Era Uma Vez...



Capítulo 18: Era uma vez…




Pouco depois, Sophie anunciou que Dobby e Winky indicariam a todos onde dormiriam aquela noite, e que depois, descessem para jantar quando estivessem prontos, seguindo para junto do cilindro onde os vampiros ainda permaneciam.

“E o jogo está apenas começando” – pensou ela, suspirando cansada.









Um homem com vestes bruxas aristocratas caminhava impaciente em frente a uma lareira, esperando uma confirmação.

-O feitiço funcionou, eu os achei. Mas provavelmente não estão mais lá, porém o contato inicial foi bem sucedido... Temos um acordo, humano – disse Aeron às costas do homem, o assustando.


O bruxo apenas limitou-se a acenar com a cabeça. Em breve as coisas iriam mudar, e ele iria provar que estava certo, que sempre estivera.








Harry subiu juntamente com a filha a fim de verificar suas acomodações.

Hermione e Gina subiram para se aprontar para o jantar, como a maioria dos demais.

Rony, apenas se trancara no quarto a gargalhar até perder o ar, recordando os olhares fulminantes que Hermione lhe lançava quando pensava que não tinha ninguém olhando.

Sophie pacientemente deslacrou a tampa do cilindro onde os corpos dos vampiros repousavam assim que a sala esvaziou-se.


-Denetor – chamou calmamente enquanto conjurava uma cadeira para se sentar.


Alguns segundos depois o vampiro emerge, sua pele antes alva estava cheia de pequenos hematomas, suas mexas antes loiras, agora estavam rubras e empapadas. Enquanto se ocupava em retirar alguns fios que lhe atrapalhavam a visão, Vampira também emergiu.


-Pergunta número um – rosnou o vampiro com expressão de poucos amigos – Se aquele era o Aeron... Cuja história, que se liga a sua você, me contou há muito tempo, o que ele fazia no mundo dos vivos? – rosnou.
-Deve ser a idéia que Nosferatus faz de uma brincadeira, um modo de fazer-me pagar uma antiga afronta – sorriu Sophie sem emoção.
-Claro! Brincadeira de ótimo gosto, aliás. Lady Sophie X Imperador do Inferno. Sophie, por Drácula, nós quase fomos mortos! – cuspiu acidamente Vampira.
-Odeio quando essas profecias começam a se tornar realidade – resmungou Sophie tamborilando os dedos no braço da poltrona que acabara de conjurar.
-Se ele está no papel de arcanjo negro, que necessariamente não precisava ser ele, então há um humano por trás disso, não? – perguntou Denetor.
-Sim, Lílian avistou um Hicros no telhado no momento do ataque, o que só confirma os fatos. Uma vez que demônios não têm plenos poderes sobre outros de sua mesma divisão, o problema é: Quem é ele? E como descobriu sobre o ritual? – perguntou Sophie.


Os três permaneceram em silêncio diante da confusa discussão.


-Então, a missão de agora em diante vai girar em manter Lílian segura? – perguntou Vampira seriamente.
-Basicamente sim. Eu já tinha um plano formado caso isso acontecesse, só preciso revisar alguns atos e colocar os peões em seus devidos lugares no tabuleiro, e logicamente, manter Potter pai e filha ocupados enquanto isso – disse se levantando da cadeira.
-Por isso de os Weasleys aqui? – perguntou Denetor desconfiado.
-Também, caro amigo, também - terminou sorrindo e se dirigindo às escadas.


Passados alguns segundos Vampira voltou sua atenção ao vampiro ao seu lado.


-E agora? – perguntou Vampira a Denetor.
-Fazemos o mesmo de sempre... Seguimos ela até o final – disse olhando-a nos olhos com tamanha intensidade, que se fosse humana, Vampira certamente teria sentido um arrepio lhe subir pela espinha.






Depois de ter certeza que estava tudo o mais confortável possível, Harry deixou o quarto da filha, não sem antes protestar.

-Lílian, está acabando água do planeta, desliga esse chuveiro – gritou, ajeitando o malão da mesma aos pés da cama.


O barulho da água caindo reinou sobre o absoluto silêncio.


