O quinteto da sombra



Capitulo dez.
O quinteto da sombra.

Stephanie mais uma vez saltava entre os prédios de Londres. As ruas abaixo estavam completamente vazias, exceto por um carro ou outro que dirigia-se rapidamente para o subúrbio, provavelmente para chegar em casa e acompanhar o “seqüestro” pela TV. Voldemort havia conseguido sua platéia. Com certeza toda a cidade estava assistindo o seqüestro com olhos atentos.
Porém, ela estava confusa com outras coisas. Havia entregado as esferas negras à Voldemort e logo depois ele lhe devolvera, pelo menos três vezes maior. Havia ordenado que levasse até o local onde os comensais mantinham os trouxas presos. O que ele pretendia com aquilo? O que havia naquela esferas?
Stephanie só despertou de seus pensamentos quando as luzes laranja das sirenes lhe tocaram o rosto. Parou num lugar um pouco mais afastado e escondeu-se. Trouxas. Era impressionante como eles eram atraídos por desastres.
—Parece que tem um movimento lá dentro.—A Lestrange escutou um dos policiais falar para outro.
Já teriam começado? Teria que se apressar então. Segundo as ordens de Voldemort,não deveria chegar muito depois da cerimônia. Com um rápido movimento da capa, Stephanie sumiu nas trevas.

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—Poxa!—Dizia Ashley, desviando dos feitiços enviados por dois comensais.—Dois contra um é covardia!—Num movimento rápido, cravou a espada no chão e apoiou-se no cabo, saltando por cima deles, caindo logo atrás dos dois comensais. Estendeu a mão para a espada que voou até ela. Rapidamente acertou os comensais com golpes horizontais, nas costas, derrubando-os.—Vocês precisariam de pelo menos uns seis para me dar um pouco de trabalho.
—Convencida!—Disse Lilá, parando derrapando ao seu lado. Segurava num das mãos um cordão que bifurcava-se na metade, com duas esferas de metal em cada ponta.—Deixa eu te mostrar como se faz.
Dois comensais corriam em sua direção, as varinhas erguidas. Lilá sorriu, balançando o cordão, fazendo as esferas baterem uma na outra. Abaixou-se rapidamente para esquivar de dois feitiços e atirou as esferas na diagonal. Enrolaram no pescoço dos dois, fazendo suas testas se encontrarem.
—Fácil, fácil...—Disse Lilá, num tom de deboche, convocando a arma enrolada no pescoço dos dois comensais desmaiados.
—Melhor tirarem o salto alto e voltarem a luta.—Disse Pedro, desviando dos socos de um comensal. Virou-se rapidamente para falar com Lilá e sentiu o punho do adversário passar a centímetros do seu nariz.—Cara! Você enche o saco!—Virou-se irritado para o comensal que lhe atacava. Ergueu o punho, onde o ar começou a circular em volta de uma espécie de vácuo.—Dragão escarlate!!
Golpeou o peito do comensal com um soto. O punho atravessou o corpo dele como uma faca e com um forte estampido, o ar quebrou o vácuo e arremessou o corpo para trás, derrubando vários cabides e batendo contra a parede, rachando-a.
—Uau...—Disse Lilá, erguendo levemente as sobrancelhas para depois rir.—esse é meu garoto.
—Que bom que não perdi o jeito.—Pedro sorriu, coçando a nuca.
—Acho que...já acabamos com to...todos...—Disse Marina, parecendo muito cansada, saindo de trás de uma pilha de caixas derrubadas.
—Parece que...
Antes que Ashley terminasse, um brilho vermelho irrompeu do centro da loja. Mais que rapidamente saíram correndo por entre caixas e roupas derrubadas, para o lugar. Haviam esquecido dos trouxas.

