O alerta



—Capitulo três
O alerta.

—Merda, merda, merda...—Resmungava Amanda, vestindo o sobretudo negro, com o emblema do ministério, apressando o passo, aproximando-se de uma cabine telefônica.—espero que Armstrong segure as pontas.

Terminou de fechar os botões do sobretudo e parou de frente a cabine telefônica. Estava aberta. Amanda franziu o cenho, mas resolveu deixar para lá. Entrou na cabine e fechou a porta com dificuldade.

—Precisamos de uma nova entrada.—Disse Amanda, virando-se para o aparelho telefônico.

Puxou o fone do gancho e discou o primeiro numero. Então, um forte solavanco jogou-a para cima da porta. Mais vidros quebraram. Quando conseguiu equilibrar-se, sentiu que o chão tremia. Olhou para fora, uma poça de água formava ondulações.

—Tomara que não seja um dinossauro...—Riu, temerosa, olhando para os lados.—por que essa cabine parece MUITO com um banheiro.

Agarrou novamente o fone e discou rapidamente os números. Identificou-se e disse o motivo da visita, que foi retratado num pequeno crachá que pulou do lugar de onde deveria sair as fichas.

Encostou-se na parede da cabine, aliviada. Quando a cabine já descia pela metade, sentiu o chão tremer com mais força, sacudindo-a fortemente contra as paredes. Segurou-se no aparelho e olhou para fora. Um grande pilar de luz acabada de irromper do chão, atirando para cima pedaços de concreto.

Assim que a cabine parou no átrio do ministério, Amanda atirou-se para fora. O tremor começava a diminuir, mas ainda sacudia o chão. A fonte dos irmãos mágicos, reconstruída após a guerra, também formava ondas.

—Algo não cheira bem...—Resmungou, procurando andar o mais rápido possível até as escadas.—e não é o cheiro da comida estragada da cantina.

Saltando de dois em dois degraus, Amanda foi descendo as escadas. Já tinha a varinha empunhada, pronta para atacar quem quer que fosse.

Assim que chegou no andar do departamento de mistério, correu pelos corredores, derrapando a cada esquina. Próximo à porta negra, viu Armstrong, jogado no chão, com a cabeça pendente molemente sobre o ombro deslocado.

—Armstrong!—Disse, abaixando-se à sua frente, sacudindo-o pelos ombros. Pegou seu braço mole e chegou o pulso.—Droga...

Rangeu os dentes e olhou para frente. A porta negra estava entreaberta. Levantou-se e correu até ela, abrindo-a com um forte empurrão. Deteve antes que fechasse, e logo correu o olhar pela sala. O tremor, apesar de muito fraco, ainda fazia as chamas azuis tremeluzirem, fazendo um jogo de sombras no local.

Correu o olhar pela sala e não demorou a encontrar a porta aberta. Sentiu um forte nó na garganta ao reconhecer a porta. Balançou a cabeça negativamente e correu até ela. Quando estendeu a mão para abrir a porta, sentiu uma forte pancada na testa, cambaleou dois passos, tendo tempo apenas de vê um vulto negro, muito estranho, passar ao seu lado. Assim que o vulto passou pela porta, Amanda sentiu a sala girar e caiu no chão, desacordada.


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—Claro!—Exclamou Luke, irônico, dando um tapa na edição do profeta diário.—Certamente o ministério acha que somos idiotas. Uma experiência no setor de mistérios? Fala sério! Até o Teddy sabe mentir melhor.

—Alguma teoria para o acontecimento, Sr. Parker?—Perguntou Welma, uma séria defensora do ministério da magia.

—Provavelmente estavam dando uma festinha. Ficaram bêbados e decidiram explodir tudo.—Disse Luke, atirando o profeta sobre a mesa, em cima de uma série de documentos.

—Acredita realmente que agentes sérios do ministério tenham feito uma coisa dessas?—Perguntou a secretária, ofendida, como se o patrão tivesse falado algo sobre ela.

—Completamente...—Disse Luke, colocando os pés sobre a mesa.—Tenho algum compromisso para hoje?