-LÌLIAN – gritou Harry enfurecido diante da ignoração.
-HÁ MAIS DE UMA SEMANA QUE NÃO VEJO CHUVEIRO E ÁGUA QUENTE, PAI. DÁ UM TEMPO! - gritou a pequena de volta.
-EI! OLHA O RESPEITO – gritou Harry sorrindo diante da resposta atravessada da filha.
-PORQUE VOCÊ NÃO VAI PROCURAR A OUTRA RUIVA PRA ENXER O SACO? APOSTO QUE ELA ESTARIA MAIS DISPOSTA A INTERROMPER O BANHO PRA BRIGAR COM VOCÊ – berrou de volta soltando uma sonora gargalhada.


Harry perdeu a fala. Não sabia se entrava no banheiro e afogava aquela diabinha dos cabelos cor de fogo, ou se ria, e gemeu diante do pensamento apavorante de considerar as palavras da filha.


-ESTOU LÁ EMBAIXO SE PRECISAR DE ALGO – disse por fim, se encaminhando para a porta e ouvindo uma nova gargalhada. Mais uma vez, Lílian havia ganho uma discussão espetacular, mais uma vez ela apanhara o pomo de ouro bem embaixo de seu nariz... Mais uma vez.






Assim que a porta foi fechada às suas costas, Hermione soltou um bufo de exasperação e fitou a amiga, que abria placidamente o malão.


-Seu irmão é um trasgo, sabia? – perguntou nervosa.
-Lógico que sim. Pelo que me lembro é exatamente por esta razão que você é apaixonada por ele, não? - perguntou fazendo uma falsa cara de intrigada.
-Eu acho que ele não gosta mais de mim – disse emburrada se jogando na cama.


Como resposta Hermione obteve uma gostosa gargalhada.


-O que foi? – perguntou irritada, se levantando – Você viu como ele está me tratando? – disse enquanto abria seu malão.
-Do mesmo jeito que você o trata – respondeu Gina séria, encarando a amiga.


Hermione, devido ao choque diante das palavras da amiga, quase prendera os dedos quando o malão se fechara.


-Eu... Não... Você está exagerando – disse Hermione por fim.
-Hermione, eu sou sua amiga e irmã dele, não estou defendendo nenhum dos lados. Mas francamente, até mamãe percebeu. Por um acaso você tem idéia do quanto tive que segura-lá pra impedir que ela fosse tirar satisfação com você? – perguntou Gina se sentando na cama de frente para a amiga.
-Ela...Ela – tentou Hermione perplexa.
-É Hermione. Molly Weasley estava querendo pegar você de jeito – concluiu Gina.
-Merlin! – resmungou exasperada, passando as mãos por entre os fios de seu cabelo agora domados magicamente em lindos cachos.
-Bom, eu não quero saber em que ponto da história a garota meiga do trio maravilha se tornou alguém cujas ilusões materiais são mais importantes que a realidade, mas talvez Rony se interesse pela resposta – disse Gina apanhando suas roupas e vendo que Hermione iria falar se antecipou – E a culpa não é só dele – terminou entrando no banheiro.


Hermione voltou a se jogar na cama e afundou o rosto no travesseiro. Tanta coisa tinha acontecido nestes últimos anos, tantas palavras não ditas... Suas desconfianças, que na verdade era falta de confiança em si mesma... Mas de uma coisa ela tinha certeza. Amava Rony com todas as suas forças, e iria mostrar para aquele legume insensível que estivera errada, e deixou-se divagar pelas suas lembranças sórdidas junto ao ruivo até que Gina saiu do banheiro.


-Gina, posso te dar um toque? – perguntou Hermione


Gina acenou positivamente com a cabeça, ocupada que estava em procurar a loção hidratante que esquecera de levar para o banheiro.


-Harry não se apaixonou pela Gina passiva e assustada, mas sim pela determinada e de gênio forte – disse sorrindo.
-Eu sei, mas é difícil encará-lo, ainda mais tendo a Lílian por perto. É muita coisa pra enfrentar ao mesmo tempo, muitos erros – respondeu ela – Mas assim que o choque inicial passar, que Merlin o proteja – murmurou mais pra si mesma do que para a amiga, que não pode deixar de sorrir com o comentário.
-Minha nossa, é difícil ver onde começa o Harry e onde termina você naquela garota. Merlin, se ela tiver metade do gênio Weasley que demonstrou, meu melhor amigo deve ter passado maus bocados durante esses anos – riu Hermione.
-Para seu bem é melhor que isso seja um elogio – disse Gina rindo também.
-Levando em consideração que eu amo seu irmão, bem, acho que isso É um elogio – disse encaminhando-se para o banheiro.






