Terceiro.



3.



- Ah Elena! Que bom que você veio. – disse Karen ao me avistar. Ela ainda tinha lágrimas nos olhos, segurava um lencinho ja todo molhado.

- Conte-me Kah, o que aconteceu? – perguntei dando lhe um abraço.

- Bom, disseram que ela estava brincando de surfe no elevador. Você sabe como é. – sei, sei muito bem. Eu já, por acaso, fiz essa brincadeira. Não que meninas costumem brincar claro, mas eu sempre tive curiosidade de ver como era. Mas deixemos isso de lado.

- Sei. Sei bem como é. – falei soltando um muxoxo. – Mas mesmo assim, ela não sabia o que estava fazendo? Poxa.

É eu estava braba. Afinal, se não sabe surfa no elevador, então não tente. Tem que ter o gingado, sabe como é. E bom, na época com certeza eu tinha. Mas enfim, esquece.

- Não sei, não sei. – disse Karen com soluço. – Mas poxa, ela não tinha jeito de fazer isso sabe? Ela era tao boazinha!

Tive vontade de perguntar pra Karen se eu parecia o tipo de menina que fazia. Mas confesso, que fiquei receosa de saber a resposta. E desisti.

- Será? – perguntei pra Karen. Ela assentiu com a cabeça.

Bom, acho que vou dar uma espiadinha depois, na ficha da tal aluna, que por um acaso, eu esqueci de perguntar o nome. Uau. Grande detetive eu sou. Ainda bem que não é isso que eu pretendo cursar. E também, não acho que Karen esteja mentindo, porque pensando bem, meninas não costumam fazer surfe no elevador. Não as meninas certinhas, pelo menos.

Eu já ia abrir a boca para perguntar o nome da garota, quando Karen falou:

- Alicia Johnson. – ok, isso foi estranho. Muito estranho. Levantei as sobrancelhas, e vi que não era pra mim que ela estava falando. Era com Brad, o segurança. Ele tem uma cara bem simpática.

- Ahh, lembro-me dela. Costumava estar sempre com um punhado de livros da biblioteca. – Ok, isso sim é demais. Essa menina com certeza não faz surfe de elevador. Bom, tenho que ir lá trabalhar. Tchau Karen, e tchau garota.

Ele disse abanando para mim. Sorri para ele e disse tchau. Karen virou-se para mim e falou:

- Mas que diachos aconteceu com você? Esta tão quieta. – é ela fez a pergunta mágica. E obviamente estava tudo entalado na minha garganta, e bom, a coisa simplesmente saiu. Pra ser mais exata. Você sabe. O negócio do Sirius.

- Eu sabia! – dizia Karen feliz da vida. – Ele gosta mesmo de você! Eu sabia! E deixe de ser boba garota. Com certeza ele queria explicar de ontem a noite, mas você nem o deixou falar.

É, isso fazia sentido. Mas mesmo assim. Não vou dar esperanças a meu coração. Não agora. Quem sabe quando eu chegar em casa, e comer uma barra inteira de chocolate. Quem sabe.

- Sei. – falei sorrindo amarelo.

- KAREN! ELENA! VENHAM AQUI, POR FAVOR! – berrou a vaca, digo, a diretora. A minha chefe.

- Sim? – dissemos juntas, ao chegar perto dela.

- Esta uma confusão enorme aqui. – ela disse para mim. – E logo no seu primeiro dia de trabalho, desculpe.

- Sem problemas. – falei.

Ok, claro que tem problema. Primeiro: eu estava dando uns amassos em casa. Segundo: eu já ia mandar ele longe, mas quem se importa? Terceiro: quem deu meu celular para elas? Ou melhor, quem deixou? Quarto: meu horário é das NOVE até as seis da tarde. Não das OITO E QUINZE ate sei lá quanto tempo vai dura essa coisa.

Mas ok, eu cai na real total, ao ver uma menina chorar. Abrir o berreiro, literalmente.

