Décimo-Primeiro.



NA: vai ter música nesse que eu vou colocar de noooite :D~

11.



A próxima coisa que me dei conta, foi que a voz estava vindo do andar de cima. No décimo, a porta que daria para o outro elevador, estava aberta.

E ele estava ali. Parado. Com a barba por fazer, e os cabelos mais bagunçados do que nunca. Os olhos azuis brilhando de fúria. E como ele estava bonito. Maravilhoso como sempre.

Pra você ver. Eu estava imaginando. Imagine! Sirius vir me salvar. Será que eu já havia morrido?

Apertei os olhos, para tentar enxergar melhor, mas o único resultado que isso teve foi aumentar as minhas dores.

A próxima coisa que eu soube, foi que mais vozes foram ouvidas. Eu estava cansada e com dores. Não queria saber de mais nada. Queria ficar sozinha, pensando que Sirius estava ali, e ia cuidar de mim.

Só isso.

Mas não era isso que estavam fazendo. As vozes aumentavam, misturando-se com choros e berros. Até que eu ouvi barulho de elevadores, e aquela sirene de policia.

O peso sobre o meu corpo foi tirado de cima de mim. E quando aquela voz que me fez despertar, sussurrou junto aos meus ouvidos:

- Elena... Elena, eu te amo. Tudo vai ficar bem. Eu estou aqui... Agüente firme. – foi que eu me deixei apagar. O meu anjo estava ali.

Eu estava, sem duvidas, protegida, sobre o calor daqueles braços.


Abri os olhos lentamente. A minha cabeça ainda doía. Mas meu ombro, apenas latejava. O que pra mim, estava muito bom.

Foi quando abri bem os olhos, que eu avistei minha perna direita erguida. Eu estava - pelo que noite – em uma cama de hospital.

Uma perna quebrada, a cabeça – pelo que eu apalpei – cheia de curativos, mas com todos os cabelos, e o rosto? Ow. Esse eu não queria nem ver, obrigada.

Yeah, eu estava viva. Bem viva! Certo?! E pelo que notei, meu quarto estava virando uma floricultura. Flores de todas as cores, tipos e tamanhos estavam espalhados por ali. Incluindo um enorme urso marrom, que dizia estar com saudades. O rosto de Harry me veio a mente. Só podia ser dele.

Mas estava faltando alguma coisa. Eu já ia abrir a boca para reclamar, quando meu olhar se parou na porta do banheiro. Ele estava ali. Parado, encostado a porta, de braços cruzados, com um sorriso torto e doce nos lábios. Os olhos azuis brilhando mais que nunca.

Quando meu olhar encontrou o dele, ele ergueu as sobrancelhas.

- Você esta tão ferrada. – ele falou fazendo caretas. Se fingindo de brabo.

Meu coração deu um salto. Eu precisara tanto dele... E ele esteve lá. Sempre. Todo meu. Disposto a tudo. E agora, eu também precisava.

Não precisei responder, apenas abri os braços, o esperando. E sem dizer nada, ele caminhou – o que pareceu uma eternidade – sentou-se na beirada da cama, e me abraçou. Forte. Não tão forte, claro. Ele estava todo cuidadoso com o meu tornozelo mais meus hematomas no corpo todo, pelo que ele me contou depois.

Sim! Deixe-me contar a você.

Ele disse que quando viu que eu estava demorando muito pra voltar, foi ate o lava jatos. Lá ele encontrou o Daivid e perguntou de mim. Aí o Daivid – há quem eu mereço agradecer por ter salvo minha vida também – contou que eu pedi o telefone e endereço de Matt. Pra você ver a minha sorte!

E quando Sirius e ele foram atrás de mim, viram os vasos quebrados e o sangue da cabeça de Matt, ficaram desesperados e loucos da vida comigo, no caso do Sirius.

Aí então, como não acharam ninguém em casa, foram para o colégio. E foi ai que avistaram Brad e Karen que estavam lá almoçando, não sei por que, e perguntaram sobre John. Brad respondeu que ele tinha pego a chave do elevador. Foi ai que a ficha, segundo Sirius, caiu.