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Stephanie havia aparatado atrás de um cabide cheio de ternos. Os comensais lutavam contra algumas pessoas, em locais afastados. Não havia ninguém ali. Exceto os trouxas e Stephanie. Caminhou lentamente até o limite do circulo. Os trouxas haviam entrado em pânico. Nem tentaram fugir. Um sorriso malvado delineou-se nos lábios da Lestrange, enquanto abaixava-se.
Não sentiu mais nenhuma presença de outro comensal. A luta havia terminado. Olhou brevemente para a janela e viu a lua vermelha brilhando mais intensamente.Era a hora.
—Circulo sombrio da lua escarlate!!—Bradou Stephanie, chamando a atenção de muitos trouxas que não haviam notado sua presença. Abaixou-se rapidamente, tocando a região delimitada pelo circulo, que emitiu um brilho mais forte.
O brilho da lua vermelha e do circulo pareceram entrar em sintonia. Rapidamente a luz vermelha já sobressaia-se à luz vermelha. Uma parede invisível ergueu-se ao redor, no momento em que os trouxas tentavam fugir.
—O que está acontecendo?!—Stephanie escutou uma voz logo atrás dela. Um rapaz ruivo e uma moça de cabelos negros saiam detrás de algumas caixas.
Os trouxas gritavam por socorro, batendo com força na parede. Era impossível. Stephanie afastou-se um pouco mais, ficando fora da visão deles.
—Vamos Mandy!—Gritou o ruivo, tentando quebrar a parede com socos.
—Não vai adiantar...—Disse Amanda, mordendo o lábio inferior, preocupada.
—Saiam da frente!—Stephanie olhou mais para trás. Mais quatro pessoas viam na direção do circulo. Mas foi o que gritou que chamou sua atenção. Cabelos negros, longos, olhos castanhos. Era ele!—Tempestade escarlate!
Com os dois punhos, começou a golpear rapidamente a parede invisível, causando altos estampidos e flashes de luz vermelho. Ao final, ele estava esgotado e a parede intacta. Stephanie sorriu mais uma vez.
—O que diabos é isso?—Perguntou a garota de cabelos ondulados.
—Olhem!—Uma garota loira apontou para os trouxas, aterrorizada.
Stephanie olhou. Sangue começava a jorrar por cada poro do corpo dos trouxas. Pelos olhos, ouvidos, boca, nariz, pele. Começavam a dissecar. Lentamente o corpo dos trouxas presos no circulo foi perdendo todo o sangue que acumulava-se entre as paredes. Lembrava de uma maneira macabra um tonel industrial. Quando o ultimo trouxa caiu, completamente sem sangue e sem vida, a parede desfez-se.
O mar de sangue espalhou-se pelo chão, molhando os pés do grupo. Stephanie saiu das sombras e caminhou lentamente, até parar de frente à eles.
—Quem é você?—Perguntou Pedro, tirando os olhos do mar de sangue para focar Stephanie.
Ela não respondeu. Enfiou as mãos nos bolsos da capa e retirou as cinco esferas, uma por uma, agora do tamanho de bolas de tênis. Largou-as no mar e sangue, onde sumiram.
—O que está fazendo?! Você tem algo haver com isso?—Bradou Marina, dando um passo a frente.
Mais uma vez Stephanie não respondeu. Apenas sorriu. Começou a caminhar de costas, afastando-se deles. Depois de sete passos, ela virou-se e começou a correr na direção da janela.
—Volte aqui!—Escutou a voz de Ravenclaw e logo seus passos lhe acompanhavam. Stephanie puxou a varinha do bolso das vestes e apontou para a janela que estilhaçou-se.
Pulou para o batente e acumulou toda a energia que pode para saltar o mais longe possível. Sentiu-se satisfeita. O ar frio a noite, o cheiro de sangue. Ficou tão relaxada que nem percebeu que uma águia negra lhe seguia.