—Na verdade...—Welma puxou um grande diário marrom de dentro de uma gaveta e folheou.—o senhor Abdula marcou uma reunião com o senhor para hoje. Disse que é urgente.

—Abdula?—Luke franziu o cenho, endireitando-se.—Quando?

—Que tal agora?—Disse uma voz grossa, adentrando a porta do escritório.

Tirando os pés da mesa, Luke mirou o alto homem que entrava em sua sala. Tinha uma aparência árabe, pele morena e olhos negros, misteriosos. Vestia uma longa túnica branca, presa à cintura por uma espécie de faixa também branca e, nas mãos, carregava uma caixa de ouro, rapidamente notada por Luke.

—Sr. Abdula!—Disse Welma, saltando da cadeira, ainda com a agenda na mão.—Sua reuni...

—Tudo bem Welma...—Disse Luke, levantando e ajeitando a gravata.—Nilo! Há quanto tempo? O que lhe trás de volta a velha cidade?

—Tenho assuntos a tratar com você, Parker.—Disse Nilo Abdula, um dos negociantes com quem Luke trabalhava.

—Claro, claro...Welma, traga-nos algo para beber...aceita algo, Nilo?—Perguntou Luke, sentando novamente.

—Um chá, se não for incomodo...—Disse Nilo, sentando numa cadeira em frente à mesa de Luke.

Luke apenas olhou para Welma, que saiu rapidamente da sala. Assim que os passos da secretária morreram do lado de fora, Luke disse.

—E então, meu caro? O que lhe trás aqui?

Nilo respirou fundo e olhou para os lados. Puxou a varinha de dentro das vestes brancas e apontou para cima.

—Selatus.

A sombra formada pela cadeira e por Nilo, ampliou-se, cobrindo toda a sala. As janelas e as cortinas fecharam com força. Apavorado Luke escutou um “click” vindo da porta e uma massa negra preencher a fechadura, completamente.

—O que diabos...?—Disse Luke, levantando, já puxando a varinha do bolso da calça.

Encarou Nilo, que fazia sinal para que Luke sentasse. Deixando a varinha sobre a mesa, Luke sentou, ainda receoso, olhando Nilo. Assim que toda sala encontrou-se no escuro e isolada, Nilo levantou-se, pousando a caixa de ouro sobre a mesa, andando de um lado para o outro.

—Creio que já está ciente dos acontecimentos, não é?—Perguntou, parando de frente à porta.

—A noticia sobre o terremoto de ontem? Sim, sim...—Disse Luke, cruzando os braços.—li algo...puro sensacionalismo.

Nilo abaixou a cabeça e suspirou tristemente. Lentamente virou-se para Luke e, ainda de olhos fechados, falou.

—Seria tudo melhor se fosse apenas “sensacionalismo”.

Luke franziu a testa e olhou para Nilo. O bruxo árabe permanecia de olhos fechados, com a cabeça baixa e as mãos cruzadas atrás das costas. Permaneceu assim por alguns segundos, antes de erguer a cabeça e abrir os olhos.

—Luke...preciso de sua ajuda...


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—Vamos! Eu estou bem!—Dizia Amanda, sentada na cama do hospital, segurando os lençóis acima da cintura.—foi só uma pancada na cabeça.

—Vamos esperar o médico, querida.—Disse Chapolim, apoiando a mão no ombro da esposa e fazendo-a deitar.

—Chapolim!—Exclamou Amanda, tentando levantar.—Qual é! Foi só uma pancadinha.

Chapolim meramente balançou a cabeça negativamente e sentou-se na cadeira ao lado. Pegou o jornal e abriu, folheando-o.

—O acidente no ministério virou manchete em todos os jornais.—Disse Chapolim, passando o olho pelas paginas.

—Eu sei...—Disse Amanda, olhando o teto, soltando um suspiro seguido de um muxoxo.—não é para menos.

