A vadia ATACA - parte II








Narrado por Marlene McKinnon


 


 - Lily, eu tenho a ligeira impressão de que isso não é uma boa ideia... – comentou Sirius, completamente espremido contra mim e Lily embaixo da maldita Capa da Invisibilidade, que parece ter encolhido!


 - Olha, Lily, eu não costumo fazer isso, mas desta vez eu concordo com o Sirius. – falei, tentando andar normalmente, sem tropeçar nos meus próprios pés.


 Minha querida amiga ignorou nós dois, porque, vocês sabem, é para isso que servem os amigos. E servem também para te enfiarem em baixo de Capas da Invisibilidade quando você passou a noite toda acordada e quer desesperadamente dormir!


 - Não temos o menor direito de invadir o amasso do James. – continuou meu peguete para todas as horas. – Merlin sabe o quanto ele lutou para beijar a Blake.


 Merlin também sabe o quanto Lily lutou para beijar James (o que só aconteceu contra a vontade dele), mas eu preferi não proferir essas palavras insanas em voz alta, a não ser que meu intuito fosse acelerar o processo de vingança de Lily. Mas eu discordava plenamente da parte que dizia que James “lutou para beijar a Blake”, já que eu acreditava piamente na hipótese de ela provavelmente deve ter agarrado ele.


 Mas, enfim, o que eu disse foi:


 - Merlin sabe a quanto tempo James não beija alguém. – e esse foi o meu comentário mais verdadeiro do dia! Palmas, palmas...


 Comentário este que Lily resolveu responder.


 - Como assim?! – exclamou, revoltada. – Ele me beijou no Expresso de Hogwarts! – afirmou, sabiamente.


 Eu tenho sérios argumentos contra o que ela disse, mas não estou a fim de morrer hoje, sabe? Tenho muita coisa para viver.


 - Correção: VOCÊ beijou ELE. – disse Sirius, falando o que eu não disse e (ao mesmo tempo) o que ele não deveria ter falado.


 Lily bufou, o que mostrava claramente que ela sabia que Sirius estava certo. Se tivesse sido eu a falar, ela provavelmente teria me jogado da Torre de Astronomia! Mundo injusto.


 Viramos um corredor, seguindo o pontinho intitulado ‘James’ no Mapa da Marota. Olhei em volta, tentando reconhecer o ambiente, e acabei descobrindo que nunca havia estado ali antes. Quer dizer, UAU, Potter e Blake procuraram um lugar bem camuflado para dar um simples amasso.


 Talvez, se eu e Sirius usássemos essa técnica de vez em quando, isso nos poupasse de algumas detenções com Remus, que nunca livrava nossa cara.


 Continuamos andando de mansinho, grudadinhos que nem cola um no outro, tentando não tropeçar e estragar o disfarce (o que era difícil, já que éramos três em apenas uma Capa da Invisibilidade). Isso tudo era culpa de Lily. Afinal, quem andaria com uma Capa da Invisibilidade na bolsa para espionar-o-quase-namorado-quando-ele-estiver-de-caso-com-outra?


 O negócio aqui ‘tava meio escuro e silencioso. Eita, vou fazer uma nota mental de nunca beijar o James, ou posso acabar em um lugar como esse, isso sem contar que seria o ultimo beijo que eu daria na vida, porque Lily me esfaquearia depois.


 Logo à frente, encostados na parede do corredor sem saída, estava James e Blake. A garota estava encostada na parede, com o garoto prensando ela, a mão dele se perdendo em algum lugar atrás dela. Eu tinha a impressão de saber exatamente aonde estava aquela mão. Anne entrelaçou os dedos no cabelo dele e agarrou a cintura de James com as pernas.


 Puxa, o negócio estava quente.


 Senti uma coisa passeando pela minha bunda.