Ai ele contou tudo aos três, e Karen foi chamar a polícia, enquanto Brad, foi pegar Matthew que estava escondido em algum lugar no campus do colégio. Já Sirius, tratou de ir lá me buscar! Como ele sabia o andar? Oras, fica marcando na portaria.

E daí ele disse que teria matado John ali mesmo, se Brad e Daivid não tivessem o tirado de cima dele, dizendo que Sirius tinha de cuidar de mim primeiro, claro.

Então a policia chegou e levou o idiota do John e o Matthew, claro. Eles que apodreçam na cadeia. Os dois vão responder por homicídio culposo duplo. E adivinhem! Eles tinham um cúmplice! Adivinha! A “Di”! Ela era a informante sobre os horários das garotas, já que ela era secretaria da diretora e sabia tudo!

Ela no caso, vai responder como cúmplice de assassinato. Eles vão ser julgados amanha à tarde. Yeah, rapidez total.

E eu? Bom, Sirius garantiu que eu estava com uma perna quebrada, uma cabeça com três pontos, hematomas por todo corpo, e alguns arranhões, e ah, vou ter alta – se eu me comportar – hoje à tarde!

Yeah, já é domingo.

Enfim, logo depois de eu ficar curtindo o meu namorado, Karen e Brad apareceram, trazendo doces e flores. Eu quase os matei de tanto que me abraçaram e me mimaram. Mas que foi bom, ah foi!

Lily, James e Harry também apareceram. Trazendo presentes, xingões, beijos e abraços. Harry achou irado o lance de ficar com a perna pra cima, e ganhar carinho de todo mundo. Mas não gostou nada quando soube das comidas e remédios pra dor. Muito menos das agulhas. Dessa ultima parte eu também não gostei nenhum pouco. Bem que eu tentei fugir, mas Sirius não deixou.

Alegando que, se eu era forte e corajosa para encarar assassinos e ir a casa deles, e ate dançar com eles, eu deveria agüentar totalmente fácil a picadinha de uma agulha indefesa. Eu bem que teria o mandando longe, se não estivesse com tanta saudade dele.

Sério.

Bom, já era de noite quando foram todos embora me deixando com Sirius, que achou melhor que saíssemos do hospital na segunda pela manhã. Ele quis dormir aqui, e claro que eu deixei. Eu estava morrendo de medo de ficar sem ele. Por isso, enquanto a sala estava cheia de gente, incluindo alunas de minhas aulas de dança, até minha avó! Sim! A velha veio me ver! E me trouxe enormes caixas de chocolate, que maldade! Hahaha.

Ela vai ficar conosco uns dias, você sabe, cuidando de mim e de Sirius. Que, segundo vovó, ainda é uma criança também. Ele adorou a idéia, pois vovó o mima tanto – se não ate mais! – que mima a mim. Sem contar nas comidas e guloseimas que ela faz. Sem duvidas, eu vou engordar ainda mais.

Então, enquanto estavam todos aqui, Sirius foi em casa dar uma geral, tomar um banho e trazer roupas pra mim e pra ele. E alguns travesseiros também.

E todo mundo só foi embora quando Sirius chegou. Ninguém arredou o pé. O que eu achei simplesmente demais. Todos tão preocupados! Oh Deus, como eu os amava.

Quando ficamos a sós, Sirius deitou-se a meu lado, me fazendo dormir.

- Sirius? – chamei baixinho. Eu estava aninhada – na medida do possível – a ele.

Eu estava completamente bem agora, obrigada.

- Sim? – ele perguntou, brincando com os meus cabelos.

- Eu amo você, sabia? – eu já havia dito isso milhões de vezes só hoje. Toda hora, todo momento. Eu precisava que ele soubesse. A idéia de ficar pra sempre longe dele, me deixou horrorizada.

E agora, caso acontecesse algo assim, ele saberia o quão eu amei ele. E pode apostar que é demais. Demais pra por em palavras, em frases, demais mesmo.

Só sentindo se pode saber. E eu queria que ele soubesse. O que ele alegava dizendo que sabia. E que me amava muito mais. O que eu duvido muito. Jura que ele vai me amar mais. Haha.

