Feridas Profundas



O desespero tomava conta de todo o ser de Helen enquanto ela tentava em vão lutar contra a criatura que tentava violentá-la. Ela batia com a vara de madeira contra o homem, sem se lembrar das palavras que Harry havia dito para ela usar para matar uma pessoa.
Não sabia se ela era capaz de matar até aquele momento, mas por um segundo, imaginou que aquela sensação de lutar por sua vida, já havia acontecido antes.
- Socorro! Alguém, por favor, Socorro! – ela gritou novamente.
- Ninguém virá salvá-la agora, garota tola.... – O homem sorriu e beijou-a novamente com selvageria.
- Não! Não! – Helen tentou afastá-lo com as mãos, mas ele respondeu com violência e bateu em seu rosto.
- Já disse... você será minha!
Ela beijou seu ombro nu e mordeu sobre as feridas que ele já havia feito, fazendo-a gritar.
- Por favor, me deixe em paz! – ela gritou, mas sentia que mesmo sua voz perdia as forças.
- Harry Potter devia estar aqui para ver isso! – Voldemort gargalhava enquanto batia mais uma vez no rosto de Hermione.
- HARRY POTTER ESTÁ AQUI! – Voldemort levantou o rosto e tentou pegar a varinha, mas antes que conseguisse, Harry atacou-o – ESTUPEFAÇA!
O raio jogou Voldemort a metros de distância e desacordou-o instantaneamente.
Harry tentou se aproximar de Helen, mas ela se arrastou para longe dela, choramingando muito.
- Fique longe de mim, por favor, me deixe em paz....
Antes que ela pudesse escapar, Harry puxou-a para si e a abraçou.
Hermione se afundou em seus braços e chorou copiosamente, tremendo dos pés a cabeça.
- Por favor, não me machuque.
- Deus, Hermione, eu jamais faria isso, meu amor, eu jamais faria isso. Fique perto de mim e eu a protegerei.
- Meu nome é Helen.... Smit.. – Antes que acabasse de falar, Helen desmaiou no colo de Harry Potter. Ele puxou o robe rasgado dela e tampou seu ombro ferido, erguendo-a nos braços.
Antes de seguir adiante ele olhou para Voldemort desacordado. Ele tinha vontade de matá-lo, mas sabia que não era possível, não enquanto não encontrasse uma maneira de destruir aquele anel maldito.
Harry seguiu para a primeira sala que encontrou e colocou Helen com cuidado sobre a mesa. Ele a examinou rapidamente. O ferimento no ombro era superficial, mas sangrava bastante, principalmente com a mordida de Voldemort.
“Deus!”, Harry pensou, jamais se perdoaria se deixasse Voldemort...
Ele examinou o restante do corpo de Helen, mas parecia estar tudo em ordem. Provavelmente ela desmaiara mais pelo susto e pelo trauma do que por ferimentos.
- Enervate! – Harry disse, encantando Helen com o feitiço de animar.
Ela parecia desacordada ainda, mas quando se aproximou, Helen arregalou os olhos e apontou a varinha, que ainda segurava, para ele e gritou.
- Crucios!
Harry abaixou-se a tempo de evitar que o raio o atingisse, mas ficou assustado com a reação de Helen. HELEN NÃO! HELEN NÃO ERA UMA BRUXA, HERMIONE ERA. E ela fizera um feitiço, um feitiço que somente um auror tinha permissão para fazer. Um feitiço que não havia dito para era... o que significava.... não havia mais dúvidas: Helen Smith era na verdade Hermione Granger.
- Helen! – ele disse, arrancando das mãos de Helen a varinha. – Nunca mais faça esse feitiço para mim. Esse feitiço machuca, faz a pessoa ter dores.
Ele tentou se aproximar, mas Helen pulou da mesa e se escondeu sobre ela.
- Helen! – Harry deu a volta e tentou alcança-la. – Por favor, venha comigo.
Helen balançou a cabeça veementemente.
- Eu prometo que não vou deixar ninguém machucar você, meu amor... por favor, venha... venha!
Helen estava assustada, mas até aquele momento, aquele homem a sua frente não lhe fizera tanto mal e ele a salvara daquela outra criatura.
- Harry... por favor... me prometa que não vai me machucar... – ela disse, sem conter as lágrimas.
- Eu jamais faria isso, mas eu prometo, sim... juro pela minha vida e pela minha alma....
Harry estendeu a mão para ela e parecia sincero.
Helen estava tão assustada e queria tanto proteção que não resistiu e se arrastou para junto de Harry, deixando-se acolher por seus braços. Ela descansou a cabeça no peito de Harry e se encolheu, enquanto Harry a envolvia com seus braços.
- Não se preocupe... querida... vai ficar tudo bem... vai ficar tudo bem... eu prometo...