 - SIRIUS! – berrei, um pouco alto demais. Lily olhou de cara feia para mim e fez um ‘sshhh’ irritante. Como se aqueles dois fossem prestar atenção na gente, quando estavam fazendo coisa muito melhor. – Quer tirar a mão da minha bunda? – sussurrei, brava, dando um tabefe na mão dele.


 - Só estou entrando no clima. – ele se justificou, rindo de mim.


 Francamente, a gente se esmaga contra uma pessoa em baixo de uma Capa minúscula por dez minutos e ela já se acha no direito de te apalpar!


 Olhei para Lily. Ela mantinha uma expressão séria, olhando para a cena com os lábios apertados, a testa franzida. Isso não dizia nada. Quem olhasse poderia dizer que estava tudo bem. Mas, se reparar bem, no fundo dos olhos dela, via-se aquela pontinha de mágoa. Aquela que escapava às vezes, quando ela levava mais um fora. Aquela que, por mais que tentasse, ela não conseguia conter.


 Pensei em dizer alguma coisa para confortá-la, mas o que saiu foi:


 - Por Merlin, ela está tentando engolir a cabeça dele? – perguntei, enojada, fazendo a pior careta que eu me lembrava de ter.


 Afinal, fazer piada costuma sempre funcionar nessas situações.


 Sirius, que parece sempre ler meus pensamentos (o que o torna o cara mais legal do mundo), acrescentou, entrando na minha:


 - Tem razão. – disse, analiticamente. – Se a Blake não tomar cuidado vai acabar quebrando o maxilar dele.


 Lily deu um sorrisinho com o canto dos lábios, o que já era alguma coisa. E então suspirou.


 - Bem, vamos ao trabalho. – disse, colando um sorriso maroto nos lábios. Era um sorriso ligeiramente forçado, como se, na verdade, ela quisesse fazer exatamente o contrário de sorrir.


 Espera aí... como é que é?!


 - Trabalho? – questionei. Como assim? Algum tipo de macumba?


 Lily não me respondeu. Apenas começou a fuxicar na bolsa, procurando alguma coisa que eu não tinha certeza se queria conhecer. O que mais será que ela guarda naquilo?


 Enquanto isso, Sirius, ainda concentrado no beijo do casal, comentou:


 - Dá até para escutá-los! – disse, surpreso. – Dá para ouvir a... ouvir a... não sei explicar...


 - A sucção? – ajudei-o. – Como alguém desentupindo uma privada?


 - Sim! – concordou. – Olhe discretamente. – ordenou. Eu olhei e, se quer mesmo saber, caro leitor, fiquei traumatizada pelo resto da minha vida. – Eu disse para olhar discretamente! – Sirius ralhou comigo.


 Eu bufei.


 - Porque? Estamos invisíveis! – lembrei-lhe. – Sem contar que isso aqui é um lugar público!


 - Para que ir à um corredor público para fazer essas coisas? – perguntou Lily, entrando na conversa, ainda procurando alguma coisa na bolsa. Eu quis dizer à ela que, até seis meses atrás, ela fazia a mesma coisa (de um modo mais bonito, claro) que eles, mas achei melhor me calar. – Parece um documentário sobre a natureza.


 Com essa eu tive que rir.


 - Vocês acham que pode ser amor? – Sirius perguntou, meditando.


 - Então amor é isso?! – me revoltei. – Saliva e garotas levantando a saia?


 Sim, porque Anne Blake estava tentando levantar a saia, mas James parecia não querer aquele tipo de contato em um corredor, se é que vocês me entendem...


 Voltei meu olhar para Lily que pareceu finalmente achar o que estava procurando. Ela retirou uma BAZUCA ENORME DE BOMBA DE BOSTA DE DENTRO DA BOLSA!


 Uma palavra para você, querido: PUTA QUE O PARIU! Outra palavra para você: preciso aprender aquele feitiço indetectável de extensão! E não, não foi mais de uma palavra, ‘tá?


 Com um sorriso delicioso no rosto, minha amiga levantou um tantinho de nada a Capa da Invisibilidade, acomodou a bazuca naquele espacinho, mirou bem e mandou ver!