- Yeah, eu acho que sei, afinal, você não me deixa mais esquecer. – dei lhe um beliscão e ele riu alto. - eu também amo você. Muito, muito. – ele riu e me beijou.

Um beijo cheio de carinho, cuidado e amor.

É eu tenho, totalmente, o melhor namorado do mundo inteiro, eu sei.

Ficamos abraçados ate muito tarde, e dormimos assim, claro. Eu estava me sentindo bem. Uma paz reinava agora. Tudo estava finalmente, bem.

Só faltava, hm, uma coisa...

Uma coisinha, pra ser mais especifica. Mas pelo visto isso era pedir demais. Então, simplesmente, me aquietei. Pelo menos, tentei.


Na segunda pela manhã, Sirius tratou de arrumar as coisas – levar flores pra lá e pra cá, roupas, e derivados – e saímos do hospital.

Eu de muletas, e Sirius com as bagagens. Quando chegamos em casa, Regulus – há quem eu não via a tempos – estava sentado na sala, com ALGUÉM!

Você leu certo. Ele estava acompanhado! Uma garota!

Olhei para Sirius que piscou e sorriu marotamente. Ele pediu que eu ficasse quieta, e subiu rapidamente para largar o resto das bagagens. Quando voltou, ele me pegou no colo, deixando as muletas caírem no chão, e me carregou ate a salinha da TV. Onde me pos sentada em seu colo, enquanto Regulus e a tal garota deram um pulo.

Ela era morena. Os cabelos repicadinhos e castanhos. Ela era um pouco mais alta que eu, pelo que eu pude ver. Os olhos bem pintados eram castanhos. Ela sorriu envergonhada e meio tímida ao nos ver ali. chegando, você sabe, a La Sirius Black.

Ela estava usando calças jeans, com uma blusa em detalhes vermelhos e pretos. Os cabelos estavam soltos e caiam sobre os ombros. Nós pés um All Star vermelho, combinando com a blusa.

- Hei, Regulus! Você não nos contou que tinha uma namorada! – comentou Sirius rindo marotamente.

Dei lhe um beliscão, que o fez fazer caretas e fechar os olhos pra mim. Logo ele me ignorou, e se voltou pro irmão. Há quem ele pretendia, pelo visto, incomodar ate a morte.

Mas eu estava com pena. Não do Regulus, claro. E sim da menina. Ela parecia bem legal. e Sirius estava a deixando, nitidamente, sem graça com suas brincadeiras idiotas.

Regulus fez careta. Ele não estava, de fato, nos esperando. Sorri para a garota, e pisquei. Eu ia revidar.

- Sirius! Pare de incomodá-los. Vamos subir. – falei em tom mandão, me levantando, e tentando, me equilibrar em uma perna só.

Sirius continuou sentado, de mal humor comigo. E eu quase fui pro chão, se a garota-namorada do Regulus não tivesse pulado para me salvar.

Yeah, eu já disse que gostei dela?

- Hei, obrigada amiga. – falei sorrindo.

Ela sorriu nervosa de volta, e me ajudou a ficar de pé. Olhamos então para os meninos e eu revirei os olhos. Estavam os dois, de mau humor. Eu mereço.

Olhei de volta para a garota, e constatei que ela estava tão feliz quanto eu. Digo, de modo sarcástico, claro.

- Que tal um chocolate? – mandei ignorando os olhares perplexos de Sirius ao me ver conversando, com o que ele pensava, ser o inimigo.

- Eu adoraria. – respondeu ela por fim.

- Certo, vamos. – e ela me ajudou a mancar até a cozinha.

Quando chegamos, eu fiquei equilibrada na pia, enquanto ela me alcançava às coisas dos armários. De fato, ela já sabia onde ficava a maioria das coisas. Eu acho que eu andei perdendo alguma coisa, sabe.

- Então, vocês estão juntos? – perguntei tentando não parecer metida nem nada.

