- Eu quero saber o que você vai fazer com relação à Hermione, filho.

- Mamãe, esse assunto não.

- Filho, vocês têm que se dar uma nova chance. Eu sei que se gostam tanto...

- A gente já se machucou muito... Ela não me merece.

- Não fale assim... Você é um menino de ouro. Não querendo me intrometer, mas os dois erraram. E se nenhum dos dois der um passo à frente, vocês vão perder a oportunidade de serem felizes. Eu quero ver o meu filho feliz de novo, com esses olhos lindos brilhando. - Ron sorriu fraco.

- Mãe, não é bem assim... - O ruivo ia começar a contestar, mas foi interrompido rapidamente pela mãe.

- Ronald, você ama a Hermione? - Ela perguntou séria. Pelo tom da matriarca, parecia que ele estava sendo questionado sobre alguma travessura que fizera. Há muito tempo não ouvia esse tom tão sério vindo de Molly. - Você a ama Ron? De verdade? - Ron perdeu a respiração. Não haveria outra resposta. Nunca houve.

- Amo, mãe. Eu amo e sempre amei.

- Então não perca essa oportunidade. Ouça sua mãe, filho. Ela te ama. - Molly sentou-se em frente ao filho. - Sabe, ela esteve aqui quando estava grávida. - Ron levantou a cabeça, até então abaixada, para encarar melhor a mãe. – Eu andava desconfiada dela, aí ela passou mal e eu confirmei as minhas suspeitas. Naquele momento eu soube filho, que ela é capaz de qualquer coisa por você. Foi naquele momento que eu vi que o amor de vocês era muito mais do que um amor de adolescentes.

- Ela esteve aqui?... - Ele perguntou num sussurro.

- Sim, ela quis saber o seu endereço. E eu dei. Eu sabia que ela ia atrás de você.

- Foi quando tudo aconteceu - disse ele desanimado.

- Ron, não desista desse amor...

- Não vou desistir... – Ron estava um pouco embaraçado, mas não deixou de responder a mãe. – Mas isso não é tão fácil assim, eu...



- Bom dia, família. – Disse Arthur de repente, entrando pela porta da frente.


- Bom dia querido. Esqueceu alguma coisa em casa? Chegou tão cedo.

- Sim, esqueci os pergaminhos que prometi levar para o Quim...

- Bom dia, pai. Bom, mãe eu já estou indo senão me atraso. Fiquei de encontrar com o James para ele levar algumas coisas minhas que ainda estão no hotel. - O ruivo disse já se levantando da mesa.

- Vá, meu filho! - Disse o Sr. Weasley sorrindo para o filho.

- Tchau, pai. Tchau, mãe. Obrigado por tudo, mamãe.

- Você nem comeu direito, menino.- A mãe contestou.

- Comi sim, mamãe. Daqui a pouco eu almoço. - Molly deu-se por vencida e assentiu carinhosamente.

- Não chegue muito tarde para o almoço! - Molly acrescentou quando viu o filho ir ao quarto se arrumar.

- Marquei de almoçar com o Harry. Volto para casa mais tarde.

- E então, Molly? Como está o nosso garoto? - Arthur perguntou se servindo de torrada.

- Está melhor, querido. Está melhor...

...

Quando Ron aparatou para o Caldeirão Furado, sua cabeça pensava latentemente em tudo que sua mãe tinha falado. Ele sabia que ela estava certa. Sabia que deveria tomar uma decisão por mais que ainda doesse. Pelo menos se a culpa que ele sentia passasse, as coisas seriam bem mais fáceis.

Quando entrou no bar avistou logo Simas, o amigo grifinório, agora proprietário do Caldeirão Furado. O moreno acenou de longe e Ron retribuiu se dirigindo para uma mesa afastada de um grande grupo de bruxos que conversavam bem alto.

O ruivo torcia sinceramente para que James não demorasse muito. Não estava com humor de agüentar risadas alheias enquanto ele próprio estava triste.

Logo a porta do recinto se abriu e dela saiu um James esbaforido com uma grande sacola na mão. Padma ao avistar James recuou de volta para trás do balcão. A morena foi pegar mais uma cerveja amanteigada.

- Desculpe a demora. – Ele disse se sentando à mesa em frente ao amigo.

- Não faz mal. Então, ainda tinha isso tudo por lá?

- Sim. Recolhi tudo que faltava, não ficou mais nada. - Disse o batedor estendendo a sacola para que Ron pegasse.

- Certo. Obrigado, cara.

- De nada. Ron, você tem certeza que quer fazer isso?

- Sim, James. Tenho certeza. - Ron se remexeu na cadeira a fim de se ajeitar melhor para que Padma servisse as bebidas.

- Weasley, não vai me dizer que vai beber logo cedo?

- Oliver, relaxa. Não se preocupe tanto comigo, eu sei me virar sozinho. - O ruivo disse dando uma golada na bebida.

- Se você diz... Bom, a situação em campo está preta mesmo. O Matt está furioso, acho que ele sabe qual é a sua decisão final depois que viu suas coisas serem retiradas de lá.

- É... Eu preciso comunicar oficialmente tudo isso. E espero contar com você.

- Pode contar comigo, cara. Você sabe disso.

- Obrigado, James. - Disse sinceramente assumindo logo um jeito maroto nos lábios.- Mas me diz, e como vai as coisas com a minha prima? - Ron riu da cara que o moreno fez. O batedor se mostrava incomodado com o assunto.

- Bom, ela não quer nada comigo. - Respondeu derrotado. - Mas eu não desisto fácil.

- O que você fez com ela naquele dia, James? - Ron sabia que o amigo tinha aprontado.

- Eu a beijei. - Ele inacreditavelmente corou. - E ela me deu um fora, é lógico. - O ruivo riu do quanto o moreno estava embaraçado. - Mas eu não desisto, amigo. Adoro desafios.

Ronald gargalhou ao ouvir isso e James sorriu junto com o amigo. O moreno olhou seu relógio de bolso apressado e deu um último gole em sua cerveja antes de falar:

- Preciso ir. Bom, sabe que qualquer coisa, estarei sempre por aqui..

- Valeu, Oliver. Eu sei que posso contar com você. - O moreno se levantou e vestiu a capa, remexendo nos bolsos procurou o dinheiro para pagar a bebida. Mas Ron protestou.

- Eu pago, pode ir.

- Tudo bem, obrigado.

- Boa sorte com a Bárbara. - James assentiu.

- Boa sorte com a Hermione. Você também não deveria desistir de desafios. - O moreno não esperou o amigo retrucar. Logo se dirigiu à porta e saiu do Caldeirão Furado.

...

Já havia se passado mais de uma hora desde que James tinha ido embora. Ron tinha marcado de se encontrar com Harry naquele mesmo lugar, mas por algum motivo o moreno ainda não tinha aparecido. Estava atrasado e isso não era do feitio do amigo.

Ron não estava a fim de beber naquele dia, e não o fez. Ficou enrolando por muito tempo com a mesma cerveja amanteigada que estava em seu copo. E se arrependeu amargamente com a sua decisão ao ter que agüentar a zoeira que aquele mesmo grupo fazia numa mesa afastada dali.

Foi com surpresa que viu uma loira de longe vir em sua direção. Ele sinceramente não estava com o humor para bate papos.

As coisas que sua mãe tinha dito ainda martelavam em sua mente. E ele tinha que admitir, Molly estava certa. Foi com esse pensamento que tomou seu último gole da garrafa e antes que a colocasse na mesa pôde identificar quem era a loira que caminhava em sua direção. Lilá rebolava exibindo suas bonitas curvas para quem quisesse olhar. Ron tentou fingir que não a notou, mas foi em vão, pois os olhos dos dois se encontraram e ela sorriu maliciosamente para ele antes de sentar em sua mesa.

- Está sumido, Ron.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntou impaciente fazendo menção de se levantar, mas a loira o segurou.

