Godric's Hollow



Tia Petúnia trouxe rapidamente uma toalha úmida e estancou o sangue da cicatriz de Harry, que a essa altura já estava em seu pescoço. Sua cicatriz nunca tinha sangrado daquele jeito... O que poderia estar acontecendo? Ron e Hermione olhavam aflitos e confusos um para o outro, mas acima de tudo preocupados com o amigo.

- O que está acontecendo? O que está...

- Harry, deite! - mandou Hermione - Calma, você tem que esperar o sangue estancar, espera, ESPERA! Rony, me ajuda!

Ron e Hermione deitaram o amigo novamente e ficaram segurando o seu ombro para que não levantasse mais. O rosto de Harry estava todo ensangüentado e nenhum dos dois sabia o que estava acontecendo. Harry já estava acostumado a sentir fortes dores fortes na testa, especialmente quando Voldemort estava tramando algo, mas sangrar? Não, isso nunca tinha acontecido e Harry sabia o que isso significava: Voldemort devia estar fazendo algo pior do que o normal. Precisava agir imediatamente, sair dali, conversar com Ron e Hermione...

- Já estou bom! - disse, segurando a toalha em sua testa e olhando com desespero para Ron e Hermione - Precisamos ir.

- Harry, você está sangrando...

- Mione, eu sei, mas você sabe o que significa quando minha cicatriz dói, não é?

Tia Petúnia olhou para cada um deles.

- O que... O que significa, Harry?

A essa altura, a agitação na sala já tinha atraído a atenção de Duda e tio Válter, que olhavam curiosos.

- Minha cicatriz dói toda vez que Voldemort faz alguma coisa, está por perto, com raiva ou muito feliz.

- Mas nunca sangrou - continuou Ron - É a primeira vez que acontece.

- Deve ser porque as coisas estão piorando - completou Hermione - Precisamos ir embora, Harry.

- Eu sei. Vou me limpar e vamos.




Harry, Ron e Hermione levaram suas malas para a sala e agradeceram à tia Petúnia por sua hospitalidade. Pelo que aconteceu com Harry, sua tia voltara a ser gentil inclusive com Ron, entregando-lhe um saquinho cheio de rosquinhas para a viagem.

- Tia, obrigada por tudo - disse Harry - E você também, tio.

Tio Válter olhou espantado da poltrona onde lia, como sempre, o jornal diário. Acho estranho o agradecimento e respondeu ao sobrinho:

- Ainda bem que reconhece todo o esforço que fizemos aguentando você aqui todos esses anos.

- Válter!

- É isso mesmo, Petúnia. Não é porque esse... Esse fedelho está com um arranhãozinho à toa sangrando na testa que eu o tratarei diferente. Para mim será um alívio, um alívio!

Harry notou que tio Válter demonstrava uma pontinha de tristeza por sua partida definitiva, mas chegou à conclusão de que era apenas costume de ter alguém para brigar todos os anos. Na verdade, a situação financeira do país estava muito difícil e tio Válter estava praticamente falindo devido às exigência de Duda, que iam de carro novo de dois em dois meses a comprar roupas todos os dias. Seu tio estava simplesmente preocupado em arranjar mais dinheiro para as despesas do dia-a-dia, que ficaram em segundo plano. Harry ficara sabendo da situação ao ouvir tia Petúnia conversando com tio Válter antes de dormirem e até pretendia ajudá-los com seu dinheiro, mas chegou à conclusão de que, quando realmente precisassem, era só diminuir o intervalo das compras de Duda.

Olhando a casa pela última vez, Harry pegou sua mala e a gaiola de Edwiges e caminhou rumo à porta.

- Só uma pergunta, querido? - disse tia Petúnia, antes que Harry saísse de vez de sua vida.

- Sim?

- Onde você vai?

Harry não sabia o que responder. Tinha evitado essa pergunta o máximo que pôde, mas sabia que sua tia a faria uma hora ou outra. Reunindo coragem inclusive para dizer em voz alta a si mesmo, ele respirou fundo e respondeu:

- Voltar à casa onde meus pais morreram.

