A Fuga



Gina ficou ali, parada, observando Helen como se quisesse constatar seus piores temores. Helen era Hermione e Hermione estava viva! “Como eu sou cruel, eu sou a pior pessoa neste mundo”, Gina pensou consigo mesma, confusa e magoada. “Hermione é a minha melhor amiga, eu deveria estar pulando de felicidade por tê-la novamente comigo, mas, no entanto, meu coração dói tanto! Ah, Deus”.

- Moça! Você está bem? – Helen levantou-se e aproximou-se de Gina que estava muito pálida.
- Estou bem! – disse Gina, afastando de si, as mãos de Helen.
- Tudo bem! Eu só quis ajudar. Você não parece muito bem. – Helen entendia muito bem. Como fora insensível! O próprio Harry Potter contara a ela que ele era casado com Gina e mesmo assim, permitiu que ele se aproximasse e ele quase a beijasse novamente. Helen não queria, mas pensou instantaneamente no beijo que ele dera nela quando ela fora atacada por Lucius Malfoy. Por um momento, imaginou que já sentira o gosto daqueles lábios uma vez antes. Será? Será que seu passado estava atrelado a Harry Potter?
- Prometa-me... prometa-me que não vai tirar Harry de mim. Prometa-me! – Disse Gina, a beira do desespero.
- Tudo bem, eu prometo. Gina, olha.... já lhe disse que não quero me intrometer entre você e Harry. Ajude-me a fugir e eu prometo que nunca mais te incomodo.
Gina olhou-a por um momento, imaginando se deveria aceitar a proposta de Hermione.
- Por mais que eu queira, eu não posso. Você pode achar que não é Hermione, mas seu rosto diz ao contrário e Voldemort e seus comensais sabem muito bem quem você é. Eles julgam você mais importante para Harry do que eu que sou sua esposa. No momento que você sair daqui eles te atacarão.... e eu não quero nem imaginar o que vão fazer.
- Como assim? Harry me falou sobre este tal de Voldemort, mas disse que me explicaria quem ele é e não explicou nada. Podes me dizer?
- Bom, primeiro: Voldemort é do mal. Os comensais também. Eles querem matar todos os trouxas da face da terra.
- Trouxa? Como assim, trouxa?
- Quem não é nascido bruxo.
- Ah!
- Segundo: Se eles te pegarem eles vão te violentar e te torturar até que você implore para morrer e depois vão fazer tudo de novo e de novo até que não consiga mais implorar para morrer.... e daí talvez.... eles te matem depois.
Quando Gina acabou de falar, Hermione cambaleou e desmaiou à sua frente.


Quando Hermione, abriu os olhos, pensou que tudo havia voltado ao normal. Ajoelhado ao lado do sofá onde estava deitada, estava David, com aparência de preocupado.
- Smith, você está bem?
- David, oh David! – Helen enlaçou o pescoço do colega, abrindo o maior sorriso que possuía.
- Esta Hermione é muito fresquinha pro meu gosto!

Ao som da voz de Gina, Helen olhou para um canto. Sob uma outra poltrona estavam Gina, Malfoy, Harry, o homem ruivo e uma garota loira.