Karen, vendo na direção que eu olhava, disse:

- É a colega de quarto de Alicia. Ou melhor, era. – e ela começou a chorar de novo. E lá vem outro lencinho.

Eu sei que estou sendo meio fria, mas poxa! Meu primeiro dia e já tem gente morrendo.

Jade, ignorando o choro da menina e de Karen, disse:

- Bom, Elena, essa é uma boa – claro que poderia ser de outro jeito. – oportunidade de você conhecer a nossa escola.

Concordei com a cabeça. E vamos ao trabalho.

- Bom, preciso que você vá ao quarto da garota, e bem, tire seus pertences de lá. Os pais dela, não estão em condições. – Deus, obrigada por eu não ter conhecido a menina. Eu ia pirar demais se conhecesse. – E depois, vá a minha sala com eles. A Diane vai com você.

Diane? Olhei em volta, e vi uma loira bem alta se aproximando de mim. Ela usava óculos, o cabelo preso num coque, bem apertado por sinal, e um vestidinho – meio fora de moda – azul-marinho. Ela sorriu para mim e se apresentou:

- Hei! Ouvi falar muito de você. – ela sorriu em direção a Karen. – Sou Diane Lenne, mas pode chamar de Di. – ah certo. Ela estendeu a mão pra mim. – Sou psicóloga. E você é Elena, sim?

- É, Elena Montez. – apertei a mão dela. – E bom, sou diretora-assistente, e quem sabe um dia, estudante de medicina.

Ela sorriu.

- É, bem, você tem perfil de médica. – ahn? Essa eu não entendi. Mas deixa pra lá.

- Bom, será que as senhoritas podem se apressar? – perguntou Jade.

- Claro. – disse eu, puxei Diane junto. Porque, veja bem, ficar na companhia da bruxa ali afeta a cabeça sabe.

- Diane, digo Di, você pode me mostrar onde fica o almoxerifado? – perguntei gentilmente.

Ela pareceu achar estranho, e acrescentei:

- Afinal, se vamos ter de pegar as coisas da garota, temos de colocá-los em alguma coisa, né? – ela pareceu compreender.

- Ah realmente. Siga-me. – ta eu acho que pulei uma parte.

Quando eu cheguei, eu nem entrei no prédio. Sim é um prédio de uns vinte andares. Este prédio é onde os alunos dormem. Atrás dele, há três prédios menores, mas bem mais largos, onde é o colégio, a lancheria, a biblioteca, essas coisas de colégio.

Bom, o único predio que tem elevador, é o dos dormitórios. Ou seja: a menina tinha morrido em um daqueles poços. Balancei a cabeca, tentando tirar isso da cabeça.

Nós contormamos o prédio, e chegamos aos três pequenos. Entramos num que se dizia: B, deve ser de A a C. No primeiro piso do prédio, estava o almoxerifado.

- Hei! – disse ao carinha que estava cuidando. Ele devia ter uns vinte anos. Era loiro e bem bonito até. – Será que você pode me conseguir umas três caixas de papelão?

Sorri. Aquele sorriso colgate sabe. E bom, pelo visto eu não estou tão gorda assim. Porque posso dizer que ele ficou meio atrapalhado demais ao me ver sorrir.

- Claro. – e ele sorriu tambem. É ele é gato. Mas não é o Sirius, dizia uma vozinha irritante na minha cabeca. Eu mereço.

Ele pegou as caixas, e me deu.

Eu já estava saindo quando ele mandou:

- Você é nova aqui? – olhei pra tras. Ele estava apoiado na bancada, se inclinando ao maximo, para me ver.

- Sou. – respondi.

- Nome? E idade. Ah e telefone. – ta o cara nem é abusado. Será que ele não quer meu RG também?

Dei risada, Diane estava para lá fora, me esperando. Ela tinha encontrado um professor de não sei o que, e eles ficaram batendo papo.

- Elena, 17, e sinto muito, mas eu moro de favor e odeio meu celular, então não tenho. – e sai, não antes de ouvir ele dizer que se chamava Daivid, e que tem 19. Ok, eu errei. Mas por um ano! Ha. Te mete.