Aos poucos, Grangers, Weasleys e cavaleiros foram se juntando em frente à lareira, a espera do jantar. Uma enorme mesa de carvalho, parecida com as que haviam no grande salão principal de Hogwarts havia sido conjurada no corredor que dava passagem aos carros à saída. Harry, que pela milésima vez bufava em um pufe olhando para as labaredas que dançavam sobre as toras, acabou por despertar a atenção de Sophie, que se ocupava admirando ao que parecia uma bola de cristal de cor turquesa.

-Você virou um compressor de ar ou brigou com a Lílian? – perguntou ela, franzindo as sobrancelhas para o moreno.
-Nós não brigamos, mas eu odeio aquele gênio dela – disse ele fazendo um gesto com as mãos como se estrangulasse algo.


Todos na sala riram do moreno, um pouco indignados por reconhecerem a referencia a “gênio”, mais precisamente ao de Gina, talvez.

Sophie gargalhou gostosamente e voltou sua atenção para a bola turquesa.

Gina limitou-se a morder o lábio inferior, Lília e Agapito eram os únicos que não estavam presentes.

-E? – perguntou Sophie.
-E o que? – perguntou Harry já esperando novas gargalhadas com a próxima pergunta de Sophie.
-Quem ganhou a discussão? – perguntou desviando mais uma vez a atenção da bola para fitar a expressão de seu pupilo.
-Eu, é claro – disse a pequena ruivinha que já se encontrava no meio das escadas. Harry apenas bufou mais uma vez, e as esperadas gargalhadas vieram – Querem ouvir na integra? – perguntou maliciosa.
-Lílian Evans Potter II, atrava-se, e irá passar os próximos anos em um internato sérvio – ameaçou Harry.
-Já disse que te amo hoje? – perguntou Lílian caminhando em direção ao pai que apenas soltou uma risada pelo nariz e se acomodou melhor no pufe para receber a filha em seus braços.
-Pestinha – resmungou Harry a abraçando.
-Acontece nas melhores famílias – disse ela soltando um enorme bocejo.


Agapito que agora descia as escadas ria juntamente com os presentes.


-Que horror – resmungou Harry indignado.
-Eu também acho – sorriu ela – O que é isso? – perguntou a Sophie que fitava a bola turquesa com uma expressão de indignação.
-O que você acha que é? – perguntou voltando sua atenção para a pequena.
-Talvez uma bola de cristal? – respondeu.
-Não, isso é um orbe – disse Sophie jogando a bola turquesa para Lílian.


A garota passou longos segundos admirando o objeto.


-Sente alguma coisa? – perguntou Sophie, agora atraindo para si a curiosidade geral.
-Meus dedos estão formigando. Sabe aquela sensação de quando você acaba de sair de uma roda gigante, que parece que o mundo ainda ta rodando? – disse atirando a bola de volta para sophie e não contendo um arrepio – O que isso faz? – perguntou curiosa.
-Um orbe nada mais é do que um mapa, somente três foram criados na idade média, dois estão em meu poder – resmungou mais para si mesma do que para a curiosa criança.
-Mapa do que? – perguntou Lílian novamente.
-A questão não é do que, e sim o mistério que se encerra dentro dele. Há coisas, Lílian, que jamais devem ser descobertas. Há segredos que jamais devem ser revelados e verdades que jamais podem ser ditas. Esse orbe é uma chave para encontrar e decifrar essas incógnitas, mas o preço é muito caro, apesar do resultado ser extremamente prazeroso – disse solenemente.


Lílian a fitava entre assustada e admirada.