- Oi para você também, e é claro que eu estou bem. - Ela disse sarcástica, mas logo retornou a um tom sério. -Você não costumava ser mal educado comigo. Eu só vim te chamar para sentar com a gente. Vi que está deslocado e pensei que estivesse se sentindo sozinho. - Ron a olhou questionador, mas logo pôde ver quem era o “a gente” que ela se referia. Era o grande grupo de bruxos que fazia zoeira desde a hora que ele chegou. E então notou, ao observar melhor, que não conhecia sequer um bruxo do grupo.

- Muito obrigado pelo convite, mas estou esperando uma pessoa. Estou bem, aqui. - A loira fez uma careta.

- Está esperando a sua querida Hermione? - A respiração do ruivo de repente se acelerou.

- E se eu estivesse, Lilá? - O olhar que o ruivo lhe lançava poderia perfurá-la.

- Nada. Não precisa ficar nervoso. - Ela riu sarcástica. - Mas estou sabendo que não estão mais juntos, não é? Acho que a briga de vocês no dia do jogo se tornou pública. Ainda mais tendo aquele curandeiro, Kevin, todo machucado. Não havia uma pessoa que não soubesse em toda Londres. - A mão da loira tocou o seu braço levemente e ele teve nojo.

- Você não tem nada a ver com isso, garota! - Ele quase cuspiu de raiva, retirando a mão dela de seu braço.

- Mas não é mentira, não é? Bom, ela não te merece. Sempre foi sem graça, sem sal... Talvez ela prefira os livros a você. Eu não faria isso se você me desse uma chance. – Ela se insinuava para ele. - Ah, e eu teria o cuidado de não engravidar. Não por enquanto.

Ron se levantou assustando a loira.

- O que você está falando? - Ele pegou no braço dela com violência.

- Ah você não sabia, WonWon?

- Sim, eu sabia. Mas como você sabe disso, garota? - Foi então que Ron se lembrou de Hermione dizendo que tinha ido ao quarto de hotel procurá-lo. E quem atendera a porta fora Lilá. Sim, Lilá sabia esse tempo todo. Ela viu Hermione grávida e tirou proveito disso.

Lilá sorria maldosa quando percebeu o ruivo chegar às suas próprias conclusões.

- Ela parecia uma cadelinha pedindo abrigo. Mas eu não poderia te acordar de um sono tão bom como o que você estava.

- Você não vale nada! - Ele gritou, chamando a atenção de algumas pessoas que estavam perto.

- Não fala assim comigo! E larga o meu braço! - A loira gritou mais alto a ponto de chamar a atenção de um homem que passava na mesa deles. O homem fez menção de interromper, mas Ron fez um sinal para que não o fizesse.

- Você nunca valeu nada e no fundo eu sempre soube disso. - Ron sussurrava para que só ela o escutasse. - Eu amo a Hermione e eu quero que você lave a sua boca antes de falar o nome dela. Eu quero que você saia da minha vida e da vida dela de uma vez por todas. Some da minha frente! - Ele largou o braço da loira com repulsa e caminhou rápido em direção a porta com sua sacola na mão.

A cabeça do ruivo parecia explodir quando passou no balcão e entregou à Padma o dinheiro das bebidas. Sem olhar para trás ele saiu do bar e quando já estava pronto para aparatar para casa, pôde vislumbrar Edwiges vir em sua direção.

A coruja logo o reconheceu e ofereceu o bico para um carinho. Preso nas garras da ave estava um bilhete, que certamente era de Harry.

O ruivo não demorou em abri-lo.

Ron,

Não pude chegar para o almoço. Aconteceu um imprevisto no ministério e acabei ficando preso por aqui. Quando receber esta carta me encontre em casa. A Gina está lá. Assim, podemos conversar melhor e você aproveita para almoçar com a gente.

Harry.


Com um pequeno giro Ronald aparatou. Desta vez mentalizando Godric’s Hollow.

...

- Mamãe, não há necessidade de vocês me buscarem. Eu já te disse, vou pegar uma chave de portal no ministério. O Harry está providenciando isso para mim. - Hermione falava no telefone com a mãe que insistia em buscá-la no aeroporto, sendo que a bruxa não iria de avião.

- Mas filha, você vem à noite. Então me diga um lugar para que possamos buscá-la.

- Mamãe, estarei perto daí quando tomar a chave de portal. Irei direto para casa.

- Você tem certeza?- A mãe soou protetora.

- Sim, mãe. Preciso desligar agora. Tenho ainda que passar no St. Mungus e terminar de arrumar minhas malas.

- Tudo bem, querida. Nos veremos à noite então. Estou morrendo de saudades. Boa viagem.

- Obrigada. Eu também estou morrendo de saudades. Até breve. Mande um beijo para o papai. Eu amo vocês.

- Nós também amamos você. - Hermione desligou o telefone, pesarosa. A casa estava uma bagunça. Eram só três meses, mas a casa era grande e estaria fechada aquele tempo todo que estivesse fora.

Apesar de estar com saudades dos pais, ela sentiria falta daquele lugar. Era sua casa, e recentemente era o lugar onde moravam as suas melhores lembranças. As lembranças que compartilhava com Ron. Os últimos e tão poucos dias que eles passaram felizes ali.
Bichento ronronava triste num canto da sala enquanto olhava sua dona perdida em pensamentos sentada no sofá. O animal parecia sentir o que ela sentia. Sempre pelos cantos, os dois exalavam tristeza. Hermione, por sua vez, andava constantemente ocupada. Talvez para ocupar a cabeça e não pensar em coisas que estavam fora de seu controle.

Não, ela não tinha desistido da felicidade como tinha dito Gina hoje de manhã ao se despedir dela. Ela só estava querendo repensar tudo e colocar as coisas no lugar. E não haveria nada melhor do que passar três meses de estudos na França para que isso acontecesse. Mas então por que nem ao menos se deu o trabalho de se despedir de Ron? Era medo? Não, não era. Era sim, receio de que ele não a recebesse bem. Não o via desde o dia em que ele apareceu subitamente em sua casa. Mas esse dia não contava, é claro. Já que o ruivo estava bêbado e certamente não se lembrava de nada.

Na verdade, pensou por várias vezes em ir se despedir do ruivo, mas não tinha coragem. Nem ao menos sabia se ele estava ciente de sua partida ou não. Talvez fosse melhor não pensar mais sobre isso, se não era bem capaz que a esperança lhe pregasse uma peça e a deixasse à espera como uma adolescente que já não era há algum tempo.

Com esse pensamento levantou-se do sofá e recolheu Bichento para seu colo. O gato estava triste assim como ela, e isso a fez se perguntar se ele também não estava sentindo falta de Ron, apesar de se odiarem. Foi com um sorriso que lembrou dos ciúmes que ele tinha do animal, o que era recíproco. Pois nas poucas manhãs que Ronald acordou ao seu lado, o garoto praguejava meias palavras sempre que o gato estava no meio deles pedindo espaço, aparentemente de propósito.

Sim, ela tinha saudades disso. Ela sentia saudades do ruivo.

Já em direção à escada que levava aos quartos, Hermione olhou mais uma vez para a sala e avistou dos primeiros degraus a foto que ficava em sua estante. Uma foto dos dois abraçados na noite do último natal. Ela nunca teve coragem de tirar a foto dali. Ela nunca teria.

...

- Olha James, eu não sei se você sabe... Mas se não fosse pela Molly eu nem me daria o trabalho de vir aqui te escutar. - Bárbara parecia irritada. Ela e James estavam sentados embaixo de uma árvore perto do lago, nos arredores da Toca. O moreno pedia desculpas pela outra noite e lançava mão de todas as suas táticas para que a garota caísse na sua rede. Mas todas eram falhas. Bárbara era diferente de todas as mulheres que ele já tinha saído. E ela era jogo duro, pois tinha resposta para tudo.

Com o silêncio do batedor, a morena fez menção de se levantar. E ele de súbito segurou seu braço impedindo-a.

- Senta aqui, não vai embora. - Ele a olhou sincero nos olhos e Bárbara amoleceu atendendo ao pedido dele.

