Primeiro.



1.



- Moço? Será que não tem essa calça em um número menor? – perguntou uma garota ruiva que aparentava ter uns 15 anos.

- Menor? – o atendente tinha uma expressão curiosa. – que 36?

Pêra aí. PARA TUDO. Eu acho que ouvi errado. Eu posso ter ouvido errado.

- É. – disse ela sorrindo fraquinho.

Menor que 36 com QUINZE anos? Eu com quinze anos usava 38 e era bem feliz. Alguém me mate.

Olhei para a calça que eu estava segurando. Número 42. Isso realmente é ótimo pra minha auto estima. Que esta LÁ embaixo no momento. Poxa eu tenho 17 anos e já estou no 42! O que sobra pra mim aos vinte? E a minha altura não ajuda em nada. Tenho 1,65m e uso 42, que beleza. Sem contar que já estou nos sessenta e um quilos.

Minha vó vive dizendo que depois dos 17 a gente dá uma segurada no peso. Realmente espero que ela tenha razão. Porque o negócio vai ficar realmente feio se eu passar disso.

Como eu desejava ter ouvido que era bom diminuir o refrigerante e maneirar nas bolachas recheadas. Sem esquecer das frituras. Mas cá pra nós! Quem resisti?! E também, eu nunca fui viciada assim no meu peso, muito menos em fazer uma dieta. São Jorge me livre disso.

Bom, agora, definitivamente, não é a hora de chorar o leite derramado. E como eu estou realmente precisando de uma calça jeans...

Parei na fila do caixa antes que eu desistisse de levar a calca. Fiz uma oração de agradecimento rapidamente, - pelo fato da fila ter andado ligeiro - sem me dar à graça de poder desistir da compra.

- Boa tarde. – disse a moça da caixa sorrindo.

- Tarde. – respondi.

Passado uns cinco minutinhos, lá estava eu, indo em direção a minha casa, com a calça jeans na sacola.

Foi quando meu celular tocou. Parei de andar, para poder abrir a bolsa e o achar lá dentro. Digamos que esta tarefa até que não foi muito difícil, pois logo notei que ele não estava na bolsa. Estava no bolso da minha jaqueta.

- Alô. – falei ao atender.

- Elena? Será que você podia comprar pão? E uns biscoitos? Eu vou me atrasar se for comprar... E não tem absolutamente nada em casa. Você se importa? – é claro que eu não me importo. Afinal, eu estou morando de favor na casa do cara.

Comprar comida é o mínimo que eu podia fazer por ele. Ah desculpe, eu ainda não expliquei isso.

Eu moro com um amigo, ou melhor, com o irmão do meu ex-namorado. Eu sei, isso é super estranho. Nem me fale. Não, nós não estamos juntos. É mais fácil eu explicar desde o início...

Faz uns cinco meses que eu briguei feio com meus pais, por motivos que não estou muito a fim de comentar agora. Meu namorado, Regulus Black, tem um irmão que também saiu de casa, porque adivinhe! Yeah, brigou com os pais. Novidade, não? Devido a isso, a família dele não estava gostando nada do nosso namoro. Eles não queriam uma “rebelde” pro filhinho deles. E Regulus, provando me amar muito, ficou ao lado deles. E disse que se eu saísse mesmo de casa e tal, ele ia acabar tudo.

Simplificando a coisa, eu, obviamente, não mudei de opinião. Sai de casa sim, e levei um pé na bunda de um garoto mimado. Cheguei a mencionar o fato, de que os pais dele viviam empurrando uma tal cantora para cima do Regulus, SEMPRE? Na minha frente, ainda por cima. Sem noção.

Sabendo que eu estava sem lugar pra ficar, e tinha levado um pé na bunda do irmão mais novo, que agora estava praticamente noivo da tal cantora, Sirius Black, me chamou para morar com ele.