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—Temos que ir atrás deles!—Disse Lilá, ameaçando correr até a janela.
—Não podemos! Não sabemos voar!—Disse Marina, ainda espantada com a morte dos trouxas.
—Eu posso, porra!—Esbravejou Lilá, fazendo as asas de morcego aparecerem nas costas.
—Então vá!—Disse Marina, fazendo um gesto com a mão.
—Eu não sairia daqui se fosse vocês...—Disse uma voz quase infantil.
—Não...—Disse Lilá, desanimada.—eu já disse que sei voar caralho! Não vou me fuder todinha quando pular!
—Não estava falando disso...—Disse a voz, ficando um pouco mais grossa.
—E do que diabos está falando?—Disse Lilá, já irritada.—E mostra teu rosto feioso antes de me dar algum conselho!
—Já que pediu...
Em meio ao sangue, foi surgindo um corpo. Parecia que estavam vendo uma borboleta saindo do casulo. O corpo solidificou-se, tomando a forma de um homem alto, musculoso.
—Cara...—Disse Lilá, olhando todo o corpo do homem e assobiando alto.—se não fosse do mal eu pegava.
—Você e seu mau gosto...—Brincou Ashley, ainda observando o corpo do homem que havia acabado de surgir.
—Vai te fuder Ashley...—Disse Lilá, emburrada, mostrando o dedo médio para a loira.
—Então...—Disse o homem, o corpo lentamente sendo iluminado, como se estivesse partindo um casulo de sombras.—agora aceita meu conselho?
—Ahm...na verdade não aceito conselhos...—Lilá deu de ombro, inclinando a cabeça para o lado.
O homem riu. Era alto, branco, forte. Tinha cabelos brancos, mas não aparentava ser velho. Vestia uma espécie de colete, aberto, mostrando o peitoral desprovido de pelos. Usava uma calça de uma espécie de pano, de cor preta. Presas ao cinto, duas espadas com lamina curvada, negra, com vários símbolos dourados nela.
—Ei, Henkor...—Disse uma voz feminina, logo atrás deles.—não pensa que vai se divertir sozinho, não é?
Viraram-se rapidamente. Logo atrás deles, estava uma garota de baixa estatura, cabelos azuis, presos em duas tranças. Usava uma bandana negra com a marca negra no centro, uma calça jeans rasgada e o mesmo colete, só que com uma camisa branca por baixo. A garota estava sentada no ombro de um homem enorme. Tão grande que sua cabeça ficava a um palmo do teto. Era largo, gordo e barbudo. Tinha cara de mal. Suas roupas seria suficiente para cobrir toda a cidade de Londres e o colete, apesar de lembrar uma lona de circo, ainda parecia pequeno para ele.
—Claro que não, Fehla...sabe que não sujo minhas mãos com lixo.—Disse Henkor, sorrindo desdenhoso.
—Ow!—Lilá virou-se furiosa para o comensal, apontando-lhe o dedo indicador.—Repete isso de novo se tu tem amor ao teu pintinho amarelinho.
—Essa é velha, hein filha?—Disse uma voz, ao lado deles.
Olharam na direção da voz e viram um magricela, com aspecto raquítico sair do meio de algumas roupas. Era branco, quase cinzento, com olhos baços, emoldurados por olheiras profundas. Seu cabelo era negro, preso num rabo de cavalo, usava o mesmo colete e calça de Henkor?
—E quem é o ratinho mal nutrido aí?—Perguntou Lilá, olhando o recém chegado, com uma sobrancelha erguida.
—Yatzhi...—Disse o magricelo, cruzando os braços sobre o peito.
—Saúde...—Disse Lilá, erguendo uma sobrancelha.
—Acho que estamos todo aqui...—Disse uma quarta voz, vindo do outro lado do grupo.
Viraram mais uma vez. Um homem negro, careca, olhos fechados, parecendo concentrado. Vestia uma manta negra, presa por uma faixa branca na cintura. Caminhava a passos lentos, calmos, quase monótonos.
—Meu nome é Lamar...—Disse o homem, assim que Chap fez menção de perguntar o nome do recém chegado.
—E quem são vocês? Uma banda de rock moderno?—Perguntou Marina, olhando para os cinco integrantes.
—Não...mas até que nosso nome seria bem legal para um conjunto...—Disse Fehla, balançando as perninhas, batendo o calcanhar no ombro do gigante.
—Perdão por não nos apresentarmos...—Henkor cruzou os braços sobre o peito, olhando para eles, superior.—somos o quinteto da sombra.

