Firebolt em ação



3> Firebolt em Ação

Harry e Hermione subiram passaram pela cabine telefônica, caminhando silenciosamente pela rua movimentada dos trouxas. Finalmente, depois de um longo período de silêncio, Harry falou:
_ Mione... o que, exatamente aconteceu?
_ Eu sei, Harry! Com certeza você está muito arrependido, mas agora não...
_ Não, Hermione! Eu realmente não sei o que aconteceu. Me diz.
Hermione fitou o olhar no amigo. Será que Harry estaria ficando louco? Acabara de enfrentar o ministro, quase proferira um soco bem nas fuças, e ainda não se lembrava? Mione olhou, preocupada, e falou:
_ Você levantou a mão pra ele, Harry! Disse que iria ter muito prazer em fazê-lo sentir dor. Não se lembra? Realmente não se lembra?
_ Sinceramente, não. Eu não entendo... por que ele iria fazer isso? Tirar o meu cargo e entregá-lo ao Draco!
_ Tudo bem, Harry! – falou Hermione, tentando esquecer o delírio do amigo – Você será professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts. Está tudo...
_ Como assim? Ele não me disse nada sobre isso. – Harry ficou pensativo e, finalmente entendeu – Hei, você sabia o que ele iria me dizer. Sabia que eu seria despedido! Sabia que colocariam Draco no meu lugar!
_ Olha, Harry. Pensa no lado bom. Você vai voltar para Hogwarts. E, se serve de consolo, eu irei atuar lá, também. Querem que eu... bem, claro que eu não posso lhe dizer, não é. Ou eu não seria uma inominável.
_ Certo... enquanto isso, eu cuido de pirralhos! Eu não passei por tudo nessa vida pra terminar ensinando criancinhas! O que mais me irrita é que, Draco conseguiu fácil, o que eu e meu pai lutamos para conseguir.
_ É, eu sei. Seu pai também era chefe dos aurores, não é mesmo? – Hermione parou um instante e, em seguida, exclamou – Harry! O jogo hoje a noite! Temos que nos apressar!
_ Hei, acalme-se! Ainda são duas da tarde.
_ Acalmar? Você sabe quantos lugares disponíveis estão vagos uma hora dessas? Um evento desses não é pra se chegar na hora, Harry! Não é nenhuma festa. É o jogo da Inglaterra!
_ Eu, er... antes tenho que ir ao Caldeirão Furado. – falou Harry, lembrando-se do antigo compromisso – eu tenho uma pessoa para levar.
_ Ótimo, me encontre às cinco horas na entrada do Térreo de Londres.
_ Certo. Estarei lá.
_ Até mais.
E, dizendo isso, Hermione aparatou, e nenhum trouxa despreocupado percebeu que, bem na frente de seus narizes, uma garota nada normal desaparecera como pó. Segundos depois, Harry também desaparecera. Segundos depois, aparatou no Caldeirão Furado, onde muitas pessoas estavam enlouquecidas e eufóricas, à espera do jogo do século.
Procurou por Yvee por todos os lugares. Harry supôs que, talvez, ela tivesse ido sem ele, afinal, todos já estavam partindo para assistir o jogo. Subiu ao seu quarto, apressado, trocou-se e, em menos de uma hora já estava pronto. Ele olhou seu relógio de pulso, que indicava três horas e oito minutos. Correu até o balcão do bar, onde combinara com Yvee e esperou a jovem durante algum tempo.
O tempo foi se passando, e nada de acompanhante. Harry consultou seu relógio mais uma vez. Quatro e quinze. Sabia que deveria estar no Térreo de Londres às cinco horas. Foi nesse instante que seu coração apertou. Não havia ninguém no Caldeirão Furado, nem mesmo Tom estava lá (não haveria problema em abandonar o bar, já que nenhum bruxo trocaria um jogo de quadribol por uma caneca de vinho). Harry, além disso, não tinha a menor noção de onde era o Térreo de Londres. Ele nunca foi muito ligados a esse tipo de coisa. Mesmo vivendo nesse mundo há algum tempo, sempre havia alguma novidade para ele. Só lhe restava torcer para que algum bruxo atrasado aparecesse do nada.
Faltavam apenas dez minutos para as cinco horas, quando Harry sentiu uma fragrância de rosas contagiando o ambiente. Yvee vira da direção do pátio onde o muro de tijolos ocultava o Beco Diagonal. Seu vestido de cetim branco contrastava com as estampas de unicórnio douradas, que se movimentavam frequentemente. Seu cabelo castanho estava preso em um coque, deixando uma pequena franga à frente da orelha.
_ Desculpe-me, Harry! – falou ela, eufórica – Esse vestido demorou um século para ficar pronto. Depois dizem que a loja da Malkin é de categoria. Sinceramente!
_ Sugiro que saiamos agora mesmo! – falou Harry, admirando a beleza encantadora da acompanhante – temos que correr. Ah, antes que eu me esqueça... onde é o Térreo de Londres?