Ela ficou em silencio por um segundo, me vendo preparar o café. Quando eu estava disposta a mudar de assunto, ela mandou:

- Yeah. Desculpe aparecer na sua casa assim do nada... Regulus me contou sobre você e o hospital, e eu não queria atrapalhar e...

- Ow! – eu sorri para ela, esperando a água quente descer pela térmica. – Tudo bem, sério. Não de bola para Sirius, ele estava fazendo aquilo só pra incomodar mesmo. De fato, eu não esperava, e pelo visto nem ele, que Regulus fosse arranjar uma namorada...

A garota fez careta, e eu me apressei a continuar:

- Mas! Ele arranjou e devo dizer que eu gostei de você. – ela sorriu para mim. Sorriu de verdade agora.

- Eu também gostei de você, Elle. - desatamos então, a falar sobre os nossos namorados e como, por incrível que pareça, eles tem lá suas coisas em comum.

Até demais, pra falar a verdade.

- Oh, eu não perguntei seu nome! – falei rindo.

- Me chame de Loli. – ela sorriu. – Tenho 18. Antes que você pergunte.

Assenti e continuamos a falar sobre, agora, empregos e faculdade. Estávamos no meio de uma discussão, sobre gravadoras de musica, quando os rapazes decidiram se juntar a nós, parecendo, bem felizes agora.

- Oh, vejam quem decidiu aparecer! – sorri para Sirius, enquanto ele vinha me dar um selinho, e sentar-se ao meu lado. Regulus fez o mesmo com Loli.

- Então, vocês já se conheceram? – quis saber Regulus, olhando para Loli, com o que certamente, era amor. Pra você ver como as pessoas crescem.

Se eu não estava com ciúmes? Nem um pouco! Quer dizer, Sirius Black estava ao meu lado, colega. O que mais eu poderia desejar? Oh é aquilo. Mas enfim, isso não é pra agora, pelo visto.

Então sem stress.

Ficamos os quatro conversando o resto da tarde, só paramos na hora do tal julgamento a qual eu e Sirius tínhamos de ir depor. Regulus e Loli pediram para ir junto.

Caso fosse preciso e etc.

Eu aceitei, com muito bom gosto. Quanto mais melhor, assim eu não ia me sentir tão medrosa la no meio de tantos rostos conhecidos.


Eu, hm, não vou narrar a parte do julgamento. Se você quer saber, foi bem rápido e pratico. Eu falei tudo que tinha pra falar, com detalhes. Depois Sirius, e por fim, esperamos o veredicto. Karen, Brad e Daivid, incluindo os policiais que apareçam lá, também testemunharam. E sem grandes emoções, os três – Matthew, John e Diana – foram condenados.

Vinte anos para cada assassinado. Da uma soma de quarenta anos para cada um. Diana, no fim, pegou trinta, por ser apenas cúmplice, ela não pega a pena toda como os assassinos. Mas eu fiquei bem satisfeita do mesmo jeito, e claro, não deixei de fazer comentários sarcásticos a respeito dela com Sirius, que ficou bem chato comigo depois.


Depois do julgamento, fomos todos para um barzinho comemorar. Todos, incluindo, Lily e James. Harry ficara com a mãe de James, já que eu e Sirius não podíamos o cuidar.

Pode-se dizer que eu estou tremendamente feliz. A única coisa que falta resolver é o meu emprego...

Então, de fininho, eu sai, acompanhada de minhas muletas, e fui falar com o dono do barzinho – que por sinal, fica a três quadras de nossa casa.

Eu o avistei, um senhor velho e careca, parado atrás de um balcão de bebidas, conversando com dois caras. Ele parou de falar, ao me avistar.

- Oras! Mas que diabos, moça! Tão bonita com uma perna quebrada! – abri um sorriso. Elogios eram sempre bem vindos. Ainda mais de perna quebrada, e bom, depois de ser quase morta e chamada de gorda.

- Oh, é a vida. – respondi rindo, o fazendo rir também. Então, sem esperar muito, mandei: - Hm, eu estava pensando, o senhor não estaria interessado, em hm, shows ao vivo? Você sabe, sem muita agitação, algo mais social assim, pra digamos, dar uma mudança no ar. Não todos os dias da semana, em algumas noites...

