O juramento



Capítulo 1: O juramento

Abriu os olhos novamente. A seu redor, fiéis seguidores o observavam. O altar, onde faria seus votos, jazia a sua frente. O lugar sombrio não colaborava em nada para diluir o medo que o celebrante sentia do que estava prestes a fazer. Esse ritual não era feito há séculos, portanto, ele tinha uma grande chance de cair morto a qualquer instante, mas Brian não se importava. Estava acostumado a morte e torturas, na realidade, gostava delas. Foi se aproximando do local com passos silenciosos e lentos. O lugar, fechado, úmido e escuro, lembrava uma cela de encarceramento. Os vultos a sua volta se afastavam enquanto andava em direção ao que sabia ser o seu destino. Olhou mais uma vez para todos ali, o medo estampado nos olhos deles lhe incutia prazer. Tocou como lhe foi pedido, o crânio humano da criança que tinha acabado de matar. Bebeu seu sangue liquefeito no sangue dela e no seu próprio. Fazia seu juramento enquanto isso. Sabia que a teria para si, não importando como. Não importava quem tivesse que eliminar, iria tê-la. Não se importava em esperar, era paciente. Fazia seu juramento nesse instante. Preferia morrer a vê-la preferir outro a ele. Por isso fazia esse voto. Se ela escolhesse outro, iria se matar. Fazia apenas o voto antes para garantir que, se essa fosse sua decisão, tivesse poderes para matá-la antes. Preferia vê-la morta a vê-la com qualquer outro.


Longe dali, um garoto com seus dezesseis anos acordava assustado, sem se dar conta deu um berro e pulou da cama suando frio. Foi até o guarda roupa e o abriu. Olhou-se no espelho interno e o que viu foi um garoto de cabelos pretos, na verdade um garoto lindo.
Acabara de ter um sonho tão estranho, tentava se lembrar dele, mas vinha apenas em sua mente alguns detalhes. Lembrava-se de um lugar escuro úmido e sombrio. Só de lembrar-se do lugar sua pele se arrepiou toda. Forçou mais a memória e então veio à sua mente um homem tocando o crânio de uma criança, logo depois bebendo o sangue que ele não fazia questão de saber a quem havia pertencido. Foi então que se lembrou das figuras encapuzadas que tremiam dos pés a cabeça enquanto observavam o homem bebendo o tal do sangue.
Levou um susto quando alguém bateu na sua porta.
- James – veio uma voz vinda do outro lado da porta.
- Sim pai?
- Posso entrar?
- Entra.
Harry entrou no quarto. Não mudara nada dos anos para cá, apenas lhe surgiram alguns sinais de velhice, mas que ele não se importava.
- O que aconteceu James? Eu e sua mãe ouvimos o seu berro e ficamos preocupados!
- Não aconteceu nada pai, na verdade foi um sono, um sonho muito estranho.
- Por que você não me conta?
James narrou o sonho que tivera com todos os detalhes que era capaz de lembrar. No final Harry parecia impressionado, confuso e com uma expressão preocupada. James olhou para o pai sem entender.
- Mas isso é impossível certo? É apenas um sonho – disse com receio da resposta.
Harry olhou para o filho:
- Nunca saberemos se é apenas um sonho. Se algo acontecer então nós poderemos saber. Mas nunca se pode descartar a idéia de não ser um simples sonho, sempre pode ser algo a mais.
- Pai, eu não entendo. O cara tava bebendo sangue! Que tipo de criatura beberia sangue?
Harry olhou para o filho que pensou ter deslumbrado um pouco de ódio passar pelos olhos do pai.
- Existem criaturas terríveis James, criaturas que fariam qualquer coisa para obter um resultado bom para si mesmo.
- Eu sei papai. Conheço sua história – disse James sorrindo e fazendo o pai sorrir.
Harry se aproximou da janela e James o seguiu. Foi quando eles viram todas as luzes lá de fora sumirem, o vento mudou de direção e ficou mais forte, pensaram ter vislumbrado vultos e parecia que tudo não tinha mais vida, era como se um ser estivesse sugando as vidas.
James se arrepiou e sentiu o pai fazer o mesmo. Harry olhou da janela para o filho:
- O tempo está mudando.



