R.A.B.



15. R.A.B.


Harry acordou somente depois de algumas horas, na ala hospitalar. Já perdera a conta de quantas vezes tinha ido àquele lugar. Os raios da lua entravam pelas altas janelas e, ao seu lado, como sempre, estavam Ron e Hermione. Gina estava sentada com a cabeça sobre seu peito e ronronava como um gatinho.

- Ela dormiu há cerca de meia hora – disse Hermione, ao ver o olhar atordoado de Harry.

- Você está bem, cara? – disse Rony baixinho olhando para Hermione, como se pedisse permissão para falar - Putz, aquilo na sala do Dumbledore foi realmente...

- O que aconteceu depois que eu...

- Destruiu o medalhão? – interrompeu Hermione – Você não se lembra de nada?

- Só de uma grande explosão – disse Harry apertando os olhos, tentando se lembrar, ainda meio grogue pelas poções de cura – E de uma cobra enorme. Vocês viram a cobra?

- Sim – disse Rony, ficando pálido de repente – Aquilo foi... assustador, pra não falar outra coisa.

- Dumbledore disse que já esperava algo do tipo – disse Hermione, vendo Gina se levantar com a cara amassada.

- Ah, oi Harry, você está bem? Eu... eu dormi, me desculpe... você...

- Shhh, não se preocupe – disse Harry colocando a mão sobre os cabelos da namorada e forçando-a delicadamente a deitar novamente – Acabei de acordar também.

- Ele deve estar vindo – disse Hermione, olhando para a porta – Disse que se você não acordasse até o anoitecer, viria pessoalmente acordá-lo com... Bem, não entendi direito, pra falar a verdade! – disse Hermione confusa.

- Ele quem, Dumbledore? – perguntou Harry.

- Sim – respondeu a garota – Ouça, são passos. Deve ser ele.

E em poucos segundos, Alvo Dumbledore e Severo Snape atravessaram a porta da ala hospitalar. Gina se levantou e arrumou os cabelos, a cara ainda amassada, mas disfarçando o máximo que podia. Rony e Hermione levantaram, olhando de Snape para Dumbledore.

- Como está, Harry? – perguntou o diretor, esboçando um sorriso.

- Estou bem, obrigado – Harry respondeu.

- Acha que está pronto para uma conversa? – disse Dumbledore rindo suavemente. Snape mordeu os lábios, como se achasse que o momento não era próprio para brincadeiras.

- Vai ser mais uma daquelas conversas que não podemos ouvir? – disse Gina, e Hermione soltou um sussurro do tipo “Gina, não!”, mas o diretor apenas sorriu para a menina.

- A essa altura – ele disse, conjurando mais duas cadeiras – Não há mais nada com Harry que vocês não saibam ou não irão saber com o tempo. Mas ah! É melhor que todos se sentem! Não quero ter que interromper o que irei dizer porque alguém ficou com dor nas costas.

Os três olharam um para o outro embaraçados e sentaram-se ao redor da cama de Harry. Snape e Dumbledore fizeram o mesmo, de modo que o diretor ficasse ao lado de Harry, olhando diretamente em seus olhos.

- Potter, o que sabe sobre o medalhão falso? – perguntou Snape ainda muito sério, como se estivesse diante de todo um tribunal.

Harry olhou para Dumbledore antes de responder:

- Oras, que ele foi roubado por Tom Riddle, e depois confiado ao irmão do Sirius, e depois colocado naquela caverna, e...

- E como exatamente você acha que ele foi parar lá? – perguntou novamente o professor.

Harry percebeu repentinamente que não tinha aquela resposta e nenhum deles, nem mesmo Hermione, tinha uma teoria plausível.

- Não sei – respondeu simples e sinceramente.

- Harry – disse Dumbledore pousando sua mão sobre o braço do garoto, que estava sobre a cama, ao lado de seu corpo – Régulo não agiu sozinho. O medalhão falso fazia parte de um plano e ele foi traído.

- Um plano? Mas...

- Black seria morto de qualquer jeito pelo próprio Voldemort – interrompeu Snape – Mas sua existência fora tão infeliz que nem mesmo essa... honra... ao menos para ele... teve em sua vida. Não da forma como queria.

Todos olhavam apreensivos de Snape para Dumbledore, esperando as explicações. Como alguém poderia querer ser morto por Voldemort? E mais: o que poderia ser pior do que isso?