Eu recusei obviamente. Afinal, eu nem tenho dinheiro pra ajudá-lo a pagar as contas, ou por comida na mesa. Expliquei isso para ele, e Sirius não se incomodou nem um pouco. Disse que se eu o ajudasse no trabalho dele, ele não se importaria de pagar essas coisas.

Aí claro, eu aceitei de cara. O que é trabalhar pra ele um pouquinho em troca de um lar?

Enfim, acho que é isso. Ah, e sabe, minha vó sempre deposita um dinheiro em minha conta, todo mês. Ela diz que mesmo eu não falando mais com meus pais, ela não deixou de ser minha vó. E que não vai me abandonar assim. Por que eu não estou morando com ela? Bom, ela e meu vô se mudaram pra Portugal. E como eu estava - já fazem hm, meio mês? - no meu último ano da escola, - quase acabando! - eu não quis me mudar... Quem sabe depois.

E minha vó conheceu Sirius há um ano, num churrasco lá em casa. E bom, desde aquele dia ela simplesmente se apaixonou por ele. E ah, devo dizer, que ela confia nele plenamente. Tanto que até concordou que eu morasse com ele. (Sirius mesmo ligou para ela, dizendo que não seria problema, e tal.).

Enfim, acho que isso é tudo.

- Elena? Você está bem? – ah quase me esqueço dele.

- Sim, sim. – falei ao telefone. – Pode deixar que eu compro sim.

- Ok. Vemos-nos de noite. Tchau.

- Tchau. – e ele desligou.

Fui ao super mercado que tinha pertinho de casa, e fiz um super rancho. Paguei tudo no cartão da conta de vovó (ela mesma disse que eu podia usar sempre que fosse comprar comida para mim e Sirius. Era uma forma de ela agradecer a ele, por ter me acolhido).

Bob, o gerente do mercado, me ajudou a levar as compras ali em casa.

- Deixe tudo aí, Bob. – falei indicando a cozinha.

- Claro Ell. – ele largou as compras na mesa. – Bom, vou indo lá.

Sorri para ele e agradeci. Ele abriu a porta e saiu, e eu me certifiquei de trancá-la logo após sua saída.

Sabe como é, bairro movimentado.

Demorei uns quinze minutos guardando as compras nos armários da cozinha, e colocando as coisas de banheiro nos seus lugares.

Após isso, liguei a TV, e deixei em um canal de desenhos. Eu bem que queria ficar ali na sala, os assistindo, mas eu precisava de um banho.

Subi as escadas em direção ao meu quarto, uma suíte, detalhe, e liguei o chuveiro. A casa é bem grande. Foi herança do tio de Sirius, são quatros quartos. Quatro. Dois são suítes, e os outros dois pra hospedes. Ou eram. Um virou o escritório dele, o outro um depósito. No primeiro andar, tem a cozinha, o lavabo, as salas – de jantar e estar que são enormes! – e um banheiro para visitas.

Quando vim morar aqui, a casa era uma bagunça só. Agora esta bem melhor. Não que eu não seja bagunceira. Mas eu passei a controlar os meus impulsos de deixar tudo largado por aí. E parece que o Sirius também começou a se controlar. Devo dizer que dei uns toques femininos na casa. Umas plantas aqui, uns enfeites ali, sabe como é.

Sirius não disse nada, acho que ele até gostou. Afinal, as minhas coisinhas – umas que eu comprei, outras que tinha em casa -, deram um colorido em sua decoração.

Quando desci, já de pijama, Sirius já estava em casa. Estava na cozinha, falando rapidamente ao celular.

- Sempre trabalhando. – eu disse revirando os olhos, e abrindo a porta da geladeira pra pegar o meu suco de laranja.

- Como assim não conseguiu? Eu preciso disso... Não me interessa se ela não deixou, cara... Ahn? Ela o quê?! Ah não, sem mais viagens. Não, agora não. – é, uau. Ele nem é o senhor ocupado.

O espiei por cima da porta da geladeira. É maldade total. Digo, o fato de ele ser um gato. E o fato dos meus hormônios estarem a toda, também. Poxa! Ele é só meu amigo. Amigo. Mas que ele é lindo e gostoso, ah, isso é.