-Vou ensinar você a manipular o primeiro orbe – terminou, se levantando.
-Porque não esse? – inquiriu se levantando do colo do pai.
-Porque há três orbes, dois são meus, o terceiro esconderam de mim, e este tem uma peculiar ligação com o terceiro, e quem estivar com ele pode tentar fazer contato. E isso não seria minimamente agradável, querida – terminada a explicação Sophie voltou sua atenção aos convivas – Bom vamos ao jantar – disse encaminhando-se para a mesa de carvalho.


Assim que se sentaram à mesa, a comida foi posta magicamente. Hermione sorriu satisfeita ao constatar que os elfos se sentariam à mesa junto aos demais, coisa que não agradou muito Fleur.

Lílian discretamente, entre uma garfada e outra, observava sua “outra família”. Porque com toda certeza, os cavaleiros eram a primeira, até se considerava uma deles, embora não oficialmente é claro. A pessoa que mais chamava sua atenção estava sentada justamente a sua frente, Gina Weasley.

Embora não quisesse admitir, a presença dela lhe passava segurança tal como o pai. Reparou também que o modo como seguravam os talheres era idêntica, a mesma forma de olhar as pessoas, de arrumar o cabelo e sorrir. A garotinha, depois de muito tempo, dirigiu sua atenção para Fred e Jorge que ela percebera, tentavam discretamente chamar sua atenção.
Depois de se certificaram que a mãe não estava olhando, eles mostraram um pacotinho vivamente colorido e indicaram Agapito que estava sentado ao lado de Fred. Lílian captou rapidamente a intenção dos tios, pegou o copo de suco a sua frente e fingiu engolir um pouco, forçando em seguida um teatral acesso de tosse.

Todos na mesa voltaram sua atenção para a garota, a distração provocada foi suficiente para que Fred despejasse um pó colorido no copo de Agapito, fato que não passou despercebido por Harry e Gina que se encararam, mas logo desviaram o olhar.


-Desculpem – murmurou Lílian colocando o copo novamente na mesa.


No segundo seguinte o jantar voltou a correr normalmente, pelo menos até Agapito resolver beber o conteúdo de seu copo.

Lílian prendeu a respiração em expectativa. No segundo seguinte as orelhas de Agapito começaram a expelir uma densa nuvem rosa chiclete que envolveu toda sua cabeça e aos poucos foi se desvanecendo, assim que foi possível ver o rosto do mesmo Lílian foi a primeira a cair na gargalhada, os pelos e cabelo de Agapito estavam da mesma cor que a fumaça.

Mais uma vez a risada tomou conta de todos, nem mesmo a senhora Weasley tinha forças para censurar os filhos, Jorge já tinha prontamente conjurado um espelho e entregado a Agapito enquanto limpava as lágrimas provocadas pelo riso.

O choque de Agapito foi enorme, mas depois riu com os demais, só não gostou de saber por Fred que o feitiço durava 24 horas, nesse momento as risadas de Lady Sophie reinaram absolutas.


-Acho bom você nem chegar perto da Bulgária com esse cabelo, caso contrário Krum vai achar que você mudou pro time dele – comentou maldosamente Sophie. O mesmo limitou-se a dar três batidinhas com os nós dos dedos na mesa de carvalho, muito emburrado é claro.
-Como assim mudou pro time dele? – perguntou inocentemente o senhor Weasley.
-Digamos que ultimamente Krum partilha de um grande gosto feminino, o interesse por homens – explicou Harry tentando se controlar.


As gargalhadas de Rony deixaram as de Sophie no chinelo. Hermione tentava manter em sua face uma calma e desinteresse que nem de longe sentia, sabia o porquê das gargalhadas de Rony.


-Merlin, passei metade da minha vida me corroendo de ciúmes por causa dele com relação a Hermione pra descobrir que Krum não é homem. Droga, nem pra sentir ciúmes direito eu presto – disse falsamente resignado.


Os gêmeos, é claro, não perdoaram Hermione por isso e só pararam de aborrecê-la quando a senhora Weasley ameaçou colar suas bocas com um feitiço adesivo permanente.


-Quanto tempo ficaremos aqui Lady? – perguntou Rony já bem controlado, mas evitando olhar para Hermione.
-Até amanhã. Partiremos depois do café, para um passeio esplêndido – respondeu ela.
-E para onde vamos? – perguntou sem se conter.
-Surpresa Ronald – sorriu ela.


O jantar transcorreu sem maiores problemas.