Quando sai do predio, Diane já estava sozinha. Ela sorriu ao me ver.

- Vamos? E por que você esta rindo? – perguntou ela curiosa.

- Daivid. – respondi dando de ombros.

- Ele é uma graça. – ela disse. A olhei de sobrancelhas erguidas.

- Quantos anos você tem? – perguntei casual.

- 21. – respondeu ela. – E sim, eu estou fazendo estágio aqui. Ainda não me formei, antes que você pergunte.

Sorri, bom isso era legal, alguem jovem para conversar.

Caminhamos de volta pra o prédio de dormitórios, que há esta altura estava coberto de seguranças, e policiais. Reparei que a maioria das criancas devia ter no máximo 15 anos. Nem sabiam o que era surfe no elevador. Ok, claro que sabiam. Elas não sao burras. Mas duvido que tentem algo tão idiota assim antes dos 16. é foi ano passado que eu fiz isso. E foi só uma vez.

- Deixe-me entrar tio!– dizia uma garotinha com duas chucas no cabelo castanho, e oculos. Ela tinha um jeitinho mandao e CDF. – Eu PRECISO pegar um trabalho ai dentro!

- Desculpe senhorita. – disse o policial educadamente. – Mas ninguém pode entrar no prédio.

- E se eu tirar zero? Só por causa de uma garota estupida que estava brincando de surfar! Poxa! – é, ela tinha uma certa razão em estar assim. Digo, braba.

- Sinto muito. Mas você não vai entrar. – respondeu ele.

Jade apareceu e tentou mandar todo mundo de volta pra aula. O que funcionou muito bem com os pequenos. Os estudantes da minha idade, acho que já estavam de férias. Afinal, temos vestibular. Então, nossas aulas acabam antes.

- Vamos lá gente! Voces tem aula! E quem continuar aqui fora, vai ser no minimo, chamado a minha sala com a participação dos pais.

Isso foi suficiente para que ate os mais bagunceiros, calasem a boca e voltassem para a aula. Reparei que a única que parecia convencida que não ia aredar o pé dali, era a tal menina. Revirei os olhos.

Jade não tinha a visto ali, pois logo foi chamada por John, para acho, conversar com alguém que chegou. Será que seriam os pais da garota? Bom, se fosse, com certeza estava mais que na hora de eu e Diane irmos buscar as coisas dela.

Virei-me para entrar no prédio, quando vejo que a garota ainda esta lá, tentando em vão entrar.

- Di, segura aqui. – dei as caixas de papelão para Diane.

- Ok. – respondeu ela meio confusa.

Fui até a tal menina e a peguei no colo. Olhei para o policial que tinha um sorriso de agradecimento no rosto.

- Hei, eu sou Elena, diretora-assistente – mostrei meu crachá, não falei dele? Ah, bom, Diane tinha me falado sobre ele quando estavamos indo ao almoxerifado, e disse que ela mesmo os fazia, já tinha minha foto e tudo. -, vou levar a mocinha aqui para pegar seu precioso trabalho e a diretora me pediu para que eu e Diane – apontei ela com a cabeça. – fossemos recolher os pertences da menina.

Ele concordou com a cabeca.

- Certo. Mas traga a senhorita ai de volta, depois ok? Não a deixe perambulando pelo prédio sozinha.

- Pode deixar. – sorri para ele, chamei Diane, e entramos no prédio.

Coloquei a pirralha no chão. Ela estava com uma cara nada legal ao me ver.

- Quem você pensa é? – ah ok. Eu a ajudo e é isso que recebo? O educação.

- Alguém que salvou uma nota sua. – respondi casualmente. Foi então que ela ergueu a cabecinha e me olhou. Acho que ela pensou que eu fosse outra pessoa, porque:

- Você é nova? – perguntou ela curiosa. É ela pensou que eu era a outra diretora assistente.