Ron e Hermione abaixaram a cabeça, como se soubessem a reação da tia de Harry. Ela olhou espantada, mas com profunda tristeza e preocupação no olhar. Quando seus olhos se encontraram com os de Harry, ela entendeu que aquilo era o que deveria ser feito e não disse nenhuma outra frase além de "boa sorte".

Harry agradeceu e saiu, fechando a porta. Petúnia sentou-se no sofá e caiu em prantos quando seu filho

Duda a abraçou. Ela sabia que não veria Harry novamente.




A poucos metros dali, os três andavam o mais rápido que podiam carregando suas malas, que Ron agradeceu eternamente por terem rodinhas.

- ÓTIMA IDÉIA - ele reclamou, após andarem menos de duas quadras - Ainda acho que deveríamos aparatar.

- Rony, não adianta, você não conseguirá determinar o lugar certo e é capaz de ir parar em outro país - disse Hermione tirando risos de Harry, enquanto Ron lhe mostrava a língua - Além disso, não queremos chamar a atenção, esqueceu? Não podemos chegar na vila onde os pais do Harry foram mortos e todos ficarem curiosos com relação à gente.

- Ela está certa, Rony - disse Harry, com a toalha enrolada na testa para estancar o sangue - Temos que nos esforçar para agir como pessoas comuns.

- Para vocês é fácil, já que vieram de famílias trouxas, mas eu não sei como agir!

- Oras, a gente ajuda você - riu Harry, e Hermione acompanhou o amigo.

Antes mesmo de chegarem à casa dos Dursley, eles tinham decidido que iriam a Godric's Hollow da maneira como os trouxas viajavam normalmente: de ônibus. A viagem era longa e tomaria toda a noite e o dia seguinte inteiro, fazendo com que chegassem à vila pouco antes do anoitecer.

Passadas três horas de viagem, todas as cerca de dez pessoas no ônibus estavam dormindo, menos Harry e Hermione. Ron, como sempre, roncava mais alto que o normal, mas aparentemente ninguém estava incomodado, tirando Hermione.

- Nossa, ele ronca alto demais! Nunca vou conseguir dormir desse jeito!

- Eu não conseguiria dormir nem que estivesse em uma cama quentinha num quarto silencioso - respondeu Harry, rindo.

- É, eu também - Hermione levantou do banco atrás de Harry e sentou-se ao seu lado. Ele obviamente percebeu que a amiga não via a hora de fazer isso para poder conversar um pouco com alguém. Ele se lembrou que realmente não conversaram muito no último ano e sabia que tinham muito a falar. Porém, de certa maneira Harry não conseguiu parar de olhar pela janela, as montanhas que agora eram como vultos negros passando pelo horizonte. Já devia ser tarde e, como sempre, ele estava sem sono. Hermione bebeu um gole de sua garrafa d'água e ofereceu a Harry, que negou, agradecendo.

- Sabe, Harry - ela disse, enquanto engolia o último gole - Você teve que ter muita coragem para fazer o que fez com Gina.

Harry olhou para a amiga e depois voltou a olhar pela janela.

- Eu sei - e então olhou para sua mãos, que agora estavam em seu colo, apertando uma a outra, para aliviar a visível tensão - Mas eu não tinha escolha, Hermione.

A vista pela janela parecia bem mais atrativa do que aquela conversa, mas Harry de repente sentiu uma súbita vontade de conversar com alguém sobre Gina, coisa que jamais fizera antes. Não poderia conversar com Ron, pois ele é seu irmão e a conversa poderia se tornar constrangedora, mas Hermione era sua
amiga também e esta era uma boa oportunidade de conversarem sozinhos. Ela teve essa mesma sensação e continuou a conversa:

- Você gosta muito dela, não? Quer dizer, é óbvio que sim, mas não imaginei que fosse tanto assim.

- Tanto assim? - Harry perguntou, meio confuso pela pergunta da amiga.

- Tá na cara que vocês pertencem um ao outro, Harry. Na primeira vez em que se beijaram isso ficou claro.

Ele sorriu. Lembrou subitamente do dia em que entrou na sala comunal da Grifinória, depois da vitória fantástica no campeonato de quadribol, e Gina correu para beijá-lo. Realmente, foi inesquecível. Por um instante, se arrependeu do que disse a ela e gostaria que estivessem juntos, mas logo lembrou-se do motivo pelo qual se separaram.

