Hermione e suas Visões

Hermione e suas Visões



Ela logo recobrou logo a consciência, embora tudo parecesse muito embaçado. Ouvia uma voz muito monótona e chata ao longe, como se estivesse de volta a suas aulas de História da Magia com o Prof. Binns. Sentiu alguém se aproximar e sussurar brava em seu ouvido.
_Que desrrespeito! Dormir no meio da missa, francamente!
"Missa?" pensou vagamente. Então tudo entrou em foco. Ela parecia estar em uma Igreja estilo Gótico, o lugar era enorme, com vitrais gigantescos, paredes de pedra, santos e velas em todos os cantos. Ela mal pode conter o grito de espanto. Virou-se e viu se em meio a um monte de freiras. "O que estou fazendo aqui?" pensou. Tentou perguntar o que estava acontecendo, mas assim que abriu a boca falou:
_Me desculpe irmã. Isso jamais voltará a acontecer.- arregalou os olhos com suas próprias palavras. Pareciam ter vindo da boca de um estranho, mas mesmo assim eram vagamente familiares. Tentou falar outra coisa, mas seu corpo não obedecia. Parecia estar presa dentro de si mesma, como uma simples espectadora. "O que aconteceu?". Foi então que seu olhar se dirigiu ao Padre que dava o sermão, naquela voz parada. Ele era ruivo, e isso trouxe imediatamente a lembrança de Fred e Jorge. "Estou em uma vida passada! Por isso não posso me mexer por vontade própria, não posso mudar o passado!". Aquilo lhe deu aflição. E se algo tivesse dado errado com esse novo produto, e se ficasse ali para sempre? Isso já acontecera antes, com alguns produtos dos gêmeos, mas ela nunca havia se envolvido com eles. Exceto aquela luneta em seu sexto anos, que resultara em um olho roxo, dificil de remover.
Porém, a parte mais dificil foi aguentar a missa até o fim. O latim dela era muito bom, mas mesmo assim era difícil aguentar horas ineterrupitas de salmos e sermãos; por fim viu com alívio as outras freiras começarem a se levantar, e sentiu- se levantar também. Só então pensou em algo que esquecera totalmente. Ela estava ali para encontrar sua alma gêmea. E só esse pensamento era o bastante para fazer seu estômago revirar, mas outra coisa mais desagradável tomou o lugar do nervosismo. Era medo. Ela estava noiva de Rony, eles iriam se casar em alguns meses, e se agora, nas vésperas de um casamento que ela considerava como a melhor coisa de sua vida, descobrisse que ao contrário do que pensava, ele não era o amor de sua vida? Se não fosse, não sabia o que faria... não podia romper com ele! Não seria justo, e tampouco ela queria. Ela o amava muito, mas seria o bastante?
Enquanto andava por gigantescos corredores, tentou fechar os olhos ou focar seus pensamentos em qualquer coisa, menos naquele lugar. Se o destino queria separa-la de Rony, não iria facilitar as coisas. Para sua felicidade, temporária, descobriu que era freira, o que significava que estava em um convento e não veria homens facilmente. Aquilo já era uma ajuda.
_Irmã.- ouviu uma voz, e virou-se para a outra freira, que a chamava.- Peço-lhe que vá verificar o avanço das novatas na biblioteca antes de nos reunirmos para o jantar.
_Irei com gosto, irmã.- repondeu, virando para a esquerda. Suas pernas pareciam saber aonde ir, era uma sensação estranha estar ali, andando sem saber para onde, e sem exitar tampouco. O lugar era enorme, e ela agradeceu não ter controle sobre si, senão de modo algum encontraria a biblioteca. Mas, algo atrapalhou seu caminho. enquanto virava um corredor, quase trombou em um cavalheiro de armadura relusente, que parecia andar distraido.
_Me desculpe, Senhor Cavalheiro.- pediou com uma pequena reverência, os olhos baixos. Ouviu-o tirar o capacete e ouviu uma voz que reconheceria em qualquer lugar, seu coração disparando e sentiu-se mais feliz e tranquila. Era Rony!
_Não, me desculpe irmã.- ele respondeu em um tom meio amargo.
Surpresa, sentiu seu rosto se contorcer em fúria contra sua vontade, e respondeu mesmo sabendo que a culpa não era dele.
_Então, da próxima vez, tenha mais cuidado!
_E a irmã também! Ou esse chapeuzinho a deixa cega?
_Não mais que o senhor, com esse balde na cabeça.
_Sem ofensas pessoais, Hermione.
_Eu sou irmã, saiba bem! E o que faz aqui? Não devia ficar passeando por um convento, não importa o motivo.
_Nesse caso importa, vim me encontrar com um soldado doente, a beira da morte.
_Pois saiba que está no caminho errado. A Ala Hospitalar é para lá. E agora, com licença, tenho mais o que fazer. Certo, senhor cavalheiro? Coisas a honrar, como o meu trabalho.
E saiu pisando duro, mas surpresa percebeu seus olhos se encherem de lágrimas, não sabendo se de raiva no passado, ou de tristeza de descobrir no futuro, que mesmo em outras vidas, tudo o que os dois conseguiam fazer era brigar. O que poderia significar que, afinal, não era e nunca fora para ficarem juntos.
***
Ela então reabriu os olhos, cheios de lágrima. Mas, não estava mais em um convento medieval, estava na sala da Toca. E Gina a sacudia sorridente, por trás uma distraída Luna que encarava o tabuleiro de xadrez vazio, parecendo pensativa.
N/A- Hehehe, essa vida vai ser desenvolvida no presente e no passado de cada personagem. Acho que vai ser bem interessante. De qualquer forma, obrigada pelo comentário Raquel. Comentem mais, hein? Beijos, Mary.

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