Segundo.



2.



Quando a campainha tocou a noite, eu nem precisei ir atender. Sirius já estava na sala, esperando fazia uma meia hora. Eu fico toda boba vendo o jeito que ele fica quando o assunto é Harry.

Ele pediu pizza para gente, e batatas fritas pro filhote – apelido que nós dois demos a Harry.

Eu fui ao mercado, depois da entrevista de trabalho, e comprei um monte de porcarias – não que aqui em casa já não tivesse, mas como eu e Sirius comemos quase tudo, o nosso tanque de porcarias precisava ser cheio novamente.

- Hei Sirius! – ouvi a voz de Lily, lá da cozinha.

Corri para a sala.

- Olá Lily. – ele respondeu sorrindo. – Onde esta James?

- Você sabe como ele é. Esta no carro, me esperando. Ele disse que na volta, vocês conversam. Ele não quer se atrasar. – ai ela me avistou e soltou: - Acho bom que a minha babá não esteja dormindo!

Sorri para ela.

- Você sabe que não Lil, ainda mais que, jura que eu vou deixar esses dois, - apontei para Sirius e Harry, que estava no colo da mãe – sozinhos. De jeito nenhum.

Sirius fingiu desapontamento acompanhado por Harry:

- Ah poxa – disse ele com sua vozinha. – eu pensei que hoje a gente fosse poder brincar de esconde-esconde.

Obviamente, eu jamais deixei esses dois brincarem de esconde-esconde dentro de casa. Eu prezo muito meus enfeites. E claro, a minha limpeza.

- Haha engraçadinho. – falei mostrando a língua pra ele.

James buzinou, é o jeito dele de dizer a Lily para se apressar. Ela revirou os olhos, e deu Harry para Sirius.

- Bom, nos vemos depois. – para Harry ela falou: - Se comporte e obedeça sua dinda. E não o seu padrinho.

- Ei! – falou Sirius. – Olha o que você ensina pra criança.

Lily já ia responder, quando James buzinou de novo. Ela nos olhou fazendo careta, balançou a cabeça e voltou para o carro.

- JUIZO! – ela berrou, já fechando a porta.

- O que é isso? – perguntou Harry, referindo-se a “juízo”.

- Uma coisa que sua dinda não tem. – respondeu Sirius cuidando para ficar fora do meu alcance. Caso contrário, ia levar um tapa.

- Ahhh. – disse Harry pensativo.

Entramos em casa, e fechei a porta.

Sirius e Harry foram direto pra frente da tv. Estavam os dois atirados no sofá, assistindo desenhos.

Peguei meu violão, e fui para a cozinha, tocar alguma música baixinho. Bom, o motivo pelo qual eu saí de casa foi esse. Minha mãe queria que eu assinasse um contrato com uma gravadora, e cantasse as músicas que eles mandassem. Mas eu não quis. Ai ela inventou alguma coisa estúpida – que eu ainda não descobri -, pro meu pai, e pra variar ele acreditou. Resumindo: houve a maior briga. E eu decidi sair. Você sabe de casa.

- “Fiquei a noite inteira olhando pro céu, pra ver se encontrava no meio das estrelas, a noite inteira...”- foi ai que notei um par de olhos verdes, iguais os de Lily, me espiando por trás da porta da cozinha.

Sorri para ele e o chamei. Harry ficou meio acanhado de ter sido descoberto, caminhou de um jeitinho acanhado para junto de mim.

Larguei o violão na mesa, e o peguei no colo.

- Fala meu cheiro. – falei sorrindo.

Ele se acomodou em meu colo e perguntou:

- Que você estava fazendo, dinda?

- Só tocando uma musica. – respondi.

- Toca de novo? – pediu ele, se virando para me encarar.

- Só se eu ganhar um beijão. – respondi piscando.

Ele riu, e me beijou na bochecha.

- Que seu dindo esta fazendo? – perguntei.

- Dormindo. – já?!

Antes que eu pudesse falar alguma coisa, Sirius entrou pela porta da cozinha, com os cabelos todos bagunçados.

- Ah, você esta ai. Procurei por tudo. – que belo dindo.

Harry riu para ele.

- Dindo dorminhoco. – Sirius fez careta e eu dei risada.

- Bom pequeno, eu toco outro dia. – obviamente eu não vou tocar nada na frente do Sirius. Vergonha e também porque, sei lá.

- Promete? – ele mostrou o dedinho.

- Prometo. – e apertei o dele com o meu.

