Insegurança




(Someday We’ll Know, Mandy Moore)

Capítulo 24 – Insegurança



“Like you and the way that you're twisting your hair round your finger

-- Como você e o jeito que você mexe o cabelo em torno do seu dedo --”
(Teddy Geiger)



A noite já irrompia pelas paredes gélidas do castelo, quando Lílian conversava com Ashley e Brad em frente ao retrato da Mulher Gorda. O mês de abril já começava a esgueirar-se pelas flores perfumadas da primavera, ao passo que Ash e Brad tornavam-se cada vez mais íntimos e seus encontros na biblioteca passaram a ser quase diários – e foi em um desses encontros, aliás, que Ashley apresentara o novo amigo à Lílian.

- Acho que vou entrar, está começando a ficar frio aqui fora. – Lily disse, depois de um bom tempo de conversa.

Seus cabelos levemente cacheados estavam presos em um rabo de cavalo, mas alguns fios ruivos já começavam e desprender-se. Lílian ainda não havia tomado banho naquele dia e, apesar de a conversa estar bastante agradável, ela não via a hora de poder deitar em sua cama e descansar.

- Pode pegar o meu moletom, se quiser! – ofereceu Brad, com seu costumeiro jeito gentil de se dirigir às pessoas.

Isso era o que mais encantava Ashley, que sorriu com a atitude do amigo. Lílian, por sua vez, agradeceu o rapaz, mas disse que preferia entrar e desejou boa noite aos dois estudantes. Enquanto a ruiva falava a senha para a Mulher Gorda, tirou o laço amarelo que prendia seu cabelo, para aliviar a dor de cabeça que começava a dar indícios, e deixou que ele caísse pelas suas costas brancas em um gesto bastante charmoso, apesar de não proposital.

Quando a menina adentrou o salão comunal da Grifinória, suas duas esmeraldas esverdeadas no lugar dos olhos percorreram distraidamente o aposento, mas sobressaltaram-se quase que imediatamente ao avistarem um certo maroto, mais conhecido como Tiago Potter.

Lá estava o moreno, em todo o seu charme irresistível, sentado no sofá junto a uma quintanista. O mesmo sorriso maroto que sempre brilhava em seu rosto, o mesmo cabelo cuidadosamente despenteado, as mesmas roupas despojadas e ao mesmo tempo impecáveis, o mesmo jeito de quem estava passando uma conversava afiada em alguma pobre desavisada que não sabia o quão ruim era cair nas garras irresistíveis do grifinório. Esse era o ponto de vista de Lílian Evans sobre o rapaz.

A garota encarou por alguns instantes aquela cena repugnante, um tempo que pareceu demorar uma eternidade. Sentiu algo estranho em seu peito, algo que parecia uma mistura de mágoa e ciúme, mas que foi logo deixado de lado por Lílian. Essa era uma de suas principais características: a força de vontade. Podia ter mil defeitos, mas sabia o que queria e ia atrás. E, se queria esquecer da existência de Tiago Potter, era isso que faria, porque era forte o suficiente para conseguir tal feito, e ninguém poderia dizer o contrário.

Piscou algumas vezes os olhos, sentiu seus lábios curvarem-se em uma risada fraca e irônica, e irrompeu pelas escadas que a levariam direto ao dormitório feminino, sã e salva.

Tiago, mais por uma simples ação do destino do que por qualquer outra coisa, virou ligeiramente o pescoço para o lado oposto ao da quintanista, que já estava quase abraçada a ele, e flagrou uma cabeleira ruiva sumindo pelo salão comunal iluminado apenas pela lareira.

- Aconteceu alguma coisa? – a garota loura agarrada a ele perguntou, estranhando o fato de Tiago simplesmente não voltar mais a olhar para ela.

- Não. – o moreno respondeu, despertando, com isso, de seus devaneios.

Quando voltou a encará-la, parecia que a menina estranhamente havia perdido todo o seu encanto. Os cachos de seu cabelo pareciam desalinhados se comparados aos de Lílian, e a cor amarelada que eles levavam pareciam sem graça perto da tonalidade rubra e vibrante da outra menina. De repente, o castanho de seus olhos parecia comum demais, se comparado ao verde estonteante das esmeraldas de Lílian, e seu sorriso parecia não mais brilhar.