Estavam todos na estação esperando o trem que os levaria para mais um ano em Hogwarts.

- Rose, pelo amor de Merlin, vê se você tenta se comportar no seu quarto ano! Eu ainda não acredito que logo você foi se tornar alguém como... como... – Hermione tentava arranjar palavras.
- Alguém como o papai? – Rose riu da cara da mãe que ficou vermelha recebendo um olhar mal-humorado de Ron.
- Nem eu aprontava tanto como nossa filha apronta – disse Rony e Hermione foi obrigada a concordar.
- Scorpius! – gritou Alvo acenando para o melhor amigo que estava conversando com os pais. O grupo de loiros foi se aproximando deles.
- Eu ainda não me acostumei com o fato do Scorpius ser amigo do Alvo – disse Rony enquanto Harry ria.
- Pelo menos você não teve que virar amigo do Draco, mas na verdade ele mudou bastante. Não está tão chato! Graças a Merlin!
Rony riu do amigo na hora que o grupo chegava e Scorpius ia cumprimentar Alvo.
- Oi tio Draco – disse Alvo indo cumprimentar o pai do amigo – Oi tia Astoria.
- Oi querido – a mãe de Scorpius foi até Alvo e lhe cumprimentou.
- Oi – disse Scorpius cumprimentando Harry e Gina então se virou para Rose e sua cara se fechou numa careta, Alvo riu – Ah! Ainda está viva Weasley.
- É o que parece! Oi para você também barbie.
- Weasley, eu já mandei você parar de me chamar assim!
- Mandou foi? Desculpe, mas que eu saiba bonecas não falam.
- Dá para vocês pararem com essa merda de discussão?! Esperem pelo menos chegarmos a Hogwarts para começarem a se matar! Vocês já cansam minha paciência logo na estação.
Rose e Scorpius se entreolharam e se pediram desculpa, enquanto Hermione, Gina e Astoria riam internamente dos dois. Foi quando chegou uma loira até a cena. Narcisa falou com Scorpius e deu um aceno para Rose. Foi então que Alvo se aproximou da menina e passou seu braço pelo ombro da mesma.
- Então, como anda minha loira favorita? – perguntou aproximando o seu rosto do da garota. A menina deu um sorriso frio e tirou o braço do maroto de cima do seu ombro.
- É melhor você não colocar esse seu braço de volta no meu ombro de novo se não posso acabar fazendo o favor de te livrar deles. – disse indo embora fazendo Scorpius se mixar de rir. Os outros riam dos dois, da cara de Alvo e de Scorpius chorando de rir.
- Isso! Ri da desgraça do seu amigo.
- Coitado! Eu já disse para você desistir dessa garota, mas você insiste nela! Desiste cara! Ela não está na sua.
- É o que vamos ver seu loiro oxigenado!
- Olha o respeito! Você ainda tem coragem de falar isso na frente dos meus pais.
- Eu não falei deles e sim de você. Agora vamos logo para o trem, eu ainda tenho que ver meu lírio branco e frio de novo.
- Cara! Que coisa brega! – exclamou Scorpius e todos riram.
- É porque você ainda não encontrou um apelido desses para Rose – disse Alvo e Scorpius corou. Rony fechou a cara e todos riram internamente.
- Engano seu. Eu tenho um apelido perfeito para ela – disse assustando a todos principalmente Rose e Alvo.
- Sério? E qual seria?
- Hum... qual mais seria? Bomba atômica.
- ORA SEU! – Rose gritou enquanto Scorpius corria da ruiva pela estação enquanto os outros riam, até Rony.




