Porque Ele Vale a Pena



Capítulo 20 – Porque Ele Vale a Pena


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“Entre os soluços do meu choro, eu tento te explicar
Que os teus braços é o meu lugar.”

(D’Black)


Sirius saía distraidamente do salão comunal, e começava a caminhar por um vazio e escuro corredor, cantarolando alguma canção qualquer. Ele deu uma ajeitada na gola de sua jaqueta de couro preta quando, de repente, o corredor pareceu ficar incrivelmente mais longo, o teto subiu cerca de 6 metros e borrões de tintas coloridas tingiram toda a extensão da parede. Gravuras esquisitas e engraçadas começaram a ser desenhadas por uma mão invisível, e logos as paredes pareciam ser palco de alguma espécie de circo. Uma música alta começou a ressonar, espalhando-se com eco por todo o corredor, cujo fim os olhos de Sirius nem mais alcançavam, e ele começou a correr o mais rápido que pôde. Já estava ficando ofegante, e suas pernas começavam a fraquejar, quando o maroto foi puxado subitamente para o lado, onde tinha uma pequena abertura para outro corredor. Ele gritou de susto, mas logo sentiu a palma de uma mão macia cobrir seus lábios. Quando ele levantou o olhar, deparou-se com uma morena muito bonita à sua frente, olhando-o ansiosa, com seus olhos azul-claros reluzindo como dois faróis no meio daquela escuridão, e os cabelos castanhos presos em um coque mal feito.

- Quieto, garoto! – Ashley exclamou, sorrindo discretamente.

Esperou para ver se Sirius realmente não falaria alto de novo, no que ele ergueu as mãos, mostrando que “se rendia”. Ela, então, tirou a mão dos lábios de Sirius, e desfez o coque que prendia seus cabelos, deixando-os cair soltos de uma forma sedutora, no que o maroto só faltou, literalmente, babar.

- Onde nós estamos? – Sirius perguntou, tentando identificar alguma coisa a sua volta, mas sem obter nenhum êxito, já que estava tudo realmente muito escuro.

- Isso não é importante agora. – disse Ashley, de um jeito misterioso e sedutor que o maroto nunca a havia visto usar.

Ela colocou os braços nos ombros de Sirius e foi aproximando-se calmamente dele. Sorriu de um jeito malicioso pelo canto da boca, e roçou seus lábios nos do maroto, prestes a beijá-lo. Ele já podia sentir a respiração ofegante da menina muito próxima a ele, e entreabriu os lábios para enfim dar início ao beijo, quando...


- BOMBAAA! – Tiago gritou, pulando com tudo em cima de Sirius, que até então roncava alto em sua cama.

O maroto sentiu um enorme peso bater com força em suas costas, e acordou assustado, dando uma cotovelada de reflexo na cabeça de Tiago em seguida.

- Ash, é você? – ele perguntou, ainda com as cenas do seu sonho recentes em seus pensamentos.

- Ai, seu cachorro idiota! – resmungou Tiago, massageando o lugar atingido pela cotovelada do amigo. – Que Ashley o quê, sai fora!

- Pontas?! – Sirius exclamou, ouvindo em seguida as gargalhadas de Remo e Pedro, que já se vestiam. – Sai de cima de mim, seu veado safado! Deu para querer se aproveitar do meu corpitcho até enquanto eu durmo?!

Tiago gargalhou, e sentou na beirada da cama de seu amigo. Passou rapidamente as mãos pelos cabelos castanhos e levantou-se, desamassando suas vestes.

- Estava fazendo biquinho para quem, hein?! – ele disse, ainda rindo. – Sonhando com a nossa querida atacante de Quadribol, Sissi?

- O quê?! – exclamou Sirius, olhando-o com uma expressão falsamente ofendida. – Não seja ridículo, eu não estava fazendo biquinho nenhum!

- Nós somos testemunhas também, meu caro Almofadinhas. – Remo intrometeu-se, enquanto pegava alguns livros em seu malão.

Sirius revirou os olhos, resmungando mais alguns xingamentos quase inaudíveis, e acabou indo tomar um banho, antes de descer com os amigos para tomar café. Mas, no fundo, não pôde deixar de sorrir, porque aquela havia sido umas das poucas frases de Remo nos últimos dias. Ele e Melissa ainda estavam sem se falar, e ambos não pareciam nem um pouco dispostos a procurar o outro, por mais que aquela separação estivesse acabando com eles.