- Sou. – respondi.

- Ah! Legal! E a propósito, obrigada. – disse ela sorrindo. – A outra jamais faria algo assim. Ela era bem chata pra falar a verdade. E vivia implicando comigo.

A encarei. Ela era até bem bonitinha pra uma garota tão mandona.

- Ah, bom, vai ver ela era uma vaca. – comentei sem querer. A menina deu risada.

- Sou Helen Smithy. E estou na quarta série. – se todos alunos forem assim, bom, digamos que eu vou me apegar demais a eles.

- Prazer, Helen. Eu sou Elena Montez, pode chamar de Ell, e pretendo passar em medicina. Digo, no vestibular, você sabe. – ela concordou.

- É, vou torcer por você Ell. – ela disse ainda sorrindo. Ok. Eu vou me apegar demais assim. Eu conheco a menina a uns cinco minutos e já estou considerando uma filha. Isso não vai dar certo.

- Hei! Vamos ou não vamos? – perguntou Diane, que tinha parado na portaria para pegar a chave do apartamento da menina falecida. Afinal, a colega dela estava na aula. Ou no dr, não sei o que.

- Vamos. – dei a mao para Helen, que havia a estendido pra mim, e subimos de escada.

- Que andar é? – perguntei como quem não quer nada.

- Quinto. – graças a Deus!

- Ufa! Ia ser uma mao danada subir ate o os outros sem elevador. – é nada de elevador. Afinal, a menina estava no poco ainda. Senti um arrepio só de pensar.

- E o seu fofoleti? – perguntei a Helen.

- Segundo. Eu odeio alturas, ai eles me deixaram no mais baixinho.

Ok, para uma garotinha que tinha sido bem mandona e mal educada, ate que ela sabe ser apaixonante. Quando eu casar, vou querer ter uns três no minimo. Filhos. Você sabe.

- Façamos assim então, vamos juntas ao quinto, pegamos as coisas da garota, e depois voltamos ao seu, ok? – eu é que não ia deixar ela circular por ai sozinha.

- Certo. – ela respondeu. A cada andar que subiamos, senti que ela ia apertando mais a minha mão.

Não pudi deixar de sorrir.

- Quantos anos essa garota tinha? – perguntei pra Diane, assim que chegamos ao andar.

- Se não me engano, 15 ou 16, acho que 15. não sei bem ao certo. – ela respondeu.

Segurei as caixas para ela poder abrir a porta do apartamento. Eram mais ou menos uns dez ou mais por andar, não sei ao certo.

Logo que ela abriu a porta, entramos. Helen ficou bem longe da janela.

Demoramos mais ou menos uns vinte minutos para juntar todas as coisas.

Depois, cheias de caixas, descemos. Ate Helen estava ajudando a carregar algumas coisas que não couberam nas caixas. Lembrar de sempre levar umas cinco caixas, caso aconteca isso de novo, o que eu NÃO quero que aconteca de jeito nenhum.

Diane, continuou em descendo em vez de parar no segundo, pois disse que quanto mais rapido fossemos, menos a Jade iria se irritar.

- Larguei a caixa no segundo andar, e fui com Helen, pegar o seu trabalho. O apartamento dela sem duvida era muito mais arrumadinho do que o da menina que morreu. Era tudo vermelho com branco, ela tinha muitos livros, e bichos de pelúcia. Tinha até um vasinho na janela, com duas flores brancas.

- Lindo quarto. – disse, me sentando na cama dela.

- Obrigada. – ela respondeu cordialmente. Olhei para o lado da companheira de Helen. Estas pelo visto eram bem amigas, pois tudo combinava. Não era como no quarto que haviamos visitado a pouco, que uma era totalmente do rock, e a outra de musica classica.

Ela pegou o trabalho, que estava em cima do armário, e descemos.

Desta vez eu carreguei as coisas que Helen tinha trazido lá de cima. Não queria que ela amasse o trabalho.