Todos já estavam dentro da cabine do trem. Em uma cabine estavam sentados Scorpius, Alvo, Annie Zabini, uma grande amiga deles e um pessoal da sonserina. Foi quando uma cabeleira ruiva entrou correndo na cabine sobre os olhares assustados dos sonserinos. A menina que entrara escorregou para o chão.
- Algum problema, Rose, para você estar em uma cabine de sonserinos? – perguntou Alvo.
- Sim! As meninas quiseram me desenrolar para um menino da corvinal que acharam bonito.
- E o que tem de errado nisso? – perguntou Alvo sem entender.
- Que eu odeio aquele garoto! Agora com licença, dá para vocês darem um espaço? – nem esperou responderem e sentou entre Alvo e um sonserino.
- Não te ensinaram que os sonserinos são maus? – perguntou Scorpius irônico.
- Ensinaram claro! Como se eu fosse ter medo de sonserinos! Malfoy, você não assusta nem uma mosquinha o que dirá eu.
- Tome cuidado Weasley, eu posso ser mais perigoso do que você pensa.
- Então me mostra o seu lado perigoso – disse Rose e corou ao ver que todos riram.
- Isso não pegou bem, priminha. – disse Alvo olhando Scorpius corar.
- Não perguntei nada e... – mas foi interrompida pela chegada de outra pessoa.
- Posso entrar? – perguntou Narcisa Smith.
- Entre minha loira! Você é sempre bem vinda. – disse Alvo.
- Não te perguntei se eu sou bem vinda ou não Potter, perguntei se tinha espaço para eu me sentar ou não, a sua opinião não me interessa.
- Ai! Essa doeu bem aqui – disse Alvo apontando para o coração.
- Tomara que doa bastante e que isso lhe cause uma boa morte – disse Narcisa sentando – O que a Weasley faz aqui?
- Caramba! Não posso nem resolver passar um tempo aqui na companhia do meu primo! – disse Rose indignada.
- Claro que pode! – disse Alvo puxando Rose para um abraço de urso fazendo Scorpius dar uma careta. Alvo riu para o amigo e apertou mais ainda a prima que soltou uma reclamação:
- Alvo! Eu estou quase morrendo sufocada!
- É melhor soltá-la Alvo, do jeito que é gorda é capaz de morrer logo.
- COMO VOCÊ SE ATREVE MALFOY? RETIRE O QUE VOCÊ DISSE AGORA!
Todos taparam os ouvidos com o berro que Rose deu enquanto levantava e partia para cima do garoto. Quando já estava na frente dele o trem parou e deu um solavanco. A ruiva se desequilibrou e caiu em cima do loiro que a segurou. Alvo levantou-se e olhou pela porta da cabine, encontrando olhares de outras pessoas que também olhavam, buscando o motivo da parada súbita.
-Não podemos ter chegado! – Exclamou uma corvinal que estava em uma das cabines próximas - podemos?
-Não – Disse Alvo – decidido, enquanto sentia a temperatura esfriar. Instintivamente, entrou de novo na cabine e olhou pela janela. Quando se voltou para os amigos novamente ainda conseguiu balbuciar:
-Dementadores... – E, quando olhou novamente, verificou que, infelizmente, não havia se enganado. Hordas de dementadores se aproximavam da locomotiva. Vinham para cada vez mais perto, matando tudo que encontravam pelo caminho.
-Temos que achar um professor – Disse Narcisa com urgência na voz – Imediatamente.
-Você fica aqui – Retrucou Alvo na mesma hora.
-Potter, não tente mandar em...
-Você fica – interrompeu-a Alvo com determinação na voz – Temos que achar um professor e chamar os aurores, mas não posso fazer isso estando preocupado com sua segurança – e então, abrandando a voz – por favor. Vou ser completamente inútil se não conseguir me concentrar por estar pensando em você – Terminou com um meio sorriso.
-Fiquem todos aqui, vou ver se acho alguém. Vem comigo, Scorpius? - Silêncio. Como as luzes estavam apagadas, Alvo começou a se preocupar. Lançou o Lumus.
-Scorpius? SCORPIUS! – Gritou ele quando percebeu que o amigo não estava em perigo, apenas olhando para sua prima, que ainda estava sentada em seu colo, apoiando-se nele enquanto este segurava sua cintura fortemente. Rose retribuía o olhar com igual intensidade.
-Allô?? Scorpius! ACORDA! – Essa última parte foi gritada no ouvido do garoto e acompanhada por um jado d’água fria, saído da varinha de Alvo. O garoto finalmente esboçou alguma reação.
-Que? – Disse ele, totalmente alheio ao que estava acontecendo a sua volta.