A loura, sem suspeitar do que se passava pela mente do maroto, inclinou-se para frente na intenção de enfim beijá-lo, mas Tiago esquivou-se em um gesto puramente involuntário.

- O que houve? – ela voltou a perguntar, porém agora ligeiramente mais embaraçada.

- Desculpe. – murmurou Tiago, tirando o braço da quintanista de seu peitoral e levantando-se em um pulo. – Não estou me sentindo muito bem.

Sem esperar uma nova resposta da menina, ele simplesmente atravessou em silêncio o salão comunal, direcionando-se ao dormitório masculino. Não sabia exatamente o que estava havendo com ele, só sabia que perdera totalmente a vontade de continuar naquele sofá.

Alguns instantes antes, Melissa enfim terminara seu banho e descera para o salão comunal, a fim de ficar um pouco com seu namorado. Sirius, que até então conversava com Remo em um dos sofás próximo à lareira, não ia ficar ali empacando o casal, portanto assim que a loura juntou-se a eles, o maroto levantou e afastou-se dali. Avistou Lílian chegando quase ao último degrau da escada para o dormitório feminino, e correu para alcançá-la.

- Lils! – exclamou Sirius, chamando-a pelo apelido carinhoso que tinha inventado quando começaram a ser amigos.

A ruiva, por sua vez, virou-se para trás à menção daquele nome, e tentou esboçar um sorriso quando avistou o maroto.

- Você sabe onde está a Ash? – ele perguntou, mergulhando uma das mãos no fundo do bolso de sua calça azul-marinha.

Lílian indicou a saída do salão comunal com a cabeça e, sem falar mais nada, terminou de subir as escadas. Sirius, então, começou a andar na direção que sua amiga indicara, mas não gostou muito do que viu após sair do salão comunal.

- ... é mesmo, Ash! – exclamava um estudante louro com o símbolo da Lufa-Lufa reluzindo em seu uniforme bem passado. – Er... posso te chamar assim, não posso?

- Claro que pode, bobo. – respondeu a morena risonha ao lado dele, dando um tapa de leve no ombro do rapaz.

Sirius sentiu sua mão dentro do bolso fechar-se quase que involuntariamente, e trincou os dentes na tentativa de não soltar nenhum xingamento. Em seguida, postou-se ao lado de sua namorada e passou um de seus braços musculosos pelo fino ombro da grifinória.

- Hey, Six! – ela exclamou, estalando um beijo na bochecha do moreno.

- Boa noite! – Brad o cumprimentou, abrindo um largo e simpático sorriso. Estendeu a mão para Sirius, mas não foi bem sucedido.

O maroto encarou-o seriamente por alguns instantes, e depois passou seu olhar gélido e furioso, como o mar de ressaca durante o inverno, para o braço estendido do rapaz. Nem por um instante chegou a considerar apertar sua mão.

- Esse cara faz questão demais de ser educado, para o meu gosto. – ele disse, virando o rosto para Ashley.

- Sirius Black! – exclamou a menina, adquirindo uma expressão emburrada que, na verdade, o maroto achava uma graça.

Para evitar qualquer tipo de discussão, Ashley desculpou-se com seu amigo Brad e puxou Sirius para dentro do salão comunal da Grifinória. Ele tratou de logo passar seus braços pela fina cintura da morena, e puxou-a para um beijo.

- Ó Merlim, por que fui arranjar um namorado tão ciumento?! – ela disse, em meio a um sorriso, enquanto suas bochechas levemente rosadas eram inundados por beijinhos do namorado.

- Não sou ciumento... – falou Sirius, com um olhar displicente e ao mesmo tempo maroto. – Apenas cuido do que é meu!

Ash soltou uma gargalhada e passou uma das delicadas mãos pelo rosto do rapaz. Ele era tão lindo e tão perfeito para ela... como conseguiria não se apegar? Já era tarde demais. Estava completamente nas mãos dele. O que Ashley não sabia, entretanto, é que o inverso também acontecia.

Gostaria de ficar ali com seu namorado, sem dúvida, mas estava exausta e precisava descansar um pouco. Levou uma das mãos à boca, para encobrir um rápido bocejo.

- Six, vou subir, estou morta de sono!