—Aqui diz “Uma experiência secreta no setor de mistérios iniciou toda a confusão que levou milhares de aurores as ruas nessa quarta-feira, para apagar a memória de milhares de trouxas”.—Chapolim lia uma nota no canto da pagina.

Amanda não respondeu. Encolheu-se na cama e virou-se para a parede, olhando o nada.

Fechou os olhos e lembrou da porta aberta. Se bem lembrava, dos anos que havia iniciado como inominável, aquela porta era onde ficavam restos mortais dos maiores vilões do mundo. Pressionou mais os olhos ao pensar na possibilidade e puxou o lençol para mais cima, cobrindo parte do rosto.


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Cansado depois de chegar de mais uma missão, Pedro logo se largou na primeira poltrona que encontrou na sala de espera da agencia de segurança bruxa. Deixou a cabeça pender para trás, soltando um longo suspiro cansado, com os olhos fechados.

Apesar de moderno, a sede da agencia em Manchester era muito bagunçada. Tirando a cadeira onde o piromago havia sentado, as outra cinco estavam ocupadas com caixas de papelão e pastas marrons, entulhadas de papeis.

—Ravenclaw...ciao!—Disse Toni, um italiano que fazia uma espécie de intercambio na Inglaterra.

—Toni...—Pedro apenas acenou com a mão, sem olhar para o jovem.

—Leu o jornal hoje?—Perguntou Toni, vasculhando algo sobre a bancada da recepção, vazia, apenas com vários jornais jogados por cima.

—Deixei a Emily na escola e corri para a missão.—Ajeitou-se na poltrona e olhou o italiano.—Por que? Algo novo? Não vai dizer que a Inglaterra perdeu o amistoso contra a Rússia.

—Não, não...—Toni riu e balançou a cabeça negativamente.—mas foi por pouco.

—Então o que aconteceu? Mais um desaparecimento?

—Passou longe...—O italiano puxou algo debaixo de uma pilha de revistas velhas e atirou para Pedro.—aqui...com direito a primeira pagina.

O piromago pegou o jornal no ar e abriu lentamente. Uma enorme foto de um buraco numa rua meio velha era exibida. Abaixo, um grande título em letras garrafais “ESTRANHO ACONTECIMENTO ABALA MINISTÉRIO”.

—Hum...eles ainda não aprenderam a mentir...—Disse Pedro, fechando o jornal e colocando sobre algumas pastas.

—O que acha que houve?

—Não faço idéia...mas não foi uma experiência mal sucedida, com certeza.—Voltou a posição original, fechando os olhos. Toni soltou um “hum” e saiu da sala.


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Ashley lia o “Le monde magique”, na tranqüilidade de seu escritório. Sentada numa bela poltrona reclinável. Pés descalços sobre a mesa, pratinho de torradas ao lado e o microsystem ligado, tocando uma musica suave.

O escritório onde Ashley trabalhava ficava próximo ao Louvre, numa região aparentemente desabitada. Ficava num prédio de aparência antiga, enfeitiçado para não ser visto pelos trouxas.

Ashley trabalhava no terceiro andar, num escritório amplo. A luz de um abajur, em meia fase, iluminava num tom de amarelo escuro, aquela ampla sala. As paredes de madeira escura, brilhante, com apenas uma janela com vista para o museu. Penduradas nas paredes, molduras em movimento de bruxos famosos da França. O chão era completamente coberto por um carpete em estilo persa, magicamente ampliado. Bem distribuídos pela sala, havia varias esculturas incas e havaianas.

Quase encostada na parede oposta à porta, estava uma grande mesa de granito negro, muito bonita, brilhante. Papeis e mais papeis amontoavam-se sobre o tampo. Pergaminhos escritos em francês, recortes do lê mound magique e de outros jornais do mundo. Um pedestal de ouro destacava-se no meio da bagunça. Sobre ele, estava apoiado o que parecia ser a miniatura de uma espada de prata, de lamina fina, também muito vistosa. Ao lado da mesa havia uma lareira de console ostentoso.

Tamborilava no braço da poltrona no ritmo da musica, enquanto passava as paginas com a outra mão.