- Régulo havia definitivamente decidido deixar de ser Comensal – continuou Snape – Porém, achava que deveria cometer algum tipo de “ato heróico” antes de morrer, como uma espécie de redenção por tudo o que havia feito a mando de Voldemort. Ele sabia que o Lorde das Trevas não mantinha vivos aqueles que resolvessem deixar de lhe ser fiéis. Então ele decidiu colocar em ação um plano. Achava que, pegando o medalhão, teria se vingado de Voldemort. O que ele não esperava, porém, é que o medalhão tivesse tanta importância para Voldemort naquele momento”.

- Já era um horcrux? – perguntou Harry.

- Ainda não – respondeu imediatamente Snape – Mas viria a ser em breve. Na verdade, Voldemort mataria o próprio Régulo para fazer do medalhão um horcrux. Uma forma de vincular o objeto a um bruxo de uma das mais antigas famílias sangue-puro do mundo bruxo, pois assim acreditava ter mais poder. Já havia boatos de que Régulo tentaria fugir, deixar de ser Comensal ou algo do tipo. Recusar serviços não é o tipo de coisa que o Lorde das Trevas aprecia e logo toma suas providências. Sua morte, então, parecia ideal.

- Voldemort só fez seus horcruxes com mortes extremamente significativas ao menos para o objeto em questão – replicou Dumbledore, enquanto Snape balançava a cabeça afirmativamente – Foi o caso também do medalhão, Harry.

- Então – Snape continuou – Régulo cometeu o maior erro que poderia ter cometido. Ele contou a outro Comensal qual era o seu plano, talvez em uma tentativa ingênua de obter auxílio. Mas não deu certo, obviamente, e este foi seu fim.

- Para... quem ele contou? – perguntou Harry, enquanto todos continuavam com as mesmas dúvidas ao redor. Gina ajeitou os cabelos sobre os ombros e apoiou os braços sobre os joelhos, se inclinando para a frente para que pudesse ouvir melhor.

- Bertram Audrey – respondeu Dumbledore – Ele era amigo de Régulo, estudaram juntos na época da escola. Você se lembra dele, Severo?

Snape virou os olhos e torceu os lábios, indicando desprezo, mas ao mesmo tempo afirmando. Então continuou.

- Era tão tolo quanto o próprio Régulo e mau aluno igualmente. Fazia parte da escória que se tornava Comensal apenas para tentar provar aos outros que tinha que ser respeitada. Aliás, os Black, em si, sempre mostraram uma especial euforia por esse tipo de provação aos demais...

Dumbledore olhou censurando Snape, ao ver que Harry estava bufando e prestes a dizer alguma coisa a respeito do que acabara de ouvir sobre os Black, e então ele virou os olhos mais uma vez, interrompendo o comentário e voltando à história.

- Bem, eles se tornaram Comensais depois que saíram de Hogwarts. O Lorde das Trevas sempre precisa de gente desse tipo a seu serviço, entendem, para fazer o trabalho que nenhum outro Comensal quer fazer.

“E então”, Snape continuou, “Black contou a Audrey que seu objetivo era pegar o medalhão antes de desistir de ser Comensal e o esconder do Lorde das Trevas, pois sabia da importância da relíquia de Slytherin para Voldemort, mas Audrey não era mais tão amigo de Régulo... Não tanto quanto era de outro Comensal em particular, ao qual contou o plano”.

“Comensais, em si, não são de natureza boazinha. Há uma certa necessidade de provar quem é mais poderoso ou chegado a Voldemort. Foi então que, sabendo dos planos de Black, Audrey e o outro Comensal, Rookwood, o prensaram na parede obrigando-o a seguir o plano da maneira deles”.

- Augusto Rookwood, aquele que trabalhava no Ministério da Magia e passava informações a Voldemort? – perguntou Hermione para Snape.

- Sim – ele respondeu – E talvez saber que ele era mestre de poções os lembre de alguma coisa.

- A poção da caverna? Mas, como? – perguntou Harry ansioso para Snape – Com que finalidade?

- Simples, Potter – prosseguiu Snape – Rookwood percebeu que ter o medalhão verdadeiro em suas mãos lhe daria certas regalias com o Lorde das Trevas mais tarde... Ele daria um medalhão falso para Régulo, bolaria toda uma maneira de escondê-lo e o deixariam escrever um bilhete a Voldemort. Quando estivesse morto, Rookwood devolvia o medalhão verdadeiro a Voldemort e seria o Comensal da vez.

