Desconfiança



Malfoy voltou e passou pelo quadro na biblioteca com Gina em seu colo. Eles escutaram vozes quando alcançaram o corredor, mas Draco resolveu seguir adiante.
- Tenha cuidado, Malfoy, por favor! – Gina dizia, imaginando qual seria o plano de Malfoy. Ela imaginou que ele seguiria para a Torre por onde Rony e Luna fugiram, mas ao invés disso, Malfoy começou a descer por uma escada, onde as vozes pareciam cada vez mais e mais perto.
- Para onde está indo? – Gina perguntou, agarrando-se a Malfoy.
- Para as masmorras.
- Não, Malfoy, é muito arriscado.
- Eu sei, mas é o caminho mais curto.
Malfoy seguiu adiante, tentando esquivar-se dos corredores onde já havia Comensais da Morte e tomando outros. Por causa dos desvios, levou mais tempo para chegar às masmorras, mas quando surgiu na esquina do corredor onde havia a passagem secreta, ficou abismado: do outro lado do corredor, na outra esquina, Harry e Helen vinham vindo. Eles caminhavam um ao lado do outro, mas Helen parecia agarrada em Harry que a envolvia com o braço, o que não passou despercebido por Gina.
- Harry! – ela sussurrou. Tinha a vontade de gritar, mas se fizesse isto, apareceria em segundos dezenas de Comensais da Morte. – Você e Helen...
- Não é o que está pensando, Gina. Voldemort matou David e quase violentou Helen se eu não tivesse impedido. Ela está em estado de choque, não fala nada, só chora.
Gina prestou atenção em Helen: ela parecia mesmo fora de si, choramingando baixinho, agarrada ao peito de Harry.
- E o que aconteceu com vocês, porque não foram pela outra passagem, onde está o anel? – Harry perguntou, olhando firmemente para Malfoy: não esquecera que Lucius havia denunciado a presença de um espião: um espião que bem podia ser Draco.
- O assoalho da passagem cedeu, Gina se machucou e não tínhamos como pular. Além do risco de ceder mais ainda. Por isto, resolvemos vir para cá... – Malfoy disse, ruborizando o rosto de leve. – E o anel está seguro em meu bolso.
- Ótimo! Dê para mim! – Harry disse, estendendo a mão. – De o anel para mim, Draco.
- Não é uma boa idéia, Harry. Você sabe que Voldemort virá atrás de você. É melhor que fique comigo. Como chefe dos aurores você sabe o que é melhor...
- Sim, claro – disse Harry, não escondendo a desconfiança. – Por hora vou deixá-lo com você, até que cheguemos ao castelo – Agora vamos! – disse, e depois, com um movimento da varinha, fez com que os tijolos da parede se movessem para dar lugar a uma passagem.
- Você primeiro, Potter. – disse Draco, dando a vez a Harry.
- Não! VOCÊ primeiro, Malfoy! – e estendeu o braço passando a vez para Malfoy. Ele não ficaria atrás de Draco.
- Certo! Acho que é melhor trocarmos, eu levo Helen e você leva a SUA esposa. – Malfoy sugeriu.
Gina também gostou da idéia e desceu dos braços de Malfoy com dificuldade, porém, quando Draco tentou pegar Helen de Harry, ela começou a gritar muito alto.
- Helen, não! – sussurrou Harry, tapando a boca de Helen com a mão. – Esta tudo bem, ele não vai te machucar, ele não vai te machucar.... não dá, Malfoy, deixe que eu a leve. É melhor corrermos, se alguém escutou estamos em sério perigo.
- Certo! – disse Malfoy e pegou Gina novamente entrando na passagem.
Harry entrou em seguida, guiando Helen e em seguida, com um brandir da varinha fechou a passagem atrás de si.
- Temos que ir rápido! – Malfoy falou e, antes que Harry pudesse impedir, Draco disparou com Gina à frente.
- Malfoy espere! – disse Harry, mas Draco já havia desaparecido.
Hermione caminhava devagar, e o caminho era muito irregular, com buracos e pedras durante todo o percalço naquela caverna escura.
- Lumos! – Harry disse, acendendo a ponta da varinha. Helen tremeu em seu braço. Era notável que ela não gostava de feitiços, no entanto, havia usado o Crucios contra ele. Ele ficara bravo na hora, mas agora estava muito contente. Era mesmo Hermione, não havia duvida. Porém, a sua falta de memória era um grave problema. Hermione era forte e sagaz, uma guerreira resistente e inteligente. Jamais cairia nas garras de Voldemort e se caísse, saberia como se defender. Ela não o enfrentaria, pois saberia que não é possível derrotar Voldemort enquanto o anel não for destruído, porém, conseguiria escapar com maestria e fugir para longe.
Proteger Helen, ao mesmo tempo em que travava uma batalha com Voldemort não era uma boa idéia, no entanto, não sabia o que fazer a este respeito.
Voldemort e os comensais estavam indo para o castelo e ele não podia perder mais tempo. Ele reuniria seu exercito de aurores. Pelo menos, com os que fugiram para o castelo e tentaria defender-se, dando tempo para que os estudantes fugissem para Hogsmeade.
De qualquer forma, esperava que Dumbledore pudesse ajudá-lo. Ele era sábio, talvez já tivesse achado uma maneira de destruir o anel. Esta era a última esperança de Harry.
De um jeito ou de outro, o fim estava próximo.