Yeah, Loli tinha me dado essa idéia hoje de manhã, e de fato eu tinha adorado. Quer dizer, que medicina que nada! Eu queria era cantar. E o que seria melhor do que fazer showzinhos em bar? E nos outros dias, claro, dar aulas de dança. Eu estaria bem feliz assim.

O dono do bar ficou em silencio, perdido em pensamentos. Eu o esperei. Não ousando nem respirar. Eu estava nervosa, e demais.

Por fim, ele mandou rindo:

- Seria maravilhoso! Mas claro que você terá de fazer um teste... – concordei rapidamente. – Certo, certo. Amanhã então, as oito, pode ser?

- Claro! – ele assentiu, e voltou a falar com os outros dois homens.

Eu devia parecer bem confiante para o cara concordar assim, não?! Ou vai ver foi a minha perna e minha carinha de inocente. Yep! Eu consegui!

Dei meia volta e já estava voltando a minha mesa, quando esbarrei em Sirius. Ele estava de sobrancelhas erguidas.

- Onde você estava, senhorita? – perguntou cruzando os braços. Ergui as sobrancelhas sorrindo marotamente.

Ele não sabia sobre meus futuros planos de emprego. E não saberia ate eu conseguir de fato, um bom. Era segredo.

Meu e de Loli, claro.

- Segredo. – respondi, passando pelo lado dele.

Ele me segurou pela cintura, e me puxou para um beijo. Não sem antes dizer que odeia segredos, e que, duvidava que eu ia agüentar e esconder algo dele. Naquela voz sedosa, claro.

Naquela voz que me faz ficar toda dengosa por sinal. Mas dessa vez não ia funcionar. Eu queria fazer uma surpresa pra ele. E não ia abrir a boca mesmo. Custe o que custasse.

Estávamos nos beijando um monte, que nem paramos para dar tchau. Sirius me guiou até o carro, e voamos pra casa.

Digamos que hm, nem deu tempo dele me carregar pro quarto, caso você esteja interessada em saber. Fizemos amor na sala da TV mesmo.

Sirius estava todo cuidadoso com meus hematomas, e perna quebrada. Ele beijou todos os meus roxos. Todinhos. Pra você ver que maravilhoso ele é.

Depois de termos, hm, feito umas três vezes, ele me levou para cima. Pelo visto, Loli e Regulus tinham se dado conta da pressa de nós dois termos saído sem nem dar tchau.

Na cama dele, ficamos deitados abraçados. Eu já estava morrendo de sono. Dormi, claro, nos braços dele...


Acordei no outro dia com um enorme barulho de aspirador, vassoura e derivados. Alguém estava de limpeza. Sirius, que dormia que nem pedra ao meu lado, não pareceu notar.

Ele parecia tão sereno que não quis o acordar. Dei lhe um beijo na testa, vesti a camisa e a samba canção dele, e desci.

Para minha surpresa, Regulus e Loli estavam de faxina. Loli também usava as roupas de Regulus. Sorri ao notar que não fora só eu que me dera bem ontem à noite.

Eles estavam limpando tudo, geral. Tirando pó, limpando janelas, varrendo, passando pano molhado, tudinho. E eu tive que me unir a eles, claro. Afinal, eu havia participado da bagunça da casa.

- Bom dia! – murmurei, já tomando o aspirador pra mim.

Os dois pularam de susto, mas logo sorriram.

- Bom dia! – disseram em coro.

Regulus parecia outro. Estava menos infantil e rabugento. Era agora simpático e divertido. Loli sem comentários! Eu não poderia ter escolhido cunhada melhor. Hahaha.

Limpamos a casa, ate o que pareceu, duas da tarde. Depois, fui chamar Sirius e tomar um banho. Tínhamos combinado de sair para almoçar, para não sujar a casa.

Ela estava limpinha demais. Hahaha.


Fomos a uma churrascaria, e pode crer que mandamos ver. Os quatro. Depois, os dois cavalheiros, decidiram rachar apenas, entre eles as contas. Pisquei para Loli ao notar.

