Uma conversa franca.



Cap- 20
Uma conversa franca.

“O que Draco Malfoy está fazendo aqui?” perguntou Harry à Alessandra puxando-a para um canto assim que saíram da sala precisa.

“Nos ajudando.” Disse a garota não muito surpresa com a pergunta.

“Por que ele? Por que ele estava falando com você daquele jeito? Por que ele ainda está aqui?”Perguntou Harry em um tom quase desesperador.

“Calma Harry! Respira!” disse ela colocando as mãos sobre o ombro do rapaz.-“Primeiro ele é o único além de mim que sabe artes das trevas e segundo ele fala comigo do mesmo jeito que você fala, e por último ele ainda está aqui porque acho que devemos um obrigada por ele ter nos tirado de lá!” respondeu a menina colocando a mão na cintura, algo que lembrava muito o jeito de Gina.

“Eu não vou agradecer à ele!” exclamou Harry.

“Harry para de ser cabeça dura!”

“Cabeça dura eu? Quem traiu seu pai não fui eu!”

“Harry nós sabemos que o único culpado foi Snape, e que Draco estava sendo obrigado a fazer aquilo.”

“Draco?” disse Harry quase gritando.

“Harry isso é ciúme?” perguntou a garota rindo.

“Ciúme de Draco Malfoy? Nunca!” disse Harry tentando disfarçar.

“Não foi isso que eu quis dizer, mas deixa para lá! Eu acho que sei como fazer para você confiar no que eu estou dizendo.”

“É? Como?”

“Draco! Preciso ter uma conversa com você!” disse a garota chamando o rapaz loiro para onde estavam os dois.

“O que houve? O cicatriz está melhor?” perguntou Malfoy sarcasticamente.

“Vai pra mer...” começou Harry, mas ele parou quando viu o olhar matador de Alessandra.

“Vamos conversar os três! Na minha sala, agora!”

“Posso saber o motivo da conversa?” perguntou Draco quando seguia Alessandra.

“Está na hora de vocês dois pararem com essa birra. Vamos conversar os três.” Disse ela enquanto viravam a esquina que ia dá na gárgula de pedra.

Eles chegaram ao Hall de entrada da sala da diretoria em silêncio, mas quando ia entrar no gabinete ela parou e fez sinal para que os dois também parassem. Depois ela indicou uma porta à direita e os dois a seguiram silenciosamente. Quando ela abriu a porta e os três entraram Harry pode perceber que aquela porta os levara para o dormitório de Alessandra.

“Prestem atenção vocês dois, eu me esqueci completamente que o ministro tinha marcado uma reunião comigo hoje, e por sorte eu só estou atrasada quase meia hora. Então eu quero que vocês dois fiquem aqui dentro, sem brigas, que eu vou falar rapidamente com o ministro e volto já. Não me apareçam naquela sala nenhum dos dois, Harry se ele sonhar que você está nessa sala ele vai querer falar com você, e tenho certeza que você não quer isso, e Draco se aparecer ele vai lhe prender para interrogatório e sabemos que isso não é bom! Então me esperem que eu chego logo.” Assim ela saiu pela porta que dava no gabinete deixando-a entreaberta sem querer.

“E aí Potter, como vai a vida?” perguntou o loiro assim que a garota deixou a sala.

“Não lhe interessa Malfoy!”

“Calma Potter! Só quis ser educado!”

“Pois não precisa!” disse Harry se virando para encarar Draco.-“O que você quer eim?”

“Como assim o que eu quero?” perguntou o loiro se sentando na poltrona vermelha da sala.

“Não precisa fingir Malfoy, eu sei que você só voltou para enganá-la, mas por que você não nos deixa em paz e vai embora? Ninguém te quer aqui.” Disse Harry encarando o loiro.

“Que bom saber que é isso que você pensa de mim Potter!” disse o loiro sem alterações na voz.

“É, é isso que eu penso!” disse Harry voltando-se para a porta que ela deixara entreaberta e tentando ouvir o que acontecia lá fora.

