Conhecendo o fundo do poço



Capítulo 7: Conhecendo o fundo do poço

Ressalva: "Os direitos autorais de Harry Potter não são meus, mas quem liga, pois vou usá-los de qualquer jeito"
Beta: Claudio Souza (Harry Potter e os Guardiões de Hogwarts – e a continuação - A Ressurreição da Fênix)







Hermione já estava acordada há alguns minutos, sentiu uma inexplicável preguiça, respirou profundamente tentando dissipar o torpor que reinava em sua mente, o ar frio do quarto penetrou lentamente em seus pulmões causando certo estremecimento na mesma, ao mesmo instante em que uma enxurrada de lembranças tomou conta de sua mente. Lembrou da sórdida reconciliação que teve com Rony, ou melhor dizendo, as várias reconciliações.



“Hermione Granger, quem te viu, quem te vê” – pensou a morena e sorriu com esse pensamento.



Ela suspirou mais uma vez e se aconchegou melhor no corpo quente do belo ruivo que ressonava tranquilamente, levantou a cabeça e constatou que ambos dormiram nus, voltou a repousar a cabeça sobre o tronco definido de Rony, iria permitir-se curtir a preguiça que a dominava.



“Assim que voltar a Londres vou comprar um ar condicionado” – e com pensamentos nada inocentes envolvendo um certo ruivo voltou a adormecer.








-Arthur… - chamou fracamente Molly.


O pobre senhor Weasley, que se encontrava cochilando em uma poltrona acordou assustado e sentou na beirada da cama onde o corpo da esposa estava repousando.


-Molly, como você está? – perguntou o marido aflito, pegando a mão da esposa e entrelaçando junto a sua.
-Bem. Onde estão as crianças? – perguntou ela.
-Fred e Jorge foram à lanchonete da clínica comer alguma coisa, Rony e Hermione voltaram ao hotel. – respondeu o marido prontamente.
-E Gina? – perguntou a senhora.
-Os medibruxos disseram que ela começou a dar sinais de consciência, provavelmente ela vai acordar à tarde. Molly por favor, seja razoável a hora que ela acordar. Por favor, deixe-a se explicar primeiro antes de gritar e passar um sermão nela sim? – disse o marido já antevendo o espetáculo da ira de sua esposa.
-Vou tentar. O Rony e a Hermione já não deviam estar aqui? – perguntou a mulher.
-Molly você sabe como o Rony é preguiçoso, assim que os gêmeos voltarem eu vou à recepção teleponar para eles.
-Arthur me diga que você conseguiu encontrar meu neto? – perguntou Molly visivelmente abalada.
-Eu tentei Molly, juro por Merlin que tentei. – disse ele deixando várias lágrimas lavarem seu rosto cansado.








Rony se assustou ao ouvir o toque do telefone, assustando Hermione consequentemente.


-Por Merlin, que porcaria é essa? – perguntou o ruivo massageando o coração.



Hermione que perdera o rumo do pensamento com o susto que tomara de Rony caiu em si quando o telefone tocou pela quarta vez.


-Isso é um telefone Rony – sentou na beirada da cama e estendeu o braço alcançando o telefone – Alô?
-Hermione? – disse uma voz do outro lado da linha.
-Oi senhor Weasley. – disse ela sorrindo diante do bufo que Rony soltou ao ouvir o nome do pai e se jogando na cama.
-Querida, estou teleponando para avisar que Molly já está acordada e que os medibruxos avisaram que Gina deu os primeiros sinais de consciência, quando vocês vão vir para cá?



Hermione olhou seu relógio de pulso que se encontrava do lado do telefone e constatando que já eram 11 horas.



“Decididamente essa preguiça do Rony é contagiosa” – pensou ela.



-Desculpe não ir mais cedo senhor Weasley, o Rony estava agitado e não conseguia dormir ai ficamos conversando até tarde. – respondeu ela com a primeira desculpa que lhe veio à cabeça e se segurando para não rir da cara que o ruivo fez ao ouvir suas palavras. – Vamos comer algo e já estamos indo – terminou ela.
-Certo, vou avisar a Molly, até logo. – disse o senhor Weasley desligando o telefone.