Na pagina com noticias internacionais, a noticia sobre os estranhos acontecimentos em Londres estava em destaque. Ashley franziu a testa e ajeitou-se na mesa, apontando a varinha para o aparelho de som, diminuindo o volume.

A reportagem falava sobre os estranhos acontecimentos e fazia alguns comentários ferinos, questionando a competência do ministério inglês.

Porém, não era isso que lhe chamava atenção. O fato envolvia fatos no setor de mistério. Em sua curta experiência no ministério, sabia que aquele setor era o mais importante.

—Mon Dieu...—Suspirou Ashley, abaixando o jornal.—espero que tudo fique bem.

Antes que pudesse voltar a leitura, a porta abriu. Michelle, sua assistente, botava a cabeça para dentro da sala.

—Mademoiselle DeLacour. Tem uma ‘ligação’ para a senhora.—Falava ela, rapidamente em francês.

—Merci, Michelle...pode passar.—Levantou-se e foi até a lareira ao lado da mesa. Agachou-se de frente para ela e ficou esperando.

—Aff...—Disse uma voz abafada, vinda das cinzas na lareira. Tossiu um pouco e logo um rosto com barba por fazer apareceu.—nossa. Já pensou em limpar isso aqui?

—Excusez-moi, monsieur.—Disse Ashley, irônica, com uma sobrancelha erguida.—Mas, quem é você?

—Sou Luke Parker, preciso falar urgentemente com você.—Disse Luke, sem nenhum rodeio.


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Sara tomava conta de uma turma que fazia seus testes finais. Porém, não prestava muita atenção nos alunos. Desde que Minerva chamou-os para falar sobre o diário, Sara não parava de pensar nas palavras que Dumbledore havia escrito.

—O sofrimento vai ser intenso, mas se a virtude de cada um proliferar, o mundo se salvara. —Falava em voz baixa, sentada em sua cadeira, no meio de uma aula para o terceiro ano, com as pernas cruzadas e um ar pensativo. —Mas se a virtude não prolifera. Sangue e carne a terra irão banhar.

—Disse algo professora? —Perguntou uma garota que tinha acabado de deixar seu teste sobre a mesa da professora e começava a distanciar-se.

—Ahm?! —Sara quase caiu para trás, sendo retirada tão abruptamente de seus pensamentos. —Não! Não disse nada srta Walthman. Pode...pode ir.

A aluna ainda lhe encarou durante algum tempo, antes de voltar para seu lugar e cochichar algo para sua companheira de casa.

Sara sabia que não estava agindo naturalmente diante daquela novidade. Levou a mão à testa e fechou os olhos com força. Tentou re-arrumar os pensamentos em sua mente, mas algo não saia de sua cabeça.

Estaria Dumbledore prevendo uma grande catástrofe? Ou haveria outro significado para “Sangue e carne a terra irão banhar”.

Assim que terminaram os exames, Sara recolheu tudo, deixou-os com o velho Flitwick e seguiu a passos rápidos para seus aposentos. Fechou a porta rapidamente atrás de si e encostou-se nela, com os olhos fechados. Ficara imaginando se apenas dez anos depois, o mundo iria enfrentar outra batalha tão terrível quanto aquela de dez de dezembro de 1997.

Quando abriu os olhos, deparou-se com a figura de Severo Snape. O homem parecia frio e indiferente diante daquela frase. Nesses dias, depois da visita do antigo professor, Snape parecia achar que aquilo não passava de uma brincadeira.

Sara encarou os olhos frios e sem emoção de Severo, por algum tempo, antes de respirar fundo e perguntar.

—Não está preocupado?

—Com o que?—Snape levantou a sobrancelha ligeiramente, colocando as mãos atrás das costas.

—Sobre o que Dumbledore disse.—Sara levantou levemente a sobrancelha, indo até sua escrivaninha.—Me deixou bastante preocupada.

—Não tem com o que se preocupar...—Snape caminhou ao redor da cama, parando de frente a Sara.—Creio que Dumbledore já não estivesse no auge de sua sabedoria e tenha escrito asneiras.