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Gina sentia a pressão dos lábios de Malfoy sobre os seus e sem poder explicar porque e sem poder se controlar, entreabriu os lábios e deixou-se vencer.
Ele a segurava e a sustentava no momento em que Gina mais precisava. O ferimento em sua perna latejava, o susto e o medo da morte e a posterior salvação vinda de Malfoy ainda a deixavam sem ar. E, por último, a mágoa que sentia de Harry ao ter escolhido Helen para ir consigo a fizeram render-se aos beijos de Malfoy, mas quando percebeu, uma lágrima cruzou seu rosto e caiu sobre o braço de Draco que a sustentava e então... ele a soltou.
- Eu te machuquei? – ele perguntou, preocupado.
Gina secou a lágrima com as costas das mãos e respirou fundo. Ela quis se afastar de Draco, mas ele a segurou.
- Não tente andar, só vai fazer a hemorragia piorar.
- Me deixe, Malfoy, por favor, já estou bastante sem graça.
- Não deveria estar... – Draco disse, ceticamente. – Aposto que Harry não deve estar sem graça beijando a MINHA NOIVA.
Gina não pode deixar de sentir uma nota de inveja. Harry amava Hermione, Draco amava Hermione... quem a amava, quem a queria bem, quem se importava com ela?
- Foi por isso que você me beijou? Para fazer ciúmes para a SUA NOIVA? – disse Gina, sentindo-se despeitada.
- Ora, Weasley, os dois estão nos traindo. Achei que deveríamos dar o troco.
- Claro! E achou que eu te ajudaria no seu plano cretino.
- Já ajudou, querida. Ou vai mentir, dizendo que não sentiu nada... por que eu sei que sentiu... e sentiu muito.
Gina ficou horrorizada, não pelo que Malfoy dissera, mas porque era a verdade. Ela sentira aquele beijo.
- Vá pro inferno, Malfoy, seu traidor sujo e nefasto!
- Olha aqui, Gina - Malfoy disse, segurando os pulsos dela. – Pare de me chamar de traidor, já não provei que sou digno? Acaso não enfrentei meu pai pela causa de Harry Potter? Por acaso não servi ao ministério tanto quanto qualquer um de vocês.
- Mas para mim, você está esperando para dar um bote em Harry, que é tolo o suficiente para não ver a cobra suja que você é.
- Oh! O queridinho Harry Potter que escolheu Helen ao invés de você. E deu o anel para você. Você sabe o que ele pretende não é? Ele quer que nós dois morramos para poder ser feliz com a Hermione!
- Pára, pára! – disse Gina, tapando os ouvidos. Ela o empurrou e tentou se afastar dele, mas sua perna doeu novamente – Ai, ai... droga...
- Gina, por favor, não tente se mover, você vai piorar a sua situação.
Malfoy se abaixou para dar uma olhadinha na sua coxa.
- Ta sangrando muito, Weasley. – Malfoy disse e se levantou novamente. – Não tem jeito, vou ter que te levar no colo, meu bem!
Gina tentou reagir, mas Malfoy foi mais rápido e ergueu-a nos braços.
- Quer me largar?
- Você quer andar daqui até a saída? Dá mais ou menos uns dois quilômetros.
Gina considerou a possibilidade, mas sua perna doía tanto que ela se deu por vencida, passando um de seus braços pelo pescoço de Malfoy.
Gina respirava fundo, aquela aproximação causava-lhe uma estranha sensação.
- Como é que vamos passar, agora? – Gina apontou para o buraco que tomava todo o caminho, tentando, ao mesmo tempo, disfarçar o rubor que surgira em seu rosto.
- Não podemos passar por aqui. Temos que voltar e tentar pegar a outra passagem.
- Mas, Malfoy, o Ministério já deve estar tomado a essa hora. - Se voltarmos...
- Não temos outra opção, Gina, temos que voltar.

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