- Hunft! – Sirius resmungou, fazendo bico para a menina. – É... reservou tanto tempo para o seu novo amiguinho, que agora ficou cansada para mim!

- Não fale besteiras, seu bobo! – ela disse, em meio a uma fraca risada. – Amanhã prometo que passo o dia inteiro com você! – continuou, após dar um selinho no namorado. – Boa noite!



E, após despedir-se dele, Ashley virou-se e foi caminhando distraidamente, até alcançar as escadas que a levariam ao dormitório feminino. Sirius, por sua vez, resolveu imitar a idéia de sua namorada, e subiu para o dormitório masculino. No caminho até as outras escadas, passou por Melissa e Remo sentados num sofá próximo à lareira, e acenou para os amigos.

Remo parecia estar sussurrando algo engraçado no ouvido da loura, enquanto ela explodia em uma gargalhada gostosa e sincera. Mel gostava tanto de ter sua companhia, tanto, que chegava a pensar que o maroto nem fazia idéia. Era sempre tão divertido estar com ele; Remo sempre a fazia rir como ninguém, mas mesmo assim conseguia manter o jeito discreto e meigo... e era isso o que provavelmente mais a encantava.

- Eu adoro te ver rindo. – ele disse, junto ao ouvido da namorada, fazendo um pequeno arrepio correr rapidamente pelas suas costas.

Mel deitou a cabeça no colo do rapaz, fazendo com que seus cabelos dourados e macios se espalhassem pelas pernas dele. Remo começou, lentamente, a passar os dedos pelas mechas louras da menina, em uma forma de carinho, enquanto observava distraidamente o crepitar da lareira à sua frente. Não percebia, portanto, que enquanto isso Melissa observava atentamente cada traço de seu rosto. Desde os cabelos castanhos bem-penteados até o olhar tranqüilo e ao mesmo tempo encantador.

- Remo... – ela murmurou, num impulso involuntário, colocando uma das mãos no rosto do maroto e fazendo-o virar-se para encará-la. – Eu te amo.

Ela realmente não havia planejado dizer aquilo, simplesmente... Disse. Mas não chegou a se arrepender depois, já que estava apenas repassando o que seu coração apaixonado afirmava fazia tempo. O verde-água de seus olhos encontrou a surpresa embaraçada nos acastanhados olhos de Remo. A menina pôde observar as bochechas do namorado ruborizarem de um modo quase instantâneo. Ele abriu a boca cerca de duas ou três vezes, mas não conseguiu emitir som algum. Sentiu suas mãos suarem e rodopios no estômago, exatamente como se sentia quando estava perto dela antes de eles começarem a namorar.

- Er... Eu... – Remo gaguejava, mas parecia ser ainda incapaz de formar uma frase. – Que bom!

Melissa piscou algumas vezes, como se não acreditasse no que ouvira. Sentiu seu rosto queimar de tanta vergonha e, sem dizer mais nada, levantou-se em um pulo e correu direto para as escadas que davam no dormitório feminino. Alcançou o seu quarto e esmurrou a porta, podendo ouvir ainda seu nome sendo gritado por Remo do pé da escada.

- Por Merlim, o que aconteceu?! – exclamou Lílian, ao abrir a porta assustada.

Melissa entrou como um furacão no quarto, e logo largou-se em sua cama.

- Ihhh... Aposto um saco de bombas de bosta que isso é coisa do nosso Reminho! – falou Ash, risonha, que estava mais ao fundo do quarto.

- Ashley, isso não é hora para brincadeiras! – Lílian ralhou, lançando um olhar severo para a amiga, que logo se calou. A ruiva caminhou até a cama de Melissa e sentou ao lado dela, deslizando carinhosamente uma das mãos pelos cabelos dourados da menina. – Você quer dividir conosco o que está lhe aborrecendo, Mel?

- Eu falei para o Remo. Aquilo. – Melissa guinchou, no que as duas outras garotas se entreolharam, tentando entender sobre que diabos ela estava falando.

- Aquilo o quê, Mel? Nenhuma de nós faz mais aula de Adivinhação, esqueceu?! – brincou Ashley, recebendo um novo olhar repressor de Lílian.

- Falei que o amava! Mas ele respondeu um “Que bom!”.