_ Como? – Yvee fez cara de espanto, mas, quase que instantaneamente, começou a rir untuosamente – Harry, vocês realmente me surpreende. Venha. Segure-se em minha mão. Vou aparatar nós dois até lá. Hilariante, Harry!
Yvee mal esperou Harry estender a mão e foi logo esticando o braço para envolvê-lo no braço do Harry, como um perfeito casal. O jovem bruxo tentou esconder a vergonha e o rosto púrpura, mas Yvee tinha uma ótima percepção.
_ Não fique assustado, Harryzinho! Eu não mordo.
E, dizendo isso, o casal desapareceu no ar.
Harry, por outro lado, não tinha percebido que, bem a um canto do bar, um homem baixinho e calvo estava à espreita, observando minuciosamente cada movimento de Harry Potter. Seu sorriso macabro foi o último ato vivo de alguém dentro do bar, até o homenzinho desaparecer.

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Harry e Yvee aparataram num beco normal, que dava numa rua de trouxas. O beco fedia queijo suíço e peixe, seus muros altos marcados por manchas de graça e tinta de piche. Estavam parados de frente à uma lata de lixo sem nenhum detalhe peculiar. Era apenas isso: uma lata de lixo.
_ Bem, Harry. É por aqui. – falou Yvee.
_ Como assim? – perguntou ele, confuso – uma lata de lixo? Vamos entrar numa lata de lixo?
_ Nada é o que parece, Harryzinho. Venha.
Yvee tirou sua varinha de dentro do decote do vestido e, com três golpes de leve sobre a tampa do lixo, falou:
_ Rompheus!
Imediatamente, a tampa se abriu e um macaco lilás saltou da lata. Observou o novo casal de bruxos e, com um leve sorriso, falou:
_ Olá, queridos espectadores, sejam muito bem vindos ao campeonato mundial.
_ Olá, Rompheu. Harry – falou Yvee, se dirigindo ao acompanhante – os ingressos por favor.
_ Ah, sim... claro.
Harry tirou dois ingressos do bolso e entregou-os ao macaco. Este observou a cicatriz na testa do jovem e exclamou, extasiado:
_ Você! O famoso Harry Potter! Não me digam! Quanta honra! Estou aqui a tantos anos que já nem sei o que tem se passado lá fora! Quanta Honra, Sr. Potter, quanta honra!
_ Er, obrigado. A honra é toda minha. – respondeu Harry, com seu habitual constrangimento.
_ Vamos, Harry! Temos um jogo para assistir.
Imediatamente, a lata se liquefez e deslizou até a parede, tomando a forma de uma porta espelhada. Rompheu enfiou sua cauda na fenda da fechadura e abriu a porta. Yvee e Harry entraram, muito entusiasmados.
_ Cuidado, meus pequenos. Tudo pode acontecer. – disse Rompheu, antes que a porta se fechasse.
Havia uma escada de pedra que dava numa segunda porta, no subsolo da cidade. Levaram cinco ou seis minutos para descer completamente a escada. A porta se abriu magicamente, mostrando à Harry a cena mais emocionante que já vira em toda a sua vida. Haviam milhares de arquibancadas, um campo de Quadribol de grama verdíssima, luzes douradas faiscando acima do estádio, e milhares de torcedores gritando, eufóricos. Antes que eles pudessem entrar na arena do jogo, uma mão segurou o braço de Harry.
_ Hei, Harry! Estamos aqui!
Harry se virou. Hermione e Rony estavam a um canto, perto de uma porta que, aparentemente, dava ao camarim e aos camarotes.
_ Rony!
_ Harry!
Os dois amigos se abraçaram, muito felizes. Ainda que três meses não fosse tanto tempo assim, para os amigos, equivalia a uma temporada inteira longe um do outro. Harry ficou feliz, afinal e contas, o trio mais ousado de toda a história do mundo bruxo estava junto novamente.
_ Hermione, Rony... quero que conheçam Yvee. – apresentou Harry à acompanhante.
Hermione e Rony olharam a moça, um tanto desconfiados. Após cumprimentarem Yvee, lançaram olhares cautelosos à Harry, que se defendeu imediatamente:
_ Hei, somos só amigos! Nada mais do que bons amigos.
_ Não se preocupem. – disse Yvee sorrindo – Ele ama Gina Weasley. Ele fala tanto nela que eu a conheça sem antes me apresentar.
_ Pois bem. – falou Rony, aliviado – ela está no camarote que eu reservei à vocês. Vamos, então?
_ Camarote? – Yvee pareceu um tanto surpresa e, ao mesmo tempo, desapontada – não é a mesma coisa quando se está junto daquela aglomeração eufórica! É muito mais emocionante.
_ Ora, Yvee! – falou Harry – Não vamos perder essa chance, não é mesmo. Afinal, não posso fazer desfeita à um convite do meu melhor amigo.