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Stephanie saltou os tetos, certa de que não havia mais perigo nenhum. Pousou no telhado de um prédio e encostou-se na caixa de água de um, pondo a mão sobre o peito arfante.
—Pensei que nunca cansaria...—Disse uma voz ao seu lado.
Stephanie saltou para o lado, puxando uma faca de dentro da capa. Alguém saiu das sombras. Pedro Ravenclaw. A Lestrange sentiu seu coração pulsar fortemente, ancioso.
—Quem é você?—Perguntou Pedro, parando fora da sombra da caixa de água, o semblante sério.
—Não lhe interessa...—Disse Stephanie, recuando.
—Se não quiser dizer, tudo bem...—Pousou a mão sobre o cabo de bronze da espada e puxou, deixando a lamina azul brilhar sobre a luz escarlate da estranha lua.—posso te forçar a falar.
—Nem em seus sonhos...—Stephanie arqueou os joelhos e saltou.
—Nem pense nisso!—Bradou Pedro, saltando também. Flutuou acima dela, descendo a espada na direção de Stephanie. A Lestrange colocou a faca na frente para se defender, mas foi atirada com força na direção do teto. Bateu contra o concreto, afundando um pouco.
Pedro pousou ao lado, suavemente. Caminhou a passos lentos até o buraco aberto. Quando estava bem próximo, um vulto saltou. Ele pulou para trás, defendendo-se de duas facas lançadas.
—Parece que não tenho outra opção...—Disse Stephanie, já puxando mais duas facas.—vou ter que lutar com você.
—Não era a minha primeira opção...—Disse Pedro, com a espada na frente do corpo, defensivamente.
Ficaram se encarando por um tempo. Então, sem nenhuma explicação, sumiram. Viraram rápidos borrões que se encontravam com fortes colisões e som de choque entre metal. O ultimo choque atirou os dois em direções opostas.
—Muito bom...—Disse Pedro, posicionando a espada novamente.—acho que subestimei você.
—Hum...—Limitou-se Stephanie, as facas em posição.
Novamente partiram um na direção do outro. Stephanie saltou, descendo com as duas facas na direção dele. Pedro saltou para trás, aproveitando a guarda baixa de Stephanie ao cair, para descer o fio da espada sobre ela. Lestrange rolou para o lado, escapando do golpe.
—Acha que só isso pode me derrotar?!—Ela apoiou as mãos no chão e saltou, ficando de pé. Saltou para trás e apoiou os pés na lateral da caixa d’água, pegando impulso para saltar sobre Pedro.
Atirou as duas facas contra ele e posicionou os braços em frente ao rosto. Pedro girou no próprio eixo, desviando das duas facas. Virou-se novamente na direção dela, apontando-lhe a mão aberta.
—Explosão do dragão!
Um enorme dragão de fogo irrompeu de sua mão, partindo na direção de Stepphanie. Pega de surpresa, ela apenas fechou os olhos, sentindo-se engolida pelas chamas. Usou toda força que tinha para impulsionar o corpo para fora da serpente de fogo, que subia aos céus rapidamente.
—Tinha esquecido que você é um piromago...—Disse a Lestrange, à mão sobre uma queimadura no braço direito. Sua capa havia sido dizimada. Ficara apenas com a calça jeans preta e a camisa sem mangas, queimada em algumas partes.
—Então me conhece...—Disse Pedro, abaixando a mão, olhando sério para ela.
—Só não te conheço mais do que te odeio...

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—O que faremos?—Perguntou Chap, com um tridente dourado em mãos, olhando os cinco que lhe cercavam.
—Sair no pau com eles, ora!—Disse Lilá, tirando um grande leque de prata das costas.
—Então vão mesmo lutar?—Perguntou Henkor, os braços cruzados sobre o peito.
—Pode crer velhinho!—Disse Lilá, abrindo o leque.
Sem esperar resposta, partiram para cima do quinteto da sombra.
Amanda partiu para cima de Henkor que esquivava-se, andando de costas, como se desliza-se. Mandy rapidamente puxou a espada de lamina vermelha, tentando atingir ele com golpes verticais. Henkor, porém, parecia desviar com mais facilidade que antes.
—Lenta desse jeito, não vai nem me arranhar.—Disse Henkor, com um sorriso debochado.
—Cale sua boca!—Amanda parou, cravando a espada no chão. Abaixou-se rapidamente e tocou o chão com as mãos. O chão foi congelando até Henkor, prendendo-o no chão.
Rapidamente, pegou impulso e segurou o cabo da espada,, partindo na direção de Henkor. Apontou a ponta da espada para o peito dele, pronto para perfura-lhe. Ele apenas sorria.