Assim que abriram a porta do quarto pela manhã, Gina e Hermione tiveram a estranha sensação de o fato de terem acordado naquele momento não era por vontade própria, pois todos sem exceção, estavam às portas a fim de irem tomar café. Gina limitou-se a sorrir e encaminhar-se às escadas, com Hermione e sua família em seu encalço.
Mas as surpresas não pararam ai. Assim que chegaram ao térreo, Hermione e Molly ficaram brancas.

Rony digladiava ferozmente contra Agapito onde na noite passada estivera posta a mesa de jantar. Não havia sinal de cavaleiro algum nas imediações, somente Lílian que a tudo assistia com os braços cruzados sobre o peito e no rosto uma expressão de muitos, mas muitos poucos amigos. Seria cômico se não fosse a situação.

O ruivo tinha um corte no supercílio, cujo sangramento além de atrapalhar sua visão já o estava deixando tonto. Embora nesta luta somente varinhas estivessem sendo usadas, era visível que Rony já não se agüentava mais em pé, talvez a única coisa que ainda o sustentava era o seu orgulho, mas esse também não duraria muito.

-AGAPITO JÁ CHEGA – gritou Lílian perdendo a paciência.


Agapito simplesmente a ignorou.


-Agapito ele já se machucou, isso era pra ser um treino não um massacre. O que você quer com isso? – disse a garota em um tom mais brando, mas visivelmente preocupada.


No momento seguinte o feitiço que Agapito jogou em Rony foi forte o suficiente para atravessar o escudo conjurado pelo ruivo, que foi violentamente jogado ao chão. Sorriu e começou a andar lentamente em direção ao ruivo para o tão agraciado ato de “misericórdia”.

Lílian, ao ver o tio cair, nem pensou duas vezes. No instante seguinte estava em frente ao corpo de Rony que respirava com dificuldade, a garota apontava sua varinha para o homem a sua frente.


-Eu juro Agapito, se você tentar... – não havia uma gota de humanidade na ameaça da “criança”.
-Tentar... – desdenhou o homem dando um passo em sua direção.


Os familiares, que a tudo assistiam chocados, prenderam a respiração ao ver o homem levantar sua varinha contra a criança.

Todos olharam para cima quando a luz começou a falhar, Agapito movido pela curiosidade também, pobre coitado, só sentiu seu corpo ser jogado violentamente ao chão, no segundo seguinte sua consciência mergulhou na escuridão.

Assim que voltaram sua atenção para a arena de luta, viram um moreno muito furioso sendo contido por dois vampiros e um brutamontes. E uma mulher avaliando a cena rapidamente não muito contente.


-Harry para de drama e me ajuda aqui – disse Sophie se ajoelhando junto a Rony.
-Drama? Caso não tenha visto, ele apontava a varinha para a minha filha – rosnou Harry furioso, os olhos tão negros quanto a roupa que vestia.
-Vai deixar seu amigo morrer? – perguntou a mulher que tinha as mãos espalmadas sobre o peito do ruivo – Ou talvez esteja enganada quanto ao juramento que todo medibruxo ou curandeiro é obrigado a fazer quando se forma – terminou ela, voltando sua atenção a Ronald.
-Eu sei o que jurei – disse ele dando um tranco violento com o corpo – Me solta droga – no que foi atendido de pronto e se juntou a Sophie, examinando o amigo e ajudando a aliviar sua dor.


Gina, que aos poucos sentia o ar adentrar novamente seus pulmões, viu Lílian ajoelhada no chão com a cabeça baixa. Devido à cortina que seus cabelos faziam frente ao rosto, era impossível saber o que se passava com a mesma, não contendo seus impulsos maternais, caminhou vagarosamente em direção a filha.

Ajoelhou em frente à pequena e levantou seu rosto com os dedos.

-Você está bem? – perguntou baixinho, mas quase caiu de costas quando a pequena se jogou em seus braços, assustada.
-Ei calma, ta tudo bem – disse Gina quase rindo e chorando ao mesmo tempo por poder receber sua filha em seus braços pela primeira vez – Ele é grande, e é um trasgo, já o vi em situações piores – continuou acariciando suas costas – Principalmente quando a situação envolve a Mione ou aranhas – escutou a filha tossindo o que poderia ser o indicio de que continha uma risada e a afastou um pouco a fim de olhá-la nos olhos.