- Então seja você mesmo. Não precisa querer me impressionar o tempo todo. - Ela já não estava mais irritadiça, tinha um sorriso divertido no rosto e parecia encantada com o desconcerto de James.

- Mas que você é linda, você é... Eu não estou mentindo sobre isso.- Ele entrou na brincadeira, mas ainda com uma postura galante.

- Se vendessem gente, você não serviria nem para troco, James. - Ela disse rindo e ele a acompanhou

A partir daquele momento os dois ficaram conversando sobre vários assuntos até que Molly os chamou para o almoço. O que crescia ali era uma grande cumplicidade que talvez pudesse ser até o começo de um algo mais.

...

O St Mungus estava cheio na transição da manhã para tarde. Muitos pacientes já tinham recorrido a Hermione, que teve que explicar o porquê de não estar dando plantão naquele dia já que estaria fora por alguns meses.

Logo que chegou ao seu andar de trabalho, avistou Meg vir em sua direção. A protetora senhora lhe sorria enquanto a abraçava já saudosa.

As duas se encaminharam para a ainda sala de Hermione, que começou a encaixotar o que não estava no seu devido lugar.

- Você não precisa de ajuda, querida? - Hermione sorriu e negou com a cabeça.

- Já estou terminando com isso aqui. - Ela lacrou a última caixa com um feitiço.

- Não precisa Meg, já terminei. - A morena caminhou até a senhora e tornou as mãos dela com as suas. - Obrigada, Meg. Não sei o que eu faria sem você aqui. - Disse sincera.

- De nada, minha querida. Você é uma menina de ouro. Merece toda a felicidade do mundo. Confesso que estou triste pela falta que você vai fazer. Mas se isso te deixa feliz... - A senhora Stuart parou de falar quando notou o semblante triste de Hermione. - Olhe para mim, querida. - Ela o fez, tentou sorrir, mas a amiga a conhecia bem demais para que conseguisse disfarçar o que sentia.

- É ele não é? Você não tem certeza que quer ir por causa do Ronald. - Meg disse sabiamente.

- Não! - Hermione exclamou. - Eu quero ir sim... Eu só não me despedi dele e estou me sentindo culpada por isso. - Meg sorriu compreensiva.

- Ele não sabe que você vai hoje? Você não disse a ele? - Ela negou com a cabeça.

- Não, eu não disse. Nós não nos falamos há uma semana.

- Você precisa dizer a ele, então. - Meg sorriu, a encorajando.

- Não tenho certeza disso, Meg. Ele quer um tempo para pensar e eu também. São só três meses... - De repente as duas ouviram uma batida na porta e se alarmaram. Matt as encarava com um sorriso.

- Se despedindo, minha sucessora?

- Sim, Matt. Eu já estava indo para sua sala. - Hermione sorriu para o chefe.

- Vá, querida. Mas antes de sair passe na minha sala para eu te dar mais um abraço. - Meg disse a morena que se encaminhava com Matt para fora da sala.

- Passarei sim, Meg.

...

- Então você está decidida mesmo em ir? - Perguntou Matt sentado na cadeira de sua mesa com Hermione à sua frente.

- Sim. - Ela sorriu. - Irei hoje à noite.

- Então boa sorte, Hermione. Eu sei que se dedicará ao máximo neste curso.

- Eu irei. - Ela se levantou assustada pela hora quando olhou para o relógio em seu pulso.

- Desculpe, eu preciso ir. - Ela apertou a mão do chefe, mas este percebeu que o seu sorriso não era sincero.

- Tudo bem, querida. Boa viagem.

- Obrigada Matt. - A morena já abria a porta quando o chefe voltou a falar.

- Sabe Hermione, se você não quiser ir nós esperamos. Eu te disse que não era necessário fazer esse curso agora. - Ela virou para ele decidida a fim de respondê-lo cara a cara.

- Eu vou, Matt. Já está decidido. Até breve, eu mantenho contato. - Hermione fechou a porta atrás de si fingindo estar certa do que estava fazendo. No entanto, não estava. Mas não poderia desviar sua atenção para algo que na sua cabeça já estava decidido. Não poderia mudar de idéia agora que tudo já estava acertado.

Foi com esse pensamento que caminhou para a sala de Meg torcendo para que a amiga não fizesse sua cabeça para ficar.


...

Já tinha batido na porta umas duas vezes, mas ninguém parecia escutar ou então não estavam em casa. De repente, ouviu um barulho vindo do outro lado da porta e dela saiu um elfo fazendo uma reverência exagerada para ele.

- Sr Weeze. - Disse Dobby dando passagem para ele entrar. O elfo rapidamente pegou a sacola que Ron carregava depositando-a no canto da sala.

- Obrigado. Dobby, como vai? - Ron entrou na casa. A sala estava fazia e o cheiro de comida já exalava da cozinha.

- Bem senhor. E o senhor?

- Estou bem. Minha irmã está? Ou o Harry? - O elfo assentiu.

- A minha senhora do Dobby chegou do trabalho agora, mas o senhor do Dobby ainda não. Sente-se senhor. Dobby vai chamá-la.

Ron sentou-se ao ver o elfo estalar os dedos e sumir. Ficou reparando o lugar. Não que nunca houvesse reparado, mas tudo era tão limpo e bem arrumado que não podia deixar de notar cada detalhe. Havia uma prateleira com várias fotos bruxas de todas as pessoas da família e amigos, inclusive uma dele com Hermione abraçados. Aquilo doía. Mesmo que ele não quisesse. No entanto continuou a encarar a garota sorridente na foto e foi com esse pensamento que desejou um dia ter a foto dos dois na própria casa deles.

- Enfim você chegou, maninho. - Gina vinha em sua direção saudosa por um abraço.

Ron a beijou na testa.

- O Harry disse para eu encontrá-lo aqui. Nós marcamos de almoçar juntos hoje, mas ele não apareceu no Caldeirão Furado e pediu que eu viesse.

- Sim eu sei, ele me mandou uma coruja avisando que você viria e eu achei uma ótima idéia. - Os dois estavam sentados no sofá.

- Ele se atrasou porque teve que resolver um problema no departamento, mas já deve estar chegando. Mas me conte... Como você está?

- Estou bem. Bom, bem melhor eu diria. - Ele sorriu fraco e a irmã apertou carinhosa a sua mão.

- Mas eu tenho uma novidade... Eu vou para o Cannons e ficarei de vez na Inglaterra. – Gina deu um gritinho de felicidade. Animado com a excitação da irmã, Ron contou-lhe sobre a proposta e como ele a aceitou. Ela ouviu a tudo muito feliz por ele. Pois além de gostar muito do esporte, a ruiva sabia que este era um dos maiores sonhos do irmão.

- Só assim esse seu time sairá desse fiasco que se encontra. - Ela disse divertida em fazer o ruivo rir e se fingir de bravo. - Você é o melhor goleiro que eu conheço, vai se dar muito bem. - Ela abraçou apertado o irmão. - Esse era o seu maior sonho, não? Eu estou muito feliz por você!

- Sim, era o meu maior sonho.

- Qual é o seu maior sonho, Ron? - Disse Harry fechando a porta e tirando a capa para entrar em casa.

- Ele recebeu proposta para jogar no Cannons, Harry. Isso não é maravilhoso? - A ruiva foi em direção ao marido e o recebeu com um beijo.

- Também acho Gi. Isso é muito bom.

- Como vai, cara? - Harry apertou a mão do amigo que o correspondeu. - Meus parabéns. Me desculpe pelo atraso de hoje, fiquei preso no trabalho.

- Obrigado. Ah, não tem importância não. Estou bem e você? Cuidando desses dois direito? - Ron indicou Gina e acariciou a barriga dela que já despontava um pouco.

-Sempre. Eles são minha vida... - Aquela fala de Harry lembrou-lhe Hermione por algum motivo, e isso fez sua feição mudar.

Harry e Gina se entreolharam parecendo adivinhar o pensamento do ruivo, mas nada falaram.

De repente, Dobby apareceu na sala fazendo uma reverência para Harry.

-Meu senhor, não o vi chegar. O almoço está servido...