- Não entendo... – interrompeu Harry – O que Régulo tirou de vantagem nisso tudo?

- Nada, Potter – continuou Snape – Se ele não fizesse o que Rookwood estava mandando, ele o entregaria para Voldemort e seria morto antes de realizar seu intento. Rookwood já sabia que o plano de Régulo era destruir o medalhão e fugir. E Rookwood queria o medalhão para si, para depois devolver com heroísmo ao Lorde das Trevas. Régulo não entendia porque Rookwood o estava ajudando – na verdade, em sua mente, ele sequer deveria. Deveria contar a Voldemort. Então Régulo, inocentemente, acreditou que Rookwood também queria se vingar do Lorde das Trevas e por isso estava tentando ajudá-lo.

“Rookwood conseguiu capturar o medalhão com Audrey”, continuou Snape. “E, juntos, criaram uma réplica fiel para entregar a Régulo. Também criaram todo um esquema para esconder o medalhão dentro daquela fonte com a poção. Eles guardariam o medalhão lá e, Régulo acreditava, Voldemort teria que beber toda a poção caso quisesse pegar o medalhão de volta”.

- E que poção era aquela, afinal? – perguntou Rony.

- Uma poção que faz a pessoa reviver os piores momentos de sua vida e, assim, levar a pessoa à total insanidade, deixando-a fraca – completou Snape – Se alguém bebesse aquela poção estando sozinho na caverna, certamente não sairia dali vivo, por causa dos Inferi.

- Mas... e o bilhete? – perguntou Harry – Ele disse que havia destruído o medalhão verdadeiro no bilhete! Como ele sabia que era falso se o plano todo era esse?

- Oras, Potter, não está claro? – disse Snape - Rookwood e Audrey enganaram Black direitinho. Fizeram ele aprontar todo aquele esconderijo, encontrar o lugar perfeito, arriscar sua vida, usar seu elfo doméstico para atravessar com o barco...

- O Monstro?

- Sim. Black não ia escrever bilhete nenhum. O objetivo era fazer Voldemort beber a poção e padecer sozinho na caverna, quando descobrisse que o medalhão lá estava. Ninguém sabia sobre horcruxes nem que o Lorde das Trevas voltaria a ter mesmo que uma semi-vida caso morresse. Então, para Régulo, bastava que Voldemort fosse até lá. Mas, quando foi colocar o medalhão, Rookwood o obrigou a colocar o bilhete.

- Mas o bilhete foi escrito por Régulo, não? – perguntou Harry novamente – Quer dizer, está assinado com as iniciais dele. Por que ele não assinou com as iniciais dos três?

- Ai, Harry, isso é fácil deduzir, não? – retrucou Gina, que até então estava calada – Eles estavam agindo em segredo. O tal Rookwood deve ter forjado o bilhete para parecer ter sido escrito somente pelo Régulo ou sei lá o quê.

- Exatamente, Gina – disse Dumbledore – No entanto, algumas coincidências devem ser levadas em consideração. Se vocês prestarem atenção, verão que R.A.B. não só é a abreviatura de Régulo Arcturus Black, nome completo de Régulo, como também significa Rookwood – Audrey – Black. O nome das três pessoas que agiram naquela missão. Régulo acabou servindo apenas como bode expiatório e foi enganado por quem acreditava serem seus amigos.

- Incrível – disse Rony.

- Sim – continuou Dumbledore – E todos pensariam que apenas Régulo tentou destruir o medalhão falso. O verdadeiro medalhão, porém, estava bem guardado com Rookwood. Régulo descobriu somente naquele momento o quanto havia sido enganado e que estava em uma enrascada sem saída.

- Mas nenhum de nós sabia – interrompeu Snape – Nenhum dos Comensais. Todos acreditávamos que aquele era o medalhão verdadeiro, porque Rookwood contou ao Lorde das Trevas que Régulo havia capturado o medalhão, e não ele, causando a sua ira. E, na noite em que ele foi a Godric’s Hollow, algumas horas antes Rookwood entregou não só o medalhão a Voldemort, como também Régulo amarrado e semi-vivo. Audrey o manteve encarcerado durante meses.

“Sem saber, Rookwood traçou o destino de todos nós”, prosseguiu Snape. “Voldemort ficou extremamente satisfeito por ter recuperado o medalhão e então poderia realizar seu intento original, que era criar um horcrux utilizando a morte de um Black. E foi o que ele fez”.