- Auch! – exclamaram as outras duas, em uníssono.

- Vocês deviam ter visto a cara do Remo, ficou totalmente pálida! – contou Melissa, ainda chorosa. – Talvez ele não goste de mim tanto quanto eu gosto dele...

- Não pense besteiras, Mel! – Ashley saiu logo em defesa do amigo. Sabia perfeitamente do quão apaixonado ele era por Melissa. – Você sabe como o Remo é tímido; com certeza ele apenas ficou surpreso, e não teve coragem na hora de dizer o mesmo que você. Dê um pouco de tempo a ele!

- Falando em tempo, Ash... As duas semanas que você disse que levaria para me arrumar um encontro já passaram! – Lílian soltou, encarando o chão e balançando ligeiramente as pernas.

- Eu sei, não esqueci! Não se preocupe, Lily, amanhã já estará tudo acertado! – explicou a morena, os olhos azuis cintilando de súbita excitação.

- E qual é o nome do garoto?

- Segredo, minha cara, segredo. – Ash soltou uma piscadela, o ar misterioso rondando-a como sua marca registrada. – Agora, cadê? – perguntou, estendendo o braço com a palma da mão aberta para Lílian.

- Cadê o quê, sua louca? – retrucou a ruiva, encarando-a confusa.

- O meu saco de bombas de bosta, oras! Ganhei a aposta!

- Ah, vai pastar, Ashley! – exclamou Lily, risonha, enquanto arremessava seu travesseiro na direção da amiga. – Eu não apostei porcaria nenhuma!




- Mel! Mel! – Remo exclamava, enquanto corria até as escadas do dormitório feminino, tentando alcançar a namorada. Tarde de mais, pôde ouvir o barulho da porta do quarto de Melissa se abrir, fechando-se logo em seguida.

- Droga... Você é um burro mesmo, Lupin... – o garoto foi resmungando, enquanto arrastava-se pelo salão comunal, a fim de chegar até as outras escadas, as que davam no dormitório masculino. – Será que era tão difícil ter respondido a mesma coisa que ela?! – continuou, agora já aproximando-se de seu quarto, ainda que completamente distraído e alheio a outras coisas. – Claro que não era difícil: “eu te amo”, “eu te amo”, “eu te amo”...

- Eu também te amo, Aluado! – Tiago exclamou, em meio às gargalhadas dos marotos, que já se encontravam no quarto.

Remo, que estava parado de olhos fechados, só pareceu despertar de seus devaneios quando sentiu Tiago abraçando-o com força, para os aplausos entusiasmados de Pedro e Sirius.

- Sai para lá, seu cervo pulguento! – o maroto esbravejou, empurrando Tiago para longe, enquanto exibia uma expressão enojada. – Eu tenho namorada já! E você, não pegou nenhuma coitada hoje não, é?!

- O pior, meu caro lobinho, é que não... – o moreno disse, pulando de barriga em sua própria cama. – Eu estava ali, com uma quintanista já no papo, no sofá do salão comunal, pronto para dar o bote, quando...

- TIAGO POTTER AMARELOU?! – berrou Sirius, recebendo logo uma travesseirada no rosto, o que não o impediu de rir com aquele seu jeito unicamente escandaloso.

- Não, seu retardado! Deixe-me terminar a narração da história, e não interrompa. – bufou Tiago, enquanto tirava os óculos e deixava-os em cima de sua escravinha de madeira. – Então, eu estava lá com todo o meu charme irresistivelmente irresistível, pronto para dar o bote, quando ela passou. Com aquele corpinho escultural e...

- QUEM?! Ashley? A minha Ashley?

- MAS SERÁ POSSÍVEL, BLACK? CALA ESSA BOCA! – Tiago gritou, tentando encontrar algum outro travesseiro para arremessar no amigo, mas procurando em vão.

- Ok, Ok, desculpe. – Sirius disse, lutando para segurar o riso, enquanto colocava o travesseiro que Tiago havia lhe tacado no começo embaixo do seu, e deitava sobre a pequena pilha de dois travesseiros, deixando o outro maroto sem nenhum.