O passeio a Hogsmead seria dali a três dias, e as expectativas pareciam só aumentar. Do outro lado da torre grifinória, no dormitório feminino, era sobre esse assunto que Lílian e Ashley fingiam estar conversando, quando na verdade opinavam sobre como finalmente poder ter uma conversa séria com Melissa. A loura parecia ter se isolado de todos nos últimos dias, e mal ouvia as amigas, evitando-as o máximo que conseguisse. Mas, agora, ela não se esquivaria de modo algum, decidiram as outras duas meninas, que apenas esperavam-na sair do banheiro.

- Mel, precisamos conversar com você! – disse Lily, assim que a garota abriu a porta, já vestida.

- Não pode ser mais tarde? – Mel tentou argumentar, enquanto começava a arrumar sua cama, sem encarar as amigas.

- Não, tem que ser agora. – insistiu Lílian, com a expressão séria.

- Mas eu estou um pouco atrasada e... – ela começou a falar, largando o lençol que havia começado a dobrar e rumando em direção à porta do dormitório, no que Ashley rapidamente postou-se a sua frente, impedindo-a de continuar.

- Melissa, ainda faltam 15 minutos para o café da manhã começar. – disse a morena, cruzando os braços quase na altura do peito.


(Fix You, Coldplay)

Mel pareceu enfim se dar por vencida, e sentou em sua cama, suspirando. Ficou encarando o chão por um tempo, quando suas amigas sentaram cada uma de um lado, e a abraçaram com força. Naquele momento, Mel se sentiu uma das pessoas mais estúpidas do mundo, por ter tentado evitar falar com as garotas que ela mais gostava e nunca lhe deram nenhum motivo sequer por não ter merecido sua confiança. Uma fina lágrima de emoção escorreu pelas suas bochechas pálidas, no que Melissa logo tratou de secá-la, e começou a contar para Lílian e Ashley tudo o que havia acontecido em sua vida desde que sua mãe lhe mandara a carta avisando da separação de seus pais, no que as duas grifinórias ouviram tudo com bastante atenção. Porém, quando Mel chegou na parte de sua briga com Remo, Lily acabou interrompendo-a.

- Mas não foi o Remo quem nos contou. – disse a ruiva, erguendo uma sobrancelha.

Melissa encarou-a surpresa por uns instantes, sem saber o que dizer. Abriu a boca algumas vezes, mas sem conseguir pronunciar nada, ainda tentando absorver a informação confusa que havia acabo de receber.

- Então, quem foi? – ela perguntou, por fim.

- Foi a sua mãe, Mel! – falou Lílian, esclarecendo, com isso, todo o mal entendido. – Ela nos mandou uma carta esses dias, contando o que estava acontecendo e pedindo a nossa ajuda para não te deixar ficar chateada.

Melissa levou as mãos ao rosto, enquanto apoiava os cotovelos em suas coxas e remoia-se pelas besteiras horríveis que havia dito para o seu ex-namorado, injustamente. Ashley afagou seus cabelos, na intenção de acalmá-la.

- Agora já está feito, Mel. Quando não se pode voltar, só devemos ficar preocupados com a melhor maneira de seguir em frente. – Ash disse, sorrindo carinhosamente para a amiga. – Converse com Remo, peça desculpas e tenho certeza de que ele te ouvirá.

- É... vou fazer isso, sim. – murmurou a loura, com um ar um pouco pensativo.

O silêncio reinou no quarto das meninas por alguns instantes, até que Ashley resolveu fazer uma pergunta que martelava sua cabeça já há vários dias.

- Mel, por que você não quis se abrir com a gente? – ela perguntou, no que a loura sentiu-se ligeiramente constrangida.

Melissa levantou-se e deu alguns passos pelo quarto, ficando de costas para as amigas e refletindo um pouco. Em seguida, virou-se novamente na intenção de encará-las, mas não teve coragem, então acabou por focalizar seu olhar no chão do quarto.

- Minha mãe se preocupa comigo, sabem, mas meu pai... – ela começou, sentindo o seu rosto corar de vergonha. – É ruim sentir que você não mereceu o amor de alguém.

- Você é uma pessoa maravilhosa, Mel, e merece o amor de qualquer um! – disse Lílian, aproximando-se da amiga e abraçando-a em seguida.

- E se o seu pai não foi capaz de perceber isso, então ele que não merece te amar! – Ashley finalizou, aproximando-se das duas garotas e fechando um abraço a três.

As meninas ficaram juntas por algum tempo, apenas aproveitando um dos vários momentos que aquela amizade maravilhosa lhes fornecia, até que Mel começou a fingir uma tosse.