Gina não soube precisar o tempo em que se encararam, deixou apenas que seus olhos transmitissem todo seu arrependimento e dor por tê-la deixado, mal sabia ela que acabara de abrir uma conexão com a filha coma a que a pequena tinha com o pai.


-Agora eu entendo o assombro dos amigos do seu avô ao encarar seu pai – disse séria, passando lentamente a mão pelo rosto da filha não conseguindo conter as lágrimas.


Harry, que acabara de ajudar Sophie, fitava a cena sem expressão alguma em seu rosto, mas internamente estava desesperado. Não sabia se a cena que presenciava lhe agradava ou não, apenas se sentiu um estranho, um estranho em seu próprio ninho. Nem reparou que Hermione o observava atentamente, olhou para Sophie que também o observava. Lendo sua mente assentiu, o moreno pediu licença para se refugiar na proteção de seu quarto. Discretamente, se levantou e se retirou rumo às escadas, seguido logicamente por Hermione.

Harry sentia que seus pensamentos havia se tornado num ciclone, tal a força com que redavam em sua cabeça. Estava a ponto de enlouquecer quando colocou a mão na maçaneta da porta e levou um grande susto ao sentir um toque em seu ombro.


-Calma, sou eu – murmurou Hermione que se assustou com a reação do amigo – Você está bem? – perguntou já sabendo que o amigo engoliria a própria espada a admitir que estivesse confuso.
-Ótimo – respondeu abrindo a porta.
-Posso? – perguntou a morena indicando o quarto.


Harry apenas lhe deu passagem e fechou a porta às suas costas, no segundo seguinte se sentiu sufocado.


-Hermione? – chamou o amigo assustado, a mulher literalmente pulara em cima dele.
-Desculpe – murmurou ela se afastando um pouco – E não adianta fazer essa cara, sua máscara não tem o menor efeito sobre mim – disse ao ver o amigo assumir o jeito frio dos dias anteriores – Nós sentimos sua falta Harry, todos nós – desabafou a amiga ao ver o moreno abaixar a guarda.
-Eu também – declarou, abraçando a amiga fortemente e a levantando do chão, ato que fez a morena gargalhar, finalmente seu amigo estava ali.








-Ronald – chamou Sophie, afastando alguns fios rubros dos olhos do ruivo.


Rony abriu os olhos lentamente e piscou várias vezes até conseguir ver imagens nítidas.


-Dor? – perguntou a mulher ao seu lado.

Passou algum tempo com a testa franzida.


-Não – respondeu por fim.
-Ótimo – responde Sophie se levantando e puxando o ruivo consigo. Ao perceber que Lílian começava a dar sinais de confusão mental diante da mãe, resolveu que já bastava por hora a aproximação de Gina – Lílian, por favor, suba com o Ronald para o meu quarto, no armário do banheiro tem três frascos de uma poção azul, faça-o tomar, por favor. E deixe-o no quarto, fique de olho... Se dormir não há problema, aguarde trinta minutos e desça, vamos tomar café e sair. Tudo bem? – perguntou por final.


Lílian que já se aproximava do tio apenas assentiu e saiu rumo às escadas com o mesmo.

-Sugiro que subam e arrumem suas coisas, logo o Dobby vai servir o café – recomendou a Lady enquanto andava rumo ao corpo inconsciente de Agapito, o fazendo voltar à consciência – Você está numa grande enrascada, não queria estar na sua pele na hora que minha mente criativa pensar em algum castigo a altura do que você fez. Isso se o Harry não te pegar primeiro - sussurrou em seu ouvido sorrindo.







Harry e Hermione sentaram-se em pufes que havia no quarto do moreno. A mulher passou o resto do tempo contando sobre praticamente tudo que acontecera com ela e o ruivo nesse meio tempo, mal sabia ela que as histórias não lhe eram desconhecidas. Ele pagava caro para se manter informado dos seus passos, e como se ouvissem suas preces, quando a morena perguntou sobre ele, foram chamados para tomar café e arrumarem suas coisas.