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Ashley e Lilá estavam paradas no meio de vários cabides derrubados. À frente delas, Fehla e o grandão. Ela estava em pé no ombro dele, segurando um chicote longo.
—Vai ficar aí ou vai descer, filhinha?—Disse Lilá, o leque aberto do lado do corpo.
—Não preciso nem descer para derrotar vocês duas.—Disse Fehla, desdenhosa
—Parece muito confiante, mas precisa dele para se sentir grande.—Disse Ashley, apontando o gordão com a ponta da espada.
—Tentem me atacar para saver do que eu sou capas.—Fehla sorriu, fazendo o chicote vibrar com um movimento da mão.
—Você que ta pedindo, filhinha!—Lilá abriu as asas de morcego e subiu rapidamente. Desceu como um míssil sobre os dois, preparando para cortar-lhes ao meio com o leque.
Fehla apenas sorriu. Ergueu o chicote e desceu rapidamente, fazendo-o estalar. Lilá desviou, abrindo um sorriso triunfante. Quando estava certa de que iria atingir-los, algo acertou-lhe com força nas costas, derrubando-a no chão, fazendo a vampira arrastar-se pelo piso.

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Marina corria atrás do magricelo, lançando feitiços sobre ele. Ele desviava, parecendo ter o corpo bastante maleável. Chegaram até uma parede, onde Yathzi ficou encurralado.
—Acho que você não tem para onde fugir.—Disse Marina, sorrindo triunfante.
—Eu não teria tanta certeza, queridinha...—Disse ele, virando-se para Marina, andando de costas em direção à parede.
—O que pretende fazer?—Riu Marina, andando na direção dele, a varinha apontando para seu peito.—Atravessar a parede?
—Hum...quase isso...—Yathzi devolveu o sorriso, encostando-se na parede.
—Pare de falar merda!—Marina ergueu a varinha no ar e desceu rapidamente.—Flipendo!
O raio de luz laranja cortou o ar na direção do magricelo. Ele apenas sorriu. Quando o feitiço estava a centímetros dele...

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Chapolim e Lamar permaneceram parados no mesmo lugar de antes. O sangue havia diminuído quando os cinco da sombra surgiram. Chap havia notado. Apoiou a ponta do tridente no chão e viu que diminuía cada vez mais. Olhou para Lamar, que continuava parado, de braços cruzados.
—São aliados de Voldemort?—Perguntou Chap, analisando os olhos do inimigo.
—Mais do que aliados...somos os mais fortes seguidores dele.—Responde Lamar, parecendo fazer o mesmo que Chap.
—Os mais fortes?—O ruivo ergueu as sobrancelhas, interessado.
—Os mais bem treinados e bem dotados de poder...—Disse Lamar, descruzando os braços.—somos a força de elite dele. Mas, sinto muito. A conversa está muito agradável, mas temos que terminar logo com isso.
—Como quiser...—Chap desencostou o tridente do chão, pronto para atacar. Porém, algo segurou seus braços e pernas com força. Olhou para baixo, assustado ao ver aquelas mãos sombrias segurando-lhe pelo pulso e pelos calcanhares.