- Obrigado, Dobby. - Os três seguiram Dobby até a cozinha, ainda conversando sobre outros assuntos depois que o constrangimento passou.

...

Os três almoçavam relativamente em silêncio. Ron notou o quanto a irmã comia com vontade e não pôde deixar de fazer uma piada sobre isso.

- Agora estou vendo o seu sangue Weasley aflorar, maninha. – Ron disse brincando. A ruiva parou de mastigar a comida, engolindo rápido para logo dar uma resposta injuriada.

- Olha quem fala, Ron. Olha o tamanho do seu prato, e eu estou comendo por dois. - Harry riu quando percebeu sua mulher dizer num tom sério o que normalmente ela diria brincando. Ron assumiu uma cor avermelhada e não disse nada.

- A Gina ultimamente tem comido mais mesmo. - Harry disse a Ron e se virou para a ruiva. - Mas você está ótima, amor. Você sabe que te acho linda assim. - Harry respirou aliviado quando Gina lhe sorriu.

-Obrigada, Harry. - Ela já não estava mais irritada. - Todas as grávidas são assim, Ron. Pelo menos a maioria delas. Eu me lembro quando a Mione... - Então ela parou de falar quando percebeu o que tinha feito. Harry tinha os olhos arregalados e Ron fitava o prato de comida com um interesse maior do que o normal.

- Tudo bem, maninha. Não tem importância. – Ron disse encabulado. Os três não disseram mais nada até que o ruivo tomou a palavra novamente.

- Como ela está? A Hermione está bem? - Ron perguntou tão baixo que se não estivesse silêncio total ninguém poderia escutar.

- Está sim. - Gina lançou um olhar significativo ao marido.

- Ela está ótima, Ron.- Reforçou Harry.

- Ron... - Começou Gina num tom de conversa que fez Harry perceber sua intenção e o cortar.

- Não Gina. Ela me pediu que...

- Não me interessa saber o que ela te pediu ou me pediu, Harry. - Marido e mulher travavam uma discussão que Ron não fazia idéia do porquê. - Hermione sempre vai agir como Hermione, fingindo sempre que sabe o que é melhor para ela. Mas quer saber? Ela não sabe, Harry! – Ron olhava de um para o outro ainda sem entender o que os dois queriam dizer.

- É a vontade dela. Devíamos respeitar... - Harry não queria brigar. Então, manteve o seu tom baixo.

- Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui? - Ron começou a ficar irritado.

- Eu digo, meu irmão.

- Gina, ela pode não gostar. Não temos o direito de... - Harry interrompeu.

- Temos sim. Nós dois queremos o bem deles. - Harry assentiu. - Então pronto.- Ron levantou ainda fitando os presentes com uma cara amarrada pela falta de esclarecimento.

- Gina, será que você pode me dizer o que está acontecendo com a Mione? - Ele perguntou nervoso.

- Ela está voltando para a França hoje à noite. - Gina disse de uma vez só, deixando o ruivo tonto. Ao vê-los discutindo sobre Hermione, ele imaginou várias coisas, mas nada parecido passou por sua cabeça. Com um baque, Ron caiu de volta na cadeira assustando os outros dois.

- Como? - Ele perguntou baixinho. - Ela não me disse nada sobre isso. Ela vai embora sem se despedir? - Ele perguntou incrédulo. Harry e Gina se entreolharam mais uma vez.

- Ela vai por chave de portal. Eu mesmo agilizei o processo burocrático no ministério. - Disse Harry culpado por não ter dito nada ao amigo, ainda que quisesse.

- Você conhece a Mione, Ron. - Disse Gina. Ela pensa que você não a receberia por ainda estar magoado pelo que aconteceu. Ela mesma me disse que eram três meses, tempo suficiente para pensarem no que realmente querem. Segundo Hermione, você precisa de um tempo sozinho, assim como ela.

- Não! - Ron se exaltou. - Eu não preciso de um tempo sozinho. Não com ela longe. - Gina sorriu ao ver o irmão reagir da forma que ela queria. - Eu posso ainda estar magoado sim, mas eu não quero que ela vá embora de novo. - O ruivo se levantou novamente. Sua feição denunciava o quanto estava confuso para decidir o seu próximo passo. Encarou a irmã e o cunhado tristemente antes de sentar derrotado.

- Se ela não veio se despedir é porque não quer me ver. - Gina bufou incrédula. - Por que vocês não me disseram? - Perguntou Ron num tom acusativo para os dois.

- Ron, eu já... - Harry iria explicar, mas foi interrompido por Gina indignada.

- Me poupe, Ronald. Será que você pode fazer alguma coisa boa por você mesmo nas próximas horas?

- Ham?

- Tire esse seu traseiro da cadeira e vá atrás da mulher que você ama! - Esclareceu Gina num tom mandão que fez que fez Harry rir.

Ron ainda estava confuso, mas saiu da mesa tão decidido em aparatar que quase o fez na cozinha mesmo.

- Ela pode estar ainda no St. Mungus ou então em casa se arrumando. - Disse Harry sorrindo ao amigo que parecia atrapalhado para achar a porta da frente.

Quando já saía da casa, o ruivo voltou e abraçou a irmã e depois o amigo em agradecimento.

- Obrigado. Eu não sei o que faria sem vocês.

Ron foi logo em direção à porta fechando-a atrás de si. Tinha esquecido sua sacola na sala dos Potters. Mas dificilmente lembraria de algo naquela circunstância. Harry respirava aliviado pelo amigo saber a verdade, e Gina tinha um sorriso bobo no rosto ainda encarando a porta que o irmão tinha acabado de fechar.

...

A rua do hospital estava cheia para um início de noite. Ron tinha aparatado num beco ali perto e quase corria para atravessar depressa a rua movimentada do centro de Londres. Mais um quarteirão e chegaria ao seu destino. O ruivo parou os passos quando deu de cara com o edifício de tijolos aparentes. O St. Mungus ficava localizado em uma loja de departamentos que os trouxas acreditavam estar de reforma. Os manequins da loja eram surrados e as roupas eram antigas. Ron encarou o manequim feminino de bata verde. E como sempre fazia, encostou o rosto no vidro e disse:

- Vim falar com a medibruxa Hermione Granger. - O manequim deu um sinal com indicador e Ronald pôde atravessar o vidro, ansioso.

Corria tão apressado pelo corredor da recepção, que nem ao menos viu o menino a sua frente, quase passando por cima dele, que aparentemente tinha feito um feitiço errado e fazia barulho com sua tromba de elefante. Em passos rápidos, o ruivo alcançou o andar que Hermione trabalhava.

Bateu na porta da sala dela inúmeras vezes. Meg, que passava no corredor na hora, notou o ruivo impaciente e foi em direção a ele.

- Ronald Weasley? - Ele a olhou.

- Olá, senhora. A senhora sabe se a Hermione está ainda aí? - Meg sorriu ao perceber a intenção do rapaz, e se apressou a respondê-lo.

- Não querido. Ela já saiu. Ron soltou os ombros, derrotado.

- Ela deve estar em casa, se você se apressar dá tempo de pegá-la lá. - O ruivo sorriu agradecido e beijou a senhora no rosto, deixando uma Meg feliz por Hermione.

- Obrigado, senhora Stuart. - Ron disse olhando no crachá e se apressando em sair dali para não perder muito tempo.

Quando o ruivo dobrou o corredor, Meg sorriu aliviada. Não tinha adiantado de nada tentar convencer Hermione a ficar quando ela foi se despedir da amiga. No entanto, sabia quem poderia fazer isso. E esta pessoa estava determinada em fazê-lo.

...

Hermione fechava a casa com um último feitiço de proteção. Ela carregava a casinha de Bichento na mão direita, e na esquerda, uma bolsa de mão. O seu malão já havia sido mandado para a inspeção no ministério. Pois queria se adiantar na viagem. Quem sabe não antecipariam o seu horário da chave de portal? Ela torcia para que isso acontecesse.