“Escutar por detrás da porta é falta de educação Potter, ninguém nunca lhe ensinou isso?” disse Malfoy que agora brincava com uma maçã que pegara na mesinha ao lado do sofá.

“Você quer me tirar do sério, mas não vai conseguir Malfoy!” disse Harry sem muita paciência.

“Ei, Potter posso saber uma coisa? Por que a gente nunca consegue ter uma conversa amigável?” disse o loiro, surpreendendo Harry com aquela pergunta.

“Espera aí, repente essa parte que eu acho que não entendi! Você está tentando ter uma conversa amigável comigo?” perguntou Harry olhando novamente para o loiro.

“Sim! Por quê?” perguntou Draco como se estivesse conversando com um
velho amigo.

“Porque por acaso você esqueceu que você sempre tentou humilhar meus amigos e eu, isso fora as tentativas frustrantes de nos machucar fisicamente? Isso sem falar do que você fez no ano passado, coisa que não tem perdão!” disse Harry com um rosto de total perplexidade.

“Bom parte disso é verdade. Mas a última não!” disse o loiro voltando a jogar a maçã de um lado pro outro.

“Como não é verdade?” perguntou Harry agora com uma expressão de raiva no rosto.-“Você trai sua escola, põe em risco a vida de todos nós, proporciona a morte do maior de todos os bruxos e ainda diz que não fez isso?”

“Não nego que fiz, mas não fiz por querer. Potter você sabe o que é ser criado num lugar em que seu próprio pai não sabe nem quantos anos você tem? Você sabe o que é ser criado achando que aquilo é o certo e depois descobrir que tudo que você aprendeu durante toda a sua vida é errado? Não você não sabe! Porque você é o SantoPotter, o órfão que derrotou você-sabe-quem e é tão famoso que não pode sair na rua sem virar capa de jornal!” disse Malfoy encarando Harry.

“Você pensa que eu gosto da vida que eu tive? E que eu fiz tudo que fiz por querer? Não! Você se acha o coitadinho por que seu papai é um filho da mãe e fez você ser o que é. Mas eu digo que não é assim Malfoy! Eu vivi onze anos da minha vida sendo tratado como lixo pelos meus tios e nem por isso eu me tornei uma pessoa ruim, nem por isso eu tratava as pessoas como lixo.” Respondeu Harry.

“Você não entende! Eu fui criado para tratar as pessoas daquele jeito, eu não escolhi feito você, Potter! Você não tem a mínima idéia do que é ser torturado pelo próprio pai, do que é ser obrigado a ver e fazer o que você não quer. Você nunca entenderia!” disse Draco sentando de novo e colocando as mãos no rosto.-“Você não sabe o que é ver a única pessoa que se importa com você ser morta na sua frente. Você não sabe o que é acordar e dormir sem expectativa do dia seguinte, sem saber se está vivo ou morto. Você não tem a mínima idéia.”

Harry ficou sem resposta, nunca imaginara que Malfoy algum dia pudesse dizer aquilo na sua frente, e muito menos tinha uma resposta para aquilo. Realmente Malfoy havia mudado, ele estava arrependido! Que coisa! Ele nunca imaginou que isso pudesse acontecer. Mas e agora o que ele faria? Apesar de perceber que ele estava falando a verdade, seu orgulho não permitiu que ele se aproximasse do até então inimigo.

Eles passaram um bom tempo ali parados até que Draco se levanta e se dirigi até a porta por onde eles entraram.

“Para onde você vai? Ela pediu para ficarmos aqui.” Perguntou Harry quando Malfoy passou por ele.

“Acho que não é preciso mais a minha presença aqui. Já falei até mais do que eu tinha para falar. Diga a ela que me desculpe e que qualquer coisa
estou no meu dormitório, com dor de cabeça.” Disse o rapaz sem olhar para
Harry, abrindo a porta e desaparecendo por trás dela.

O moreno ficou um tempo mastigando o que acontecera ali, mas logo foi interrompido por Alessandra que entraram xingando tudo e todos no cômodo.