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Lucius Malfoy ajudou Voldmort a se levantar. Seu mestre tinha um corte feio na testa.
- Maldito, Harry Potter! Ele estava o tempo todo aqui. Fui tolo ao pensar que não estaria.... Granger continua sendo importante para ele...
- Sim, mestre, creio que sim. Acabamos de receber mais uma informação de nosso informante. Eles estão fugindo por uma passagem secreta. Harry está indo para o castelo. Precisamos ser rápidos, mestre. Precisamos atacar o castelo, antes que Harry se reagrupe.
- Sim, sim... seremos rápidos. Vamos matar a todos e recuperar o anel...
- Sim, mestre...- Malfoy disse e já ia saindo quando o mestre o chamou novamente.
- E, Malfoy, não quero que Hermione Granger seja ferida. Ela será minha. Será a minha rainha no novo mundo....
Ele riu alto, deixando sua gargalhada ecoar por todo o ministério que estava prestes a ser destruído. “O fim está muito próximo”, pensou Voldemort, imaginando o mundo que criaria após derrotar Harry Potter.

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- Malfoy! – Gina gritou, chamando por Draco. Ele a havia deixado sentada sobre uma pedra para voltar um pouco a fim de ver se Harry estava vindo, já que ele havia ficado para trás junto com Helen.
- O que é? – perguntou Malfoy surgindo da escuridão para perto de Gina onde ela mantinha a ponta da varinha acesa com o feitiço Lumus.
- Onde você estava? E por que estava com a varinha apagada? – Gina perguntou desconfiada.
- Eu fui ver se Harry estava vindo. Estava com a varinha apagada para que ninguém me visse caso alguém, além de Harry, estivesse vindo.
- Ahn.... sei.... – Gina concordou, mas continuava desconfiada – E Harry, está vindo?
- Ainda não, acho que ficou para trás, Hermione não estava muito bem.
- O nome dela é Helen Smith...
- ta, ta, já sei! – Ele disse e ergueu-a nos braços novamente.
- Ai – Gina gemeu, tapando o ferimento com a mão.
- Você está bem? – Malfoy perguntou.
- Ainda está sangrando muito. – Gina reclamou.
- Eu vou tentar ser o mais rápido possível – disse Malfoy, preocupado – precisamos chegar logo lá fora para podermos aparatar. Se conseguirmos chegar ao castelo, Madame Pomfrey vai te curar rapidinho.
- Espero.... – Gina reiterou – Eu preciso estar recuperada para poder lutar, ou não teremos muitas chances.

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Não demorou muito para Malfoy ver uma luz denunciando o fim da caverna. Ele teve dificuldade para tirar Gina dali, afinal o fim da caverna dava em um buraco a ser escalado.
Ele ergueu Gina e ela subiu com dificuldade para cima.
Malfoy subiu rapidamente e a ajudou quando ela saiu. Ela sentia que pouco a pouco perdia as forças, havia perdido muito sangue e o esforço para subir tinha consumido suas reservas de energia.
- Será que você consegue aparatar? – Draco perguntou, segurando Gina com cuidado. Ela estava ofegante e ele sabia que estava com muitas dores.
- Draco.... eu.... eu acho que não vou conseguir... vá em frente... e leve o anel....
- Não! Eu vou aparatar junto com você. Tem pessoas que conseguem fazer isso.
- Eu sei, Draco, mas você nunca fez isto antes e não vou arriscar... deixe-me e continue sozinho.
- NÃO! – Ele agarrou os pulsos de Gina e em poucos segundos ela sentiu uma estranha sensação de peso em seu estômago e percebeu que estava aparatando. Quando finalmente pararam, eles reapareceram na estrada de Hogsmeade para Hogwarts.
Malfoy desabou ao lado de Gina, respirando fundo.
- Você conseguiu! – Gina disse, emocionada. Os olhos lacrimejavam enquanto ela se enternecia por Malfoy. Ela continuava sentada no chão, mas aproximou-se de Malfoy, tentando ajudá-lo, colocando uma de suas mãos em suas costas. – você está bem? – Gina perguntou.
Malfoy se virou e sentou-se ainda tonto.
- Estou! Nunca tinha feito isso antes.
- Mas conseguiu. Você conseguiu me aparatar junto, Draco.... eu....
E sem saber porque, sem poder controlar seus próprios sentimentos, Gina aproximou-se de Draco e segurando a face dele, deu-lhe um beijo.
Malfoy sentiu o gosto doce dos lábios de Gina nos seus e a abraçou, puxando-a para si.
Um beijo doce e terno, enquanto o sol mansamente despontava no horizonte.

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