—Não fale assim dele! Ele o perdoou mesmo depois de sua traição!—Bradou Sara, com o semblante irritado.

—Não irei discutir isso...—E passou por Sara, caminhando lentamente até a porta.—Nos vemos outra hora.

Empurrou a porta de leve e saiu. Sara observou a porta entreaberta, pela qual o ruído de passos de Snape morria, lentamente. Sentou-se na cama e olhou sua própria imagem no espelho.

—Ele não tem jeito.—Disse Sara, balançando sua cabeça negativamente.

—Concordo.—Respondeu sua imagem.


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Os corredores do ministério da magia estavam tumultuados naquele dia. Aurores, repórteres e até alguns curiosos chegavam ao ministério. Claro que apenas os aurores tinham acesso ao local do acidente.

Devido ao acontecimento, os elevadores não estavam funcionando e todos eram obrigados a usar as escadas.

Próximo ao meio-dia, uma multidão de pessoas abandonava suas salas. Entre eles, um homem de vinte e nove anos, cabelos negros, contrastando com sua pele muito branca e seus olhos azuis. Tinha uma barba por fazer, crescendo debaixo do queixo, principalmente naquele dia.

Seth Ashford, conselheiro jurídico do ministério, havia sido acordado as quatro da manhã pelo chefe do departamento, par resolver algumas questões, depois do acontecimento. Na verdade, toda a equipe do ministério da magia havia sido chamada.

Trabalhando naqueles velhos tribunais, Seth tinha passagem obrigatória pelo setor de mistérios. Havia um esquadrão de inomináveis em frente à porta negra e uma placa escrita “mantenha distancia”, no inicio do corredor.

Seth não se demorou no corredor e logo estava subindo mais lances de escadas. Cansado, chegou ao segundo andar. A enorme sala, cheia de cubículos, fervilhava. Memorandos voavam de um lado para o outro, aurores passavam carregando caixas e mais caixas, se espremendo para passar pelos corredores.

Após vários encontrões com aurores apressados, Seth chegou ao cubículo que queria. Lá estava, sentada em meio a diversas caixas de papelão, recortes de jornais e vários memorandos, uma mulher da mesma idade que Seth, de cabelos e olhos negros. No momento, estava de costas, olhando alguns pergaminhos, concentrada.

—Psiu...—Disse Seth, ao seu ouvido, cobrindo-lhe os olhos com as mãos.—advinha quem é?

Lauren parou e sorriu. Tateou com a ponta dos dedos, fingindo dificuldade em descobrir quem era.

—Deixe-me ver...—Parou e fez uma expressão pensativa.—O homem mais lindo e inteligente desse mundo?

—Nossa! Como adivinhou?—Seth tirou as mãos de seus olhos. Lauren girou a cadeira e ficou de frente para o marido. Ele inclinou-se para frente e beijou-lhe.—E então? Muito trabalho?

—Você nem imagina...—Disse Lauren, aparentemente cansada.—temos pistas sobre o cara, mas grande parte são boatos. Veja só...—Inclinou-se sobre uma bancada ao lado e puxou um pergaminho. Pigarreou e começou a ler.— “Eu vi um homem suspeito correr pelo meu jardim ontem de madrugada. Ele vestia-se de negro e tinha asas enormes. O vi montando num dragão e saindo, depois que o pilar de luz sumiu”.— Largou de lado e virou-se irritada para Seth.—Tem fundamento isso? Só faz nos atrapalhar!

—É...—Seth parecia compartilhar da frustração da esposa.—no setor jurídico também não está fácil. É difícil separar quem fala a verdade de quem quer se aproveitar.—Enfiou a mão no bolso e tirou um pergaminho. Abriu e começou a ler.— “Durante o terremoto, perdi dois vira-tempo e uma vassoura de corrida nova. Solicito indenização”.—Guardou novamente e soltou um suspiro triste.—Investigamos e o cara não tem onde cair morto.