- Então, como eu ia dizendo, ela passou: Lílian Evans. E, depois disso, eu não sei como, não sei por que motivo, mas não tive mais vontade de ficar com a tal quintanista, de cujo nome já nem me lembro... Sabem, caras, estou começando a duvidar de que eu ter mentido para Lílian naquela vez, para proteger o segredo do Mapa do Maroto, foi realmente a coisa certa a ser feita. – Tiago disse, em um tom atípico e pensativo. – No dia, achei que ela esqueceria com o tempo, mas Lílian está sem falar comigo há séculos, e duvido muito que ela volte a falar!

- Ah, Pontas, mas você protegeu o segredo pelos seus amigos! – guinchou Pedro. – Foi por algo justo... daqui a pouco ela esquece.

- Mas, agora, fiquei curioso com uma coisa: Almofadinhas, que ciúme louco é esse que você desenvolveu hoje pela Ash? – Remo perguntou, lançando um olhar interessado ao amigo, que já estava de olhos fechados e deitado em sua cama.

Sirius, então, abriu apenas um dos olhos e olhou feio para Remo.

- Ash?! Ninguém te deu essa intimidade. É Carter, para você! – disse, fazendo cara de mal, enquanto sentava-se calmamente.

- Acho que fui muito bonzinho com o “ciúme louco”. – Remo retrucou, arrancando risos dos outros marotos.

- Ok, vou ser bonzinho também: para você, eu deixo “Ashley”. – falou Sirius, risonho. – Mas o problema, marotos, é esse tal de Brad, da Lufa-Lufa, que não deixa mais a minha namorada em paz! Não agüento mais esse cara, ele está precisando de uma lição! E tem mais, Pontas: abra o olho também, porque hoje eu o vi de papo com a ruivinha.

Tiago imediatamente arregalou os olhos para o amigo, que foi seguido daquela expressão marota, de quem está arquitetando um belo plano.

- Amanhã, na primeira oportunidade que tivermos, vamos seguir esse tal de Brad e descobrir o que ele quer com as nossas garotas! – Tiago sentenciou decidido, inflando o peito, com seu típico jeito de liderança.

- É isso aí, assim que eu gosto de ver! – berrou Sirius, animado, enquanto esticava a palma da mão e batia-a com um estalo na mão do amigo.

- É... – suspirou Remo, enquanto cruzava os braços atrás de sua cabeça. – Parece que todos nós hoje estamos com “problemas amorosos”. Só falta você, Rabicho.

- HÁ! Como se o Rabicho fosse ter algum! – Sirius disse, às gargalhadas, sendo logo imitado por Tiago.

- Na verdade, er... – Pedro tentou começar, as bochechas ficando rosadas. – Levei outro fora daquela sonserina hoje. Sabem, aquela, que estou tentando ter algo desde a festa de Halloween.

- É, Pontas, acho que encontramos um concorrente a altura para o rolo “Potter-Evans”. – Sirius disse, fazendo com que o quarto explodisse em risadas, com a exceção de Tiago, é claro, que tratou logo de lançar um olhar irritado ao amigo.

- Vamos dormir logo. – ele resmungou, apagando as luzes.

- Tudo bem. Boa noite, Pontinhas. – falou Sirius, deitando novamente a cabeça sobre os dois travesseiros e prendendo o riso para o que viria a seguir.

– ALMOFADINHAS! CADÊ O MEU TRAVESSEIRO, SEU PULGUENTO SAFADO?


[...]


Mais uma manhã de primavera nascia por entre o aroma adocicado das flores do jardim de Hogwarts, esgueirando-se pelos dormitórios do castelo e levando a claridade do sol, que a essa hora já brilhava intensamente no céu, até os jovens bruxos que ainda insistiam em dormir.

O sexto ano quase inteiro, no entanto, já ocupava suas respectivas mesas no Salão Principal. Diferentemente de todos os outros dias, o café da manhã ainda não havia sido servido, e todos os professores encontravam-se reunidos e ocupando suas respectivas cadeiras, junto a Dumbledore.

- Mais que droga, para que será essa demora toda para vir a comida?! – resmungou Sirius, pela décima vez naquela manhã.

Ele soprou um dos fios negros que lhe caíam pelo olho, seguido de uma bufada mal-humorada, e apoiou o rosto e uma das mãos. Nesse momento, uma grande quantidade de corujas adentrou rapidamente o Salão Principal, entregando jornais e correspondências para todos os alunos. Remo, por sua vez, pegou o seu exemplar do Profeta Diário e começou a folheá-lo.