- Eu quero apenas que ela fique bem - disse - E, quando tudo isso terminar, poderemos então ficar juntos.

Isto é, se eu sobreviver.

- Que história é essa, Harry? É claro que você vai sobreviver! Nunca mais diga isso!

Ambos silenciaram, mas o gelo foi quebrado mais uma vez por Hermione:

- É difícil, eu sei, mas estamos todos juntos, Harry! E você sabe que é capaz, todos sabem. Você só precisa confiar mais em si mesmo. Você é o único que pode destruir Voldemort. A profecia...

Harry e Hermione deram um pulo de susto com um ronco anormal de Ron, então olharam um para o outro e riram da situação.

- E vocês dois? - perguntou Harry.

- Vocês dois quem? - Hermione parecia indignada com a pergunta.

- Você e Rony. Oras, Mione, eu conheço vocês há séculos.

- E?

- Você gosta dele?

- Ai, Harry, com tantas coisas para pensarmos, você fica fazendo esse tipo de perg...

- Você gosta dele?

Harry desta vez colocou mais ímpeto em sua voz e Hermione sabia que não poderia escapar da resposta.

- Harry, entenda, as coisas não são assim tão fáceis...

- Então você gosta dele?

- Sim. Mas... - ela soube que ficara vermelha com o que acabara de confessar - Mas ele é muito imaturo e não gostaria de estragar nossa amizade. Estamos passando por tudo isso e não quero pensar em namoro agora. Está bom do jeito que está e pelo menos não brigamos tanto.

- Não brigam tanto? - riu Harry - Vocês vivem brigando! E eu acredito que seja porque não se declaram um para o outro!

- Vamos deixar isso pra lá, está bem? - riu Hermione.

- Tudo bem então. Mas eu ainda acho que, juntos, vocês poderiam enfrentar tudo com mais facilidade.

Ao dizer isso, Harry viu que Hermione olhava pensativa para o chão do ônibus, provavelmente assimilando as palavras que acabara de ouvir. Ele esperava sinceramente que os dois se acertassem, mas sabia que tudo dependia deles agora. Aos poucos, o sono vinha chegando e fechando lentamente os seus olhos.

Quando percebeu, olhou para atrás e viu que Hermione ronronava tranquilamente dormindo com a cabeça no ombro de Ron, que de repente parara de roncar. Ele se ajeitou na poltrona e, feliz por haver algum amor nesse mundo, tentou dormir. Em algumas horas estaria na casa que pertenceu aos seus pais e, em pouco tempo, sabe-se lá quanto ao certo, ele travaria a batalha de sua vida enfrentando Voldemort pela última vez.




Era quase noite quando o ônibus parou na estreita estrada de terra que levava à vila de Godric's Hollow, a vila onde Lilian e Tiago passaram os últimos dias de suas vidas. O ônibus foi embora e levantou poeira nos cabelos de Harry, Ron e Hermione.

- Está bem, para onde vamos agora? - perguntou a menina.

- Não tenho a mínima idéia - respondeu Harry - Vamos entrar na cidade e perguntar em algum lugar sobre acomodações.

Os três pegaram suas malas e seguiram andando pela estrada de terra em direção às poucas luzes abaixo da colina. Godric's Hollow era uma vila pequena e, pelo que puderam constatar, de poucos amigos. Quase não havia pessoas nas ruas e, quando aparecia alguém, logo olhava com desconfiança para os três forasteiros. Harry ficou feliz de ter colocado sua capa sobre Edwiges, porque estranhos chegando com uma coruja nas malas era o menos esperado naquela região.

O sol já tinha ido embora quando eles encontraram um empório aberto e resolveram entrar para pedir informações. Parecia deserto, exceto pelo rádio que tocava uma música muito antiga de fundo.

- Olá?

Harry não teve resposta. Os três pararam e ficaram esperando alguém aparecer, e nada.

- Vamos embora, não tem ninguém aqui - disse Ron, e eles decidiram sair, quando foram surpreendidos por um enorme e barrigudo senhor.

- Ei!