O café da manhã finalmente ocorreu, não sem antes Harry tentar acertar Agapito novamente, sendo contido por Vampira e Denetor que havia finalmente saído do cilindro de vidro. Lílian amarrara os cadarços dos sapatos de Fred e Jorge um no outro com um feitiço e Hermione resmungar que Rony era um grosso.


-Vamos? – perguntou Sophie indicando um portal ao seu lado.


Assim que saíram às sobras de pilares de granito, cuja frente se dava a uma grande passarela, a única palavra que poderia ser dita era: Magnífico...


-Bem vindos, senhoras e senhores ao Taj Mahal, eleito recentemente uma das sete maravilhas do mundo moderno. Achei que vocês gostariam de conhecer – terminou ela fechando o portal.


Admirados com a exuberância que mesmo de longe a obra ostentava, caminharam por um tempo silenciosamente.

-Hermione, você saberia nos dizer a história por trás do mausoléu? – perguntou Sophie propositalmente, a morena corara e acenou negativamente - O Taj Mahal, é não mais do que uma Ode ao amor e representa toda a eloqüência que este sentimento pode ser. Durante séculos, o Taj Mahal inspirou poetas, pintores e músicos que tentaram capturar a sua magia em palavras, cores e música. Viajantes cruzaram continentes inteiros para ver esta esplendorosa beleza, sendo poucos os que lhe ficaram indiferentes – deu uma pequena pausa para suas palavras terem mais efeito.


Estas palavras tiveram significados diferentes para cada um, é claro que todos pensaram em alguém especial, mas ninguém sentia a dor que a beleza do lugar exalava mais do que Harry e Gina.


-Como todas as histórias, esta também começa da mesma maneira... Era uma vez um príncipe chamado Kurram que se enamorou por uma princesa aos quinze anos de idade. Reza a história, que se cruzaram acidentalmente, mas seus destinos ficaram unidos para todo o sempre. Após uma espera de cinco anos, durante os quais não puderam se ver uma única vez, a cerimônia do casamento teve lugar do ano de 1612, na qual o imperador a rebatizou de Mumtaz Mahal ou "A eleita do palácio". O príncipe foi coroado em 1628 com o nome Shah Jahan, "O Rei do mundo" e governou em paz – continuou Sophie tendo como foco apenas Harry e Gina.


As palavras “se cruzaram acidentalmente” fez Gina sorrir diante de uma doce lembrança, um garoto baixinho e magricela em uma estação apinhada de gente, perguntando como passar pela barreira para sua mãe, mal sabia ela que Harry tivera a mesma lembrança.


- Quis o destino que Mumtaz não fosse rainha por muito tempo. Ao dar à luz o 14º filho de Shah Jahan, morreu aos 39 anos em 1631. O Imperador ficou tremendamente desgostoso e inconsolável e, segundo crônicas posteriores, toda a corte chorou a morte da rainha durante dois anos. Durante esse período, não houve música, festas ou celebrações de espécie alguma em todo o reino. Shah Jahan ordenou então que fosse construído um monumento sem igual, para que o mundo jamais pudesse esquecer, não se sabe ao certo quem foi o arquiteto, mas reuniram-se em Agra as maiores riquezas do mundo, o mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lápis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Âmbar do Oceano Índico – contou Sophie pesarosa.


Todos, que esperavam uma grande saga de amor, sentiram seu coração falhar uma batida, finalmente começaram a entender a beleza melancólica do lugar.


- Surge assim o Taj Mahal, o seu nome é uma variação curta de Mumtaz Mahal... O nome da mulher cuja memória preserva. O nome "Taj", é de origem Persa, que significa Coroa. "Mahal" é arábico e significa lugar. Devidamente enquadrado num jardim simétrico, tipicamente muçulmano, dividido em quadrados iguais cruzado por um canal ladeado de ciprestes onde se reflete a sua imagem mais imponente. Por dentro, o mausoléu é também impressionante e deslumbrante. Na penumbra, a câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores, a sonoridade do interior, amplo e elevado é triste e misterioso, como um eco que soa e ressoa sem nunca se deter. A pouquíssimas pessoas é dada a honra de adentrar esse local, vocês irão fazer parte desta lista. – comentou ela.