- Oh, que amor eles são! – beijei Sirius que revirou os olhos. Ele tinha mania de pagar tudo pra mim.

E de fato, eu meio que gostava, mas tinha coisas, como por exemplo, roupas e derivados que eu mesma pagava. Ele já fazia demais pra mim.


As oito, eu e Loli mentimos que tínhamos de fazer compras. E de fato, ate que tínhamos, mas não era o motivo central da saída. Ela ia comigo ao teste. Eu estava nervosa demais para ir sozinha, e depois, passaríamos no mercado e compraríamos as porcarias que faltavam: chocolate, refrigerante, pão, doces, bolos. Aquelas coisas que mais comíamos.

Ela estava levando o violão para mim, por causa das minhas muletas e etc. estávamos indo a pé mesmo, porque o mercado é bem ao lado. Então não precisaria de carro, mas enfim.

Eu não sabia bem ao certo que música eu ia tocar. Meus nervos não estavam me deixando pensar direito.

Quando chegamos então, senti meu coração vir a boca.

- Eunãovouconseguir! – falei tão rápido que duvido que Loli tenha entendido.

Mas se você quer saber, ela parecia sim ter entendido. Pois sorriu para mim e mandou:

- Você consegue! Afinal, você ama fazer isso, certo? – assenti incapaz de formular uma frase, enquanto ela me arrastava para os fundos do bar, onde eu faria o tal teste.

Claro que seria sem platéia. Vai que eu cantasse mal. O dono do bar não ia querer ter prejuízo comigo assim. Óbvio.

Loli me fez sentar em um banquinho, tirou o violão da capa, e me entregou. Fazendo minhas mãos o segurarem. Yeah. Eu parecia uma boneca. Hahaha.

Ela cochichou algo com o dono do bar, e ele saiu da salinha. Ficando apenas eu e Loli. E claro, o violão. Bom, eu relaxei total. Poderia treinar, pra depois o tio ver, então estava bem.

Foi então que apareceu uma música a minha mente, e sem dizer nada, bati três vezes meus dedos no violão, e comecei a tocar a melodia.

Loli sorriu para mim e assentiu para que eu continuasse. Ela estava parada a porta, encostada sorrindo e ouvindo a melodia.

O banquinho era bem alto, de maneira que meus pés não alcançavam o chão, nem que eu quisesse.

- Take time to realize,
that your warmth is crashing down on in.
Take time to realize, that I am on your side.
Didn't I, didn't I tell you? – cantando normalmente, e tocando violão.

Tudo que eu sempre sonhei em fazer. Yep!

Em pensar onde eu estava no sábado... Não, melhor nem pensar nisso. Não tem motivos mais. Tudo esta bem. Muito bem! O que falta é eu conseguir este emprego. E depois… ha!

- But I can't spell it out for you.
No, it's never gonna be that simple.
No, I can't spell it out for you…

Acho que eu me esqueci de contar que eu estou de licença no colégio, devido à perna quebrada. Então, como eu não tenho nada pra fazer... Tocar e violão e cantar, novamente, virou prioridade. Perdendo apenas, claro, para Sirius.

- If you just realize what I just realized,
that we'd be perfect for each other,
and we'll never find another,
Just realize what I just realized.
We'd never have to wonder,
if we missed out on each other, now…

- Take time to realize.
Oh, oh, I'm on your side.
Didn't I, didn't I tell you?
Take time to realize, this all can pass you by.
Didn't I tell you?

Foi ai que o dono do bar apareceu, sorrindo. E eu já estava tão dentro da musica, que simplesmente não me importei. Eu sabia fazer aquilo. Eu era boa. Não tinha porque ter vergonha, tinha? Quer dizer, se tudo no final, desse errado, eu ainda teria Sirius, vovó, e meus amigos, claro.

Então, por que ter medo do destino? Se tudo der errado, no final, algo novo saberemos.

- But I can't spell it out for you.
No, it's never gonna be that simple.
No, I can't spell it out for you… - uma das faxineiras, que estava passando pela porta, decidiu parar para ouvir tambem. Ow, tanta platéia assim...