 Não preciso dizer o que aconteceu, não é? Preciso? Ai, vocês cansam o meu infindável talento de narrar.


 O fato é que choveu bomba de bosta para todo lado! Isso mesmo, minha gente, aquela bazuca é potente (shii, rimou)! As costas de James ficou toda verde e lamacenta, mas Lily mirou mesmo foi em Blake, os tiros em James foram só para ele deixar o caminho livre.


 Senti até pena de Anne Blake. Mas foi só por um segundo, porque o resto do tempo eu passei rindo junto Sirius. A garota dava gritinhos esganiçados e ficava dando pulinhos o tempo todo e balançando as mãos, cheia de frescurinha. A roupa dela estava toda suja, a pele dela estava toda suja, o cabelo estava todo sujo e a boca (que estava escancarada enquanto ela gritava) estava cheia de bosta.


 Ai, eu adorei aquela cena! Alguém mais concorda?


 Aliás, acho que Lily jogou bomba de bosta na boca da Blake para que James nunca mais a beijasse. Se fosse comigo, acho que daria certo.


 Enfim, pulando tudo o que você já sabe ou já deve ter deduzido...


 Quando Lily terminou o trabalho, Blake estava chorando, ajoelhada no chão, enquanto James olhava em volta, desconcertado, procurando o autor daquela façanha.


 Sabe, eu teria guardado a bazuca na bolsa e saído de fininho, mas Lily era o tipo de pessoa que adorava se gabar das coisas que davam certo. Por isso, ao invés de seguir meu raciocínio brilhante, ela saiu de baixo da Capa, ficando completamente visível.


 Imagine a cena: Lily de pé, segurando a bazuca apoiada no ombro de modo estiloso; James olhando tudo de boca aberta, provavelmente se perguntando de onde ela tinha surgido; Anne Blake estatelada no chão, chorando feito uma mimadinha imbecil, em vez de partir para cima de seu agressor, como eu, Lily e Kate teríamos feito.


 E sabe o que a Lily disse?! Sabe o que ELA DISSE?!


 - Espero que aproveitem a amostra grátis de bomba de bosta. Um oferecimento da Zonko’s, com os cumprimentos de Lily Evans. – e deu um sorriso maroto, nossa marca registrada.


 E sabe o que James disse? Sabe o que ELE DISSE?!


 - EVANS!!!


 


Narrado por Katherine McCanzey


 


 Eu não devia, não devia, não devia, não devia! Mas eu fiz, eu fiz, eu fiz! O que eu fiz? ‘Tá me olhando assim porque? Nunca ficou confuso na vida, não? E, veja bem, o que eu fiz não é do seu interesse! Grossa, eu? Foi você que veio bisbilhotar a minha narração! Porque não vai cuidar da sua vida?


 Desculpas? Não, não, sou eu que ando de mau humor. Desculpe-me. É a TPT (Tensão Pós Transformação). Pois é, isso mexe com a minha cabeça. Sem contar que estou exausta. Sim, uma noite muito difícil. Ah, a narração? Ah, sim, a narração! Puxa, quase me esqueço. Obrigado por me lembrar.  


 Enfim, voltando... Não devia, mas fiz. Fiz sim. E já me arrependi. Eu deveria saber que pegar o pergaminho com a música de Marlene não era uma boa idéia. Mas eu peguei! Peguei sim, e sabe porque? Porque eu sou curiosa. Porque, por um momento insano, eu pensei em estudar a letra, para que, posteriormente, eu pudesse ensaiá-la.


 O que fez eu me arrepender? Ora, o simples fato de que minha voz está uma bela de uma bosta! Acho que é a falta de uso. O que, você quer ouvir?


 - Meu Merlin... – suspirei, pensando que deveria estar louca. – Estou falando sozinha. – e ri sozinha.