E sim, admito, ele é bem mais bonito que o Regulus, que tem cabelos pretos e olhos castanhos. Tipo, o Sirius tem cabelos pretos também, mas olhos bem azuis, 1,83m de altura, e um corpo de dar inveja. Isso que nem o vejo na academia. É tudo por causa do trabalho dele.

Não são como os de Regulus, que eram tudo “comprados”, digamos assim. Regulus não tinha aquela postura de Sirius, aquele olhar, aquela voz, aquele charme. E eu estou começando a pensar bobagem. Bobagem das grandes.

Sirius notou que eu o espiava e piscou para mim. Falou mais algumas coisas no celular e desligou. Finalmente.

- Desculpe. – ele disse passando a mão pelo cabelo.

- Sem problemas. – respondi dando de ombros, e fechando a porta da geladeira. – Você vai viajar?

Eu não queria que ele pensasse que eu ficasse ouvindo suas conversas, mas poxa, não tinha como não ouvir. E também, eu não estava muito a fim de ficar sozinha por vários dias nessa casona. Não era legal.

Sirius me encarou com aqueles lindos olhos azuis.

- Por quê? – quis saber, com uma sobrancelha erguida, e um sorriso brotando nos lábios.

Ele sabe que eu o vigio. Digo, o cuido, ah, sei lá, você sabe.

- Porque, bom, eu não sei se vou gostar de ficar aqui sozinha. – e vendo que tinha dito bobagem acrescentei: - Com quem eu vou falar? E discutir por causa do controle da TV? E também, sei lá, a casa é meio nova pra mim ainda... - que grande mentira!

Ele riu e balançou a cabeça.

- Elena, - ele é o único que não consegue me chamar pelo apelido. – eu não vou viajar. Eu tenho que cuidar de você, lembra?

- Ah, sim, bancar a minha babá. – falei rindo, e tentando esconder o suspiro de alívio.

Coisa de minha vó - o lance de babá, quer dizer - que tinha o feito prometer que ia cuidar de mim. É por isso veja bem, a gente - eu e Sirius, Sirius e eu - não vamos ter algo a mais, porque ele me trata como a irmã mais nova, ou quem sabe, a ex do irmão mais novo dele, que agora, ele tem de cuidar. Ow, super romântico, não?

- É. – ele concordou. – Não foi nada fácil garantir ao seu vô que minhas intenções eram boas.

Só imagino. Mas pêra aí!

- Você tem/tinha intenções? – perguntei com as sobrancelhas erguidas.

Ele pegou a caixa de suco, que estava vazia, e jogou direto na minha cara. É, pelo visto não são as intenções que eu queria.

Foi aí que a campainha tocou. Deus, só falta ser o R...

- ELL! VENHA ABRIR A PORTA! EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ EM CASA! SEU AMIGO AQUI FORA JÁ ME DISSE! – ele deve estar se referindo há um dos meus vizinhos traficantes. Mesmo que eles tenham essa “carreira”, eles são até bem legais comigo. E nunca assaltaram a nossa casa.

Deve ser porque a minha melhor amiga Lily, namora um cantor super famoso, James Potter. E cara, ele é super popular aqui no bairro. Volte e meia eu ouço os meus “amigos” cantarem suas músicas. James e Lily têm um filhinho chamado Harry. De vez em quando, eu fico de babá dele. É um doce! Eu e Sirius somos os padrinhos. Ah, e Lily é mais velha que eu, antes que você pergunte. Ela tem 21 anos. James tem 22, assim como Sirius.

Lily era uma antiga vizinha minha. Conhecemos-nos desde criança. Sirius e James se conheceram no colégio.

- ELENA! ANDA! SIRIUS VOCÊ TAMBEM! EU JÁ VI SEU CARRO! – Sirius espiou pela janela e deu risada.