Quando desceu os degraus da escadinha da porta da frente, o seu estômago gelou. Virou-se mais uma vez para encarar a casa branca que morava e uma lágrima involuntária escorreu do seu rosto. De repente pensou em Ron e seu estômago pareceu se contorcer mais ainda. Na garganta acumulava-se um bolo que doía cada vez mais. Ela estava angustiada.

Tentando enxugar as lágrimas que caíam dos olhos, depositou a bolsa de mão e a casa de Bichento no chão. E logo se sentou esperando se acalmar, o que não acontecia. Porque as lágrimas tinham aumentado em grande quantidade.

Bichento miou protestando. O animal a encarava triste, pois ele sabia o motivo pelo qual ela chorava.

Por poucos segundos Hermione pensou em se despedir de Ron, mas não conseguiria partir se o visse. Disto ela tinha certeza. Amava-o muito e bastava vê-lo para desistir de tudo que tinha planejado. O seu futuro. Tinha que tirar essa idéia louca da cabeça e assim o faria. Tomando de volta uma postura racional, a morena se levantou, pegando a bolsa e a casinha de Bichento nas mãos.

O gato ainda miava irritado quando a dona desaparatou sem olhar para trás.

...

Ron correu para frente da casa em passos largos. Ele estava ofegante. Sem prestar atenção envolta, bateu na porta, mas nenhum movimento veio de dentro da casa. Foi quando ele reparou, já era noite e tudo estava apagado. As janelas fechadas e as cortinas também. Não havia nem sinal do fogo da lareira.

O coração acelerou sem avisar e um desespero bateu. E se Hermione já tivesse ido embora? E se Hermione o tivesse deixado mais uma vez para estudar na França? Esse pensamento o deixava angustiado, mas não deveria perder as esperanças. Precisava pensar em algo rápido. Poderia não saber ao certo o horário da chave de portal que ela tomaria, mas ainda sim, tentaria impedi-la de ir se fosse possível.

Tomado por uma súbita esperança de Hermione ainda estar por ali, o ruivo deu uma volta em si mesmo procurando algo que nem ele sabia o que era. Pois Hermione não estava lá. Vendo que não havia nada ali além de si, Ron deu um giro rápido. Desta vez para aparatar no Ministério da Magia.

...

- Por favor, Senhorita Granger, a senhorita pode esperar sua chave de portal na sala 13. - Disse Anne, uma funcionária do ministério, à Hermione que aguardava num grande corredor e já estava voltando para o átrio quando obteve a informação.

- Obrigada. - Agradeceu a medibruxa atravessando um grande portal. Chegando na sala, avistou alguns bruxos e foi com surpresa que viu Kevin vir em sua direção.

- Olá Hermione. - Ele disse cordialmente enquanto ela fez uma careta.

- Oi Kevin. - A morena não deu muita atenção ao rapaz, pois Bichento miava sem parar irritado na casinha.

- Está tudo bem? Eu não sabia que você ia viajar... Nossa, o seu gato cresceu, hein... - Kevin deu uma olhada no relógio de bolso incomodado. Hermione estava desconfortável com a postura do ex-namorado, mas não disse nada a respeito.

- Sim, estou indo para Paris. - Ela disse depositando Bichento no banco de espera.

- Também estou indo para França, mas para Orleans. Minha chave de portal atrasou. Era para ser liberada à tarde, mas não foi.

- Sei... - Disse ela com nenhum interesse no que ele dizia. Não estava nem um pouco a fim de conversar com ele. Não, se o moreno escondia sua tipica arrogância com a doçura das palavras do momento. Não tardaria e ele começaria a insultá-la.

Como se adivinhasse seus pensamentos Kevin disse:

- Não vou insultá-la, Hermione. Não mais. - A garota achou aquilo estranho. Será que ele era um bom legilimente e ela não sabia? Não se lembrava de alguma situação parecida no passado.

- Aliás, eu queria me desculpar por aquele dia no campo de Quadribol. Eu me descontrolei, não queria te machucar. - Ela ficou sem ação. Até mesmo um pedido de desculpas estava difícil de aceitar.

- Eu queria me desculpar por tudo que te causei. - Ele continuou, estava um pouco rubro. O moreno tentou alcançar seu braço, mas ela desviou rápido, temerosa.

- Tudo bem, Kevin. Eu... eu aceito as suas desculpas. - Gaguejou nervosa.

- Eu fui um tolo, um idiota. - Kevin sentou ao lado da casinha de Bichento que olhou feio para ele.

- Eu pensei que te afastando do Weasley, você poderia voltar para mim. Mas eu estava errado, como sempre estive achando que um dia você poderia esquecê-lo e me amar de verdade. - Hermione engoliu seco. Ele estava certo. Na verdade, ela também forçou a barra quando ficou com ele na França, achando que um dia poderia esquecer Ron.

- Eu também forcei... - Ela começou a falar e foi interrompida.

- Não, eu forcei mais. E depois de tudo, com o meu orgulho de homem ferido, eu queria tomá-la de volta. Não importava como.

- Me desculpe, Kevin. Eu te fiz sofrer. - Hermione disse sincera, torcendo intimamente que fosse o bastante para concertar tudo.

- Sabe, eu nunca levaria aquelas chantagens a sério. Não realmente. Sinal que eu ainda possuía um pouco de senso dentro de mim. - Hermione sorriu fracamente.

- Senhor Burton, a sua chave de portal já está pronta. - Disse uma funcionária entregando a ele uma caixa. - Em dois minutos é só tocar o dado que contêm aí dentro. Boa viagem.

- Boa viagem, Kevin. - Hermione tocou-lhe o braço sem repugnância desta vez.

- Eu amei você, Hermione. E se não é para te ter, que você fique com o Weasley. Só ele pode te fazer feliz como merece.

- Obrigada, Kevin.

Logo depois o moreno foi puxado por uma luz forte que iluminava o dado em suas mãos. Bichento ronronou alto por causa da luz. Quando Hermione tomou-o no colo, Kevin já estava longe dali. Havia chegado em Orleans.

A medibruxa sentou para esperar sua vez. Muitos bruxos entravam e saíam da sala sem nem olhá-la. Ela não pôde reconhecer nenhum deles. Se pelo menos houvesse um conhecido, ela mataria o tempo conversando. Mas não havia, e isso não ajudava em nada o seu nervosismo.

Desejou ter um livro para se distrair no momento, mas infelizmente todos os seus pertences que estava levando há essa hora já estavam na França. Não daria mais tempo de desistir. Com esse pensamento estreitou Bichento em seus braços. Ele seria sua única companhia de agora em diante.

....

Ron já estava irritado com a quantidade de pessoas que esbarravam nele naquele corredor. Há mais de dez minutos atrás uma funcionária magrela tinha lhe dito que a sala das chaves de portal era ali. Mas ele não encontrava o lugar. Achar Hermione estava sendo mais difícil do que ele pensava.

Logo que chegou ao ministério um outro funcionário resolveu barrá-lo quando passou, pelo seu desespero, por uma área restrita para funcionários. O velho de bigodes alugou cinco minutos do ruivo para um sermão, que até então só tinha ouvido de sua mãe. Ronald nem arriscou perguntá-lo onde que ficavam as chaves de portal, porque era capaz dele não dizer nada e ainda tomar o pouco tempo que tinha.

Continuou seguindo o corredor apressado, a cada porta que via ele olhava esperançoso pelo vidro procurando por uma familiar cabeleira castanha. Mais adiante, no fim do corredor, havia um portal com uma mulher parada. Ele reparou que ela vestia o mesmo uniforme do homem que tinha o barrado minutos antes. Quem sabe, a mulher poderia lhe informar se ele estava no lugar certo ou não. Indo em direção à ela, o garoto ganhou o fim do corredor parando em frente à funcionária.

- Por favor, Anne... Aqui é a sala das chaves de portal? - Olhando o crachá da moça, ele perguntou nervoso. Tinha um pressentimento ruim de que não poderia demorar nem mais um minuto.