-Dementadores invadindo o expresso. Temos que achar um professor e alertar os aurores! – Disse Alvo exasperado. Com toda essa demora era capaz de já não ser possível alertar um responsável a tempo.
Scorpius, na mesma hora, levantou-se, ainda com Rose no colo.
-Fiquem aqui – disse dirigindo-se a Rose, Annie e Ciça. – Não se separem de jeito nenhum. Qualquer coisa vocês sabem produzir um patrono, não? – E finalmente colocando Rose no chão disse – Até que você não é tão pesada, bombinha – Disse enquanto sorria e piscava o olho. – Vejo vocês daqui a pouco. - Logo depois, saiu com Alvo, sem ver a resposta que Rose, com certeza, estava prestes a lhe dar.
Andaram silenciosamente pelo corredor, indo em direção a cabine da monitoria.
-Porque você acha que vai ter alguém lá? – Perguntou Scorpius a Alvo.
-É o lugar mais provável para um professor estar, concorda?
-Na teoria, sim, mas por ser um vagão para monitores... – Disse Scorpius, calando-se logo em seguida. Alguma coisa esbarrara nele.
-Vocês estão aqui. Ótimo. – Alvo reconheceu a voz do irmão, James, andando debaixo da capa da invisibilidade. –Sabem o que está acontecendo? – Perguntou.
-Dementadores, centenas! – Respondeu Alvo.
-Temos que achar um professor – Acrescentou Scorpius.
-É nessas horas que adoro ser filho de Harry Potter – Disse James, ainda escondido pela capa.
-O que uma coisa tem haver com a outra? – Perguntou Scorpius, enquanto Alvo pensava no que o irmão estava querendo dizer.
-O espelho! – Exclamou Alvo de repente. –Você está com ele? – Perguntou a James.
-Está no meu vagão. Vamos logo. – Disse James, rapidamente.
-Que espelho? De qualquer forma o que o pai de vocês tem a ver com a história toda? – Perguntou Scorpius, confuso.
-Ele é chefe dos aurores, por isso tem tudo a ver com a história – disse Alvo, quando entraram na cabine onde James estava com os amigos e este revirava seu malão em busca de algo. – O espelho é um espelho de duas caras que ele nos deu para podermos nos comunicar em uma emergência, no que se enquadra o caso. Ah, oi Lily – Disse, ao ver a irmã.
-O que está acontecendo?
-Ataque de dementadores – Respondeu James laconicamente – Achei! – Acrescentou em seguida.
-Harry James Potter – Disse James enquanto se olhava no espelho.
-Espero que seja algo muito importante, Jay. – Disse a imagem de Harry, que acabara de aparecer no espelho. Estava no meio de uma reunião.
-Isso vai depender – intrometeu-se Alvo – Você considera um ataque em massa por parte dos dementadores a locomotiva de Hogwarts algo importante? – Perguntou.
-O que? – Disse Harry, arregalando os olhos – Vocês têm certeza disso? – Perguntou.
-A menos que o senhor veja outro motivo para centenas de dementadores terem parado o trem e virem avançando em sua direção... – Falou James.
-Fiquem juntos, avisem a todos que puderem produzir um patrono para fazê-lo. Tentem segurar os dementadores o máximo possível até chegarmos, ok? James tome conta da Lily. Alvo quero que fique com sua prima, Rose. Nenhuma das duas consegue produzir um patrono completo ainda, não as deixem sozinhas de jeito nenhum, ok? Já estaremos aí – Disse Harry, seu rosto desaparecendo em seguida, sendo substituído pelo reflexo de James.
-Ok, vocês ouviram o cara – Disse Scorpius.
-James, fique aqui – Disse Alvo – Vou voltar para minha cabine, Rose está lá.
-Al, é perigoso! Até onde sabemos os dementadores já podem estar no trem – Disse enquanto conjurava seu patrono, um cachorro.
-Relaxa, Jay. Ele vai estar comigo – Disse Scorpius, cm um sorriso de canto de boca.
-Vamos, Sr.Modéstia. Quanto mais rápido sairmos daqui, antes chegamos lá. – Disse Alvo.
-Até daqui a pouco, grifinórios. – Disse Scorpius, acenando enquanto fechava a porta. Tinham voltado ao corredor. Apesar de ainda serem aproximadamente três horas da tarde, estes estavam escuros e frios. Os dementadores deveriam estar perto – Calculou Alvo, que começava a sentir a felicidade se esvair de seu corpo.
-Bem, melhor prevenir do que remediar - Disse Scorpius, que, pelo jeito não estava em melhor situação, e lançou seu patrono, um lobo.