- Ok, meninas, também amo vocês, mas estão me sufocando! – exclamou ela, risonha, no que Ashley e Lílian começaram a lhe fazer muitas cócegas.

Após isso, as três resolveram ir logo para o Salão Principal, a fim de tomarem o café da manhã, e foram descendo animadas e falantes as escadas do dormitório feminino.

- Hey, meninas! – elas ouviram uma conhecida voz masculina exclamar um pouco mais atrás, assim que adentraram o salão comunal da Grifinória.

Lá estavam os marotos, parados próximos ao centro do salão, conversando com outros grifinórios. Despediram-se deles rapidamente, e foram sorrindo ao encontro das garotas, com a exceção de Remo, que hesitou um pouco em segui-los.

- Bom dia! – Tiago exclamou, no que Ashley e Melissa fizeram o mesmo, e Lílian apenas fingiu que não tinha ouvido nada.

Pedro e Sirius também as cumprimentaram, mas Remo apenas ficou encarando o chão, para evitar que seu olhar cruzasse com o de sua ex-namorada, e o clima ficasse estranho. Mel olhou para ele por uns instantes, esperando que Remo erguesse novamente a cabeça, mas como ele não o fez, ela acabou perdendo a coragem de ir se desculpar com o maroto.

- Ansiosa para o nosso encontro? – Sirius perguntou à Ashley, de repente, para quebrar o silêncio momentâneo que se estalara entre os sete.

Ele passou um de seus braços musculosos pelos ombros da garota e olhou-a de um jeito falsamente sedutor, no que Ashley riu, e ele também acabou fazendo o mesmo, sem conseguir manter sua expressão galanteadora.

- Mal posso esperar. – ela respondeu, irônica, mas sem deixar de sorrir, e sem se dar ao trabalho de afastar o maroto.

- E aí, podemos comer logo?! – pediu Sirius, apontando para a sua barriga, que agora emitia um som estranho, e fazendo uma careta engraçada.

Todos concordaram, no que Ashley acabou percebendo que, por conhecer muito bem a sua amiga, Melissa acabaria se aproveitando da situação, e deixaria para falar com Remo depois. Ash, então, empurrou a menina para frente, antes que todos começassem a andar, no que Mel quase chegou a colidir com Remo, e acabou por chamar sua atenção, fazendo-o enfim parar de encarar o chão.

- Er, Remo... – ela começou, totalmente sem graça. – Posso falar com você?

Ele deu de ombros, demonstrando que não se importava, mas não disse uma palavra. Estava ainda muito chateado pela desconfiança de Melissa e, apesar de sentir muitas saudades, não sabia exatamente se gostaria de voltar a falar com ela.

Mel, então, pegou no braço do maroto e caminhou com ele até um lugar um pouco mais vazio do salão comunal, igual à última vez em que eles conversaram. Mas, nessa manhã, em vez de ela sentir raiva, sentia insegurança.

- Foi a minha mãe que mandou uma carta contando tudo às meninas. – desembuchou, de uma vez só, antes que perdesse a coragem, quando eles enfim pararam de andar.

Remo assentiu, ainda calado. Ficou encarando-a seriamente, de um modo que Melissa nunca havia visto, e isso só a deixou mais arrasada. Mas o garoto tinha motivos, e bem fortes, por sinal, e era a isso que ela tinha que se apegar.

- Tudo o que posso fazer agora é pedir as minhas sinceras desculpas. – Mel continuou, em um suspiro triste. – Eu realmente sinto muito, Remo.

- Que bom que você descobriu que eu não costumo quebrar promessas. – disse o garoto, finalmente, mas com seu tom de voz saindo extremamente frio.

Remo ainda estava muito magoado, e não simplesmente esqueceria de uma hora para outra todas as grosserias que Melissa tinha lhe dito. E, além do mais, se Lílian e Ashley não tivessem esclarecido tudo, Mel ainda estaria achando que ele a traíra, e era isso o que mais o deixava chateado.

- Você aceita as minhas desculpas? – perguntou a garota, com a voz vacilante e ligeiramente trêmula.

- Não sei, Melissa. – Remo respondeu, desviando o olhar dela. – As coisas não são assim, não é só você vir aqui e pedir desculpas, que tudo passa!

Ele, então, virou-se e começou a andar para longe da garota. Melissa sentiu os olhos marejarem insistentemente, e ela pensou por alguns segundos em desistir de tentar reatar o namoro. Mas, em seguida, decidiu que não deixaria o garoto que ela mais gostava no mundo simplesmente ir embora. Passou a mão pelos olhos e rumou decidida atrás de Remo, simplesmente porque ele valia a pena.