- Sim, senhor. Qual o seu destino, senhor? - A mulher lhe perguntou com um ar profissional. - Dependendo do seu destino lhe informarei a sua sala. - Ron pigarreou. Na verdade, ele não tinha destino. Precisava falar com Hermione, ou fazê-la sair dali. Teria de fazer isso rápido.

- França. – Ele disse de súbito. Anne sorriu, mas logo assumiu uma feição desconfiada no rosto.

- E onde está seu malão, senhor? - Ron engoliu seco.

- Escuta, Anne, eu preciso entrar. Me diga por favor qual é a sala que devo me dirigir. A mulher que amo está aí dentro ela vai partir se eu não a impedir.

- Sinto muito, senhor. Mas o senhor não pode entrar. - Ron sentiu o buraco do estômago latejar. Isso não poderia estar acontecendo. Ele entraria de qualquer maneira, nem que tivesse que apelar para isso.

...

Hermione tinha colocado gato de volta na casinha, e tamborilava os dedos levemente no banco ao seu lado, fazendo um barulho irritante para quem estivesse perto.

- Senhorita Granger a sua chave de portal já está pronta. - Disse a funcionária lhe entregando uma pequena caixa. - Em cinco minutos é só tocar o relógio que está aí dentro e estará no seu destino. - Hermione agradeceu com um sinal de cabeça e passou a fitar a caixa com interesse.

Um minuto se passou. A morena estava tão imersa em seus pensamentos que nem percebeu a confusão que se formava na porta da sala.

- Senhor, eu já disse que não pode entrar! - Hermione viu a funcionária, que antes tinha a atendido, gritando na porta. Ela ralhava com um homem alto e ruivo. Ele parecia devolvê-la no mesmo tom.

- Ron?! - Hermione gritou ao perceber quem era. Ele lhe sorriu. Pela sua feição estava aliviado em encontrá-la.

- Mione... - Ele disse vindo em direção a ela.

- O que você está fazendo aqui, Ron? - Ela estava confusa em vê-lo.

- Por que você está indo embora sem se despedir? - Ele devolveu a pergunta com uma expressão dura no rosto.

- Eu te fiz uma pergunta, Ronald. - Hermione tentava falar baixo para não chamar atenção. Entretanto, todos já estavam prestando atenção nos dois. Ron sorriu inclinado. Não estava nem um pouco envergonhado com a platéia. Já Hermione, estava rubra.

- Eu te respondo, Hermione. - Ele respirou para tomar fôlego. -Eu vim porque não quero cometer o mesmo erro de anos atrás. Eu não quero ver você indo embora sem pelo menos tentar te convencer a ficar. - Uma mulher de chapéu perto deles tapou a boca com a mão para esconder um sorriso bobo no rosto.

- Eu não posso ficar. São só três meses, vai passar rápido. Eu sei que você precisa desse tempo sozinho... - Ron sorriu divertido. Sua Hermione nunca mudara. Não, enquanto ele a amasse.

- Por que você tem a mania de decidir as coisas pelas pessoas? - Hermione engoliu seco.

- Por que às vezes “as pessoas” não sabem se decidir por elas mesmas e acabam fazendo ou dizendo bobagens. - A morena devolveu.

- Eu fui um idiota por ter dormido com a Lilá. Eu fui um canalha no dia do jogo de Quadribol, Mione. - Hermione endureceu o corpo visivelmente. - Naquele dia que briguei com Kevin, eu estava bêbado e arrasado. Tinha arruinado o meu time e tinha perdido você...

- E descontou em mim?

- Me desculpe... - Hermione pôs o cabelo para atrás da orelha num gesto nervoso.

- Se isso te deixa feliz, posso dizer que estou fora do time agora. - Ele disse triste. Ela o olhou com pesar.

- Sinto muito, Ron. - Ela tocou-o no braço carinhosamente. Ele sorriu. Por um momento Hermione se perdeu no oceano dos olhos azuis de Ron. O ruivo parecia enfeitiçado ao retribuir o olhar. Porém, o encanto se perdeu quando alguém chamou a atenção dos dois.

- Senhorita Granger, o portal vai se abrir a qualquer segundo, é melhor a senhorita se apressar. - A medibruxa mordeu o lábio nervosa. Quando fez menção de abrir a caixa, ainda em suas mãos, Ron segurou seu braço encarando-a intensamente.

- Fica... - Ele acariciou de leve o rosto dela com as costas da mão. - Fica comigo... Vamos esquecer tudo e começar de novo.

- Eu não posso, Ron. Mas eu volto. Eu volto para você... - Ela disse tão baixo que as pessoas atentas a eles não conseguiram ouvir. Hermione pegou a mão de Ron que a acariciava e a beijou demoradamente. Os dois não disseram mais nada até Ron ser levado para fora por alguns homens do ministério. Ela o viu sendo arrastado para fora. Desviando o olhar de Ronald, Hermione olhou para a caixa decidida.

Ron caminhava triste de volta ao longo corredor. Hermione tinha partido. Ficaria sem ela por longos três meses. Tinha certeza que essa seria a espera mais longa de sua vida, pois o peito já doía de saudades. Sem perceber, uma lágrima caiu dos seus olhos que se embaçaram na vontade de expelir mais algumas. Não muito animado, ele enxugou o rosto já molhado. E foi quando chegou no início do corredor que pôde ouvir passos em sua direção. Quando se virou, era Hermione. Ela vinha em sua direção quase correndo e ao vê-lo a encarando, começou a falar sem parar. Ele sorriu e parou de andar.

- Por que você foi embora da minha casa naquele dia? - Ela perguntou sorrindo para ele que retribuía. A medibruxa não tinha nada nas mãos.

- Não sei, acho que eu fiquei com medo de você me atacar com aqueles canários malditos outra vez, se descobrisse que eu estava de ressaca. - Ele disse divertido. Ela gargalhou, já estava bem próxima dele.

- Eu amo você, Ron. - Hermione disse ao pular nele para abraçá-lo.

- Eu também te amo, Mione. Ele respondeu ao estreitá-la em seus braços, suspendendo-a do chão.

As bocas estavam bem próximas. Os dois podiam sentir a respiração um do outro. Só o contato de pele com pele era o próprio êxtase. Tanto Ron quanto Hermione ansiavam um beijo.

- Resolveu ficar então? - Perguntou o ruivo a menos de um milímetro da boca dela.

- Resolvi rever as minhas prioridades.

- E qual é a sua maior prioridade no momento? - Perguntou Ron ainda no tom de brincadeira.

- Você... - Ela beijou o cantinho da boca dele. - Ficar contigo e começar de novo... - Ele sorriu inclinado e já se preparava para mais uma piadinha quando foi interrompido pela amada.

- Me beija logo, Ronald Weasley. E cala a boca...

- Seu desejo é uma ordem, meu amor.

Ele a beijou intensamente nem se importando com as pessoas que assistiam o “show”. Nenhum pensamento racional pôde ser formulado naquele momento. Os dois estavam entregues ao beijo, explorando lábios e línguas como se nunca tivessem o feito antes. Talvez não, não desse jeito. O beijo durou longos minutos ao som de suspirou e gritinhos das mulheres que jaziam no corredor como espectadoras.

- Acho que temos platéia, Ron. - Hermione disse vermelha olhando em sua volta. Ela escondeu o rosto rubro no peito do ruivo e ele riu do jeito encabulado dela. Assim que notaram o desconforto do casal ao ser observado, as pessoas voltaram à sala de espera apresentados.

- Me beija de novo? - Ele pediu carente. Hermione riu da cara que o ruivo fez e atendeu seu pedido prontamente. Uma mão de Ron pousava em sua cintura enquanto a outra segurava sua nuca ao beijá-la.

De repente ele a sentiu enrijecer em seus braços e estranhou quando a garota parou o beijo.

- Oh Merlin! - A morena tinha a cara assustada, deixando Ron preocupado. - O meu malão! Eu preciso pegar o meu malão. Ele já foi despachado!

- Você pode pegá-lo, Mione. Mas não essa noite... - Ron disse marotamente enquanto acariciava o rosto dela.

- Ronald! - Ela ralhou com ele, batendo no seu braço prendendo o riso.