- Oh, não! Não pode ser! – disse Helen, levantando-se, mas ainda grudada em David. – Estas pessoas me seqüestraram David. Você veio me salvar, não veio?
- Particularmente, Smith, eu acho que estamos mais seguros aqui dentro. Tem uma guerra lá fora. Pessoas morrendo a cada esquina.
- Ao que me parece, Helen... – disse Harry, demonstrando uma leve irritação com a presença de David – este homem nos seguiu até aqui. Nós o deixamos entrar quando ele perguntou por você. Você o conhece?
- Sim. – Helen respondeu, desapontada por David ter demonstrado covardia.
- Acho que devemos ir agora, Harry. – Gina o lembrou com uma expressão assustada.
- Ir? Ir para onde! Eu achei que estávamos seguros aqui dentro! – David interviu.
- Eu não posso explicar agora, mas o pessoal que está causando aquela guerra está vindo para cá. A maioria das pessoas aqui já fugiu, inclusive meus guerreiros, só sobramos nós. Voldemort vai chegar aqui em breve, por isso, precisamos sair. Eu só estava esperando Helen se recuperar.
- Bom, acho que devemos telefonar para polícia e esperar. Eles impedirão Voldemort. – disse Helen, levantando o queixo.
Mas Harry não lhe deu muita importância. Com um movimento veloz, ele pulou da poltrona em que estava sentado e abriu um dos retratos enormes que havia na parede. Por um momento, Helen pensou que o quadro havia resmungado algo, mas depois, achando que estava começando a delirar, prestou mais atenção no que Harry estava fazendo. Ele abriu um pequeno cofre e tirou um pequeno anel de ouro.
- Anos atrás, quando Hermione, Rony e eu estávamos no último ano em Hogwarts, imaginamos que havíamos derrotado Voldemort, destruindo todos os seus Horcruxes....
- O que é isso? – Helen, perguntou, curiosa.
- São recipientes para uma alma despedaçada. Só mais tarde descobrimos que restara um Horcruxe. É este anel. Ele é aparentemente inofensivo, mas é indestrutível, até agora não descobrimos como destruí-lo. Voldemort está vindo atrás dele, o que significa que este anel tem mais prioridade que nossas vidas, no momento. – Harry disse seriamente e depois olhou com pesar para Gina.
- Gina – ele começou. - Quando fugirmos, Voldemort virá atrás de mim, imaginando que eu tenho o Horcruxe, se formos para lados diferentes, eu não acho que ele irá atrás de você, por isso quero que o proteja.
Harry deu o anel a Gina que colocou no dedo anelar.
- Por favor, Harry, deixe eu ir com você. – ela implorou.
- Não! – Harry ordenou. – Não pense que estou fazendo isto por outros motivos, Gina. No momento, é crucial que este anel chegue a salvo em Hogwarts. Eu levarei Hermione e David comigo e quero que Malfoy a proteja.
- Sim, senhor! – Malfoy concordou.
- Ah, não Harry, não! Deixe que Hermione venha conosco, você vai com Luna e Rony.
- Gina, isto é uma ordem! – Harry falou. - Você e Malfoy são ótimos aurores e podem chegar a salvo em Hogwarts. Hermione, no momento, está indefesa tanto quanto David, por isso eu os levarei comigo. Eu posso protegê-los melhor.
- Mas porque Malfoy? – Gina perguntou, olhando de soslaio para Malfoy que ficou desapontado com a postura de Gina – Ele foi um ex-comensal, Harry. E se ele estiver com Voldemort. Você estará me dando de bandeja para Voldemort, junto com o Horcruxe. É isto que você quer?
- Malfoy já nos provou que é digno de confiança, Gina. E enquanto eu for o líder dos Aurores você me obedecerá. Vá com Malfoy. Peguem a passagem secreta do segundo andar, aquele atrás do quadro na biblioteca. Rony, Luna, eu quero que vocês saiam pela passagem que há atrás no alçapão da torre. Eu, Hermione e David iremos pela masmorra. Agora vão, é uma ordem, não vou repeti-la.
- Vem, Gina – Malfoy puxou Gina pelos ombros. Quando ela passou por Hermione, grudou em sua camisola. Lembre-se da sua promessa.... lembre-se!
- Está bem! – Helen confirmou... mas quando Gina saiu da sala, ela revidou – Esta garota tem sérios problemas mentais.
- Olha o que fala da minha irmã! – Rony ralhou. – Você é minha melhor amiga, mas Gina é minha irmã.
- Vocês são parecidos mesmo. Como é seu nome?
- Rony. Rony Weasley.
- Hum.... nunca vi mais gordo.
- Alguém já lhe disse que você é uma fresca grossa.
- E alguém já lhe disse que você é esquisito?
- Olha aqui.... sua garota mimada e trouxa...
- Parem vocês dois! – Harry gritou, irritado – Luna, pegue o seu marido e suma daqui. E eu quero ver vocês vivos em Hogwarts ou eu juro que vou ao paraíso, matar a ambos!
Luna deu um sorrisinho nervoso e puxou Rony para fora.
- Rony... você tem que ser mais cavalheiro – Helen escutou Luna sussurrando quando ela e Rony saíam.
- Bom, agora restou a nós três. – Harry remexeu num das gavetas e tirou um pacote retangular comprido. Ele o abriu e tirou um graveto de madeira e o estendeu a Helen.
- O que é isso? – Helen perguntou. Tinha certeza que aquilo era o que aquelas estranhas pessoas usavam para soltar raios.
- É a sua varinha! A única coisa que foi encontrada quando você... quando Hermione morreu. Sei que você não acredita, mas quero que guarde consigo. E se o pior acontecer, eu quero que diga uma dessas palavras: Estupefaça, para fazer a pessoa desacordar ou AVADA QUEDRAVA, para matar.... entendeu?
- Eu não ganho uma dessas? – David perguntou, quando Helen aceitou a varinha.
- Você não é bruxo, não seria capaz de fazer magia. – Harry explicou – Bom.... agora temos que dar um jeito na sua roupa.... vocês não podem fugir de camisola e de pijama, podem?