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—Por que me odeia?—Perguntou Pedro, abaixando a espada também.
—Sabe quem eu sou?—Perguntou Stephanie, limpando um canto chamuscado da boca.
—Não.
—Sou uma Lestrange.—Stephanie ergueu o rosto, orgulhosa, mostrando sua superioridade. Lagrimas já surgiam em seus olhos.—Stephanie Lestrange.—As lagrimas começaram a correr por seu rosto, lentamente.—E você...você colocou minha mãe na cadeia!
—Sua mã...—Pedro parou, a boca aberta, incrédulo.—você é filha de Bellatrix Lestrange?
—Exatamente!—As lagrimas explodiram, caindo sem controle por seu rosto. Puxou duas adagas rapidamente dos bolsos laterais e posicionou-as.—Prepare-se! Vou me vingar de você!!
Stephanie sumiu. Pedro virou-se rapidamente, colocando a espada em frente ao corpo para defender-se do forte ataque que tirou faíscas do contato metálico. Surpreso com a velocidade e força dela, saltou para trás, em posição defensiva.
—O que está esperando?!—Gritou Stephanie, pegando novo impulso e partindo para cima dele.
Atirou uma das adagas nos pés dele. Pedro saltou para esquivar-se. Stephanie aproveitou sua guarda baixa e saltou sobre ele. Acertou o cabo da adaga em seu rosto e, ainda no ar, girou, acertando o calcanhar em seu queixo. Pedro flutuo por alguns instantes antes de cair no chão e quicar. Conseguiu ficar de pé rapidamente, derrapando, levantando uma nuvem de poeira.
A Lestrange caiu de pé, cansada, os dentes arreganhados como uma fera pronta para o ataque. Abaixou-se para pegar a adaga, com o olhar ainda na nuvem de poeira que cobria Ravenclaw.
Arregalou os olhos e colocou as adagas em frente ao corpo. Algo incrivelmente rápido atingiu-lhe, arrastando-a para trás com uma grande força. A fumaça que envolvia o que lhe atacara dissipou. Era Pedro. O choque forte da espada e da adaga ergueu uma quantidade incrível de faíscas que brilhava nos olhos dos dois.
Stephanie conseguiu saltar para trás, afastando-se dele. Ofegante, ficou olhando Pedro. Ele era realmente muito forte. Olhou as adagas que já mostravam grandes rachaduras na lamina.
—O que está esperando?—Pedro repetiu a pergunta que Stephanie fizera antes, só que com calma. Estava meio de lado, a ponta da espada encostada no chão.
Ele não era como os outros. Não seria tão fácil derrotar-los. Seria até impossível. Stephanie recuou um passo, o olhar fixo ao do piromago.
—Vai fugir? Pensei que quisesse vingar a honra de sua mãe assassina...—Disse Pedro, a frieza que possuía no campo de batalha retornando.
—Minha mãe não é assassina!—Berrou Stephanie.
—Não? Diga isso aos Longbotton. Ou aos Ashford...acho que não vão concordar...
—Você não tem direito de falar dela!—Berrou mais uma vez Stephanie, parecendo mais nervosa, as lagrimas retornando aos olhos.—Você destruiu a vida dela! Destruiu a nossa família!
—Que engraçado.—Pedro apoiou-se na espada, a frieza transbordando de seus olhos.—Sua mãe destruiu minha vida e minha família. Acho que estamos quites.
Stephanie ficou calada. Olhou para ele, os olhos vermelhos, esbugalhados, brilhantes. As lagrimas caiam pelo rosto vermelho. Como poderia? Como poderia ele falar assim tão calmamente? Isso só fazia seu ódio por ele aumentar mais e mais. Fechou com mais força os dedos sobre as adagas, o corpo inteiro tremendo.
—Sua vingança é infundada e egoísta....procure algo útil para fazer na vida...—Disse Pedro, fechando os olhos e dando as costas.—correr atrás de algo inútil não faz sentido.