Ele sorriu feliz da vida para mim.

Sirius estava nos olhando com um certo brilho diferente no olhar. Como eu sabia? Há, eu conheço muito bem aqueles olhos azuis.

- Então paixão, o que você quer comer? – perguntei a Harry.

- Eu quero sorvete, amor, obrigado. – disse Sirius se metendo.

- Ei, você não é a minha paixão. – sorri para Sirius. – O Harry é.

Harry estava dando risada.

- Claro que ele é dinda. Você até mora com ele. – o que o James andou falando pra esse garoto? – E papai vive dizendo que logo vocês vão casar. Eu posso ser o padrinho daí?

É, eu vou matar o James.

Olhei para Sirius, que não ficou sério nem nada. Na verdade ele tinha uma expressão divertida no rosto.

- Claro que pode. – respondeu Sirius.

Harry fez certo com o dedo, numa imitação perfeita de Sirius. Não pude deixar de rir.

- Eu só moro com o seu dindo, Harry. A gente não esta junto. – falei para deixar bem claro.

- Ah mamãe disse que você sempre diz isso. – ok, agora eu vou matar a Lily também. Que beleza. – Mas que isso logo vai mudar. Porque como é a palavra?... ah, é, vocês se curtem.

Ele esta falando gírias? Nessa idade? O que exatamente o James fala com esse garoto? E a Lily? Ela ajuda? Sem comentários.

Não consegui olhar para Sirius. Não queria saber qual foi sua expressão ao ouvir isso. Não, não.

- Bom, os seus pais não sabem o que estão dizendo. – respondi rapidamente. – E você vai querer comer o que mesmo?

Harry pareceu esquecer o que esta dizendo e mandou:

- Batata frita, sorvete e refrigerante. – vendo que tinha esquecido alguma coisa, acrescentou: - Por favor.

Ah como pode ser tão meigo? O Harry. Não o Sirius.

- Ok meu doce. – levantei com ele ainda no meu colo. Sentei num banquinho da cozinha, que era especialmente pra ele.

Sirius sentou ao lado de Harry. Estavam falando sobre videogame, pelo que percebi. Graças a Deus, mudaram de assunto.

Eu estava esquentando as batatas, que Sirius havia encomendado antes de Harry chegar. Coloquei as num prato, e deixei na frente de Harry. Peguei uma latinha de coca na geladeira, abri, e coloquei tudo no copo de Harry.

Esquentei a pizza também, servi um prato para Sirius, e um pra mim, e coloquei na mesa. Peguei mais duas latinhas de refri, e as pus na mesa, com dois copos.

Sirius sorriu para mim, e sentei de frente para ele e Harry.

- E ai, onde você esteve de tarde que nem me ligou? – perguntou Sirius, ajudando Harry a pegar o copo de coca.

- Entrevista de emprego. – tinha ate esquecido de contar!

- Sério? Não sabia que você tinha entrevista. – falou ele meio seco. – Você não me falou nada.

Seria grilo meu, ou ele ficou brabo porque eu não o avisei? Ok, é grilo meu. Só pode.

- Ah porque eu arranjei hoje no salão. – respondi.

- Você vai ser cabeleireira? – ele perguntou curioso.

O olhei fazendo careta. Não acredito.

- Não. Eu não tenho tal habilidade. – ai contei para ele e Harry, que ficara bem interessado quando eu disse que ia meio que cuidar de um monte de crianças, do tal internato de Hogwarts.

Sirius parecia realmente feliz por mim.

- Que legal! Parabéns. – disse ele. – Eu soube que lá é um ótimo lugar.

- É bem bonito, pelo que eu vi hoje. – respondi.

Olhei para Harry que tinha um beiço nos lábios. Sirius também percebeu e perguntou:

- Que foi rapaz?

O pequeno deu de ombros.

- Fala Harry. – pedi olhando para ele.

- É que, bom, você vai ser dinda daquelas crianças todas? E vai ficar a tarde fora, então, quando eu matar aula, quem vai lá pra casa cuidar de mim? Sabe, a mamãe voltou pro curso de direito dela, e o papai fica na gravadora o dia todo.

Será possível que ele estava com um certo ciúmes? Não creio. Esse pequeno me mata.

- A sua dinda ama você Harry. – disse Sirius em tom carinhoso. – E você é o único afilhado dela. Poxa, se você pensar, eu estou na mesma situação que você. Quem vai cuidar de mim quando eu não tiver o que fazer? – eu não acredito que ele disse isso. – E bom, vai que ela conhece um outro dindo pra você lá, e me esquece? – ok, isso só pode ser pegadinha.