------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Harry deu a David, uma de suas roupas de bruxo, e a Hermione uma das de Gina. Eles se arrumaram prontamente e se preparavam para sair.
Harry estava nervoso, imaginando se não haviam perdido tempo demais.
- Vamos logo! – ele ordenou, mas quando estava quase alcançando o salão de entrada, uma forte explosão se fez ouvir.
Harry grudou em Helen e a jogou contra a parede, para evitar que algumas labaredas a atingissem.
- Meus Deus, meu Deus, o que está acontecendo? – Helen sussurrou, assustada. Escondidos atrás de uma parede, Harry olhou para o salão de entrada, no andar abaixo, a porta havia explodido e agora algumas pessoas entravam: uma delas era Voldemort, a roupa elegante, os olhos viperinos, a face horrenda inundavam o ambiente
- A NOVA SEDE DO MINISTÉRIO DA MAGIA! – O Lord das Trevas disse, com a voz sibilante.
David olhou para Voldemort. Apesar de feio, Voldemort parecia ostentar dinheiro. E dinheiro era uma língua que ele falava muito bem. Saindo de trás da parede, David apareceu no alto da escada.
- Não... volte para cá, idiota! – Harry sussurrou, mas David, apenas sorriu e sussurrou entre os dentes... – Não se preocupe, vou resolver a situação para você...
- Idiota... vai morrer...
Helen também fez menção em seguir David, mas Harry a segurou e tapou sua boca com a mão.
- Olá! – disse David, com um amplo sorriso. – Será que eu posso ajudá-lo?
Voldemort encarou o homem que descia as escadas através de seus olhos viperinos, analisando cada passo.
- Um trouxa no Ministério? – Voldemort falou, sorrindo para os comensais que entravam. Lucius entrou e ficou do seu lado.
- Creio que podemos resolver isso logo – disse David, puxando do bolso a sua carteira e mostrando seu talonário. – Quanto o senhor quer para deixar esta casa imediatamente?
Voldemort jogou a cabeça para trás numa gargalhada que ecoou por todo o Ministério.
- Qual é o preço da sua alma? – disse Voldemort e brandiu a varinha, violentamente - AVADA QUEDAVRA....
De trás da parede no andar acima, Helen apavorada viu o raio perpassar o corpo de David que caiu sem vida sobre o tapete vermelho macio.
- NHAHAO ! – Helen quis gritar e debater-se, mas Harry a segurou firmemente em seus braços.
- Fique quieta, Helen, ou vamos morrer, também.... fique quieta... não se preocupe... eu vou protegê-la.
- E então, Malfoy! – disse Voldemort, olhando para Lucius – Tem certeza de que Hermione Granger está viva!
- Está sim... e se nosso informante está certo... ela fugiu com Harry Potter.
“Informante?” Harry pensou.... e lembrou do que Gina dissera. E se Gina estivesse certa, e se Draco estivesse trabalhando para Voldemort? Então sabia... havia enviado Gina para morte!


Malfoy abriu o quadro da biblioteca e deixou Gina passar a sua frente. O corredor que eles pegaram era escuro, iluminado somente por pequenos archotes que se acendiam quando se aproximavam. Ainda assim, a luz bruxuleante era suficiente apenas para enxergar a poucos metros a frente.
- Você já usou este corredor, alguma vez? – Gina perguntou.
- Não! – Malfoy respondeu, secamente.
- Está bem.... está bravo comigo... eu sinto muito mas....
- Ora tudo bem, Weasley... eu sei que você nunca confiou em mim mesmo...
- Está bem... é verdade... nunca confiei e não confio, para mim, você é ainda um comensal da morte.
- Não vou discutir.
- Não vai... não vai....? Se quer saber, Harry é um burro em confiar em você. Eu percebi a muito tempo atrás que todas as missões importantes são abortadas pelos comensais da morte. Eles sempre sabem o que estamos fazendo... na minha opinião... você é um agente duplo.
- Não deveria me acusar sem provas! – Draco falou, irritado.
- Isso é só uma questão de tempo, Draco... por que quando eu achar provas contra você, Harry vai ter prazer em.... AH...
Naquele instante, Gina sentiu o assoalho a seus pés racharem. Antes que pudesse segurar em alguma coisa, um buraco se abriu e a engoliu.
- AHHHH!
- Gina!
Como uma águia, Malfoy atirou-se a frente e agarrou a mão de Gina. Ele escorregou para dentro do buraco, mas conseguiu segurar-se.
- Gina! Segure-se! – Malfoy fazia força para mantê-la. O buraco que abriu estava na mais completa escuridão... ela podia estar a alguns centímetros do chão, como também... à centenas de metros...
- Não me deixe cair! – Gina implorou, choramingando. Estava com muita dor em uma das pernas. Havia cortado a coxa quando o assoalho se soltou.
- Não se preocupe, Gina, você está firme em minha mão, não vou deixá-la cair, eu prometo.
- Ai!... – Gina gritou.
- O que foi, Gina?
- O anel... quase caiu de minha mão... ele está muito largo.
- Dê para mim.... dê o anel para mim.
Gina olhou para cima. Malfoy parecia sincero, mas sabia se ela lhe desse o anel, bastaria que ele a largasse e tudo estaria perdido.
A pequena mão de Gina começou a escorregar, ele a segurava pelos dedos, mas se não fizesse algo rápido, ela despencaria para a escuridão.
- Me dê o anel, Gina.... eu não vou conseguiu manter você por muito tempo....

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.