Alvo apenas assentiu com a cabeça. Haviam chegado a seu vagão.
-Estão todos bem? - perguntou Rose que havia se levantado no instante que os meninos colocaram o pé na cabine.
-Sim. James, Hugo e Lily estão juntos em uma cabine um pouco mais ao centro – Respondeu Alvo.
-Temos que fazer algo para diminuir a velocidade dos dementadores – lembrou-se Scorpius.
-Não. Eu tenho que – Disse Alvo. –No momento que o amigo abriu a boca para protestar, Alvo o repeliu, lembrando-lhe que um deles tinha que ficar com Rose.
-Que seja você então, Al. Ela me detesta, lembra? – Disse Scorpius, que, aparentemente esqueceu-se da presença da garota na cabine.
-Não odeio você – Disse Rose, num impulso, antes que conseguisse se refrear. Todos na cabine olharam para ela, incrédulos.
-Quer dizer, não é que eu goste de você ou...
Mas foi interrompida quando Scorpius pousou um dedo em seus lábios, com o sorriso mais lindo e sincero que ela já o havia visto dar.
-Por favor, não estraga o momento, ruiva – Disse, aumentando ainda mais o sorriso. –Por favor – Repetiu enquanto dava-lhe um beijo na bochecha, perto da boca, para em seguida sentar-se e assentir com a cabeça para Alvo, como que o autorizando a sair da cabine para tentar refrear os dementadores. Ele saiu quase sem ser notado.
Assim que chegou ao corredor começou a pensar. Não haveria jeito de deter os dementadores de dentro do trem, é claro. Não haveria forma de apenas um patrono atingir a todos. A menos... A menos que estivesse no centro, acima destes – concluiu Alvo, sorrindo – então o patrono poderia se expandir sem obstáculos! Era óbvio! Sendo assim, Alvo logo chegou a um pequeno corredor lateral, que ligava o trem a um pequeno compartimento onde Alvo sabia haver uma escada de incêndio. Subindo por ela chegaria ao teto do trem. Assim que abriu o alçapão, desejou ter se lembrado de trazer algum chocolate. Estava um frio horrível lá fora, que Alvo sabia não ter nada a ver com o tempo. Mesmo assim, respirou fundo e invocou seu patrono – um leão. No momento que terminou de convocá-lo percebeu que não agüentaria muito tempo, mas não seria necessário. Seu pai viria a qualquer momento e, além disso, não chegara tão longe apenas para desistir agora.
O pálido patrono estava resistindo há aproximadamente 15 minutos, mas Al já não estava agüentando mais. Já estava de joelhos, fraco demais para continuar. Os dementadores estavam perto demais, se desfizesse o encantamento, certamente seria beijado, mas isso já não importava mais. Dessa vez a ajuda não chegaria a tempo e Alvo morreria. Como fora tolo em pensar que poderia afastar sozinho todos aqueles dementadores... Foi então que viu uma fênix prateada ir para perto de seu leão. Não conhecia aquele patrono. A quem pertenceria? – Perguntou-se. Ao olhar para trás, obteve sua resposta. Narcisa Smith vinha andando em sua direção, mais bela do que nunca. Abaixou-se a seu lado.
-Tem certeza que não precisa de ajuda? – Perguntou ela, sorrindo, enquanto lhe oferecia uma barra de chocolate. Era a primeira vez que a via sorrir para ele. Seu coração acelerou e, no momento onde tudo parecia perdido, seu patrono ficou mais forte.
-Precisamos sair daqui - Disse ela e, quando ela o tocou no braço, para auxiliá-lo a se levantar, algo estranho aconteceu. Seus patronos, de alguma forma inexplicável, se uniram em um só. O leão alado estava cada vez mais forte. Afastou todos os dementadores do trem, rapidamente. Ambos olharam surpresos, um para o outro, mas, antes que pudessem esboçar qualquer reação a ajuda chegou. Seu patrono não era mais necessário. Ambos se deixaram cair, exaustos, no chão do teto do trem. Haviam conseguido. Mantiveram os dementadores a uma distância grande o suficiente pelo tempo exato. Agora, precisavam apenas assistir os aurores que havia acabado de chegar, lançarem seus patronos sobre a horda de dementadores, que ia se tornando cada vez menor, até que desapareceu por completo. Alvo e Ciça se entreolharam e, como se as energias de um fossem as do outro, ambos desmaiaram, simultaneamente. Ciça caiu sobre o colo de Alvo, que repousava sua mão sobre a cintura da garota.