-Quem pode, pode – murmurou Lílian, arrancando um sorriso dos presentes.

- Sobre o edifício, surge uma cúpula esplendorosa, que é a coroa do Taj Mahal. Esta é rodeada por quatro cúpulas menores, e nos extremos da plataforma, sobressaem quatro torres que foram construídas com uma pequena inclinação, para que em caso de desabamento, nunca caiam sobre o edifício principal. Os arabescos exteriores são desenhos muçulmanos de pedras semipreciosas incrustadas no mármore branco, segundo uma técnica Italiana utilizada pelos artesãos hindus. Estas incrustações eram feitas com tamanha precisão que as juntas somente se distinguem à lupa. Uma flor de apenas sete centímetros quadrados, pode ter até 60 incrustações distintas, por exemplo. O rendilhado das janelas foi trabalhado a partir de blocos de mármore maciço – contou ela deixando todos fascinados.

-Mas... – disse Rony com os braços cruzados às costas olhando o reflexo do mausoléu na água.

-Mas o que Rony? – perguntou Hermione chocada pelo fato do ruivo se intrometer no meio da narração da história.
-Ora Hermione, desgraça pouca é bobagem. Está na cara que aconteceu mais alguma coisa com o imperador, certo? – perguntou olhando para sophie, que apenas concordou deixando Hermione envergonhada pela segunda vez em poucos minutos.


- Diz-se que o imperador Shah Jahan queria construir também o seu próprio mausoléu. Este seria do outro lado do rio, muito mais deslumbrante, muito mais caro, todo em mármore preto, que seria posteriormente unido ao Taj Mahal através de uma ponte de ouro, mas tal empreendimento nunca chegou a ser levado a cabo. Após perder o poder, o imperador foi encarcerado no seu palácio e, a partir dos seus alojamentos, contemplou a sua grande obra até à morte. O Taj Mahal foi, por fim, o refúgio eterno de Shah Jahan e Mumtaz Mahal, pois posteriormente, o imperador foi sepultado ao lado da sua esposa, sendo esta a única quebra na perfeita simetria de todo o complexo do Taj Mahal. Após quase quatro séculos, milhões de visitantes como vocês continuam a reter a sua aura romântica... O Taj Mahal será para todo o sempre, uma lágrima solitária a rolar pela face do tempo – concluiu ela.


A expedição pelo interior do mausoléu foi emocionante, Sophie era a única que caminhava sem se emocionar. Apenas fitava alguns arabescos em particular com uma expressão saudosa e murmurava palavras em um dialeto incompreensível.

-Horan vigie a porta, por favor – murmurou Sophie assim que chegam a uma grande lápide de mármore.


Empurrou a enorme tampa de mármore, que aparentemente e realmente era muita pesada e mergulhou sua mão em seu interior, de onde retirou uma caixa de sessenta centímetros quadrados aparentemente, com um tremeluzir de dedos a mesma se encolheu e foi guardada no bolso de sua jaqueta, recolocando a tampa de volta no lugar.


-Agradeço por terem cuidado disso por mim durante tanto tempo, realmente lealdade levamos conosco para o tumulo – disse Sophie fazendo uma reverência para a lápide.

-Estranho – murmurou Lílian.
-O que foi? – perguntou vendo a filha fitando o celular que vibrava em sua mão.
-Não conheço esse número – passados alguns segundos resolver atender – Alô – disse a garota – Sim sou eu – respondeu a uma possível pergunta, no segundo seguinte a garota ficou branca...





N/A: autora malvada rindo e se desviando dos avadas, gente como sempre termino o capítulo no suspense, uma maldade maior que voldemort depois de tanto tempo, mas como avisei meu PC novinho pifou e ficou no concerto por seis semanas devido à falta da placa mãe no mercado, detalhe que voltou dando defeito e vai ter de voltar, segundo eu sofri um acidente de moto e por último e mais importante a minha faculdade, aos que compreenderam meu muito obrigado e minhas mais sinceras desculpas, aos que não entenderam pouco me importa, suas visitas fizeram minha fic crescer, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, bom em relação aos coments que espero muitos não vou poder responder novamente porque nem sei onde parou devido ao tempo que passou, beijos na bunda de todos, espero que tenham gostado....................................

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