- Remo, espera! – ela exclamou, quando finalmente aproximou-se dele, e puxou seu braço em seguida, fazendo-o voltar a encará-la. – Eu sei que errei, e realmente me arrependo muito de ter te magoado. Nunca deveria nem ter pensado em duvidar de você, até porque, você nunca havia me dado motivos para isso. Fui uma idiota, com certeza, mas eu gostaria que você me desse uma segunda chance.

Remo olhou para aqueles olhos verde-claros por uns instantes, vendo sinceridade dentro deles, e percebeu que simplesmente não conseguiria mais viver sem dizer que eles lhe pertenciam, e ouvir a risada gostosa da garota em seguida. Remo aproximou-se um pouco mais de Melissa e abraçou-a pela cintura, fazendo-a encostar a cabeça em seu ombro, e podendo sentir novamente o cheiro delicioso de seus cabelos macios.

- Promete que não faz isso de novo? – ele disse, com a voz um pouco manhosa. – Sabe, você é muita grossa quando quer, para quem aparenta ser tão calminha, Melissa Bones! – completou, arrancando uma fraca risada da menina.

- Prometo sim, meu namorado. – Mel respondeu, fazendo o maroto sentir-se feliz em ouvir aquela última palavra.

Ela afastou a cabeça do ombro de Remo e afagou o seu rosto. Aproximou seus lábios aos dele, e o beijou, matando as saudades que tanto a invadiram durante aqueles poucos, mas horríveis dias em que ficaram separados.



Logo em seguida, Remo, com a sua tão conhecida responsabilidade, consultou as horas e percebeu que o primeiro tempo de Defesa Contra as Artes das Trevas estava quase para começar, e o casal teve que sair correndo do salão comunal, sem nem tomar café da manhã, para conseguir chegar a tempo.

Quando os dois adentraram a sala do professor Avery, muito ofegantes, receberam logo os olhares e expressões curiosas dos cinco amigos, que já ocupavam seus lugares na sala de aula. Pedro estava sentado na última carteira da fileira, ao lado de Frank, um amigo dos marotos que também era da Grifinória; Ashley e Lílian estavam sentadas em dupla logo na frente dos garotos e, seguido delas, vinha Sirius e Tiago. Melissa e Remo acabaram tendo que sentar na fileira ao lado, mas felizmente conseguiram entrar antes de o professor chegar, e seus amigos sorriram quando os viram de mãos dadas.


[...]


O horário de almoço havia acabado de terminar, no que Remo e Melissa logo foram para os jardins de Hogwarts, aproveitar para namorarem um pouquinho durante o curto espaço de tempo que tinham entre o almoço e o próximo tempo de aula, Transfiguração.

- Estava... sentindo tanta falta... de ficar... abraçadinha a você! – exclamou Mel, entre os vários selinhos que dava em seu namorado.

O tempo estava nublado, com apenas um mormaço pairando pelos jardins de Hogwarts, fazendo com que nada fosse melhor do que ficar sob a fraca sombra projetada por uma das inúmeras árvores do jardim. Mas aquela era especial, porque curiosamente era sempre em seu largo tronco que aquele casal de namorados costumava ficar recostado, no que eles até passaram a dizer, de brincadeira, que aquela árvore era deles. Foi nela, aliás, que os dois acabaram batendo no dia em que todos fizeram guerra de neve, e quase foram sufocados depois pela grande quantidade da branca e gélida neve que os soterrou.

Remo e Melissa estavam agora abraçados, matando um pouco das saudades, até que o maroto resolveu tocar em um delicado assunto, mais por preocupação do que por qualquer outro motivo.

- E os seus pais, como estão? – perguntou, enquanto afagava os cabelos louros da menina.

Mel suspirou, e recostou uma parte de seu rosto no peitoral do namorado.

- Minha mãe está sempre mandando cartas, querendo saber como estou, essas coisas. Mas meu pai... – ela disse, baixando o olhar para a grama verdinha que crescia pelos jardins. – Acredita que ele realmente estava apaixonado por outra mulher, e já se mudou para a casa dela e tudo?

- Sei que parece ruim para você, mas seus pais vão procurar seguir a vida deles, Mel. – comentou Remo, sabiamente.