Ambos soltaram muxoxos e ficaram em silencio. Após um tempo em que apenas a bagunça da sala era ouvida, Seth falou.

—Então...hora do almoço...quer sair para algum canto?

—Nossa! Nem imagina como!—Lauren jogou os braços para cima e levantou-se abraçando o marido logo em seguida.—Onda planeja ir?


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Uma fraca luz amarela iluminava a caverna. Vinha de um candeeiro antigo. A vela dentro já queimava pela metade.

O encapuzado que invadira o ministério carregava o candeeiro. Abria caminho entre ratos e morcegos. Logo atrás, uma figura alta, vestida com um manto negro que cobria todo seu corpo. Um capuz escondia seu rosto completamente.

Desviavam por entre estalactites e estalagmites. Vez ou outra caia uma gota de água do teto, indo parar em poças que se acumulavam no chão.

O que segurava o candeeiro, ergueu-o mais e apontou para uma parede. Havia alguns símbolos estranhos e letras desconhecidas. Olhou para o homem que lhe seguida. Esse apenas acenou com a cabeça e continuaram.

Uma luz forte emanava do final do túnel. Apagou o candeeiro e seguiu até a luz.

Chegaram num enorme aposento. Parecia a sala de algum castelo. Enormes colunas com cobras em alto relevo sustentavam o teto que se perdia de vista. Quadros com fotos de vários bruxos das trevas estavam pendurados nas paredes.

Entre as colunas estava estendido um vistoso tapete verde, com cobras prateadas, bordadas, de modo que pareciam vivas. No fim do tapete havia um trono antigo, feito de prata, com o acolchoado verde e outra figura encapuzada. Conduziu o homem magro até ele e curvou-se. O homem sentou e abaixou o capuz, olhando para todos os lados.

Seu rosto era pálido. A pele parecia ter sido esticada sobre o rosto. Seu nariz resumia-se a duas fendas e os olhos eram vermelhos e as pupilas felinas. Assim que viu todo o aposento, sorriu. Seus dentes eram pontiagudos e amarelados.

—Gostou, milord?—Perguntou o homem que carregou o candeeiro.

—Esplendido...—Disse, olhando para o homem.—não podia imaginar lugar melhor.

—Que bom que gostou...—Disse o ser que estava ao seu lado. Tinha voz feminina e fria. Ajoelhou-se ao lado do trono, de cabeça baixa e prosseguiu.—fizemos tudo pelo senhor, Lord Voldemort.

Voldemort sorriu. Estreitou os olhos e fixou-os num quadro onde Salazar Slytherin repousava, segurando seu cajado.

—Vocês acharam o cajado?—Perguntou, olhando novamente para o homem a sua frente.

—Sim, milord.—Respondeu, levantando-se e desaparecendo entre as pilastras. Logo voltou, carregando um cajado de madeira que parecia duas cobras enroscadas.—Aqui está, senhor.—Ajoelhou-se e entrou o cajado.

—Perfeito, meu fiel Tom...—Olhou maravilhado o cajado.—e as relíquias?

—Estão comigo...—A mulher encapuzada, ao lado de Voldemort, retirou algo de dentro da capa e entregou.

Eram três objetos. Uma miniatura de uma flauta, um pequeno quadrado simétrico, com símbolos em cada aresta e uma bola, do tamanho de uma bola de gude. O lorde das trevas fecho a mão sobre eles e olhou a serviçal.

—Muito bom, minha nobre Stephanie...o trabalho de vocês será bem recompensado.

—Fico feliz em ser útil, milord.—Disse Stephanie, abaixando a cabeça.

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N/A: o.o...pois eh...tah aí o capitulo três...façam bom proveito dele, pois aí que começa a história mesmo.

Caro Anderson, fiquei muito feliz com seus comentários, devo dizer que me deram gás pra continuar esse capitulo. Os próximos da fase China vão demorar um pouco para sair, porque decide reformular a faz Londres, cobrir erros e torna-la mais interessante.

N/A2: Para não perder o costume, comentem =D

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