“Filho de uma mãe! Como ele ousa? Com quem ele pensa que está falando? Eu não sou como todos seu “primeiro ministro” eu tenho minha honra! Seu bosta!... Calma Alessandra ele já foi!” disse a garota a si mesma fazendo Harry rir.

“Você está bem?” perguntou o garoto.

“Ah desculpa pelo meu comportamento, mas aquele cara me tira do sério! Eu estou bem, mas cadê o Draco?” disse ela procurando o loiro pela sala.

“Foi embora.”

“Como assim?”

“Ele disse que estava com dor de cabeça e foi embora.”

“Harry você está me escondendo alguma coisa. O que aconteceu aqui?”

“Tivemos uma conversa nada agradável!”

“Vocês brigaram?”

“Não necessariamente.” Disse Harry a garota que agora sentava do lado dele no sofá.

“Posso saber o que se passou aqui?” perguntou Alessandra com uma expressão de preocupação.

Harry contou o que Malfoy dissera.

“E você o que achou?” perguntou a garota, agora comendo uma das maçãs que estavam em cima da mesa.

“Eu não sei!”

“Não sabe?”

“Tá certo, eu fiquei com pena, satisfeita?” respondeu Harry com rispidez.

“Ainda não! Falta você dizer que se convenceu que ele está arrependido. E que eu estava certa!” Disse ela rindo e dando outra mordida na maçã.

“Eu não posso dizer isso ainda.” Disse Harry para a garota, apesar de no fundo já ter essa resposta.

“Tá certo! Você não dá o braço a torcer mesmo, né?”

“Igual a uma certa pessoa!” disse ele olhando para ela.-“Mas e como foi com o Ministro?”

“Ah aquilo foi uma perda de tempo! Você acredita que ele ainda não desistiu de você? Ele veio com todo um papinho que a comunidade bruxa precisa de seu apoio e bla bla bla. E ainda ousou a dizer que eu tinha obrigação de ajudá-lo com você, pois ele deu a autorização para a escola abrir, né mole?” disse a garota indignada.

“Ele está perdendo tempo vindo atrás de mim, mas e o que você falou para ele?”

“Mandei ele ir catar coquinhos! E ainda disse que a escola está aberta porque eu consegui provar que ela é segura e não por causa dele, e que eu não devia nada a ele.” Disse ela se apoiando no braço do sofá.

“Uau! Você disse isso mesmo?”

“Claro! Até parece que eu vou me submeter a uma coisa como essa! Principalmente quando envolve meu caráter.”

“Eu nunca pensei que pudesse haver um ministro mais idiota que o Fudge, mas esse superou.”

“Como assim mais idiota?”

“O Fudge, o antigo ministro era muito influenciável, ele foi um completo idiota quando deixou de acreditar e ainda colocou toda a ‘comunidade bruxa’ contra Dumbledore e eu, foi por isso que ele saiu.”

“Eu me lembro quando meu pai me disse uma vez que esse cara só vivia pedindo conselho a ele.”

“E então, ele ainda deixou se cegar pela sua falsa segurança. Mas esse novo ministro, o tal de Scrimgeor insiste em me perseguir em vez de fazer o que ele tem que fazer. Ele colocou na cabeça que eu sou a solução dos seus problemas, e desde então quer porque quer que eu seja o garoto propaganda do ministério.” Disse Harry com uma expressão de ironia no rosto.

“Mas isso vai acabar! Quando você vencer Voldemort e livrar o mundo do mal.” Disse ela rindo.

“Você dizendo assim até parece que é fácil!” disse o garoto desanimado.

“Calma Harry, vamos por parte, primeiro você vai voltar para seu dormitório e vai contar todas as novidades para Rony e Hermione, depois você diz para eles que eu preciso falar com eles amanhã, e depois você jantar e tenta dormir um pouco. Amanhã a gente pensa em como você vai salvar o mundo, tá?” disse ela sarcasticamente se levantando e puxando ele pelo braço, enquanto ele dava um sorrisinho debochado.

“E aproveita e segue os conselhos da Mione sobre o Draco.” Disse ela antes de fechar a porta do gabinete.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.