Harry tinha uma lágrima nos olhos e abraçou Sirius.

- DIIIIINDO! EU NÃO QUERO OUTRO DINDO! EU TE AMO! – ok, se a intenção era acalmar o Harry, digamos que não adiantou. Piorou. Porque agora ele esta tendo uma crise de choro. Ah, e de berros. Coitados dos meus amigos traficantes.

Olhei para Sirius, que parecia nem estar me vendo ali. Deus.

- HEEI! – chamei os dois. – Eu não vou esquecer ninguém não. Parem de fazer drama. E Harry, o seu dindo esta mentindo. Ele nem da bola pra essas coisas. – falei meio braba, afinal, eu sabia que ele estava brincando. Não estava? – E você é o meu xodozão! Eu sempre vou ter tempo pra você.

Harry me olhou entre as lágrimas e sorriu. E como se nada tivesse acontecido, continuou comendo suas batatas.

- Harry, a gente já volta. – Sirius levantou da mesa, e me puxou. - Quem disse que era mentira? – quis saber com as sobrancelhas erguidas.

O olhei espantada. Será? Será que ele ia dizer o que eu estava pensando que ele ia dizer? Deus queira que sim!

- Elena, eu... – e o telefone dele tocou. E Sirius saiu, em direção ao escritório dele, me deixando sozinha, parada no corredor.

Ok, isso não teve graça. Ele me puxa, fala uma coisa, e do nada sai. Legal. BEM legal. Mas também, garanto que ele ia mandar um: Elena, você é como se fosse minha irmãzinha, é claro que eu ia sentir falta. Ou alguma coisa do tipo.

Revirei os olhos e voltei pra cozinha. Harry ainda estava se entupindo de batatas.

- Cadê o dindo? – perguntou com a boca cheia.

Não pude deixar de sorrir. Dei de ombros e me sentei ao lado dele.

Depois de devorar todas as batatas, ele tomou mais um pouco de refrigerante e ficou sentando conversando comigo, enquanto eu lavava a louça.

- ... e ai o menino ia vir pra cima, mas eu joguei a bola nele, e ele saiu chorando. Dizendo que ia contar pra mãe dele. – ele estava me contando da sua tarde na escola.

Harry vivia indo de castigo. Também, com um pai daqueles, e dois padrinhos, que bom, não são um exemplo, digamos assim, ele tinha bem há quem puxar.

Quando acabei de lavar a louca, Sirius já estava na porta da cozinha, me olhando.

Fiz que nem o vi ali, e falei com Harry:

- Vamos ver... – o cheirei e ele deu risada. – Iiih! Garoto você precisa de um banho. Essa luta que você teve hoje não fez nada bem para sua higiene.

Ele riu mais ainda.

- Ahh dinda, agora não. Vamos ver TV! – a minha vontade era de fazer o que ele queria, mas poxa, eu disse a Lily que ia cuidar dele. E não o mimar e fazer suas vontades. Claro que eu vou fazer, mas depois do banho.

- Não, não. – falei o ajudando a sair do banquinho. – Vamos lá pra cima, tomar um banho, e depois podemos fazer o que você quiser.

- O que eu quiser? – vi os olhinhos dele brilhando.

- Menos esconde-esconde. – falei piscando.

Ele pareceu desapontado por um momento, mas logo já estava sorrindo de novo.

- Ok, vamos...

Ele virou pra porta da cozinha, e notou o padrinho ali, o olhando.

Harry correu para ele, e abraçou as pernas de Sirius.

- Vamos dindo? Ver TV? A dinda só vai me dar banho antes ai a g...

- Não posso. – falou Sirius tentando sorrir. – Tenho de ir trabalhar.

- Trabalha depois! Você tinha dito que nem tinha trabalho hoje! – falou Harry manhoso.

Olhei para Sirius com as sobrancelhas erguidas. Então, vai ver, ele tinha um encontro. Como se pensasse o mesmo que eu, Harry falou:

- Você tem um encontro? Com uma daquelas namoradas? E vai nos deixar aqui? Só por isso? – como é que é?

Sirius concordou com a cabeça. E olhou pra mim. Os olhos dele já não tinham aquele brilho.

- Ótimo. – falei já ficando doida da vida. – Vamos Harry, ele esta ocupado demais com as “namoradas” dele.

- Que bobão. – disse Harry, já subindo as escadas. – Vai perder de ficar conosco.