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Marina ainda tentava entender o que acontecia? Segundos antes do feitiço atingir o magricelo, ele sumiu. Parecia ter incorporado a parede. O feitiço destruiu a parede, atirando concreto para todos os lados.
—O que...aconteceu?—Pergunto Marina a si mesma, olhando para os lados, procurando o tal Yathzi
—Surpresa?—Disse uma voz, não muito longe dela.
Marina virou-se para trás, mas não havia ninguém. Olhou para todos os lados, mas não havia sinal dele. Ele começou a rir. Sua risada parecia vir de todos os cantos, como se ecoasse por toda a loja. Marina, aturdida, puxou a varinha e começou a lançar feitiços para todos os lados, tentando atingir o magricelo.
—Não vai adiantar!—Dizia zombeteiro, com uma entonação infantil na voz.—Você nunca via saber onde estou!
—Pare de agir como um covarde!—Gritou Marina, lançando mais um feitiço que destruiu um cabide, atirando roupas para todos os lados.—Apareça!
A risada ecoou mais alto. Marina virava-se rapidamente, tentando localizar de onde vinha a voz, mas não conseguia. Parecia que Yathzi estava em todos os lugares.
—Se quer saber onde estou, estou aqui!—Ele saltou, como se surgisse do chão, logo atrás de Marina.
A bruxa virou-se rapidamente, apontando a varinha para ele. Yathzi, porém, foi mais rápido e tirou-lhe a varinha com um chute. Deu uma cambalhota no ar e tirou duas adagas, negras como sombras, das costas.
—Adeus, garotinha!—Riu ele, as adagas na frente do corpo, prontas para perfurar Marina.
Marina recuou um pouco. Sabia que não tinha chances de defesa. Colocou os braços em frente ao rosto e começou a rezar por um milagre. Quando já estava para ser atingida, um vulto atravessou-se no caminho, atingindo o magricelo, jogando-o contra uma pilha de roupas.
Marina abriu os olhos lentamente. Afastou os braços da frente do rosto, procurando Yathzi. O que havia acontecido? Por que não lhe atacara?
—Ufa...quase eu não chego a tempo...
Marina olhou para frente, tendo a atenção chamada pela voz. Era uma garota. Devia ter uns 28 anos, cabelos negros, presos num rabo de cavalo e olhos verdes. Usava uma capa de viagem com um grande B marcado no meio.
—Ahm...obrigado...—Disse Marina, inclinando a cabeça um pouco para o lado, a testa franzida.—srta...?
—Alana...Alana Black...—Ela sorriu, estendendo a mão.
—Marina Athenas...—Disse a auror, apertando a mão de Alana.
—Onde estão os outros?—Perguntou Alana, olhando para os lados.—Senti a energia de mais algumas pessoas aqui.
—Devem estar lutando com os parceiros daquele magricelo...
—Então Aline deve ter encontrado eles...