Revirei os olhos e me sentei no sofá. Eu é que não vou abrir a porta para ouvir o Regulus dizer o quão irresponsável eu sou, ou o quanto ele me ama, mas teve de fazer isso,- me deixar - porque se preocupa demais comigo. Você sabe. Aquelas bobagens de sempre. Os blá, blá.

Sirius sentou ao meu lado, ainda rindo.

- Ele vai ficar a noite inteira aí. – falou entre risos.

- Eu sei. – fiz careta. Que ótimo.

Isso já tinha acontecido antes. Na semana passada, para ser mais exata.

- Ele está fazendo isso para você me mandar embora. – comentei espiando pela fresta da janela. – Sabe, vai ficar enchendo o saco.

- Duvido que funcione. – respondeu Sirius dando de ombros. – Não vou mandar você embora por causa dele. É até bem legal chegar em casa e ter companhia.

Tá, assim eu me apaixono. Sério. Ele disse que a minha companhia é boa. Ai, ai, ai.

- Bom, eu preciso sair. – disse Sirius, levantando de novo. – Se ele ainda estiver aí quando eu voltar, vou chamar a polícia e mandar guinchar a BMW nova dele.

- Obrigada. – falei meio sem jeito, com um sorriso bobo nos lábios.

O quê? A culpa é dele oras. Ninguém mandou me deixar assim. Uma bobona que baba por ele. Demais. Mesmo.

- De nada. – e subiu as escadas para trocar de roupa.

- ELENA! ANDA! VOCÊ ESTÁ SENDO RIDÍCULA! SAIU DE CASA E VEIO MORAR AÍ COM O SUPER SIRIUS? VOCÊ NEM FAZ O TIPO DELE, CARAMBA! ABRA A PORTA DE UMA VEZ! – ah é, eu não faço o tipo do Sirius. Tinha quase esquecido desse detalhe.

Liguei a TV bem alto, para não precisar ouvir os berros de Regulus. Mas infelizmente, Sirius tinha razão. Ele ia ficar por aqui a noite toda se fosse preciso.

Sirius desceu as escadas, com uma cara nada agradável. Passou direto pela sala, sem me dizer uma palavra e saiu porta a fora, a batendo depois de passar.

Notei que os gritos de Regulus silenciaram. O que será que estava acontecendo? Espiei novamente pela janela. Sirius já tinha saído com sua moto. E Regulus continuava parado com cara de bunda ao lado de fora da casa.

Passado uns cinco minutos, ele estava berrando de novo. Mas que saco.

Caminhei com passos largos em direção a porta e abri. Dei de cara com Regulus de boca aberta, pronto para começar a gritar de novo.

- Ell. – ele me abraçou. Nota mental: lembrar de tomar um banho com desinfetante assim que eu voltar pra casa.

- Dá pra você PARAR de berrar na MINHA PORTA? – perguntei tentando sair do abraço dele.

- Isso aí gata! Põe ordem na casa! – berrou um dos traficantes, que estava parado ao lado de seu carro importado, assistindo aquela cena.

- Mas Ell, amor, eu... – haha. Faz-me rir. Agora eu sou amor.

- Amor o escambau. Vaza daqui antes que EU chame a polícia. – e entrei em casa, batendo a porta na cara dele.

Eu sei, eu sei, educação mandou lembranças. Mas digamos que eu estou realmente fula da vida com ele. E por ele estar certo. Digo, em relação ao fato de eu não ser o tipo de Sirius.

As garotas que Sirius costuma sair são umas espécies de nerd's magricelas. Tiram notas de dar inveja e estão cursando faculdades super concorridas e importantes.

Já eu, estou no meu último ano de colégio, - acabado pra dizer a verdade -sem saber direito o que quero da vida e claro, sem dinheiro. Precisando de um emprego, tipo já. Para poder comprar coisas para mim, sem precisar ligar para a vovó e pedir-lhe emprestado.