- Mas isso não significa que eles precisam me esquecer, não é?! – perguntou a loura, mordendo ligeiramente o canto dos lábios, no que Remo afirmou, assentindo. – Sabe, meu pai e eu nunca tivemos um relacionamento muito bom... E, agora que fiquei sabendo que essa nova namoradinha dele tem uma filha um pouco mais nova do que eu, é bem capaz de que ele se esqueça de vez de mim.

Remo ficou um pouco triste pela namorada, pois não gostava de vê-la sofrendo de jeito nenhum. Gostaria realmente de fazer alguma coisa para ajudar, mas só o que ele poderia fazer agora era apoiá-la. Ergueu delicadamente o rosto da menina, fazendo-a voltar a encará-lo.

- Ei, ninguém vai esquecer de você, ok? – disse, abrindo um sorriso reconfortante. – E, se por acaso isso vier a acontecer, pode ter a certeza de que eu estarei sempre aqui.

Melissa sorriu fracamente e esticou um pouco pescoço, para alcançar o rosto do namorado. Em seguida, selou os seus lábios nos de Remo, e os dois se beijaram por alguns segundos, mas logo foram interrompidos.

- Só porque voltaram a babar um pelo outro, acham que podem se livrar dos amigos?! – Sirius disse, com um largo sorriso no rosto, aproximando-se do casal, com os outros quatro amigos logo atrás.

Mel revirou os olhos, fingindo irritação, mas logo depois riu. Os grifinórios logo sentaram-se na grama também, formando uma roda um pouco torta, e começaram a conversar. Gostavam muito de fazer isso, ficar jogando papo fora, sem nenhuma preocupação, e gostavam ainda mais das companhias um dos outros. Tinham a certeza de que, não importava o que acontecesse, seriam sempre amigos, e isso era simplesmente incomparável.

- E aí, alguém já sabe o que faremos em Hogsmead? – perguntou Pedro, puxando o assunto que mais pairava pelo castelo nos últimos dias: a visita ao vilarejo tão conhecido por todos.

- Uma paradinha na Zonko’s tem que ter, com certeza! – Sirius logo manifestou-se, no que os outros três marotos concordaram de imediato.

- Tem que ter também a tradicional cerveja amanteigada na mesa bem no centro do Três Vassouras! – disse Ashley, obtendo a concordância de todos os seis, desta vez.

- E, depois das cervejas, Lily e eu vamos dar uma voltinha, não é?! – Tiago falou, rindo, enquanto pegava a ruiva de surpresa e recostava sua cabeça no colo da garota.

- Sai, Potter! – exclamou Lílian, tirando rapidamente o maroto de seu colo. – Até parece que eu iria a algum lugar com você.

Ela bufou em seguida, irritada, e acabou caminhando para longe dali. Ashley e Melissa, que tinham conhecimento do quanto a amiga ainda estava chateada graças a suposta traição do maroto, logo levantaram-se e foram atrás de Lily. Os marotos, então, olharam para Tiago, esperando algum tipo de atitude, no que ele apenas deu de ombros.

- Mau jeito, Pontas. – Sirius disse, em meio a uma fraca risada.

- Nada melhor do que o tempo para nos fazer esquecer as coisas. – comentou Tiago, como se estivesse filosofando alguma coisa, no que os outros apenas menearam a cabeça.

- Mas algumas coisas nunca são esquecidas. – disse Pedro, no que Sirius e Remo rapidamente concordaram, mas Tiago apenas gesticulou impacientemente, falando em seguida para mudarem de assunto.

Enquanto eles conversavam sobre as bugigangas que comprariam na Zonko’s, Remo deixou-se levar pelos seus pensamentos por algum tempo. Estava realmente preocupado com Melissa, e com seu complicado relacionamento com o pai. Não queria vê-la triste de modo algum, e faria o que fosse preciso para ajudar. Foi então que, para seu alívio, uma idéia passou pela sua mente. Mandaria uma carta para o senhor Bones, contando exatamente o que estava acontecendo, como ele estava deixando sua filha chateada, entre outras coisas. Não sabia se daria certo, mas não tinha muita coisa a perder. Era só não contar sobre o seu plano para Mel, porque a garota provavelmente tentaria impedi-lo, e não assinar na carta, já que ele não tinha certeza se Melissa havia contado ou não sobre o namoro dos dois para o pai, além de Remo se sentir ligeiramente mais livre para escrever exatamente o que pensava na tal carta, se o pai de sua namorada não viesse a saber quem a enviou.

Remo, então, deu uma desculpa qualquer para os marotos, e rumou para o seu quarto, na intenção de escrever em seu pergaminho o mais rápido possível.