Olhei para Sirius que me olhava com uma cara nada feliz.

- Você sabe muito bem que eu não estou ocupado pra vocês. – ah, ok. Agora ele está brabo comigo. Comigo.

- Sei, vai ver é por isso que você tem um encontro HOJE. Sabe, eu nem devia me meter. Você quem sabe. – dei as costas pra ele, já estava subindo a escada, quando ouvi falar algum palavrão bem baixinho.

Sorri. Ele saiu de casa, batendo a porta ao passar. Um dia ele ainda a quebra. Sério.

- Harry? – perguntei entrando no meu quarto. O chuveiro já estava ligado.

O encontrei dentro da banheira, lavando os cabelos.

- Oi paixão? – disse ele numa imitação que deveria ser de mim.


Depois do banho, Harry escolheu ficar deitado no quarto de Sirius, pois lá havia uma TV bem grande. Maior que a da sala. Deitei-me com ele na cama, quando o meu celular tocou.

Fui correndo ao meu quarto para atender.

- Elena? – perguntou uma voz de mulher. – Elena, será que o Harry pode dormir ai hoje? Sabe, eu e James vamos chegar tarde e...

E eles queriam ficar sozinhos. Você sabe.

- Sem problemas. – respondi.

- Obrigada! Até amanhã! – e ela desligou.

Foi tão rápida, pensei. Garanto que, ahm, deixa pra lá.

Voltei ao quarto e vi que Harry estava quase dormindo enquanto via Garfield o filme. Puxei as cobertas da cama, me deitei, e nos cobri com o edredom de Sirius. Não pude deixar de reparar que tinha o cheiro dele. Digo, as cobertas e os travesseiros. Talvez fosse isso que fez Harry dormir logo. Abraçado em mim e no edredom. E bom, não demorou muito, e eu peguei no sono também.


- Tão bonitinhos. – dizia uma voz, que parecia ser a de Lily.

- É, assim até parece que se comportam. – concordou uma voz que parecia ser a de James.

- Por que eles estão na sua cama, Sirius? – perguntou Lily. – Você dormiu onde?

Há, isso eu também queria saber.

- Na cama da Elena, onde mais? Afinal, ela pegou a minha. – acho bom que não tenha sido na cama de outra Elena.

- Ahhh – disse James com aquele tipo de voz sarcástica. – E você notou que o Harry esta agarrado na Elena? Parecem até duas crianças.

Eu vou matar o James assim que eu levantar.

- Não seja idiota James. Ela já tem 17 anos. – obrigada Lily. – E o engraçado é Harry, dormir abraçado ao edredom. Ele faz isso quando eu durmo com ele, digo na nossa cama James, parece que é como se fosse você, afinal, tem o seu cheiro.

- É, mas essa cama não tem o meu cheiro. Tem o do Sirius. Então ele dormiu abraçado na dinda e no dindo? – que amor!

- Isso. – respondeu Lily. Acho que ela devia ser psicóloga, em vez de advogada. Vou me lembrar de dizer isso a ela depois. – Ele se sente protegido assim.

- É só assim pra ele dormir com os dois. Afinal, o Sirius não dorme com a Ell. – ok O JAMES MERECE morrer.

- E isso é da sua conta? – perguntou Sirius sarcástico.

- Não. – disse James. – Afinal, todo mundo sabe que pra vocês dois ficarem juntos, falta bem pouquinho.

- Realmente. – concordou a Lily, que amiga da onça.

- Vocês dois não tem mais o que fazer não? – perguntou Sirius em tom frio.

Iih, ele se estresso.

- Sim temos. Mas primeiro temos que levar Harry pra escola. – respondeu Lily em tom casual.

- Pelo visto vai demorar o deixe ai. Depois eu o levo. – obrigada Sirius.

- Não, não. – disse Lily. – Já esta mais que na hora de ele acordar. E a dona Elena também. Que eu saiba ela devia estar procurando um emprego.

- Ela já arranjou um... – ai Sirius contou tudo pra eles e talz.

- Finalmente! – disse James rindo. – É Sirius, agora você já pode ficar com ela.

Eu vou matar tanto o James que meu Deus.

- Se ela me quisesse. – completou Sirius brabo.

- Como se ela não quisesse. – disse Lily risonha.

Isso me entregue LOGO. Anda! Não tem problema.

- Ah não torrem vocês dois. – ouvi passos na escada. Acho que Sirius realmente se irritou. E o que ele quis dizer com “se ela me quisesse”? Homens, quem os entende? E por falar em emprego, já deve estar na minha hora.