 Tudo bem, Kate, calma. Respira fundo e tenta de novo. Vai ser fácil, é só se concentrar. Você está confusa. Se pensar um pouquinho e parar de falar sozinha, vai conseguir.


 Não havia motivo para esse tipo de nervosismo. Eu estava sozinha na Ala Hospitalar, nem Madame Pomfrey estava por lá.


 Olhei para o pergaminho em minhas mãos e reli a letra cuidadosamente, pensando que isso talvez ajudasse.


 - Understand the things I say, Don't turn away from me 'Cause I spent half my life out there You wouldn't disagree. – cantei de leve.


 E o som foi pior do que eu gostaria. Poxa, a música é boa, a letra é boa e a voz da cantora é ruim? Como é que pode?


 Respirei fundo e tentei de novo:


 - D'you see me, d'you see Do you like me, do you like me standing there D'you notice, d'you know Do you see me, do you see me Does anyone care. – saiu um pouquinho melhor. Se continuasse respirando fundo e pensando que estava sozinha, a coisa fluiria melhor.


 Senti uma animação subindo pelo meu peito e senti que ia explodir. Era o tipo de animação que eu costumava sentir quando cantava bem.


 Sorri e continuei, tentando mais uma vez:


 - Unhappiness, was when I was young And we didn't give a damn 'Cause we were raised To see life as fun and take it if we can.


 Estava criando o ritmo enquanto cantava, daquele jeito que sempre gostei de fazer quando Marlene me entregava uma música nova. E me senti tão bem. Tão viva. Como não me sentia à anos (exceto quando estava com Remus, mas isso não vem ao caso).


 - My mother, my mother she hold me, Did she hold me when I was out there My father, my father, he liked me Oh he liked me, does anyone care.


 Comecei a perceber que a música era mesmo a cara de Marlene. Era exatamente como se ela estivesse me falando sobre a ‘muy nobre Casa dos McKinnon’. Sorri com esse pensamento. Era bom cantar de novo para minha amiga.


 - Understand what I've become, It wasn't my design And people everywhere think Something better than I am, But I miss you. I miss 'Cause I liked it, cause I liked it When I was out there.


 A voz estava fluindo melhor. Um pouco rouca e desafinada, mas definitivamente melhor. Animada, estalei os dedos seguindo meu próprio ritmo recém criado.


 - D'you know this, d'you know You did not find me, you did not find Does anyone care.


 


 Narrado por Remus Lupin


 


 Nem adianta vir me acusando! Eu sei exatamente que não deveria estar aqui! Mas eu estou e ponto final! E não vai ser você, um leitorzinho merreca, que vai me fazer sentir culpado!


 Sim, eu estou ouvindo atrás da porta. Sei, e dai? Qual é o problema? Vai me dizer que, quando você está indo visitar sua (linda) amiga (loira) na Ala Hospitalar e escuta um individuo cantando, você não vai parar e ouvir? Não? Nem se o individuo for a amiga que você está indo visitar? Sei, e espera mesmo que eu caia nessa, amigo?


 O fato é que, mesmo sabendo que Katherine não ia gostar nada disso se soubesse, eu parei para ouvir. Encostei o ouvido na porta e ouvi. Uma voz doce e levemente desafinada cantando uma música que eu nunca tinha escutado, mas que parecia perfeita naquela voz.


 Parei para ouvir, porque, mesmo nunca tendo escutado a voz de Kate, eu sabia que era ela.


 - Unhappiness, was when I was young And we didn't give a damn 'Cause we were raised To see life as fun and take it if we can.


 Podia ouvir um dedo estalando, acompanhando a melodia, marcando o tempo.


 - My mother, my mother she hold me, Did she hold me when I was out there My father, my father, he liked me Oh he liked me Does anyone care, does anyone care?


 É, eu estava atrás da porta. É, eu simplesmente adorei a música. É, Kate tinha mesmo uma voz adorável. É, eu não conseguia entender como Anne Blake tinha conseguido vence-la. É, Sirius, Marlene e Lily provavelmente estariam encrencados. É, James tinha mesmo agarrado a mocréia. É, a Segunda Guerra Mundial deixou centenas de mortos. É, o mundo estava fadado ao esquecimento. É, Voldemort estava à solta.


