O medalhão rachado



Harry acordou muito cedo no dia seguinte, ansioso para saber o que Dumbledore iria contar para ele na continuação de suas explicações. Harry desceu para a cozinha rapidamente, mas toda sua felicidade acabou sendo destruída quando chegou lá, pois não só Dumbledore não estava no quadro, talvez visitando seus outros retratos, como após acabar seu café a Sra. Weasley lhe disse que eles teriam que arrumar suas coisas e ajuda-la a arrumar a casa para ele levarem tudo ao Largo Grimmauld de número doze.
Aquele momento era muito esperado, não só para Harry como para todos os membros da Ordem. É óbvio que a ida ao Largo Grimmauld iria trazer lembranças de Sirius a Harry, mas ele não poderia deixar de ir lá, principalmente agora que o fim estava próximo. Eu vou acabar com Voldemort, pensou Harry, e vou levar Belatrix junto. Este pensamento estava consumindo a cabeça de Harry há muito tempo.

A hora havia chegado, todos estavam em pé na cozinha d’A Toca, onde a mesa havia desaparecido.
- Todos prontos? – Perguntou Moddy que só continuou após um murmúrio geral de aprovação – o plano é o seguinte, para não expô-los ao perigo eu, Lupin, Tonks e Quim iremos aparatar lá e checar se está tudo bem. Vocês somente poderão aparatar no Largo se a Ninfadora vier dar o sinal de que está tudo certo. Se ninguém vier dar o sinal dentro de cinco minutos vocês devem aparatar no Ministério da Magia onde alguns membros estarão te esperando para assumir o controle da missão.
- Sinceramente eu acho que você não tem só um, mas muitos parafusos faltando na cabeça – disse Tonks bem baixo ao lado de Harry, ele ficou em dúvida se todos ouviram ela.
- Ninfadora, Lupin, Shacklebolt, estão prontos? Então vamos! – disse Moddy e com um CRAQUE desapareceu.
Instantes depois, com o mesmo CRAQUE, Tonks apareceu, quase encima de Harry, assustando a todos, e com cara mal-humorada disse:
- O que foi, esperavam que eu não voltasse depois do discurso mortal do Moddy?
Finalmente eles estavam lá, na cozinha do Largo Grimmauld número doze. As boas notícias eram muitas, mesmo depois de um ano a casa estava muito limpa, até mais limpa do que quando eles deixaram a sede, e provavelmente Belatrix não devia gostar muito da mãe de Sirius pois o quadro havia desaparecido.
O escritório que continha um armário e a cortina de fadas mordentes que eles limparam no quinto ano foi transformado em uma sala de estar som quatro confortáveis poltronas, e na parede oposta da porta foi pendurado o retrato de Dumbledore, mas ele estava sempre conversando com alguém ou ausente, então Harry ficou três dias tentando, sem sucesso, falar com ele.
Depois de duas semanas, Harry, Rony e Hermione já haviam limpado todos os quartos, pois pelo jeito Belatrix só cuidava dos locais da casa por onde ela fosse. Agora a tarefa deles era cuidar da decoração da casa e estavam se saindo excepcionalmente bem. Agora que os membros da Ordem não escondem tantas informações deles o tempo que eles passavam na casa dos Black eram melhores do que da última vez, quando eles tinham de tentar ouvir sem serem percebidos.