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Lilá levantou-se lentamente, passando o braço pela boca, limpando um filete de sangue que escorria. Virou-se de um pulo, possessa, os olhos em chamas.
—Ah, sua vaca!—Convocou o leque que havia caído de lado.—Vou te fatiar que nem pizza!!
—Eu só gostaria de ver você tentar...—Zombou Fehla, enrolando o chicote no braço.
Lilá abriu as asas de morcego com violência, levantando vôo de tal modo que causou um forte deslocamento de ar, obrigando Ashley a fincar o pé no chão para não ser arremessada longe.
—Agora o bicho pega!!—Bradou Lilá, dividindo o leque em dois, girando-os ao lado do corpo, indo na direção dos dois oponentes.
—Tolinha...—Fehla sorriu e abaixou-se, ficando na altura do ouvido do grandão.—Barth...sabe o que fazer...
O grandão grunhiu algo e adiantou-se. Sua sombra aumentou consideravelmente de tamanho com o movimento. Fehla levantou-se novamente e preparou o chicote.
—Esse truque meia boca não vai funcionar duas vezes comigo!—Disse Lilá, ainda indo como um míssil na direção deles.
Fehla sorriu. Ergueu o chicote no ar e fez ele estalar no ar. Lilá desviou mais uma vez, virando-se rapidamente para deter o segundo ataque.
—Ahá! Dessa vez não...
Antes que completasse, vários chicotes sombrios seguraram-lhe fortemente os braços e as pernas. Lilá olhou para baixo e viu que os chicotes saiam do chão, justamente da sombra de Barth.
—O que diabos está acontecendo?—Ashley correu na direção dos oponentes, a katana em posição.
—DeLacour idiota! Fica longe da sombra!!—Gritou Lilá, tentando alertar Ashley.
—Ahm?—Ashley parou, olhando para cima, com o cenho franzido.—Ficar longe da sombra? Mas por q...
Antes que pudesse captar o que Lilá queria dizer, os s chicotes de sombras saltaram do chão e prenderam seus pulsos e pernas. Fehla riu, erguendo o próprio chicote.
—E agora, um pouco de diversão...
Desceu o chicote no ar, fazendo-o estalar. Vários outros chicotes surgiram das sombras e começaram a bater em Lilá e Ash, obedecendo ao comando de Fehla.
—Ah, cachorra!—Disse Lilá, sentindo a pele arder.—Quando eu sair daqui vou te pegar e arrancar todos os cabelos de tua cabeça!!
—Tem a ilusão de que vai sair viva daqui?—Fehla riu mais uma vez, erguendo o chicote.—Tolinha...
Desceu o chicote novamente, fazendo vários movimentos dessa vez. Os chicotes sombrios imitaram seus movimentos, açoitando Lilá e Ashley, que nada podiam fazer a não ser gritar de dor.
—Filha da puta!—Gritou Ashley, sentindo que uma chicotada rasgara sua roupa e riscara sua pele.
Fehla ria e ria mais a cada chicotada que as duas levavam. Ergueu o próprio chicote no ar, preparando um novo golpe, quando sentiu algo queimar seu pulso. Largou o chicote, levando a outra mão até a região. Duas marcas de dedos estavam impressas no pulso branco de Fehla.
—O que foi iss...—Assim que virou-se para tentar entender o que acontecia, sentiu um forte golpe no rosto. Voou do ombro de Barth, arrastando-se pelo chão, parando no meio de algumas caixas.
Barth virou-se, lentamente, também sem entender o que acontecia. Olhou para baixo e viu uma figura encapuzada, próximo à seu pé. Ela acenou e fez alguns movimentos com a mão. Um pilar de luz surgiu repentinamente debaixo dele, atirando o grandão para cima, rompendo o teto.
Os chicotes evaporaram, libertando Ashley e Lilá. O encapuzado aproximou-se, levando as mãos ao capuz e jogando-o para trás. Era uma garota, de uns 28 anos, cabelos negros e olhos verdes, cobertos por uma franja.
—Desculpem a demora...tivemos um problema com o trem, próximo a Manchester...a propósito...meu nome é Aline Black...

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Stephanie observava Pedro caminhar para longe. Faria algum sentido o que ele dissera? Sim, fazia...mas na mente de Stephanie havia uma voz que dizia “não!”. Dizia para matar-lo, destroçar seu corpo. Fazer ele sentir tanta dor quanto ela sentiu no dia que sua mãe foi presa novamente. Apertou a adaga na mão com mais força e deu um passo para frente.
—Não fuja!—Gritou, correndo na direção dele.
Pedro virou-se lentamente. A uns dois metros dele, Stephanie saltou. Ravenclaw saltou para o lado, desviando do golpe. A força que Stephanie colocara no golpe fizera o teto do prédio afundar, formando uma cratera.
Sem esperar, Stephanie partiu novamente para cima dele. Com a guarda baixa, Pedro não evitou o golpe com o cabo da adaga, na altura do supercílio. Seu corpo inclinou-se um pouco para trás, formando um arco. Stephanie, porém cravou as adagas com força em seus ombros, puxando-o com força até ela, fazendo sua testa encontrar a dela, com força, antes de chutar-lhe a barriga, atirando-o contra a caixa d’água.
Pedro colidiu contra a estrutura de pedra, rachando-a. A parede da caixa d’água cedeu, fazendo toda a água espalhar-se pelo teto, ensopando Pedro, molhando os pés e de Stephanie e escorrendo pela beirada do teto.
—Não...você não pode morrer...—Stephanie caminhou lentamente até ele. Já havia matado tantos. Mas ele seria sua ultima morte. Prometeu que pararia de matar quando matasse Pedro Ravenclaw. E agora. A menos de dois passos. Cumpriria sua promessa.—você deve sofrer mais um pouco.
Ergueu a espada no ar, pronta para descer-la contra o coração dele. Pedro, semi-inconsciente. Sentiu seu pulso acelerar, a adrenalina ao Maximo em seu sangue. A lamina da agada cortou o ar rapidamente...

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