- If you just realize what I just realized,
that we'd be perfect for each other
and we'll never find another.
Just realize what I just realized.
We'd never have to wonder,
if we missed out on each other, but… - quer dizer, três pessoas! Vendo-me cantar! E olhe que eu nem canto bem assim…

O que será que deu nelas? Será que, hm, esta tão ruim assim? Olhei para Loli pedindo socorro. Ela apenas balançou a cabeça de um lado pro outro, como se negando o que eu pensei. Bom, devia estar escrito na minha testa que eu estava, hm, ansiosa e com medo de estragar tudo... Pois alem de Loli, a faxineira fez certo com o dedo pra mim, e o dono do bar sorria feliz da vida. Yep, talvez, acabe, mesmo, dando tudo certo.

- It's not the same.
No, it's never the same.
If you don't feel it too.
If you meet me half way.
If you would meet me half way.
It could be the same for you… - se cantar e tocar não cansa? Pode apostar que sim! Quando eu estava aprendendo a tocar violão, tinha vezes que eu cantava e simplesmente esquecia de tocar. Hahaha.

- If you just realize what I just realized
That we'd be perfect for each other
And we'll never find another
Just realize what I just realized
We'd never have to wonder
If we missed out on each other… - vamos finalmente, para o final da música! Certamente teria ficado melhorzinho se eu tivesse treinado… Mas como foi tudo de úlitma hora… Buenas, até que não saiu tão mal como eu esperava que fosse sair.

- If you just realize what I just realized
That we'd be perfect for each other
And we'll never find another
Just realize what I just realized
We'd never have to wonder
If we missed out on each other, now
Missed out on each other now
Missed out on each other now
Missed out on each other now – e os últimos acordes…

- Realize, realize, realize, realize... – parei de cantar e na hora os três e mais algumas pessoas, que haviam se juntado ao final, aplaudiram. Eu tinha ido bem.

Pelo menos era o que parecia. Olhei para o dono do bar, esperando por sua resposta. Quando ele encontrou meu olhar riu e mandou:

- Garota eu seria louco se não deixasse você tocar! Quando você esta livre? – eu já ia soltar um “sempre”, quando uma voz respondeu por mim:

- Nas quintas e domingos. O resto das noites nem pensar. Ela tem o namorado e os amigos para cuidar, e claro a vó também! – olhei atônita para a dona da voz.

Vovó estava ali parada, sorrindo para mim e para o dono do bar. Olhei para Loli que virou o olhar. Ela tinha chamado vovó! Que por sinal, esta hospedada em um hotel aqui do lado do bar. Imagine! Vovó veio me ver cantar!

- Certo! – o dono se virou pra mim. – mas venha amanha sim? Para abrirmos o grande show! As oito também!

Ele saiu com uma vovó louca para cuidar de meus negócios logo atrás. Como eu sei? Só pela piscadela que ela mandou qualquer um sacaria na hora. Hahaha. Ai, ai!

Voltei-me para Loli que sorria para mim.

- Você a chamou! – berrei rindo.

Loli revirou os olhos e ergueu os braços.

- Ela me perguntou o que diabos você estava aprontando. Ela disse que você estava muito quieta e etc. – e sorriu.

É seria tolice esconder de vovó. Ela acabaria descobrindo. Sirius, também, claro. Porém, ele sabia que pra ele seria segredo. E ai dele se desse uma de detetive comigo. Mas ah.

- Bom, vamos indo! – disse Loli após alguns tempos em silêncio. Eu estava meio perdida em pensamentos ainda.

- Oh, é! Temos que passar no mercado ainda! – ri acompanhada de Loli.

Fomos até a sala do dono do bar, onde encontramos ele e vovó tomando chopp e falando sobre negócios. Pra você ver. Eu e Loli não ousamos nos olhar. Eu ia cair na risada se a olhasse. Por isso, mordendo a boca, me despedi dos dois e sai dali o mais depressa possivel. Loli veio logo atrás.

- Não comente. – falei mordendo o lábio ainda.

Ela riu baixinho.

- Não vou.



NA: ... :B

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