 Mas, a única coisa que eu conseguia me preocupar era: como um dia eu pude duvidar (negar, esquecer ou ignorar) do fato de que eu estava apaixonado por Katherine McCanzey?


 Sei bem o que está pensando. Que péssima hora para descobrir isso.


 


 Narrado por James Potter


 


 - Você passou dos limites! – gritei, já apontando um dedo para Evans, enquanto descia as escadas do dormitório e entrava (furioso e sexy) pela Sala Comunal.


 Evans, sentada em uma poltrona, olhava entediada para mim, como se o que eu dissesse não fizesse a menor diferença. Mas não se engane, caro leitor! Ela não está entediada coisa nenhuma. Ela normalmente me olha com essa cara por uma ou duas horas depois que me pega beijando uma garota.


 - Puxa, é esse o agradecimento que ganho por ter te livrado da Blake? – Evans pergunta, fingindo estar ofendida.


 Andei até a frente da poltrona onde ela estava e a encarei de cima (o que não era difícil), cruzando os braços, raivoso.


 - Quando é que você vai entender que eu não quero me livrar da Anne? – perguntei, como se falasse com Sirius. Sim, ele é uma ameba.


 Evans levantou a sobrancelha.


 - Nunca. – respondeu, como se fosse óbvio. – Na verdade, eu acho incrível que não queira se livrar dela. Se quer saber, eu nem acredito que não queira se livrar dela.


 Fingi não ver Marlene e Sirius balançando a cabeça afirmativamente, concordando com a maluca aqui.


 Fechei os olhos e respirei fundo, pensando que não iria gritar e torcendo para que não gritasse mesmo. A última coisa que precisava era de mais um dos shows que Evans me fazia dar pela escola.


 - Porque não me deixa decidir isso? – perguntei, cerrando os dentes.


 Evans sorriu e se levantou, ficando em frente à mim e ligeiramente mais alta. Mas não importa. Eu ainda estou olhando ela de cima.


 - Porque, como somos um casal, temos que tomar todas as decisões juntos.


 Mas que diabo de resposta foi essa?!


 - Não somos um casal! – gritei, um pouquinho alto demais, sabe?


 Evans me ignorou e continuou falando como se eu não tivesse opinião própria.


 - E eu não me lembro de ter te concedido o divórcio, então, tecnicamente, e legalmente, é claro, ainda estamos juntos.


 - Nós nunca fomos um casal! – berrei, desconsolado.


 A coisa baixinha na minha frente riu de mim. RIU DE MIM!


 - Negar não vai adiantar nada, ruivo. Quando vai admitir que me ama? – perguntou, passando a mão no meu rosto.


 Afastei a mão dela bruscamente com um empurrão.


 - Eu não amo você! – neguei, como um imbecil. – E não me chame de ruivo!


 - E eu amo. – Evans rebateu. – E adoraria que me chamasse de morena. Irônica a vida, não acha?


 Bufei, desconsolado. Era impossível ter uma conversa normal com ela. Ou uma discussão normal. Bem, o que vier primeiro.


 - Mas dizem que os opostos se atraem, então não vejo problema algum nas nossas diferenças. – acrescentou Evans, tentando por a mão no meu rosto de novo.


 Segurei o pulso dela e a sacudi.


 - Entenda de uma vez por todas que eu sequer gosto de você! – bradei. – Por Merlin, eu só quero que me deixe em paz! – implorei. – Eu gosto da Anne, quero ficar com ela, então porque não me deixa em paz?!


 Vi um brilhinho estranho nos olhos da Evans quando eu disse essa ultima parte, mas não sei o que era. O fato é que ela respondeu:


 - Porque a vida não é justa. Porque não podemos ter sempre o que a gente quer. Eu sou a prova viva disso! – e riu de si mesma.


