O Poço das Lamentações



Harry encarava a noite escura tendo pequenos flashbacks de alguns segundos atrás, quando disse o que pretendia fazer para Rony e Hermione. A reação de Mione já era esperada por ele, mas ele precisava fazer aquilo.

“- Por favor, não vá novamente. Você nem tem uma vassoura – Implorava Mione. Aquilo já durava alguns minutos – Você já teve muita sorte da última vez, mas ir novamente seria se arriscar demais.”

Mas quem teve uma reação inesperada era aquele que estava acompanhando ele naquele exato momento. Dumbledore.

“- Você deve fazer o que acha que é certo Harry – Disse calmamente Dumbledore – Se você se lembra do que eu lhe disse algum tempo atrás. São suas decisões que fazem o que você é, por isso eu acho que não devo influenciar em suas decisões.”

Outra reação inesperada era do Rony, que se manteve sereno e respeitou a decisão do amigo.

“- Você realmente acha que isso é o certo Harry? – Perguntou ele – Porque se você acha que isso é o certo então você deve seguir em frente. Por mim está tudo bem contanto que você volte até o final de semana, pois o casamento do Gui foi remarcado há duas semanas para esse Domingo.”

Mas naquele momento nada daquilo importava. Harry já tinha saído do terreno de Hogwarts pela Casa dos Gritos, e ninguém podia pará-lo naquele momento, nem mesmo Quim, pois Harry não contou a ninguém como ele planejava sair dali.
“Não adianta eles virem atrás de mim agora” pensou ele, “Tudo isso está para acabar!”. Harry se concentrou, por todo o caminho do Salão Comunal da Grifinória até a Casa dos Gritos ele vinha se perguntando. Será que isso é o certo? Mas agora ele já tinha tomado sua decisão, não tinha mais como voltar atrás.
Harry se concentrou naquela pequena rua em Londres que ele já havia visitados duas vezes, se lembrou da pequena cabine telefônica e aparatou, havia deixado Hogwarts para trás mais uma vez.
A rua estava completamente vazia durante aquela noite, mas mesmo assim Harry entrou na cabine fazendo o menor ruído possível, pegou o telefone e discou 6, 2, 4, 4, 2. Logo após Harry ouviu uma voz feminina que já o havia recebido antes.
- Bem-vindo ao Ministério da Magia. Por favor, informe seu nome e o objetivo da visita.
Harry respondeu sem hesitar naquele mesmo momento.
- Harry Potter, eu vim impedir Voldemort de entrar na sala do Departamento de Mistérios.
- Obrigada – Disse a mulher com uma voz tranqüila – Visitante, por favor, apanhe o crachá e prenda-o ao peito de suas vestes – Harry ouviu um clique e viu o crachá sair pela ranhura de metal por onde saem as moedas. No crachá de metal se lia: Harry Potter, Missão de Segurança Nacional.
- Visitante ao Ministério, o senhor deve se submeter a uma revista a apresentar sua varinha, para registro, à mesa da segurança, localizada ao fundo do Átrio. – Voltou a falar a tranqüila voz feminina.
O chão da cabine telefônica logo começou a tremer e deslizar para o subsolo, naqueles poucos instantes antes que Harry chegasse ao Átrio ele começou a refletir sobre aquilo que estava para acontecer. “Será que isso é o certo? E se eu não estiver preparado para ir até lá?” se perguntava Harry. Aquilo parecia muito simples, mas ao mesmo tempo parecia não ter uma resposta.
O elevador finalmente havia chegado ao Átrio. “O Ministério da Magia deseja ao senhor uma noite agradável”, declarou a mulher. Pelo que Harry via, as estátuas danificadas na batalha de Voldemort contra Dumbledore já estavam reparadas e permaneciam imóveis na mesma posição de anteriormente. O que Harry também podia ver era que Érico não estava lá para pegar a varinha de Harry, o que era uma vantagem.
Harry cruzou o Átrio atento para ver se havia mais alguém por ali, mas não viu nada, a cabine de Érico estava completamente deserta. Ele cruzou os portões dourados do elevador do Átrio e apertou o botão de número nove; as grades se fecharam com um grande ruído e o elevador começou a descer. O ruído do elevador era ensurdecedor, exatamente como Harry se lembrava. Logo após, o elevador parou e Harry ouviu mais uma vez a voz tranqüila da mulher anunciar “Departamento de Mistérios”.
Harry rapidamente saiu do elevador indo em direção ao corredor, iluminado por archotes próximos ao elevador. Ele parou na frente de uma porta de madeira preta e simples, mais uma vez ele estava se lembrando do sonho que o havia perturbado por tanto tempo no quinto ano, ele cruzou a porta e entrou na sala circular com portas pretas idênticas que eram separadas por candelabros de chamas azuis.
No exato momento em que ele fechou a porta da sala ele ouviu um pequeno ruído e a sala começou a girar, tudo ia começar novamente, não restavam opções a não ser ir fazendo tentativas. Quando tudo parou ele rumou até a porta em sua frente e fez uma tentativa, a porta se abriu facilmente e Harry ficou mais uma vez frente à frente com o único lugar que ele não desejava voltar.
Ele estava em uma sala parecida com o tribunal onde havia sido julgado no começo do quinto ano, mas não havia uma cadeira com correntes naquela sala e sim uma poça, da onde se erguia um arco de pedra. O arco estava todo corroído, e dele descia um véu preto, Harry foi lentamente se aproximando do arco e logo que chegou próximo o suficiente para toca-lo ele parou.
- Sirius? – Chamou ele deixando uma pequena lágrima escorrer pelo seu rosto – Você está aí?
Mas não havia resposta, a escura sala permanecia em total silêncio. Harry encarava o véu escuro tremulando e esperava por uma resposta, mas nada acontecia. Até que, quando Harry se virou para voltar à sala redonda de onde tinha vindo, ele começou a ouvir sussurros fracos, os murmúrios pareciam vir do outro lado do véu.
Harry imediatamente parou, da última vez que aquilo havia acontecido Mione puxou ele para fora da sala, mas daquela vez ele estava sozinho, Harry parou e prestou atenção em cada palavra que vinha de trás do véu.