- Credo – murmurou Rony.

- E como você ficou sabendo disso? – perguntou Harry a Snape – Se isso aconteceu na noite da morte dos... meus pais?

Snape olhou para Dumbledore, e este fez um sinal com a cabeça para que continuasse a falar.

- Eu soube há poucos anos, Potter. Soube apenas quando ele mandou alguns Comensais levarem o verdadeiro medalhão a... Godric’s Hollow, novamente, e escondê-lo... você sabe onde.

Os olhos de Harry lacrimejaram e ele teve a impressão de que os olhos do professor Snape também. Lembrou-se da cena onde viu o medalhão dentro do túmulo vazio dos seus pais. Parecia que tinha acontecido há séculos.

- Contudo, Rookwood não informou ao Lorde das Trevas sobre o plano forjado – continuou Snape - Contou uma história sobre ter encontrado Régulo e tê-lo torturado até que dissesse onde estava o verdadeiro medalhão. Então, triunfante, retornou a Voldemort com Régulo preso e o medalhão em mãos. Tanto a mente de Black quanto a de Audrey foram alteradas por Rookwood, para que fosse o único herói na história.

- Bem, o resto já é conhecido por todos nós – disse Dumbledore, levantando – Por hora, é melhor descansarem. Amanhã colocaremos em prática o plano de resgate à nossa querida Luna Lovegood. A profa. McGonagall ainda está em seus aposentos se preparando. É possível que ela precise de alguns fios de seu cabelo, Harry. Por precaução, ela também levará um pouco de poção polissuco para tomar de hora em hora.

- Perfeito – disse Harry, não tão animado.

- E quanto a vocês – disse, olhando para Rony e Gina – Sua mãe deseja vê-los antes de partirem. Creio que a srta. queira ir junto, srta. Granger. Fiquem esta noite com o Harry e, assim que amanhecer, usem minha lareira para chegar ao Largo Grimmauld e conversarem com a Molly. Eu irei depois com o Harry e o professor Snape.

Os dois professores deixaram a ala hospitalar deixando Harry em companhia de Gina, Rony e Hermione.

- Tem certeza que acha sensato enviar tantos membros da Ordem até Voldemort, Alvo? – perguntou Snape, enquanto subiam as escadas.

- Se há um momento em que somos obrigados a fazer isto, Severo, este momento é agora – respondeu Dumbledore, levantando as sobrancelhas, e fechando a porta de seu escritório atrás de Snape.


-


- Mãe, mãe! – gritou Gina correndo pelo corredor do Largo Grimmauld – Chegamos!

A sra. Weasley veio andando rápido até a sala, enxugando as mãos em seu avental e abrindo um largo sorriso a todos que apareceram na sala.

- Venham, vamos almoçar – ela disse – Onde está o Harry?

- Ah, ele virá com o Dumbledore – respondeu Rony – E Snape.

O sorriso de Molly sumiu do rosto, mas ela não pronunciou uma só palavra sobre o assunto. Tudo o que fez foi um gesto para que todos se sentassem enquanto ela servia a refeição.

- Onde está o papai?

- Teve que fazer mais algumas batidas para o ministério – respondeu a sra. Weasley.

- Ele está trabalhando até aos finais de semana? – perguntou Rony surpreso – Como se algum bule encantado fosse um artigo das trevas muito perigoso...

- Ronald, não julgue mal o trabalho do seu pai! Semana passada ele encontrou objetos muito estranhos na casa dos Lestrange.

Neville engasgou com a comida ao ouvir aquele nome.

- Ele fez uma busca na casa dos Lestrange? – perguntou – O que ele encontrou lá?

- Ah, o Ministério deve estar averiguando. Mas ele deve chegar logo. Pelo menos, assim espero.

Alguns minutos se passaram. O barulho de talheres e pratos ditavam a trilha sonora do ambiente. Um barulho diferente veio da sala: a porta se abriu.

- Ah, devem ser eles – disse Rony, levantando-se da cadeira e indo para a sala.

- Com licença, sra. Weasley – disse Hermione levantando-se da mesa, indo junto com Gina e Neville. A sra. Weasley foi atrás deles com o pescoço esticado.

- Ah, Harry! – disse Dumbledore abrindo um largo sorriso – Acho que acabamos de interromper um almoço.