 Não acredito que ela está se autocitando como exemplo.


 - E também porque lutar pelo amor da minha vida é um direito meu como cidadã britânica. – acrescentou.


 Revirei os olhos.


 - Eu não estou ouvindo isso... – choraminguei.


 Evans riu de mim. RIU DE MIM! Pela segunda vez no mesmo dia!


 - Vamos fazer um acordo. – sugeriu e achei melhor voltar para o dormitório e me matar para acabar logo com a minha dor. – Tudo o que eu quero é uma chance. – apontou para si mesma. – Tudo o que você quer é se ver livre de mim. – e apontou para mim. – Se me der uma chance e tudo der errado, você terá todo o direito de exigir nunca mais ver a minha cara. Mas, se tudo der certo, podemos estabelecer um relacionamento estável e produtivo. Viu só? Você só tem a ganhar se me der uma chance.


 ‘Tá, porque é mesmo que eu estou perdendo o meu tempo com isso?


 - Deixe-me ver se eu entendi: você jogou bosta em mim e na garota com quem eu estou tentando me amarrar e espera que eu te dê uma chance?


 Evans deu de ombros.


 - Todo mundo sabe que eu sou assim. – disse, indiferente. – Qual é a novidade?


 A Lei Maria da Penha é valida na Inglaterra também? Preciso de uma resposta até o fim do capítulo. Espero ter estrangulado Lily Evans até lá e saído impune.


 - Não vou sair com você. – dei minha resposta. – Não vou ser mais um na sua listinha.


 Evans me olhou descrente, como se eu fosse louco.


 - E espera ser o que com Anne Blake? – perguntou. – Se queria alguém de verdade, deveria ter procurado alguém como Katherine, ou Alice.


 Do que ela está falando, a Anne não faz listas! Certo?


 - Anne não é assim. – parti em defesa da minha amada.


 - Por Merlin, você a conhece tanto quanto me conhece! – exclamou, parecendo levemente irritada.


 O que Evans queria dizer com aquilo?


 - Eu a conheço o suficiente para saber que ela não é como você.


 - Tem razão. – ela concordou. – Ela é monitora. Uau. O símbolo de mulher perfeita. – disse, a ironia pingando das palavras.


 Não dava para negar o fato de que Anne ser monitora afetou e muito a minha decisão com relação à ela, mas eu não ia admitir isso na frente da Evans. E muito menos na frente do Sirius. E da Marlene.


 - Perfeita ou não, me consola o fato de que Anne vai te dar uma lição. – diz James, o Rei das Rimas-Por-Improviso.


 Marlene e Evans começaram a gargalhar alto, como se o que eu tivesse dito fosse muito engraçado. Fiquei com a moral lá embaixo, ainda mais quando Sirius desistiu de segurar o riso e gargalhou também.


 - E o que ela pode fazer? – perguntou aquela coisa baixinha e debochada. – Me dar uma detenção?


 Realmente, falando naquele tom, uma detenção parecia mesmo uma coisa bem... hum... idiota. E, tecnicamente, era exatamente isso o que Anne faria, porque ela não sabia fazer mais nada.


 Fiquei com cara de tacho, sem saber o que responder.


 Odeio quando isso acontece.


 


 


N/A: eai, minha gente!!! ‘Taí a continuação do capitulo (muitos dias depois do que eu disse). Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei da primeira cena. Na minha opinião, foi a melhor.


 Ah, quanto à parte da Kate cantando, gostaria que imaginassem a voz dela como é a voz da Anne Hathaway (em Os Miseráveis), ou, quem sabe, Christina Aguilera. O que vocês acharem melhor.


 Resposta aos comentários.


 Maria_Fernandes_99: primeira a comentar! Obrigado por dar crédito ao meu trabalho comendo pipocas enquanto lê a fanfic, como no cinema. Fiquei honrado com seu gesto. Aliás, o James é um santinho, como você pode notar nesse capítulo em que ele não deixou a Blake levantar a saia. E espero que tenha gostado do capítulo (meio atrasado). E eu não estou morto!