Subi para o meu quarto, desejando sumir. A única coisa que eu fazia, além de ir ao colégio toda santa manhã, era fazer compras para a casa. Eu estava precisando de um emprego. Ganhar o meu próprio dinheiro, sabe? Isso ajudaria muito ao meu ego. Que ultimamente estava no fundo do poço, sem uma luzinha de esperança.

Atirei-me na cama, e logo adormeci.

Acordei no outro dia com uma fome do cão. Tomei um banho, vesti uma calça jeans, e uma blusa branca e desci.

Sirius já estava de pé, como de costume, e adivinhe! Falando ao celular. Eu ainda jogo esse celular longe. Longe mesmo! Juro.

Ele tinha uma cara preocupada, e falava mais rapidamente do que o normal. Estava encostado no balcão da cozinha. Tentando se servir de cereal, sem virar.

Revirei os olhos, e peguei o cereal da mão dele, e servi no prato direitinho. Sem fazer sujeiras. Ele ficou surpreso ao ver o que eu tinha feito, mas agradecido ao mesmo tempo. Como eu sei? Ah, bom, ele deu aquela piscadinha chata.

Abri o armário da cozinha, peguei uma lata de refrigerante e um pacote de bolacha recheada. E aí, bom, eu mandei ver.

Quando Sirius finalmente saiu do telefone, eu já tinha consumido bolachas demais. Fechei o pacote, e o guardei no armário.

- E aí, qual é o caso dessa vez? – perguntei enquanto lavava a louça que já estava se acumulando na pia.

- Pra que você quer saber? – Sirius era detetive particular. E bom, nunca me dizia no que estava trabalhando. Ele sempre me lembrava que devia manter sigilo sobre as coisas de seus clientes e blá, blá, blá.

- Curiosidade. – dei de ombros.

- Bom, sinto lhe informar que devo...

- Manter sigilo. Sei, sei. – o interrompi. Afinal, já sabia de cor e salteado esse discurso.

Ele sorriu para mim e mandou:

- Carona pro colégio?

- É, eu agradeceria. – lavei o último copo, e coloquei na secadora. Desliguei a torneira, e me virei para olhá-lo. – Mas eu não tenho aula hoje. Tenho na verdade, manicure daqui a pouco.

- Como não tem aula? – digamos que ele adora bancar uma de pai.

- Não tendo. – respondi. – Conselho de classe. Ou sei lá como se chama aquilo. E também, minhas aulas acabaram na sexta passada. Agora a única coisa que tenho de fazer é estudar pro vestibular.

- Ah, bom, se você tiver alguma dúvida no estudo, sabe que pode me chamar. – ele sorriu.

- Pode ter certeza de que eu vou chamar. – sorri. – Ah, e antes que eu esqueça, de noite o nosso afilhado vem pra cá.

- Vem? – perguntou ele com um sorriso lindo se formando nos lábios.

Ok, apesar de Sirius não admitir, eu sei que ele baba pelo garoto. Dá pra ver pelo brilho que os olhos dele adquirem só de olhar pro Harry. Garanto que ele vai dar um ótimo pai. Digo, o Sirius.

- Aham. Lily e James vão ao cinema, parece. – respondi casualmente, agora secando os pratos. – Você vai ficar em casa?

Aposto que vai.

- Claro! – viram? Se eu não tivesse dito que o garoto ia vir pra cá, garanto que ele ia sair. Yeah, com alguma miss nerd e de emprego bom.

- Legal. – respondi e olhei para o relógio. – Ei vamos indo?

Ele também olhou para o relógio e concordou.


- ... E bom agora temos uma vaga lá no colégio. Não é um grande salário, sabe? Mas eles estão procurando alguém jovem para substituí-la. – estou sentada em uma cadeira, de frente para a manicure, que está fazendo francesinha em minhas unhas.

Uma mulher, de uns quarenta e poucos anos, está conversando animadamente comigo. Contou-me que trabalha na cantina de um daqueles colégios, que mais parecem internatos, super chiques, em que as crianças até dezessete anos moram. Ah, e eu bom, visto que ela tinha me contado uma penca de coisas sobre ela, contei sobre mim também. Digo a briga com meus pais, o meu ex-namorado, sobre o irmão dele, tudo.