- O que temos aí? – Tiago perguntou displicente.

- Caos, caos, e mais caos. – bufou Remo, fechando o jornal e tacando-o com raiva em cima da mesa.

Dumbledore pigarreou, e logo o reboliço criado pelas notícias de mais ataques cruéis cessou. Aquele, então, havia sido o motivo pelo qual o diretor de Hogwarts só estar se manifestando naquele momento: queria, primeiro, que todos os alunos tomassem conhecimento do que estava acontecendo, para entenderem o que seria proposto.

- Bom dia, alunos e professores. – começou, percorrendo os olhos protegidos pelos oclinhos de meia-lua por todo o Salão Principal. – Estamos aqui reunidos em mais uma manhã do ano letivo e, como os jornais e cartas de parentes não deixam mentir, o mundo lá fora está ficando cada vez mais perigoso. O que nos levou a pensar – disse, apontando para si próprio e para os professores ao seu lado – nas férias de vocês, fora da segurança do castelo. Pensamos, então, em nos unirmos ao Ministério da Magia e levar todos os alunos para um acampamento, em um lugar secreto e protegido especialmente por aurores do Ministério. Já estamos entrando em contato com todos os familiares de vocês, e esperamos sinceramente que todos possam ir.

Dumbledore, com os braços abertos como se fosse abraçar todo o Salão Principal, abriu seu discreto e bondoso sorriso, e sentou-se sob a explosão de muitos aplausos. As mesas comemoravam e começavam já a planejar a viagem, o que levar, tudo. A idéia havia sido muito bem aceita, e via-se no rosto de cada estudante bruxo a excitação pelo tal acampamento.

Ashley, aproveitando-se do rebuliço em que se encontrava o Salão, procurou Brad com o olhar na mesa da Lufa-Lufa, e não tardou a encontrá-lo. Os dois trocaram olhares discretos, no que o garoto assentiu com a cabeça. Entretanto, nada disso passou despercebido por Sirius Black.

- Six, esqueci um livro no meu quarto, encontro você e o pessoal na sala de Feitiços, ok?! – disse Ashley, sorrindo, dando um beijo estalado na bochecha do maroto em seguida.

E, sem esperar uma resposta, a morena levantou da mesa e cruzou o Salão Principal rápido feito um pomo de ouro. Sirius olhou imediatamente para Tiago, e arqueou a sobrancelha.

- Dessa vez vou saber o que está acontecendo, ou não me chamo Sirius Almofadinhas Black! – sentenciou, inflando o peito. – Vamos logo, Tiago.

- Tem certeza de que quer se meter nisso? – Tiago questionou, ainda duvidando de que aquilo daria certo. – Se Ashley descobrir, vai ficar uma fera com você.

- Relaxa. – disse, piscando marotamente para o amigo. – Domar feras é comigo mesmo!

E, sem esperar novos argumentos, puxou Tiago pelas vestes e saiu arrastando-o pelo Salão Principal.

Lílian, que assistia a tudo aquilo calada, sentia cheiro de confusão. Com o seu espírito de monitora, não pôde evitar despedir-se dos amigos e seguir aqueles marotos encrenqueiros. Pronto. Agora, a confusão estava definitivamente armada.




N/A: Não, isso tudo não é um sonho, Fê Black está de volta e realmente atualizou a fic! Agora, graças a Merlim o ano letivo acabou, eu passei de ano (ufa), e estou totalmente livre para poder voltar ao mundo das fics! Nossa, vocês não fazem idéia do quanto eu senti saudade da Floreios, de escrever, de ler, de tudo... Não via a hora de voltar! Só peço INÚMERAS desculpas pelo LIXO que foi esse capítulo, mas infelizmente não deu para fazer nada melhor. Mas o próximo, eu JURO que vai ser bem melhor e com acontecimentos mais interessantes e úteis para a fic. Ah, para quem não conseguiu ver o vídeo, pode tentar por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=6oLfXTb1t7o
Bom, é isso aí galera, se preparem agora para as atualizações, porque elas virão com tudo!

E, só para não perder o costume: comentem! ;)

Beijos!

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