“Preciso ensinar o senhor Weasley a se despedir nas ligações” – pensou ela não conseguindo reprimir um bocejo



Hermione não conseguiu reprimir um suspiro ao sentir o contato da pele quente de Rony junto a sua.




-Bom dia meu amor! - disse o ruivo beijando sua nuca.
-Não ouse Rony, sua mãe já está perguntando pela gente. – disse ela desvencilhando-se dos braços do ruivo e encaminhando-se para o banheiro, sabia que não resistiria por muito tempo.









Uma hora mais tarde, Rony e Hermione reuniram-se com os Weasley´s restantes, a medibruxa responsável pela ala que Gina estava internada disse que em poucas horas a mesma poderia acordar e dentre alguns minutos seria liberada a visita à mesma, até o momento em que acordasse.




É verdade, todos nós somos um pouco insanos
Mas está tudo bem
Agora que eu estou desacorrentada





Quando entraram no quarto de Gina ficaram espantados, esperavam que ela estivesse descorada, sem vida, mas pelo contrário, parecia que ela estava apenas dormindo. O quarto era cirurgicamente branco, relativamente confortável e com detalhes em azul celeste e roupas de cama e cortinas verdes esmeraldas.
Acomodaram-se como puderam em torno da cama, ficaram um tempo fitando o rosto angelical de Gina e depois aos poucos começaram a conversar.



O medo está somente em nossas mentes
Nos possuindo a toda hora
O medo está somente em nossas mentes
Mas nos possui a toda hora




“Onde estou?” – foi o primeiro pensamento de Gina.



Sentia que suas pálpebras pesavam uma tonelada, suas lembranças estavam confusas, sentia sua boca seca como se não bebesse água há dias. Tentou mexer as mãos, nada, respirou profundamente um ar que parecia não preencher direito seus pulmões.



“Que barulho é esse?” – pensou mais confusa ainda.



Você, pobre, doce, coisa inocente.
Enxugue seus olhos e o presencie
Você sabe que vive para me machucar - não negue




Ela escutava algo, mas o som parecia estar a quilômetros de distância. Por um momento achou que estava morta, mas o pouco de consciência que estava desperta falava o contrário.
Respirou mais uma vez profundamente, agora sentindo o ar entrando em seus pulmões e elevando sua caixa torácica, sentia aos poucos o ar sendo distribuído pelos sistemas de seu corpo, o som parecia cada vez mais perto.

Eu sonho na escuridão
E durmo para morrer
Apagar o silêncio
Apagar minha vida
Nossas cinzas ardentes
Escurecem o dia
Um mundo de nada
Me expulsa



Repentinamente sua mente é tomada por um flash de lembranças: seu primeiro beijo com Harry no salão comunal da grifinória no meio de tanta gente, o dia do enterro de Dumbledor e o primeiro rompimento deles, a primeira vez que se amaram, a batalha nos campos de Hogwarts e suas palavras de rancor ao seu amado, a fuga de Harry, a viagem para os Estados Unidos, a gravidez...

Reconheceu o som como sendo vozes, já as tinha ouvido em algum lugar, lhe eram familiares, mas onde?

Sua espinha gelou, como assim gravidez? Foi ai que lembrou a última coisa que fez, ir à clínica para ter seu bebê escondido e abandona-lo. Seu desespero foi ao ápice e só piorou ao reconhecer as vozes que ouvia.



-Merlin como fui capaz de fazer uma coisa dessas? – perguntou para si mesma não percebendo que tinha dito seu pensamento em voz alta e mergulhando em lágrimas e desespero.