Alvo acordou sentindo-se um pouco fraco, percebeu que estava em uma poltrona confortável e sentou. Arrependeu-se na hora, pois além de sentir dor no corpo sentiu uma dor na cabeça e olhou para o lado pra ver o que lhe acertara, constatou que fora Narcisa que dera um tapa nele.
- Aí! Doeu!
- Você mereceu seu burro!
Foi nesse momento que Harry Potter apareceu na cabine, nunca vira o pai tão furioso, seus olhos faiscavam de raiva e Alvo se encolheu e agarrou o braço de Narcisa com medo, a garota riu da cena.
- ONDE VOCÊ ESTAVA COM A CABEÇA AO FAZER AQUELA LOUCURA?
- Depende de qual delas você está falando.
- Alvo, seu besta! Você poderia ter morrido! Já passou pela sua cabeça o que teria acontecido comigo se você tivesse morrido? O que teria acontecido com sua irmã, sua mãe e o James?
- Bom, o James teria vibrado de felicidade.
- ALVO! – berrou uma voz da porta que ele reconheceu sendo do irmão, que, em seguida invadia a cabine – SEU BURRO! RETARDADO!! VOCÊ PODIA TER MORRIDO, SEU BABACA!!! SE VOCÊ TIVESSE MORRIDO, EU JURO QUE TE DESENTERRAVA SÓ PARA TE MATAR DE NOVO!!
-Me sinto lisonjeado, mas aonde isso chegar...
-VOCÊ DISSE QUE IA FICAR NA CABINE!! VOCÊ TEM IDÉIA DO QUE ACONTECEU QUANDO A ROSE ENTROU CORRENDO NA NOSSA CABINE, BERRANDO QUE NEM UMA LOUCA, ME CULPANDO???
PORRA! SE VOCÊ NÃO LIGA PARA A SUA VIDA, PODIA LIGAR PARA A MINHA! SE O SCORPIUS NÃO SEGURA AQUELA MALUCA ELA TERIA ME TRUCIDADO!!!
-Falando nisso, onde estão os dois? - Perguntou Alvo, curioso. Pensava que Rose e Scorpius seriam os primeiros a aparecerem.
-Não os vemos há horas – Respondeu James, já em tom normal, com um sorriso malicioso, que foi imediatamente suplantado pelo berro que veio do corredor.
-SCORPIUS MALFOY! ME DEIXA ENTRAR AGORAAA!!!!!!
-Respondida a pergunta, Al? – Disse James sorrindo.
-Só se você prometer que...
-EU VOU MATAR AQUELE DESGRAÇADO DO MEU PRIMO!! ELE QUASE ME MATA DE SUSTO!!
-Tá ferrado, cara – Disse James.
-Valeu pelo apoio – Disse Alvo, ironicamente.
-Vou levar flores no seu enterro, melhor? – Disse, sorrindo.
-Você ficou com raiva porque ele quase morreu e agora quer matá-lo? –Perguntou Scorpius.
-SCORPIUS! SAI. DA. MINHA. FRENTE. JÁÁÁÁÁÁ!!!!!!!!!!
Uma ruiva entrou feito um furacão na sala. Alvo ainda teve tempo de ouvir um “desculpa, cara, tentei impedir, mas essas ruivas são fogo,” vindo de Scorpius. Depois disso, só sentiu o impacto da mão de sua prima na sua cabeça, já dolorida.
- Porra! Será que dá para vocês pararem de bater na minha cabeça?! Já está ficando dolorida, daqui a pouco eu não sinto mais ela.
- Está ficando? Então me deixe colaborar – disse Scorpius entrando na cabine e dando um tapa tão forte na cabeça do amigo que esse se inclinou para frente quase caindo.
- PORRA! SEU VIADO DESGRAÇADO!! PUTO! CÓPIA DE BARBIE MAL FEITA! FILHO DE DONINHA QUICANTE! VAI TOMAR NO...
- OPA! Olha a baixaria! – disse Rose dando um tapa na boca do primo!