Quando chegamos ao primeiro andar, ela me deu um beijo na bochecha, e disse:

- Até logo Ell! Nos vemos amanha né? Se cuide! E mais uma vez obrigada! – e saiu correndo em direção aos outros predios.

Ok, esta menina estava se tornando uma filha pra mim. E cara, eu tenho 17 anos! Acho que é a falta que sinto das minhas irmãs pequenas. Eu sempre fui apaixonada por criança. Segundo meu horoscopo, todos leoninos são assim. Admiradores das crianças. Eu com certeza babo por elas.

Eu estava quase caindo com aquelas benditas duas caixas, que agradeci baixinho ter visto Daivid correr em minha direcao.

- Hei! – ele falou sorrindo. – Quer uma mão ai?

- Só se forem duas. – respondi rindo.

- Crto, certo. – ele riu e pegou uma das caixas.

- Valeu mesmo. – falei pra ele. – Ah, e você sabe onde fica a sala da cobra, digo, da diretora. – xinguei baixinho. Não devia ser tão desbocada assim! Vai que é só eu que tenho implicancia com a mulher!

Mas para o meu grande alivio, Daivid deu risada.

- É somos dois que não curtimos ela. Venha comigo. – o segui, o escritorio dela ficava lá atras tambem, mas no predio A. Era para meu alivio, no primeiro piso.

Daivid entrou comigo, largamos as caixas onde já havia uma, a que Diane estava trazendo. Para o meu alivio a chefe não estava lá.

Sai correndo com Daivid, para o caso de ela aparecer. Sabe como é.

- Então, qual é a de estar trabalhando aqui? – perguntou ele.

Agora já estavamos caminhando normalmente.

- Dinheiro. – respondi dando de ombros. – Preciso ajudar a pagar o aluguel e tal.

- Você mora sozinha? Show! – ele assoviou.

- É não bem sozinha, na verdade é até bem engracado. – e ploft. Lá estava eu contando sobre a briga com meus pais, o meu ex, e aquela coisa toda.

- Ell, você é doida. – ele concluiu. Sem deixar de sorrir.

Sorri para ele.

- Mas e você trabalha aqui por?

- Detenção. – ele falou fazendo careta.

- Mas você já não acabou o colegio? – perguntei incredula.

- Claro que já! – suspirei. – Só que, tipo, se você é bolsista aqui, você tem de ajudar a manter o lugar em ordem sabe? E bem, eu não fiz isso. E de castigo eles prenderam meus historicos do colegio. Mesmo eu já tendo passado no vestibular! E ai eu não posso me matricular sem os historicos, saca? – assenti. – Então, em troca dos históricos, eu tenho de trabalhar aqui dois anos. Este é o meu último, gracas a Deus!

Eu ri.

- Mas eles podem fazer isso? – perguntei curiosa.

- Claro, eu assinei um papel idiota quando entrei aqui, só que bom, não tinha lido tudo sabe como é. – sorri.

- Sei. Mas e ai você conhecia a tal garota? – perguntei, referindo-me a Alicia.

- Não. É tanta gente. Eu já tinha ha visto uma ou duas vezes, com aquele monte de livros dela, mas nunca falei.

Não me surpreendi. Afinal, uma garota que vive cheia de livros e é toda certinha e curte musica classica, bom, é dificil ser popular como as outras.

Mais um motivo para ela não ser capaz de fazeer surfe no elevador.

- ELENA! – ah não! Fiz uma careta para Daivid ele riu e revirou os olhos.

Virei-me, e dei de cara com Jade.

- Até que enfim garota! Pensei que tivesse resolvido pular do elevador também. – haha, engraçadinha.

- As coisas já estao todas onde a senhora pediu. – falei sorrindo amarelo.

- Certo, obrigada. Agora voce pode ir pro seu “escritorio”. – e saiu.

Ok, tem um pequeno probleminha: eu não sei onde é o meu escritório.

Olhei para Daivid que entendeu na hora. Ele me pegou pelo braço, e me levou até o prédio dos dormitérios.