Sentiu ser abraçada por alguém que, pelo perfume, só podia ser sua mãe. Momentos depois sentiu outro par de braços que só podiam ser do pai. Não queria abrir os olhos e ver o que a aguardava, não queria enfrentar a realidade de seu ato, queria voltar a dormir e nunca mais acordar.
Chorou nos braços dos pais o que lhe pareceram horas, o único som que chegava aos seus ouvidos agora eram seus soluços e respirações descompassadas. Aos poucos foi se acalmando, sabia que tinha que abrir os olhos e se explicar, sentia a mão do pai lhe acariciando os cabelos num gesto característico.
Respirou fundo buscando coragem, contou até três e abriu os olhos. Lá estavam os gêmeos com uma expressão de desolamento nunca vista antes por ela, Hermione em pé com os braços cruzados com o semblante carregado, Rony abraçado às costas da namorada com lágrimas silenciosas descendo pelo seu rosto e finamente os pais, sentados um de cada lado de sua cama ainda a abraçando.
Por inúmeras vezes tentou falar alguma coisa, mas não achava as palavras, parecia que nunca tinha aprendido uma sequer em toda sua vida.

Molly ao ver que a filha tinha abertos os olhos e as inúmeras tentativas da mesma falar e não conseguir, e começar a ficar nervosa novamente resolveu que começaria logo com aquela conversa. Prometera a Arthur que não ia gritar com a filha antes da mesma se explicar, agora via que esse conselho não era necessário, seu instinto de mãe diante da situação jamais permitiria isso.



-Filha explica pra gente o que aconteceu esses meses que você ficou aqui. – pediu Molly pacientemente.
-Vocês já devem saber para estarem aqui. – respondeu ela malcriada.
-GINEVRA MOLLY WEASLEY, PARE DE SER MALCRIADA, NÓS QUASE MORREMOS DE PREOCUPAÇÃO, VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE EU E SEU PAI PASSAMOS? TENHA AO MENOS UM PINGO DE CONSIDERAÇÃO POR SEUS PAIS E IRMÃOS E COMECE A SE EXPLICAR! – gritou Molly esquecendo-se do pedido de Arthur.



Sabia que sua mãe ficaria furiosa se soubesse o que tinha feito, respirou uma vez mais profundamente e buscou dentro de si toda coragem grifinória que tinha e começou a falar.

-Antes da batalha do dia que Harry... – parou ao sentir o peso desse nome na sua consciência e no seu coração – Matou Voldemort, ele me procurou, queria conversar, nos encontramos mais tarde na sala precisa. Ele queria que eu não participasse da batalha, que não abandonasse a proteção do castelo, ele queria me impedir custasse o que custasse para não entrar na batalha. No começo ele tentou me convencer e no final acabamos fazendo amor na sala precisa. – disse ela parando para tomar fôlego, sentia como se um veneno mortal estivesse aos poucos saindo.
-AQUELE IMBECIL... COMO ELE PODE, ELE ERA MEU MELHOR AMIGO, ELE NÃO PODIA TER FEITO ISSO COM VOCÊ! – gritou Rony largando Hermione
-PARE DE BANCAR O IRMÃO PROTETOR RONY, DUVIDO QUE VOCÊ TIVESSE RESISTIDO METADE DO QUE ELE TENTOU SE HERMIONE O PROVOCASSE COMO FIZ! – Retrucou Gina, abaixando a voz e retomando - Acabamos adormecendo, quando acordei ele estava saindo da sala. Eu tentei falar que não adiantaria, que iria lutar mesmo assim, ele me estuporou, lacrou a sala e quando voltei a mim e fui para os jardins a batalha estava praticamente acabando, o resto desse dia vocês sabem o que ocorreu. – disse ela deixando mais algumas lágrimas caírem ao lembrar da atitude que teve com Harry.



O senhor Weasley deu à filha um copo de água, no que ela aceitou de bom grado.



-Depois que ele fugiu, meus sentimentos escaparam do controle. Eu fiquei com raiva do que ele tinha feito, vocês sabem como é meu gênio. Cada vez mais eu me consumia em ódio, quando viajamos nas férias, eu descobri que estava grávida e passei a viagem inteira me escondendo para ninguém perceber. Não se culpe Hermione – disse ela olhando para a amiga – não tinha como você descobrir, eu estava determinada, queria apagar todo e qualquer vestígio do Harry em minha vida, fiquei aqui me consumindo cada vez mais em rancor, fiz o curso técnico de medibruxaria, teria o bebê e no dia seguinte embarcaria de volta para Londres sem ninguém desconfiar de nada.
-Mas filha, como você pôde? Achou que nós não aceitariamos você? – perguntou a mãe.