- Ai! Isso! Protege o seu amado aí!
Rose corou e se afastou de Alvo, não sabendo se era porque ficara envergonhada ou se era porque não daria conta dos atos que se passavam pela sua cabeça. Scorpius continuou falando:
- VOCÊ TEM BOSTA DE DRAGUÃO NA CABEÇA? VOCÊ ACHA O QUE? QUE PODE DAR UMA DE HARRY POTTER QUE NINGUÉM VAI LIGAR? Sem ofensas tio Harry, continuando SEU SONSERINO DESGRAÇADO, A PRÓXIMA VEZ QUE VOCÊ FIZER ISSO SEREI OBRIGADO A TE SURRAR! VOCÊ NÃO ESTÁ EM NENHUMA NOVELA TROUXA PARA FICAR DANDO UMA DE HEROIZINHO DA NAÇÃO, BABACA! ANDA CHEIRANDO PÓ DE FLUOR ESCONDIDO? ESPERA SÓ A TIA GINA SABER!!
- Saber do que?
- Que o filho dela nasceu com defeitos, acéfalo! BURRO! – disse dando outro tapa na cabeça do amigo e o puxando pelo cangote – NÃO QUEIRA VER OS GÊNIOS MALFOYS DESPERTANDO EM MIM POTTER! VOCÊ REALMENTE VAI SE ARREPENDER SE FIZER ISSO – acabando de falar isso jogou o amigo no banco.
-Nossa, isso que é amor. – disse James rindo.
- Bom, eu acho que o Scorpius já resumiu tudo. – disse Harry feliz por não ter que dar uma bronca no filho.
- Scorpius, isso nunca vai acontecer! Esse Alvo Potter sempre vai se meter em encrenca – disse Narcisa se metendo – Sempre querendo mostrar sua pose de macho.
- Em falar em pose – disse Scorpius sorrindo marotamente – Que posse sexy era aquela que vocês se encontravam lá em cima?! Mal começaram a relação já está, literalmente, toda derretida pelo Alvo?
-Você não pode falar nada, Scorpius, depois de ter se declarado daquele jeito para a ruivinha na cabine... – Respondeu Ciça, fazendo a ruiva corar, enquanto Scorpius sorria de lado e respondia, sem notar a pessoa que acabara de entrar na cabine.
-Eu não me declarei para ela na cabine. Venho me declarando para ela desde o nosso primeiro ano, né ruiva? – Disse, enquanto abraçava-a pela cintura, puxando-a em sua direção e colando seus corpos. A ruiva apenas sorriu, marotamente.
-Bom saber disso – Disse uma voz atrás de Scorpius, ao mesmo tempo zangada e divertida.
-Tio Draco! – Disse Alvo sorrindo – Bom te ver! Como anda a vida? Já te contei o que o troglodita do seu filho anda fazendo?
-Acho que tenho uma ligeira idéia – Disse Draco Malfoy, sem conseguir conter um sorriso irônico.
-Grande jeito de demonstrar seu amor, implicando comigo todos esses anos – Disse Rose, fazendo todos rirem, mas sem se desfazer do abraço do garoto.
-Também te amo, ruiva – Disse Scorpius enquanto dava um selinho na garota, que apenas sorriu, sem perceber as três pessoas que adentravam a cabine.
-Vou fingir que não vi isso – Disse Rony, um pouco irritado – Vou sair e voltar e espero que essa frase tenha se referido a Lílian.
-Não se preocupe com isso, Sr. Weasley... Me referi a Gina – Disse Scorpius fazendo todos rirem, menos Harry, que fechou a cara e trouxe Gina para perto de si.
-Ela já é comprometida, moleque! – Disse Harry, para após beijar Gina, enquanto Rony franzia a cara e Scorpius deitava a cabeça na curva do pescoço de Rose, simulando choro.