Harry sorriu para Dumbledore e viu todos vindo em sua direção. Gina, sem se importar com todos que estavam ao redor – mesmo o professor Snape – passou os braços ao redor do pescoço de Harry e lhe deu um terno beijo. Todos ficaram quietos – alguns soltaram gemidos abafados. Harry a afastou o mais carinhosamente que pôde e olhou imediatamente para Dumbledore, que deu um sorriso que a Harry pareceu forçado e preocupado. Obviamente, o namoro dos dois não era bem visto em tempos perigosos como estes.

- Ah, o que foi? – disse Gina irritada para Hermione, e puxou Harry pelo braço para irem à cozinha – Venha, Harry, vamos almoçar. Como você está?

A voz do casal foi ficando cada vez mais baixinha, à medida que chegavam à cozinha.

- Deixe, Molly, são crianças – confortou Dumbledore – Aqui dentro ao menos estão seguros.

- Meu único receio – Molly respondeu – É que não consigam se controlar fora daqui.


-


Já era noite quando Arthur Weasley chegou ao Largo Grimmauld, junto com os outros membros da Ordem. Os Weasley estavam dividindo a casa com a Ordem da Fênix, pois Dumbledore não quis mais colocá-los em risco nA Toca. Dumbledore explicou a todos, quando estavam reunidos, quais seus planos e como salvariam Luna de Voldemort.

- Alguma objeção? – perguntou a todos, quando terminou de falar.

- Nós vamos – disseram juntos Fred e Jorge Weasley, ao mesmo tempo em que levantaram as mãos.

- Ah, não, não senhores! – disse Molly se levantando nervosa – Dumbledore foi muito claro, só os adultos irão!

- Mãe, nós já somos adultos – disse Jorge.

- Sim – retrucou Fred – E, além disso, é a Luna. Iremos de qualquer jeito.

Harry viu que Jorge olhou para Fred com o que pareceu ser um pouco de ciúmes no olhar, mas concluiu que foi apenas impressão.

- Todos que estão neste recinto estão suficientemente preparados para a missão – disse Dumbledore em resposta – E todos irão. Exceto Harry, Gina e vocês dois, Molly e Arthur.

Harry não estava se sentindo nem um pouco confortável naquela situação. Já haviam decidido que ele não iria, pois a profa. McConagall se transformaria fisicamente nele, para atrair Voldemort. Ele sabia que esse plano não era perfeito, mas não havia nenhuma possibilidade melhor.

Sentado na cama, sequer ouviu quando Gina entrou em seu quarto, fechando a porta silenciosamente. Apenas se deu conta de sua presença quando ela sentou-se ao seu lado, sorrindo ternamente. Ele retribuiu o sorriso e segurou sua mão.

- Você está bem? – ela perguntou.

- Sim. E você?

- Mais ou menos. Não me sinto bem ficando aqui enquanto todos correm perigo de vida. Acho que poderia ajudar.

- Eu também queria, Gina, mas não podemos. Estou tentando me acostumar com essa idéia. Pelo menos... tentando.

Ela sorriu novamente e deitou a cabeça em seu peito. Harry levou sua mão esquerda aos cabelos dela e os acariciou com cuidado.

- Eu te amo, Harry – ela disse, e Harry sorriu.

- Eu também.

Ela se levantou e olhou para os seus olhos verdes bem de perto, de modo que um pudesse sentir a respiração do outro. Poucas vezes eles conseguiam ficar sozinhos e quando isso acontecia era especial sempre.

- Você promete que, quando tudo isso acabar, vamos finalmente ficar juntos de verdade? Quer dizer...

Mas Harry entendeu. E é claro que pensava o mesmo.

- Isso você nem precisava perguntar – ele respondeu, sorrindo para a garota – Aliás, a Trewlaney me disse uma vez que eu seria muito feliz e teria doze filhos...

Os dois riram alto e se abraçaram novamente. Mal parecia que, dali a poucas horas, toda a Ordem da Fênix e seus novos membros entrariam em confronto com Voldemort.

A guerra tinha começado.



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Pessoal, eu sei que demorei para escrever este capítulo, me desculpem! Estou no último ano da faculdade e fazendo meu trabalho de conclusão, o que tem tomado todo o meu tempo! Eu espero sinceramente que gostem pois, no próximo, teremos a Ordem confrontando Voldemort!

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