 Lenah Weasley: infelizmente, o FeB não paga nenhum centavo, mas não dá para negar que não seria nada mal se pagasse. Fico muito feliz de saber que está gostando da fanfic e ainda mais feliz de saber que ela te faz rir e ainda mais descomunalmente alegre por saber que passou mal de rir. Realmente, comédia não é lá meu gênero favorito, mas parece que estou indo bem. Quanto à página no Facebook, sinto lhe informar que não tenho facebook. Mas, se ainda quiser dar umas dicas, fique à vontade para desabafar nos comentários. E a sua fanfic? Cadê o próximo capítulo?


 Neuzimar de Faria: olá, cara amiga. Concordo em partes que não temos de engolir o que nos faz mal, mas acho que o James está engolindo mais do que deve nesse capítulo, não? E o pior é que ele nem sabe o quando isso faz mal. De qualquer modo, o capitulo até que não demorou a chegar e espero que tenha gostado dele tanto quanto gostou do último. Um grande beijo.


Lana Sodré: está perdoada, garota! Fico feliz que tenha gostado do capitulo, quando nem eu mesma gostei. E as meninas aprontam? Aprontaram ainda mais nesse capitulo aqui! E, eu não sei você, mas eu ri horrores imaginando a primeira cena. Espero que tenha gostado e continue comentando! Próximo capitulo vai demorar um pouco a sair.


 


 

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Comentários (5)

  • Lena

    Essa Lily da sua fic... não sei não. Incrível como você realmente conseguiu mudar a personalidade das maninas, as transformando nos marotos!

    2013-04-17
  • L.Oliveeira

    Preciso dizer que a Lily foi FOCA nesse capítulo? Eu morri aqui! Sério, eu ri MUUUITO! Bem feito, Blake. Sua vadia! Nao sei como ela foi pra Corvinal, já que ela tem titica de coruja na cabeça. E o Potter é um idiota que nao ve nada. A Lily parou de sair com vários meninos pra ficar com ele, correndo atrás dele. E ele se importa com uma que é mais vaca do que quando a Lily era u.uA Lily nao é nada possessiva, né? Nem estar com ele, ela está SADBJUYDSFAmei! 

    2013-04-14
  • Maria _Fernandes_99

    Eu sei, sou adorável!! Eu amei as bombas,tu podes por mais vezes?Eu sei que o James é santo. mas qual é?!Ele ainda tava aos amassos, mesmo que não queira fazer isso no corredor, mostra classe!Em geral, gostei muitoBjs 

    2013-03-20
  • Neuzimar de Faria

    Gostei, como sempre, é claro. So não gostei de saber que o próximo vai demorar.  E quanto ao James, ele ainda não percebeu, mas já está começando a se sentir atraído pela Lily. Pelo menos, é a impressão que eu tenho. Vou gostar muito quando ele estiver consciente disto. Bjs. Até o próximo!

    2013-03-19
  • Lana Silva

    O próximo vai demorar, mas esse supriu minhas vontades. Meu Merlin descobri que a Lily é pior do que eu imaginava, mas acho que o James - o orginal - faria a mesma coisa, ou pior. E é claro a Lily parece se divertir horrores com isso e é claro deixar o ciúmes dominar totalmente, porque né ? Eu ri aqu, ahhhhhhhh eu amo a voz da Anne sabia ? Tipo, eu ainda não assisti Os miseráveis, mas assisti um outro filme em que ela cantava e eu sou totalmente apaixonada pela versão dela de Somebody to love, é perfeito. Bem esse capitulo foi muito bom eu gostei bastante obrigada por me perdoar ok ? \o/ Prometo comentar religiosamente de agora em diante eu até já marquei a fanfic nesse perfil kkkkk Beijoos!

    2013-03-19
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