Os três gritaram de susto mas foram aliviados pelo divertimento do dono do estabelecimento.

- Hehehe, me desculpem, não estamos acostumados a receber visitas a esta hora da noite.

Os três olharam aquele homem enorme entrar e passar por eles, colcoando o pano que carregava nas costas sobre o balcão.

- Mas então, o que desejam os forasteiros?

- Er... Nós estamos... Nós estamos procurando um lugar para ficar - disse Harry, apreensivo.

- Ah! Sim, sim, claro! Bom, temos a pousada da Srta. Casprim, a poucos metros daqui, virando à direita. Acredito que ela tenha vagas, mas devem ir logo antes que ela encerre o expediente por hoje!

- Ah, ok, obrigado! - disse Harry, empurrando levemente os amigos para irem logo.

- Só uma coisa! - interrompeu o homem, saindo pelo balcão em direção a eles.

- Pois não?

- Não sei qual a intenção de vocês por aqui, mas é melhor não andarem por aí à noite.

Harry olhou para Ron e Hermione intrigado e então se aproximou do dono do empório.

- Por quê?

- Bom, se conhecem um pouco da história desta vila, sabem que ela é tida como mal-assombrada! Se bem que não imagino que seja isso, mas sabem como é, o povo se impressiona facilmente... Eu nunca vi um fantasma, nunca! E olha que moro aqui desde que nasci e...

- E por que não se deve sair à noite? - interrompeu Harry - O que acontece à noite?

- Bom, você sabe, coisas de fantasmas, ou que dizem ser de fantasmas... Barulhos, luzes, risadas desconhecidas. Ninguém ousa sair para ver o que está acontecendo.

- E desde quando isso acontece?

- Aaaaaah, faz muito, muito tempo! Mas foi praticamente desde o estranho assassinato que teve aqui, há mais de quinze anos atrás.

Harry não precisou olhar para trás para saber que Ron e Hermione entenderam o que estava acontecendo. Aquele estranho homem estava falando sobre a morte de seus pais e possivelmente da presença de Comensais na vila desde então. Mas o que faziam ali sempre? Não conseguia entender...

- Senhor, me desculpe, qual o seu nome?

- Willian. Willian Blansbury, ao seu dispor. E o seu?

- Dênis P... Dênis Papoulos - mentiu Harry, apreensivo em revelar seu verdadeiro nome.

- Hohoho, que nome engraçado! Mas enfim, garoto, creio que devam correr, se desejam ser recebidos pela srta. Casprim, já é praticamente noite. Se precisarem de qualquer coisa, podem vir aqui que eu providencio!

- Muito obrigado, sr. Blansbury. Boa noite!

- Boa noite!

Ao sairem do empório, a noite tinha caído rapidamente e a lua minguante brilhava no céu. Precisavam chegar logo à tal pousada da srta. Casprim para passarem a noite sem serem descobertos. Harry pensou melhor e viu que realmente fora melhor chegarem esta horário, quando poucas pessoas os viram. Quanto menos atenção chamassem, melhor. Ainda mais com a desconfiança de que existiam Comensais pelas redondezas.

- Que história foi aquela, sr. Papoulos? - divertiu-se Ron - Ainda bem que ele não perguntou os nossos nomes, senão teria medo do que você iria responder...

- Talvez ele dissesse "sr. Cabeça de Lesma" - retrucou Hermione - Ninguém pode saber quem nós somos e se não andarmos mais depressa não chegaremos. Ah, é aqui!

Os três pararam em seqüência; Ron quase derrubou Hermione, que soltou um resmungo baixinho. Eles tocaram a campainha e aguardaram na porta. Parecia um local agradável e havia um delicioso cheiro de guisado no ar. A porta logo abriu e uma mulher muito magra e com aparência velha os atendeu.

- Pois não?

- Bo-boa noite! A senhorita deve ser a srta. Casprim?

- Sou eu mesma. E você?

- Meu nome é Dênis e estes são meus amigos. Conversamos com o sr. Blansbury há pouco e ele nos indicou a sua pousada para passarmos a noite.

A srta. Casprim abriu a porta e, mesmo um pouco desconfiada, resolveu deixá-los entrar. Não era comum receber visitantes na cidade, quanto mais àquele horário.