- Bom, já vi que sobrou pra mim explicar o seu serviço. – ergui as sobrancelhas. – você tem de ficar no predio dos dormitorios, cuidando do bem estar das crias. Assim, se eles tem alguma reclamacao, eles escrevem em um papel, e colocam dentro de uma caixa que ha la na recepcao, você já vai ver onde. E cabe a você resolver o problema da criatura. Ou tentar. Bom, se alguem é pego surfando no elevador, geralmente, você vai ser chamada. – ok, agora eu sou uma especie de baba? De umas 500 criancas? Legal. Onde esta a arma? Eu quero me matar. – não se preocupe, eu sempre vou junto. – pelo menos isso. – e que mais? Ah é! Você tem assistentes! Eu, e mais seis criancas. Essas seis sao bolsistas. Elas ganham um trocado por ajudar você e coisa e tal. Enfim, uma delas cuida a correspondencia, e a outra as chaves. Cada dia é uma dupla.

Ele merece um beijo! Sério! Só ele pra me explicar tudo.

Fiquei na ponta dos pes para poder dar um beijo na bochecha dele.

- Obrigada! Mesmo! – ele deve ter 1,80m de altura, por ai.

Vi que ele meio que corou, mas não deixou que isso aparecer muito.

- Se eu sempre for ganhar um desses quando te ajudo, acho que vou comecar a ficar do seu lado o dia todo. – ha engracadinho.

Ok, ele ajudou ao meu ego agora. Que estava lá embaixo, você sabe, pelas calcas, e agora, bom, agora ele com certeza subiu.

- Bobo. – mostrei a lingua pra ele. – E ai? Você não vai me mostrar a tal sala?

- Ah é! – ele puxou minha mão, e entramos no prédio.

- Bom dia Daivid. Bom dia moreninha. – disse Brad ao nos ver.

- Bom dia! – cumprimentamos.

- Ah, eu me chamo Elena – falei a Brad. Ele sorriu. – pode chamar de Ell.

- Certo, senhorita. – ele piscou para mim.

Sorri para ele, e continuei a andar com Daivid.

- Parece que ele gostou de você. – comentou.

- Quem não gosta? – perguntei rindo.

Daivid riu.

- Convencida. – e paramos de andar. Vi que tinhamos chegado a um balcao de recepcao, que nem em hotes sabe? – ai esta. Sua mesa.

Ergui as sobrancelhas.

- Certo.- respondi, pegando um papel que tinha em cima do balcao.

Lista de tarefas

~ fazer uma lista telefonica e deixar pendurada na recepcao, com o numero dos: bombeiros, ambulancias, delegacia de policia: estupro, roubo, sequestro; farmacia, e teles entregas de: pizza, hamburguer, cachorro-quente e ____ .
~ fazer uma lista sobre quem tira a chave, e a que horas tirou e que horas devolveu, e pra que.
~ colocar um pote de preservativos, reservado, apenas para estudantes maiores de quinze anos.

Qualquer duvida entrar em contato com John Sanders, reitor chefe.

Atenciosamente,
John.


Li a lista em voz alta para Daivid. Ele estava dando risada.

- É parece que você vai ter de trabalhar. – ele olhou no relogio. – E eu tambem. Você sabe, se a cobra me pegar aqui, ela me morde. Nos falamos por ai.

Ele piscou para mim e saiu porta a fora, em direção ao almoxerifado.


Já era uma hora da tarde, quando eu finalmente tinha feito as duas listas, e explicado aos dois ajudantes do dia. Eles não gostaram muito da ideia, de ter de ficar anotando informações, mas logo cederam.

- Ell, você não vai ir almocar? – perguntou Karen vindo em minha direção sorrindo.

- Ah, até esqueci disso! – notei que estava com uma fome do cão.

- Venha menina, vamos lá comer. Preparei algo especial pra você! – eu arranjei um emprego E uma familia pelo visto.

- Ei Brad, venha almoçar conosco! – o chamei quando estavamos passando pela porta.