Fiz que estivesse recém acordando, e vi James e Lily sorrindo pra mim. Como dois abobados.

- Vocês fumaram? – perguntei me sentando na cama.

- Bom dia pra você também. – disse Lily.

- Que horas são? – perguntei.

- Sete e meia. – ah que beleza. Meu trabalho começa daqui uma hora e meia, e eu nem tomei banho ainda.

- Que ta pegando? – perguntou Harry, se mexendo na cama.

- Você tem que ir pra escola, meu doce. – falei.

- Ahhh dinda. Deixa-me dormir vai. O dindo me leva depois, ele falou. – ok, agora eu estou doida da vida. Será que ele ouviu a conversa? NÃO acredito. Eu quero sumir.

- Vamos Harry. – falou James.

- Ahh paie!

- Nós vamos esperar lá embaixo. Tem roupas na sacola. – Lily apontou para uma sacola de roupas no canto da porta, e saiu do quarto puxando James com ela.

Levantei-me e ajudei Harry a se vestir.

- Paixão da dinda, você vai descendo e diga pra sua mãe que eu ligo pra ela depois, ok?

- Ok!

- Agora me de um beijo anda! – ele riu e me deu um beijo na bochecha, me abraçou, e saiu correndo.

Joguei-me na cama de Sirius. Estava muito a fim de dormir até as dez.

Ouvi o barulho do carro de James ligando, e as portas batendo. Depois um barulho na escada, e Sirius entrando pelo quarto.

Ele ficou parado, encostado na cama, me encarando.

- Que foi? – perguntei colocando um travesseiro dele na cara. Que cheiro bom! Uau!

- Precisamos conversar. – ele disse.

- Ah nem vem! Eu to com sono, e tenho que ir trabalhar daqui a pouco. Depois conversamos. Tchau. – e puxei as cobertas até a cabeça.

Senti a cama afundar. Ele estava deitado do meu lado. O espiei pelas cobertas, Sirius estava encarando o teto.

- Foi mal ontem de noite. Não era pra ser assim.

- Ok. – respondi ainda embaixo das cobertas.

Ele tentou as tirar de mim, o que não adiantou nada.

- Elena. Saia da cama, vamos, olhe pra mim. Você tem de trabalhar também, vamos.

- Ahn, não? – e com um super puxão ele conseguiu tirar a coberta de cima de mim. Ai eu me lembrei de um pequeno detalhe: eu estava com um shortinho e uma blusinha bem curtinha, que eu usava quando ele não estava em casa. E quando eu dormia na minha cama, o que não aconteceu. Mas foi sem querer.

Senti meu rosto corar ao vê-lo analisar desde meu pé até o pescoço, e depois se recuperar e me olhar nos olhos.

- Assim esta melhor. – espero que isso não tenha duplo sentido.

- Hei eu não estou a fim de conv...

Fiquei com as sobrancelhas erguidas, e paralisada, ao vê-lo me puxar e bem, ao me beijar. Na boca. Foi como uma explosão de fogos estivesse acontecendo dentro de mim. Ele estava me beijando! E bom obviamente, quando a língua dele encostou meus lábios, eu dei passe livre para ela, sem pensar duas vezes. Quando nossas línguas se encontraram, eu senti meu corpo arrepiar. Era um sonho! Só podia ser. Vai ver eu vou acordar e encontrar o travesseiro no lugar de Sirius.

No início o beijo estava bem calmo, mas depois, o beijo foi ficando rápido, sabe? Parecia
que não era o suficiente. E eu já estava com falta de ar, quando eu finalmente consegui parar. Afinal, eu tinha de parar. Ele estava com a boca encostada na minha ainda.

- Sirius eu...

- Shhh. Não estrague o momento. – ele disse, senti os lábios dele formarem um sorriso.

Ai o meu celular tocou. ISSO AI! O MEU! Não o dele. O meu, eu vou mandar a m... seja lá quem for.

Sirius me alcançou o celular, que estava atrás dele, não sei como.

- Alô. – falei ainda meio sem ar.

- Elena? Elena! Desculpe se lhe acordei! – ouvi a voz de Karen. – Mas será que você podia vir pra cá agora? Uma aluna morreu, e bom...

- COMO É QUE É? – vi que Sirius deu um pulo da cama ao ouvir meu berro.

- É isso mesmo. Será que você pode vir?

Não precisei pensar duas vezes.