Faltando uma semana para o início do ano letivo, Harry estava vasculhando a casa em busca do lugar onde Monstro escondeu os pertences roubados da casa quando Hermione apareceu sorridente para ele.
- Você passou o mês inteiro cuidando da casa de Sirius que até esqueceu de falar com alguém não é?
Harry se sentiu culpado, era verdade, ele somente falara “oi”, “bom dia” e “boa noite” para ela não lhe contou nada.
- Me desculpe Hermione.
- Não é de mim que eu estou falando – Disse ele rindo – É do Dumbledore.
- Do que você está falando?
- Ele está te esperando. Deve ter alguma notícia muito boa!
Na hora que ouviu aquilo Harry se lembrou, ele estava começando a aceitar que o plano de Dumbledore para proteger Hogwarts era complicado, mas mesmo assim, era bom. Mas sua segurança não era o que o atormentava, mas algo que ele considerava muito mais importante.
- Eu estou procurando o local onde Monstro tem escondido os pertences dos Black – Disse Harry – Será que você pode continuar para mim enquanto eu falo com Dumbledore?
- Claro Harry.
Harry correu escada abaixo, passando pela cozinha e indo até a nova sala de estar. No momento que entrou na sala Dumbledore falou:
- Finalmente posso falar com você a sós Harry
- O que foi Professor?
- Bem, você sabe melhor do que eu que nós deixamos alguns tópicos de lado na noite de seu aniversário.
- Sim, realmente tem uma pergunta que estou querendo lhe fazer a muito tempo.
- E qual seria esta pergunta Harry?
- Agora que vou voltar a Hogwarts, quem é que vai atrás dos horcruxes?
- Eu esperava algo mais complicado vindo de você. A resposta é bem simples, você é quem tem todo direito de ir atrás das horcruxes, por isso será você.
- Mas como?
- A Profª McGonagall, tem todo seu horário, então, ela nos informará quando você tiver um horário livre e eu te avisarei quando deverá ir atrás das horcruxes.
- O que? Você me avisar? Como?
- Eu acho que eu não te apresentei ao novo membro da parede não é? – Disse Dumbledore apontando para seu lado esquerdo. Ao lado de Dumbledore havia outro quadro que Harry não percebera ao entra apressado na sala – Harry quero que conheça Dumbledore. Dumbledore este é Harry – Disse Dumbledore apontando de Harry até o outro quadro onde havia outro Dumbledore, só que o Dumbledore do lado esquerdo parecia mais cansado, velho e tinha a mão esquerda com aparência de morta.
- Isso não explica nada.
- É, é verdade. Bem, eu te chamei aqui para lhe contar sobre meu presente de aniversário para você, a Molly irá te dar um retrato igual a este do meu lado. Só existem dois deles, o pequeno que ficará com você, e o maior que ficará aqui. Nosso amigo Dumbledore a minha esquerda ficará quase sempre no retrato menor, então se você precisar falar com alguém da Ordem é só falar com ele que ele sairá do retrato menor, e virá para a Ordem transmitir sua mensagem, a algumas vezes ele virá até o retrato da Ordem mesmo que você não precise passar uma mensagem para ver se alguém aqui quer falar com você.
- Então desse jeito eu estarei sempre em contato com a Ordem – Disse Harry tentando mostrar que entendeu todo aquele esquema complicado.
- Exatamente. Infelizmente eu tenho que ir agora Harry.
- Por que?
- Acontece que eu apostei com o retrato de Tibério Ogden que você entenderia tudo que lhe diria e ele disse que você teria de ouvir pelo menos umas três vezes, pois era muito complicado o meu método de explicação – Disse Dumbledore desaparecendo do retrato.
Instantes após Dumbledore desaparecer, enquanto Harry estava tentando entender melhor a explicação dele, pois realmente era muito complicada, Harry foi despertado pelo som de seu nome.
- HARRY! – Hermione gritava por ele. Harry saiu correndo para o antigo quarto da mãe de Sirius onde, dois anos antes ele guardava Bicuço, ou melhor, Asafugaz. Harry estava chagando cada vez mais perto, haviam muitas pessoas lá para ver o que estava acontecendo, quando Harry penetrou no quarto ele pensou que estava tendo um sonho.
Hermione flutuava a aproximados trinta centímetros do chão paralisada com as mãos esticadas para os lados, totalmente branca como se fosse um fantasma, a dez centímetros de seu rosto flutuava um medalhão rachado. Harry já havia visto aquele medalhão em algum lugar. Então ele se lembrou, não somente ele já havia visto aquele medalhão, como eles o viram duas vezes. A primeira foi naquela casa a dois anos enquanto limpavam um armário, o armário que estava na nova sala de estar. E a segunda era o medalhão de Voldemort, o medalhão de R.A.B.
Só que haviam diferenças, o medalhão do armário se recusava a abrir, e este estava aberto e com a abertura virada para Hermione. Então Lupin mostrou o motivo que Dumbledore o escolheu como líder da Ordem. Enquanto todos estavam aterrorizados, Lupin apareceu apontando a varinha para Hermione:
- Finite Incantatem – Mas nada aconteceu, só que Lupin manteve a varinha apontada para Hermione, e uma pequena ligação prateada apareceu entre a varinha de Lupin e o medalhão, que ficava no caminho entre a varinha e Hermione. Lupin ficou murmurando palavras irreconhecíveis enquanto olhava para o medalhão, sem nem ao menos piscar.
A conexão desapareceu, o medalhão e Hermione caíram no chão.
- Alguém leve ela para o ST. Mungus imediatamente – Ordenou Lupin
- Deixa comigo! – Falou Carlinhos
- Harry leve este medalhão para Dumbledore – Ordenou Lupin novamente, mas desta vez sem resposta. Harry ficou aterrorizado com o que havia acabado de acontecer, “dentro da própria Ordem!” pensou ele.

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