[i]Aqueles que desrespeitam a lei pagam
Eles não só pagam com seu corpo
Mas com sua alma também
Os que atravessam o véu do que é certo
Se perderão para sempre.
E passarão a eternidade no poço das lamentações[/i]

Harry encarava o arco. “Então era assim que os condenados à morte eram executados?” pensou ele. Sirius perdeu a vida em uma máquina de executar prisioneiros. Harry baixou a cabeça e encarou o poço, com suas lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele ficou por lá durante vários minutos imaginando como Sirius estaria agora.
Mas depois de muito tempo ele finalmente chegou a uma conclusão simples, Sirius morreu lutando contra Voldemort, o mínimo que Harry podia fazer em sua memória era acabar com a raça daquele monstro que vinha destruindo tudo que havia de bom para Harry desde que voltou.
Harry se levantou e rumou decidido em direção à sala circular, e se lembrando de Hermione da última vez em que estivera ali ele fez o feitiço “Flagrate” marcando um X de fogo na porta em que havia acabado de sair, logo após isso a sala começou a girar novamente, e logo que ela parou Harry rumou à porta em sua frente, que estava à duas portas de intervalo da que ele havia tentado anteriormente.
Ao tentar abrir a porta ela resistiu, provavelmente estava trancada, foi então que ele percebeu que só podia ser aquela a porta. Harry tirou a chave que tinha pego de Régulo na noite anterior e colocou na fechadura, ele só pôde se concentrar e torcer que aquela fosse a porta certa. Ele virou a chave e ouviu um pequeno ruído. Tirou a chave da fechadura e girou a maçaneta fazendo a porta se abrir. Ele finalmente havia conseguido.
Mal teve tempo de observar a sala, no mesmo instante em que Harry entrou na sala ele já estava sendo recebido.
- Bem-vindo. Estiva esperando você por dezessete anos garoto – Disse um bruxo desconhecido.

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