-Tudo bem, eu me conformo com você mesmo – Disse sorrindo e olhando para Rose, que fingiu estar ultrajada.
-Ei, minha filha não é nenhuma qualquer, para você afogar as mágoas.
-Tem razão, ela não é uma qualquer, é Rose Molly Weasley, a aluna mais inteligente, divertida, amiga, fiel e bonita de toda a Hogwarts. –Olhou para a garota que tinha lágrimas nos olhos – Rose, você é a bomba atômica mais linda que já conheci ou jamais conhecerei.
- Agora bolão: Em quanto tempo vamos receber uma carta dizendo que esses dois estão namorando? – disse James divertido.
De vários locais vieram diversas opiniões:
-Um mês.
-Um dia.
-Uma Hora.
-10 segundos.
-Gostei mais da última – Disse Scorpius se sobrepondo ao barulho – mas pensei que já estivéssemos namorando.
-Não estamos não – Disse Rose rindo.
-Ai ruiva, não corta meu barato! Alguém aí aposta um minuto?
-EU! – Disse Harry, rindo. Nessa hora, Scorpius colou ainda mais seus corpos e beijou Rose na frente de todos. No mesmo instante, houve silêncio constrangedor na sala.
-Sacanagem... – Disse Alvo, alto – Eu que me ferro todo e ele que ganha as atenções e o beijo...
-Se você não fosse tão egoísta, também estaria ganhando ambos – Disse Narcisa.
-De quem, Princesa de gelo? Seu?
-Sem querer interromper o momento – Disse Scorpius, representando todos ali – Mas princesa de gelo? Pensei que gostasse dela.
-Eu a amo – Disse Alvo olhando para Ciça que retribuía o olhar com igual intensidade.
-Me ama tanto que me colocou esse apelido – Disse Narcisa.
-Claro, seu coração é feito de gelo e eu é que vou derretê-lo.
Pela primeira vez desde que se conheciam, Narcisa desviou o olhar e sua pele, sempre pálida, corou. Embora tenha se recomposto rapidamente:
-Te odeio, Potter!
- A linha entre o amor e o ódio é tênue, meu amor. Além disso, se seu ódio por mim for tão grande quanto o da Rose pelo Scorpius...
-Melhor não terminar essa frase, Potter, sob pena de morte – Disse Ciça, enquanto as outras pessoas na cabine apenas riam da cara de desapontamento que Alvo fez.


* * * * * * *


Gente, eu espero que vocês gostem da história, ainda vem muita coisa pela frente....

Eu e Tati vamos sempre que puder continuar, o cap.2 já está em andamento, porém não sei quando vou postar, espero que seja logo.....

Postem cometários por favor, isso sempre é legal, eu adoro comentários na minha fic, isso alegra meu dia... xD

Agradecimentos:

¥ Anna Weasley ¥ - Tá aqui a fic que você tanto queria.... espero que você goste. xD Obrigada por todo o apoio! Beijos!!!

lilica86 - Valeu por tudo garota! Espero que você acompanhe ess fic também. Beijos

Sany Evans - Por todas as capas das outras fics eu agradeço e espero que em breve você faça uma para essa! xD

Beijos para todos

Cecília e Tati ;*

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Comentários (1)

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