- Ah, qual é, Mione? Você pode sobreviver sem livros e roupas por uma noite. Pode deixar que eu providencio isso.- Ron continuou com uma expressão divertida, o que fez a morena gargalhar.

- Você não presta, Ron.

- Eu sei. E você me ama por isso. - Ele retrucou, beijando-a em seguida antes mesmo que ela protestasse.


...


Ao sentir o cheiro dele ao seu lado, ela sorria ainda de olhos fechados. Jurava que tudo fora um sonho, mas esta idéia se esvaiu quando viu os cabelos vermelhos sendo iluminados pela claridade da manhã. O peito dele subia e descia devagar, enquanto sua respiração cortava o silêncio do quarto. Ela queria tocá-lo, sentir o corpo dele juntos ao seu novamente, mas teve medo de acordá-lo de um sono que parecia bom pelo sorriso estampado no rosto do ruivo.

Hermione sorria encantada ao vê-lo dormir. Por quanto tempo ansiava por este momento? Por quanto tempo sentia falta de se aconchegar naquele peito e dormir sem preocupação? Agora tudo seria diferente. Não havia mais mentiras, não havia mais o que esconder. Ela finalmente estava livre para se entregar ao amor que sempre fora seu.

Definitivamente não teria mais pesadelos como costumava ter.

- Já acordada?b- Ron perguntou com a voz embargada, aproximando-se de Hermione.

A morena se aconchegou no peito do ruivo.

- Eu estava vendo você dormir. - Ela sorriu beijando-o na boca.

- Que graça tem isso?

- Para mim tem. Você é lindo de se olhar. - Ele sorriu convencido de si.

- Não mais que você. - Ron beijou-a de volta. O beijo foi aprofundado, quando de repente o estômago dele se manifestou alto fazendo Hermione rir.

- Está com fome, lindo? Vou preparar alguma coisa para a gente comer.

- Que se dane o meu estômago, eu quero ficar aqui com você. - Disse Ron agarrando-a pela cintura, quando ela ameaçou se levantar.

- A gente vai ter todo o tempo do mundo agora, Ron. - Ela disse o alcançando para um curto beijo.

- Não temos não. Daqui a pouco eu tenho que dar as caras na Toca antes que a mamãe tenha um enfarte. - Ela riu, mas pareceu confusa.

- Na Toca?

- Sim, eu estou morando lá por enquanto até conseguir me ajeitar. - O ruivo disse desconfortável ao lembrar de sua situação. Hermione mostrou-se compreensiva.

- Vamos dar um jeito nisso, meu amor. Você vai ver. - A morena levantou-se rápido, não sem antes dar um beijo carinhoso no rosto dele. Ela foi até o armário e tirou um roupão velho vestindo-o.

- Eu vou ligar para os meus pais agora. Eles também já devem estar preocupados comigo. – Disse ela já saindo do quarto, jogando um beijo no ar antes de desaparecer pela porta.

Ronald suspirou. O cheiro dela o inebriava completamente. Tudo naquele quarto tinha sua essência e isso o deixava maluco. De súbito, ele se levantou. Tomaria um banho para esfriar a cabeça. Pois do jeito que Hermione demoraria lá embaixo só um banho frio poderia aquietá-lo um pouco.

Quando o ruivo desceu as escadas pôde ver Hermione se despedindo dos pais para desligar o telefone.

- Eu também amo vocês, mamãe. Sim, eu ligo com certeza. Obrigada, mãe. Tudo bem, eu sei que vocês não ficaram chateados. Um beijo, tchau.

- Assim eu vou ficar com ciúmes. - Ele disse fingindo-se chateado. Ela riu se dirigindo a cozinha com ele em seu encalço.

Quando Ron entrou no cômodo, viu a chaleira fervendo e ao lado desta tinha uma cumbuca de leite, que era mexido por uma colher de pau rapidamente.

- Quer dizer que está com ciúme dos meus pais? - Ela o abraçou capturando-o de seus pensamentos.

- Sim estou com muito ciúme. - O ruivo se fingiu de bravo, mas não deixando de transparecer um sorriso radiante.

A chaleira piou alto fazendo com que Hermione se virasse com atenção para a pia. Ron a abraçou por trás e começou a beijá-la no pescoço avidamente.

- Ron, estou fazendo o seu café da manhã! - Ela ralhou, tentando pegar o pão que estava do outro lado da pia.

- Eu não resisto. - Ele continuou o que estava fazendo. - Você é muito cheirosa ... - Ela deu um risinho encantada e depositou o leite em duas xícaras que conjurou.

- Eu vou sentir saudades disso quando você voltar para a Holanda. Você vai voltar não vai, mesmo saindo do time? - Hermione perguntou com certa dificuldade. Ron continuava a beijá-la.

- Não. - Ele disse por um momento ficando sério. – Eu vou voltar para vender a casa e só. Fui chamado para jogar pelos Chuddley Cannons. - Ela deu um gritinho e logo se virou para abraçá-lo animada.

- Você está falando sério? - Ele assentiu. - Isso quer dizer que você... Que você vai ficar na Inglaterra e que a gente não vai precisar de chaves de portal ou pó de flú para se ver?

- Sim é isso. Eu vou morar na Inglaterra. E você vai ter que me agüentar todo dia vindo aqui... - Ele respondeu rindo pela animação dela.

- Isso é maravilhoso, Ron. Eu estou tão orgulhosa de você. - Ela começou a depositar beijinhos pelo rosto dele.

- A Inglaterra é o melhor lugar para se estar... - Hermione o olhou, questionadora. - Porque você está aqui, então é o meu lugar. - Ele continuou antes que ela perguntasse.

- Eu te amo, Ron.

- Então... Você aceita namorar comigo? De verdade, Mione. Sem mentiras, sem enganos desta vez.

- Pensei que você nunca iria perguntar...

- Eu te amo, Hermione.

Eles se beijaram intensamente. As xícaras de leite estavam esquecidas no canto da pia, assim como a chaleira de água quente. Hermione havia até esquecido do seu malão, que agora jazia no ministério francês. Depois daria um jeito de buscá-lo.

Quando a chaleira piou novamente, bichento passou correndo miando alto para chamar atenção. Mas nada adiantou. Quem sabe mais tarde se lembrariam que existia um mundo em volta deles?

Aquela era a primeira manhã de muitas que passariam juntos.










NB: Nossa, foi sofrido mas no final tudo acabou bem. Não que em alguma vez eu tenha duvidado disso, claro que não! *assovia* Parabéns Liz por essa história envolvente. Como é uma história que eu acompanho desde o início, obrigada por me deixar participar disso. Bjks e até a próxima.


N/A: Esse é o fim, ou quase fim eu diria. Ainda não vou escrever FIM porque ainda tem o epílogo. Mas esse é realmente o último capítulo.... Eu sei que judiei de vocês, mas era por uma boa causa. Eles não ficariam juntos logo no início do capítulo. Mesmo assim eu espero que vocês tenham gostado. Obrigada por lerem e comentarem! Nós nos veremos no epílogo e depois na minha próxima fic que já tem trailer postado no site.

Sobre o capítulo: A parte da chave de portal e do ministério é tudo invenção minha. Não sei realmente se é desse jeito que se pega uma chave de portal ( a sala e tudo mais) ,mas isso veio na minha cabeça e foi assim que eu escrevi.

O capítulo seria ainda maior, mas não deu. Então uma parte que ainda seria do último capítulo foi transferida para o epílogo!

Algumas pessoas podem nem acreditar ou achar um exagero, mas essa história mudou muitas coisas na minha vida. Entre elas, duas de muita importância: Solidificou o meu desejo e dedicação por escrever e me trouxe muitos amigos. Obrigada a todos por tornarem isso possível.


Meu próximo projeto! Com o trailer postado!