- Por quanto tempo permanecerão na vila?

Harry se surpreendeu porque ainda não pensara quanto tempo seria necessário ficar naquele lugar, mas arriscou "cerca de uma semana no máximo", o que fez a mulher se alegrar um pouco, já fazendo as contas de quanto iria lucrar com os três garotos hospedados ali por tantos dias.

- Bem, tenho apenas um quarto disponível no momento. Um quarto de casal, mas posso providenciar outra cama de solteiro, para que todos se acomodem bem. Creio que não se importem se...

- Não nos importamos - respondeu Harry, apesar da indignação de Hermione - Ela pode dormir na cama de solteiro - tranqüilizando a amiga. Ron fez uma careta qualquer e Hermione riu.

- Está bem então. Podem subir. Seu quarto é a primeira porta à esquerda. O jantar será servido em dez minutos e o café-da-manhã logo ao amanhecer. Se desejarem almoçar aqui, a mesa estará pronta ao meio-dia em ponto. Não se atrasem!

- Muito obrigada - respondeu Harry, e os três foram para os seus aposentos. Ron ainda achava engraçado o fato de ter que dormir com o Harry.

- Se encostar um só dedo em mim eu te jogo da cama! - brincou.

- Por que você está preocupado? Sou eu que terei que dormir com os seus roncos!

- Roncos, eu? Eu não ronco!! - disse Ron indignado.

Harry e Hermione riram. Eles entraram no quarto e se surpreenderam com a arrumação e o cheiro delicioso de lavanda. Ficaram felizes por terem um lugar tranqüilo para ficar durante alguns dias. Deixaram suas malas no chão e Hermione perguntou a Harry o que fariam depois do jantar.

- Oras, Mione, você não ouviu quando o tal de Blansbury falou sobre fantasmas na vila?

- Sim. E?

- Não são fantasmas! É claro que ele deveria estar falando de pessoas rais, que andam rondando a vila há anos.

- E você acha que...

- Sim - interrompeu Harry - Acho que há Comensais aqui à noite - Ron abaixou as orelhas com medo e olhou preocupado para os amigos - O que estão fazendo eu não sei, mas se estão aqui há tanto tempo é porque coisa boa não é. Precisamos descobrir!

- Ah não, Harry - reclamou Hermione - Não sabemos se são Comensais! Ron concordou.

- Podem ser fantasmas mesmo que gostam de perturbar as pessoas por aqui, e você sabe como esses trouxas são impressionáveis.

- Vamos jantar então e mais tarde conversamos - disse Hermione, já indo em direção à porta - O que há com vocês? Vamos! - e os outros dois levantaram e desceram para jantar.




Como sempre, Hermione estava certa: nada como um delicioso jantar para acalmar os ânimos. Logo que voltaram ao quarto, Ron se jogara na cama e olhava para o teto reclamando que tinha comido demais. Hermione tirou seu cachecol e ficou feliz por ter sua própria cama naquele momento, apesar de saber que não seria nenhum sacrifício dormir com Ron. Harry permanecia calado, olhando pela janela. Em poucos minutos, Ron estava roncando e Hermione, já deitada, perguntou a Harry se ele não ia dormir.

- Não estou com sono - apontando a cabeça para Ron, que roncava alto - Vou ficar aqui um pouco.

A amiga deu um sorriso compreensivo e apagou a luz do abajur. De fato, seria uma longa noite. Harry ficou sentado na cadeira perto da janela observando as luzes da vila, uma a uma, se apagarem como se todos tivessem medo de ser os últimos a fazer isso. E, quando estava quase adormecendo, ele viu diversos vultos negros passarem pelas ruas conversando e dando risadas. Levantou-se imediatamente e então teve certeza de que estava certo: eram Comensais, mas para onde estavam indo? Ele os acompanhou com o olhar mas pouco pôde ver pela janela fechada. Desesperado, correu até Hermione para acordá-la.

- Mione, Mione! Acorda! Ron! - chacoalhou o amigo, que levantou assustado - Levantem, rápido! - Dizia enquanto colocava novamente os sapatos.

- Por Merlim, Harry, o que f...

- COMENSAIS!

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