- Estou indo Karen! – e desliguei. Pulei da cama, e já estava abrindo o armário, quando notei que esse não era o meu armário. Não era nem o meu quarto.

Sirius estava parado, sentado na cama, me olhando com uma expressão preocupada.

- Você não vai me falar nada? – perguntou.

Eu o encarei, com lágrimas nos olhos.

- Elena? O que aconteceu? – ele levantou da cama e me abraçou.

- Uma aluna morreu. – ok, eu nem conhecia a menina. Quer dizer, eu não conheço nenhum dos alunos, ainda. Mas sei lá, eu já estava me apegando com a idéia de mandar em uma penca de crianças. e cuidá-las, ser uma dinda, como era de Harry. Afinal, elas só viam os pais no final do mês. E olhe lá!

- E eu preciso ir pra lá agora. – falei entre lágrimas.

Ele riu baixinho e falou:

- Elena, você nem conhece a menina. E já esta chorando. Relaxa garota. Você vai chorar por qualquer pessoa que morrer agora?

O encarei. Ok, eu estava fazendo papel de boba, mas vai lá saber o que deu em mim.

- É que, sei lá, poxa. Meu primeiro emprego, e eu já estou adorando a idéia de ser madrinha dessas crianças. – falei secando as lágrimas.

Ele riu.

- Você não tem jeito mesmo. Mas tudo bem, vá lá se arrumar. Eu levo você.

Ai foi à vez do celular dele tocar. Levantei os olhos, para ver. Ele tinha ficado com uma cara nada boa.

- Alô? – eu preciso esconder esse celular. – Ah, ok, agora? Mas será que você não pode esperar ai?

Foi ai que a ficha caiu. E as namoradas dele? Digo, a que estava com ele ontem de noite? E agora parece que ela precisa vir pra cá. Bem legal. Legal mesmo. Eu sou realmente uma idiota.

Mas não pense nisso agora Elena, você tem de ir lá, e ajudar Karen, que parece estar chorando rios.

Com essa idéia na cabeça, e como já via Karen como uma mãezona, sai do abraço de Sirius, e fui ao meu quarto. Tranquei a porta, liguei o chuveiro e me enfiei de baixo dele. Tomei um banho rápido, vesti um vestido longo, todo colorido, que era grudado ate o umbigo, e depois ia ficando grande. Coloquei uma rasteirinha bege, peguei minha bolsa, prendi os cabelos num meio rabinho, e desci as escadas rapidamente.

Peguei um pacote de bolachas no armário, uma lata de refri, e coloquei dentro da bolsa. Ia comer dentro no metro mesmo.

Ouvi Sirius me chamar uma vez, mas nem dei ouvidos. Resolveria isso depois.



N/A: meninas :l eu nãão sei onde a minha beta se enfiou, então eu tive de betar bem por cima mesmo, perdoem-me :B
mas pelo menos, acho, que dá pra entender, não? :D
espero que gostem do caap!
amei os coments *-* vou ate deixar uma palinha do terceiro cap pra voces! :D ja que o dois demorou mais do que eu previa:

No próximo cap...

- Hei! – disse ao carinha que estava cuidando. Ele devia ter uns vinte anos. Era loiro e bem bonito até. – Será que você pode me conseguir umas três caixas de papelão?

Sorri. Aquele sorriso colgate sabe. E bom, pelo visto eu não estou tão gorda assim. Porque posso dizer que ele ficou meio atrapalhado demais ao me ver sorrir.

- Claro. – e ele sorriu tambem. É ele é gato. Mas não é o Sirius, dizia uma vozinha irritante na minha cabeca. Eu mereço.

Ele pegou as caixas, e me deu.

Eu já estava saindo quando ele mandou:

- Você é nova aqui? – olhei pra tras. Ele estava apoiado na bancada, se inclinando ao maximo, para me ver.

- Sou. – respondi.

- Nome? E idade. Ah e telefone. – ta o cara nem é abusado. Será que ele não quer meu RG também?

Dei risada, Diane estava para lá fora, me esperando. Ela tinha encontrado um professor de não sei o que, e eles ficaram batendo papo.

- Elena, 17, e sinto muito, mas eu moro de favor e odeio meu celular, então não tenho. – e sai, não antes de ouvir ele dizer que se chamava Daivid, e que tem 19. Ok, eu errei. Mas por um ano! Ha. Te mete.

Quando sai do predio...


:x~
era isso \o//

beijoes,
e obrigada de novo! (:

x
S

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