A crise dos 7 anos

http://fanfic.potterish.com/menufic.php?id=28140



Comentários:

Lorrainne Russel: Obrigada Lo! Sempreeee auahuahha eu sei que você implica com o meu “obrigada”, mas é só o que eu posso dizer diante de um comentário desses. Eu também sempre vou ser grata a você por trazer tantas coisas boas para mim.Quanto ao capítulo... e aí gostou? Você deve ter querido me matar com certeza, mas no epílogo tem mais cenas cutes! X) Enfim eles estão juntos e felizes! Então a fic teve que acabar...Eu espero que tenha correspondido as suas expectativas! Te amo!!!ps: Eu adorei demais as nossas férias!bjoks chuchu!

Slythiee: Primeiro de tudo... Que nick é esse Bih? Morri de rir. Pronto, ela declarou pra todo mundo que joga do outro lado! Sua má!!!!Sua sonserina! Uahauah Coração partido total? Owww abraça amiga!!!! O Ron voltou para a Mione, não poderia ser diferente não é? quanto ao seu Jim eu decidi que ficariam juntos, mas não do jeito que ele quer e sim do jeito que ela quer, ou melhor vc! Auahauha Ainda vou escrever algo sobre eles no epílogo.H/G são lindos sim! Eu amo escrever sobre eles. Te amo! Bjosss

Cristhine: Agora acabou, Cris. Mas eles ficaram juntos né? Isso é bom. Ainda tem o epílogo para te deixar feliz! Bjoks querida!

Ana Hansen: Obrigada Ana!!! Seus elogios sempre me deixam muito feliz! Espero ter correspondido com as suas expectativas!! Adorei o seu recado lá na comu para mim!! Obrigada! Ainda falta o epílogo, mas esse é o fim!Eu tenho uma próxima fic sim e já está com o trailer online! Bjoks querida!

Day Pereira:Oie Day! Poucos leitores comentam sobre James e Bárbara... que bom que gostou!!! Obrigada! Espero ter correspondido suas expectativas sobre o último capítulo. Finalmente eles estão juntos!Gostou do Harry e da Gina se metendo? A ruiva não ficaria quieta não é? Bjoks querida!

Aninha Weasley: Oie. Espero que tenha amado este último! Está com raiva do Ron? Enfim eles ficaram juntos não é? Nos vemos no epílogo! Bjoks querida!

Grinlufcorvsons:Oie!!!!Obrigada!! Espero ter correspondido suas expectativas com esse último capítulo. Que bom que gostou tanto do penúltimo! Bom, a fic acabou, mas ainda tem o epílogo! Depois dele a fic acaba realmente!Mas em breve o primeiro capítulo da minha próxima fic estará online. Bjoks querida!

Taiane Araújo Santana: Obrigada!! O último capítulo já está postado! Bjoks!

Lisandra Matthew : Truculência? Auahauaha adorei! Esse então deve ter sido ainda mais não é?Espero que tenha gostado! Bjoks querida!

Carol Lee: Querida, eu amei o seu comentário. Morri de rir você brigando com o Ron. Pode bater, ele mereceu mesmo. Você está certa, já não chega na Before que ele faz shit demais! Quanto ao James eu acho que esse vai aprender com o tempo, já que a Bárbara não dorme no ponto. Devo escrever mais sobre eles no epílogo! X)) Espero que você tenha gostado do último capítulo! E que ele tenha superado suas expectativas. Mas ainda tem o epílogo e aí vai ser realmente o fim! Bjoks querida!

Lorys Granger: Oi lo!! Sim ele tinha que ter ido embora sim, por mais que a gente não quisesse. O Ron sempre vai ser cabeça dura, não é? Mas que agora ele se redimiu. Claro que teve que ter um empurrãozinho da Gina, mas ele correu atrás do que era dele! Obrigada sempre pelas suas palavras!! Espero que eu tenha correspondido as suas expectativas! Bjoks querida!

Bianca: Obrigada, Bianca! Enfim eles estão juntos! Espero que tenha gostado do final! Mas ainda tem o epílogo!! Obrigada pelo elogio! Bjoks querida!

Dany Kohn: Obrigada Dany! Finalmente eles estão juntos não é? Sofreram muito, mas tudo deu certo no final das contas! Não é que você acertou? É uma leitora atenta. Foram Harry e Gina que deram um empurrãozinho para o Ron agir. Porque do jeito que ele é cabeça dura, só assim mesmo. É uma pena que a fic tenha acabado, mas ainda tem o epílogo para finalizar realmente. Espero que tenha gostado do capítulo! Bjoks querida!

Luisão: Saudades de você querido! Infelizmente o último capítulo foi um só, mas se pensar direitnho nem tudo que eu queria pôr no capítulo deu. Então vai aparecer no epílogo, até para ele ficar maiorzinho! Espero que tenha gostado do final! Bjokss querido!

Georgia : Oláaa! Obrigada!! Espero que tenha gostado do último capítulo!Nos veremos no epílogo! Bjoks querida!

Yu*k:Oieee. É,não foi no final de julho demorou uma semana a mais, mas eu tive meus motivos. Espero que tenha gostado. Depois eu passo lá na sua fic! Bjoks querida!!

Janaína Ferreira: Jana, você queria que a fic fosse perpétua? Auahauhauah Tenho que rir, mas obrigada por isso!Espero que eu tenha correspondido as suas expectativas do último capítulo! Nos veremos no epílogo! Bjoks querida!

Lily Rouwood : Obrigada Lily!Não tem problema você ter demorado a ler. Os estudos vêm em primeiro lugar! Por que você acha que demoro tanto a postar? Enfim eles estão juntos! Merecem não é? Depois de tanto tempo já estava na hora de se acertarem. Espero que você tenha gostado do capítulo. No epílogo tem mais! Bjoks querida!

Lary: Nova leitora? Ficou feliz em ver gente nova já na reta final. Como você disse, não sofreu tanto para esperar o que vinha pela frente no próximo capítulo. Amei seu comentário! Obrigada por todos os elogios, de verdade. Eu fico muito feliz em atingir as pessoas desta forma. Espero que tenha gostado do final, mas ainda tem o epílogo para finalizar. Bjoks querida!

Vitória de sousa chão: Oie querida, você não tinha comentado não. Obrigada! Agora eles estão juntos. Espero que você tenha gostado do capítulo! Bjoks querida!

Thais Domingos dos Santos Rodrigues: Desta vez o post não foi tão perto do seu niver, não é tata? Mas espero que você tenha gostado do capítulo! Tem mais no epílogo! Receber você no RJ foi o melhor das minhas férias com certeza. E saiba que já estou com muitas saudades de você!Obrigada por fazer parte da minha vida! Te amo, querida!bjoks

Joana Weasley: Obrigada Joana. Espero que você tenha gostado do último capítulo! Tirar idéias da minha fic você pode, mas tente colocar o seu jeito na história para não ficar igual. Porque caso contrário fica sem graça. Bjoks Querida!

Taciana Weasley: Cumadre, agora vc já me viu pela webcam!! Uahauahahu Quer dizer que você ficou indignada pela tata ter recebido um pedaço do capítulo. Mas era niver dela e eu precisava dar algo especial. Você tinha que ter visto a cara que ela fez quando eu entreguei. Nos veremos em novembro se Deus quiser! A gente vai se conhecer pessoalmente também!Bom, espero que você tenha gostado do cap. Ainda tem o epílogo então a despedida não precisa ser agora. Bjoks querida!

Cristina Margon: Obrigada! O final já está postado! Aguarde o epílogo! Bjoks querida!

Daniella Granger: É a sua fic preferida? Obrigada Dani! Você sempre me acompanhando. Você fica com medo que algo aconteça? Não vou desistir de escrever! Não mesmo. Bom,agora já está escrito o último capítulo, não precisa temer. O epílogo já comecei a escrever também. Eu só pararia de postar a fic se eu morresse. Fora isso,não! Mesmo que eu demorasse séculos, mas um dia eu postaria. O meu próximo projeto já esta na FeB com o trailer online se chama A crise dos 7 anos! Espero que você tenha gostado do capítulo! Nos veremos no epílogo! Bjoks querida!

É isso pessoal! Até o Epílogo! Beijokas em todos!


Liz


Nox












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