Gina abaixou a cabeça fazendo sinal confirmando, era justamente isso que achava, agora era vez de Molly chorar e ser confortada pelo marido.



-Eu não pensei nas conseqüências, fiquei cega pelo meu orgulho... Digam-me que pelo menos vocês conseguiram impedir essa minha burrada? – perguntou ela aflita.
-Papai tentou filha, juro que tentei, mas até agora nada. – disse o senhor Weasley visivelmente abatido.
-Mãe se o Harry voltar como eu vou me explicar? – disse a ruiva voltando às lágrimas e desespero iniciais.











Após a conversa Gina foi sedada e alguns exames foram feitos, não revelando nenhuma coisa para o coma da ruiva. Hermione não se deixara enganar, havia alguma coisa ou alguém por trás da história, uma mente brilhante que havia pensado nos mínimos detalhes e apagado todas as pista. Guardou essa suspeita para si, não valia a pena castigar Gina mais ainda, quando pudesse tentaria descobrir algo por si só.

Três dias depois Gina teve alta e todos voltaram para Londres, em breve a ruiva voltaria para seu último ano em Hogwarts. Seu pai prometera não encerrar as buscas por seu ou sua filha, Harry também não tinha dado notícias e assim a vida continuou.

Em Hogwarts Gina encontrou apoio em sua amiga Luna, ainda mais estranho foi a frase que ela disse depois de a ruiva lhe contar tudo que havia acontecido:-

-“Deve ser frustrante não saber o resultado se você não tivesse feito isso, amargos são os frutos dos conformados!” – disse ela do seu jeito avoado e não mais tocou no assunto.



Ao terminar Hogwarts a ruiva pensou seriamente em se tornar auror, mas a profissão lembrava demais o homem que tentara esquecer, seus erros. Então optou por medibruxaria, já tinha o curso técnico mesmo e pelo menos estaria perto de Hermione que sempre a tivera como a irmã que nunca teve e amiga incondicional.

É claro que sempre tinha crises de choro, depressão, mas vivia relativamente bem. Mas de uma coisa estava certa, podia demorar o tempo que fosse, iria achar sua criança e Harry. Esse dia estava por vir, disso ela tenha plena certeza.








N/A: Gente eu sei que o capítulo ficou meio curtinho, mas foi o melhor que consegui, se não estiver bom avisem que tento melhorar, mas fala ai foi emocionante né? Bom antes que vocês perguntem do Harry ele aparece no próximo capítulo, que provavelmente começa a correr em tempo presente (é provável que apareça alguns flashbacks por ai por causa de umas idéias novas, mas por enquanto é só idéia).A música que ta no capítulo é Sweet Sacrifice do Evanescence, essa música é tudo de bom, tem alguém ai que também adora essa banda?

Respondendo os coments:

Kika: bom o Harry aparece no próximo cap.

Claudio Souza: faze o q, que pode ler primeiro pode né......

Julinha Potter: eu tb achei engraçado essa parte, aguarde as próximas

Aline Guimarães: ficou legal o harry assim né, vamos ver quanto tempo isso dura

Priscila Louredo: para sua satisfação a Gina já começou a sofrer

MarciaM: me fala, vc tem uma bola de cristal ai né?

LiLi N. ( Liz): espera a Lílian crescer pra vc ver

Molly: eu tive q parar de escrever de tanto que ri do q escrevi sobre o Rony, o q achou desse cap?

ChristianeC: a curiosidade matou o gato, kkkkkkkkkkkkkkkkk












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Comentários (1)

  • Tronos

      Eu acho incrível como todo mundo desculpa um erros desse só pelo fato dela estar sofrendo. E se fosse o Harry que tivesse feito o que ela fez?! Se fosse um homem no geral?! Aí não tería a mínima desculpa, eu odeio quando mulheres fazem esse tipo de merda e usam os sentimentos pra tentarem se justificar...

    2011-04-23
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