- Deus! Karen, será que você podia me dar o endereço? – pedi sorrindo.

- Claro meu amor! – ela fala comigo como se eu fosse filha dela.- Vou ajudá-la a conseguir este emprego.

- Nem sei como agradecer. – disse ainda sorrindo. Não tinha como evitar o sorriso. Finalmente, parecia que as coisas iam se ajeitar!

Mal podia esperar a hora para contar pro Sirius e pra vovó!

Ela pegou meu endereço, e disse que ia passar depois do almoço para me pegar e me levar para conhecer o tal internato.

Almocei rapidamente, e lá pela uma, já estava sentada do lado de fora de casa, nas escadas, esperando Karen. Tínhamos combinado por volta da uma hora. Até porque, a uma e meia ela tinha de estar lá, para trabalhar, claro.

- Vamos, vamos! – ela disse ao meu ver.

Entrei no carro e lá fomos nós.

Bom, pra resumir esta parte, eu tive uma entrevista com o reitor do internato, ele perguntou porque eu queria um emprego, e aquele blá blá blá, expliquei tudo, digo sobre o fato dos meus pais e etc. No início eu pensei que podia, quem sabe, pular esta parte. Comentei com Karen, e ela achou melhor eu contar a verdade.

O reitor, que se chama John, me ouviu atentamente, e até disse que se eu precisasse de alguma coisa, podia pedir para ele. Ele disse que ia ficar sendo uma espécie de dindo para mim. O que bom, convenhamos, foi totalmente legal da parte dele. Após a conversa, fiquei na cantina, junto de Karen, aguardando a resposta.

John disse que ia ter de falar com a diretora, Jade, e depois me daria à resposta.

Eu não tinha falado com Sirius desde manhã. Era bem estranho. Porque geralmente eu ligava no almoço para falar qualquer coisa e para ouvir a voz dele, óbvio. Mas isso ahn, fica só entre nós.

Comentei isso com Karen, que há esta altura do campeonato já sabia de tudo. Tudo mesmo. E já tinha sacado que eu estava a fim bem, do irmão do meu ex-namorado.

- Ell, - diz ela sorrindo bondosamente. – tenho certeza de que ele gosta de você.

- Como amiga. – completei. – Ou vai ver, sente pena de mim, afinal...

Nossa conversa parou por aí, porque John caminhava a passos largos em direção a mim e Karen, acompanhado de perto por uma mulher de uns 1,70m de altura, bem magra, de cabelos pretos, que iam até a sua cintura, e olhos castanhos.

Foi então que reparei no visual de John, ele usava roupas de cor caqui. Nada de preto, como Jade, que usava um terninho preto e uma calça combinando. Sem contar nos sapatos de bico fino.

Logo me senti mal vestida. Afinal, estava com jeans que ia até embaixo dos joelhos, um tênis Nike bem grandão – de skatista, sabe? -, e uma blusinha branca, que deixava um pedacinho da minha barriga aparecendo. Nada demais.

- Ell, - começou John, com aquela sua voz profunda. – seja bem-vinda a Hogwarts!

Ah, então esse era o nome do tal internato, bom saber.

Mas pêra ai. Ele disse bem-vinda? Quer dizer que eu consegui? Não acredito!

Abri um enorme sorriso e disse:

- Obrigada John! – e sem me conter, o abracei.

Ele pareceu meio constrangido com isso, mas logo deu tapinhas em minhas costas, e eu o soltei, ainda sorrindo.

Jade tinha um sorriso frio no rosto e disse:

- Bom, eu me chamo Jade. Sou a diretora, como John já deve ter lhe informado. – assenti com a cabeça. – Você vai ser diretora-assistente, ou seja, a minha assistente.

- Certo. – concordei. Sabe, pela cara dessa tal Jade, já não gostei dela. O que bom, é um problema, visto que ela é minha chefe.