[...]


Dois dias haviam se passado, e a sexta-feira chegava como um alívio para todos os estudantes de Hogwarts. Teriam apenas que enfrentar mais aquele dia de aulas, e sábado poderiam se divertir no tão esperado passeio à Hogsmead. O tempo voltara a melhorar sobre os terrenos de Hogwarts, e o sol já havia voltado a brilhar com toda sua imponência no céu incrivelmente azul, quando um grupo de sete grifinórios andava empolgado pelos corredores, em direção ao Salão Principal. Assim que eles o adentraram, foram logo ocupar seus costumeiros lugares na grande mesa de sua respectiva Casa, para tomarem o café da manhã.

Sirius falava alguma coisa ao pé do ouvido de Ashley, no que a garota ria discretamente, Lílian e Melissa comentavam sobre um tal dever quase impossível de Poções e Tiago, Pedro e Remo conversavam animados sobre Hogsmead, quando inúmeras corujas adentraram o Salão Principal, como acontecia em todas as manhãs. Cartas, revistas e jornais foram jogados para vários alunos, e uma coruja branca como a neve, conhecido por Melissa, voou em sua direção. Largou um envelope pomposo para a loura, e saiu logo em seguida pelas grandes janelas do castelo.

Mel rapidamente pegou o envelope e rasgou-o sem cerimônias, devido à grande curiosidade que se apossou dela. À medida que a garota ia lendo as linhas da carta, seu sorriso ia se alargando, e quem reparasse atentamente em seu rosto, poderia jurar que aqueles olhos verde-água chegaram a marejar brevemente. Quando Melissa dobrou a carta que recebera, virou-se para o lado e abraçou Remo, ainda com um belo sorriso estampado em seu rosto, que agora era tomado por uma expressão muito feliz.

- Era uma carta do meu pai, Remo! – exclamou ela, no que o maroto retribuiu o sorriso. – Ele marcou um encontro comigo amanhã, em Hogsmead, e disse que quer me ver! Você acredita em uma coisa dessas?!

Remo afagou os cabelos da namorada, no que ela recostou a cabeça em seu ombro, enquanto continuava a encarar a carta, muito contente.

- O que será que o fez mudar tão bruscamente de atitude? – perguntou a loura, um pouco pensativa. – Quer dizer, meu pai nunca foi muito dessas coisas...

Remo olhou de soslaio para a namorada, e pensou momentaneamente em contar o que havia feito, mas acabou desistindo logo depois, ao ver os olhos de Melissa brilhando de excitação. Ninguém precisava saber que o maroto dera uma ajudinha, não é mesmo? Mel parecia estar tão feliz, que ele não teve coragem de estragar, nem um pouco que fosse, aquela alegria toda.

- Na certa, ele acabou percebendo que uma menina tão maravilhosa como você merecia um pouquinho mais de atenção. – respondeu Remo, sorrindo carinhosamente para a namorada.





N/A: Pronto, o casalzinho está junto novamente, Hueahua ! Para quem não conseguiu ver o vídeo dos dois, pode tentar por aqui: http://www.youtube.com/watch?v=sUZqGrIli-4
Capítulo um pouco mais light, porém importante, porque essa história do pai da Mel não acaba, nem de longe, por aí.

Ah, por causa do que eu falei na N/A passada sobre aquela história de reclamarem da demora na atualização, um monte de leitores veio me perguntar se foi quem fez isso. Pessoal, fiquem tranqüilos, ninguém que me perguntou agora nesses últimos comentários fez nada demais, ok?! Hehe :D

Capítulo que vem será com a ida deles a Hogsmead, e eu sinceramente gosto muito dele. Não, o capítulo não está totalmente escrito, mas tenho algumas cenas dele prontas já (na verdade, eu tenho um cronograma com tudo o que vai acontecer na fic até o fim do 6º ano), o que me leva a dizer que o capítulo sairá bem rapidinho! Continuem comentando bastante assim, que eu continuo atualizando rápido, mhuaahua! Aliás, queria agradecer a cada um dos leitores que colaborou para essa fic chegar aos mil comentários, ainda estou em êxtase com isso *__* ! Valeu mesmo, gente (Y)

Ah, e por último, a partir de agora vou responder aos comentários do pessoal, começando por esse capítulo! Então, sempre que eu postar aqui, é só passar o capítulo, que em seguida vai ter um com os nomes de quem comentou, e as respostas, ok?! Acho que é isso, obrigada por tudo, e não deixem de comentar! ;)

Beijos!

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