- Já estou indo Ell. – ele sorriu.

- Certo! – berrei de volta.

- Então esta gostando? – perguntou Karen.

- Adorando! Tirando a parte da menina morta, coitada. Conheci Di e Daivid, eles são uns amores! – Karen me olhou com as sobrancelhas erguidas.

- Daivid é. Um garoto muito bom sim. Mas essa tal Di, não sei, eu não cruzo com ela. – disse Karen numa voz meio fria que nem reconheci como sua.

- Hm, bom, eu nem tenho tanto contato com ela mesmo. – dei de ombros. – Ela anda sempre atrás da Jade, e bom, eu evito encontrar a chefe.

Karen riu e disse que eu não tinha jeito. Nos sentamos na cantina, que já estava vazia, afinal, a hora de almoco dos alunos acaba dez para uma.

Daivid estava comendo ali ainda. Ele e outro rapaz que eu não conheço.

Perguntei a Karen e ela disse que era Matt, o filho de John. É olhando agora até que eles são bem parecidos. Matt é moreno e tem olhos castanhos, assim como o pai.

Daivid piscou para mim ao me ver. Sorri para ele, e me sentei com Karen e Brad, que chegou logo atras de nós.

- Comida! – pediu ele rindo.

- Eu quero também!– falei sorrindo.

Karen riu e correu para buscar o que tinha feito para nos.

- Então crianca, esta gostando do trabalho? – perguntou Brad sorrindo gentilmente.

- Claro. Tirando o fato da menina...

- É bom, deixemos isso para lá. – é eu bem que gostaria. Foi ai que eu lembrei: eu ainda não tinha checado a ficha dela. Droga! Vou fazer isso logo depois de almocar. Afinal, Sara, a minha ajudante do dia, que tem 14 anos, ficou lá no meu lugar enquanto eu vinha almoçar.

Karen logo chegou com nossa comida, e posso dizer que estava simplesmente divina! Disse isso para ela, e ela deu risada e disse que costuma cozinhas para gemte sempre.


Antes de voltar a minha sala, dei uma passada na sala da diretora, que estava almoçando fora, pelo que a secretaria me disse. Ela me deixou entrar na sala da diretora, ao ver meu cracha. Dei uma lidinha basica na ficha da menina, e não tinha nada demais. Olhei a foto e lembrei de Daivid dizendo que nunca tinha falado com ela. Bom, agora eu sei porque. A unica coisa na ficha dela, era que ela foi chamada para uma reuniao com a diretora, e outra com Di, no mesmo dia. Segundo a ficha, a menina não podia receber visitas masculinas no quarto.

Sai da sala da diretora, agradeci Camile, a secretaria, que disse para tomarmos um chá um dia desses, afinal, ela tem 18 anos. Ela disse que era bom ter alguem jovem pra conversar. Concordei com ela, e disse que conforme passasse o problema com a menina, tomariamos um cha.


Quando bati a coisinha que não sei o nome, na hora de sair do trabalho, dei tchau a Brad, que ia ficar por ali mais uns dez minutos ate o outro seguranca chegar. Karen já tinha ido. Ela fora logo depois do almoco, pois tinha de visitar a mae que estava doente.

Daivid saia mais cedo que eu, e não foi milagre saber que ele saia correndo daquele lugar. Afinal, ele devia estar ali desde pequeno.


~

N/A: *-* wwwwwwooooooooooow :D capas novas on, gostaram? (:
ta ai mais fic x)
esse cap eu deixei o sirius loooonge³ :x porque nos outros ele vai aparecer. em todos praticamente :P então pra não enjoar dele (yyy)

cara *-* que amores os comentarios! eu simplesmente amei³³³³ demais *-*brigada² de coração fofoletis :D vocês são 10³³³ \o//

eeeeenfim, espero que tenham gostado 8}

Beijões,
e até o próximo cap :D
o/~

x
S

p.s: siiiiiiim pra ti Mahzinha (lll) :*

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