Garanto que quando contar esse detalhe a Sirius ele vai dar um daqueles discursos que eu não devo julgar as pessoas sem ao menos conhecê-las. Mas cá pra nós, todo mundo já notou que ela não vai com a minha cara. E bom, eu também não vou com a dela, nem um pouco.

- Você começa amanhã de manhã. – e com um aceno de cabeça, ela saiu caminhando.

John piscou para mim, e saiu atrás dela.

Olhei para Karen que tinha um sorriso tão grande quanto o meu e dei um berrinho de felicidade.

Ela me abraçou.

- Viu! Eu sabia que você ia conseguir! – disse ela rindo.

- Obrigada Karen! Obrigada mesmo.

- Não há de que, menina. – ela me deu um beijo na testa, e acrescentou: – Ligue pra ele.

- Ahn?

- Pro Sirius. – ela disse bondosamente. – Conte as novidades.

Sorri amarelo. Acho que Karen não tinha entendido que Sirius trabalha demais, e que bom, eu não estava a fim de atrapalhar o trabalho dele, ou seja lá o que ele está fazendo, e com quem.

- Conto de noite. – disse para ela. – Bom Karen, eu vou indo, tenho de me preparar para amanhã, e para meu afilhado que vai ficar conosco hoje.

Ela concordou e me abraçou de novo.

- A gente se vê amanha então! Mande um beijão a seu afilhado, e a Sirius. Estou louca pra conhecê-lo! – ela riu, enquanto eu revirava os olhos. - Se cuide minha pequena.

- Pode deixar. – e com um último sorriso, me virei, e saí em direção a porta.




N/A: woooow :B primeiramente: desculpem a demora. Eu e minha beta2 estavamos nos desencontrando :P então finalmente esta ai o cap \o/
Nããão, esse não é o meu prefeiro :O acho que deixou meio a desejar, mas enfim, é so o primeiro :D os outros são mais legais, prometo o/ aposkaposkapo

Mas enfim! Vamos aos comentários lindos *-*

Chiiara Evans: gooooooria! *-* amei os coments! :D aposkaposkapo ee aii, nem sei como agradecer, o primeiro coment sempre é o mais uau *-* valeu mesmo! De coração :D ahh, é baseado no livro da meg sim ;D eu adoro³³³ os livros dela :B mas enfim, eespero que tu goste da fic! (: e continue ai, acompanhando o/// obrigada de novo! Beijões! :*

Gaby Black: meninaa! :D quem não ama? Aoskaopskaop ;D são todos maravilhosos *-* postarei logo siiim! :D desculpa o atraso :O culpa tudo das betas! Paksaopk porque eu tenho até o nove escritos ;D nhamis vamos ser repetitivas: espero que tu goste! Serio mesmo :D e que continue acompanhando, ok? *-* e obrigada³ por comentar! Beijões! :*

Céiia Black: girrrrrrrrl :P comentários lindos assim ate deixam a gente com mais vontade de escrever paskoaopksaop *-* obrigaaaadaaaaaaa! Espero que tu gostee da fic! :DD postarei rápido sim senhora :D Beijões! :*

Julinha Potter: juuuuuuu :D ai de ti se não gostar poaskpaoskaposkapo :p thanks por comentar, amiga :* amo (l)

Lú Wells: luzona :D esse teu wells me lembra wiill, que me lembra que tu é apaixonada por ele (yyy) sentiu a lógica da menina? Poaskpoksapo *-* aaaaaaai paixão! Não fique de mal! Eu ate esqueci paoskpoaskp :P sabe que eu te amo né? :* (l)

Buenas, acho que é isso :D o próximo cap vem assim que a minha beta voltar de viagem :B se ela demorar demais, eu mesma beto :P

Obrigada mais uma vez pelos comentarios *-* vocês são umas fofoletis apaixonantes! :D amei³

Beijos,
E ate o próximo cap o/~

S

p.s: biiiiiiia, amor obrigada por betar *-* (lll)

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