Yvee ficou observando as arquibancadas, seu olhar fixo em duas cadeiras vazias em meio a tantas outras. Pensou e falou, num tom quase desesperado:
_ Não podemos ir até o camarote. Temos que ficar na arquibancada. Por favor, Harryzinho!
_ Venha conosco, Yvee. – falou Hermione – faremos muita algazarra lá nos camarotes também. Só para saber, os Gêmeos Weasley estão lá.
_ Vamos, subir então. – falou Harry, se dirigindo à porta da escada, que dava para os camarotes.
Yvee ficou observando as duas cadeiras vazias, como se tivesse perdendo uma chance única.Suas mãos tremiam em desespero. Queria estar lá. Hermione olhou a garota, meio desconfiada e, por fim chamou:
_ Venha Yvee. Temos uma partida de Quadribol para assistir.
E, dizendo isso, Yvee desgrudou seus olhares aflitos da arquibancada e subiu as escadas com o olhar fundo, seus dedos entrelaçados e sua aparência nitidamente preocupada. Hermione intrigou-se com a atitude mas, após conhecer superficialmente a garota, percebeu que era apenas mimo, e aquela atitude era de uma mimada cuja vontade não foi realizada.
Ao chegarem no patamar superior da escada, Rony se virou para os amigos e falou:
_ Pessoal, subam a próxima escada, à frente. Eu fico aqui mesmo, no camarim. Tenho que me preparar para o grande jogo.
_ Boa sorte, Rony. – desejou Harry, dando um segundo abraço no amigo – vença, como nos velhos tempos.
_ Pode ter certeza que sim. – Rony deu um selinho em Hermione, um aceno à Yvee e sumiu por detrás de uma cortina púrpura, que escondia o camarim.
_ Bem, vamos continuar. – falou Hermione.
_ Hei, Mione. – falou Harry – Rony estreou como apanhador, certo?
_ Sim. Mas ele se mostrou um artilheiro muito mais eficiente. No último jogo, ele fez mais de trezentos pontos com a goles.
_ Uau! – exclamou Harry – ele me surpreende a cada dia.
Caminharam um pouco mais até chegarem a uma porta de carvalho, envernizada, com ornamentos e maçaneta dourados. Ao entrarem, soltaram um “Oh!” em resposta ao requinte do local. Tudo estava perfeito, os objetos sem utilidades enfeitando a sala com seu magnífico brilho dourado, flores cor-púrpura que emanavam fragrâncias que, de alguma forma, traziam excitação e uma vontade bizarra de gritar “Viva, Inglaterra!”.
Harry foi ao encontro de Gina e abraçou-a como queria ter feito a três meses atrás. Eles se beijaram e, após alguns segundos matando a saudade, Harry puxou a namorada para apresentá-la a Yvee, sua mais nova amiga.
_ Gina, esta é Yvee Valentine. Yvee, esta é Gina Weasley, minha namorada.
Yvee se apresentou, aparentemente desconcertada. Alguma coisa desde o momento em que Harry se negara sentar-se com ela na arquibancada, a deixara muito nervosa. Hermione só teve um pensamento lógico, e óbvio. Não, não poderia ser... ou talvez...
Fred e Jorge foram ao encontro do grupo que chegara a pouco. Harry foi recebido pelos gêmeos com tapinhas nas costas e abraços calorosos. Eles se viam quase sempre durante a estadia de Harry no caldeirão Furado. Ele sempre fazia questão de visitar Gemialidades Weasley. Arthur e Molly Weasley vieram ao encontro dos recém-chegados. Após cumprimentos e apresentações, todos se acomodaram e, ansiosos, esperaram o início da partida. Harry consultou o seu relógio. Eram quase oito horas, horário em que começaria a partida. Harry deu uma segunda olhada no campo. Visto de cima, era ainda mais emocionante. Algo, entretanto, estava errado. As equipes já deveriam ter aparecido com seus respectivos mascotes. Mas nada, a não ser o vento gélido e a euforia dos torcedores, enchia o campo de quadribol. Algo estava muito estranho.
Passados dez minutos, a torcida estava demonstrando certa insatisfação. Eram oito e dez e o jogo nem começara. Todos sabiam que, quando se tratava de Quadribol, pontualidade era um fator primordial. A porta do camarote, naquele momento, escancarou com um baque ensurdecedor.
_ Harry! Por favor! Harry, precisamos de Você!
Rony estava suado, seu rosto lívido e aparentemente desesperado. Harry saltou do assento e foi em direção ao amigo, preocupado.
_ Hei, Rony! O que aconteceu?
_ Flinter.... Falks Flinter... não apareceu... ele é o nosso apanhador... – ofegava Rony – você precisa fazer alguma coisa... você tem que ser... o apanhador do time...
Harry encarou o amigo, estupefato. Harry, apanhador da Inglaterra? A princípio, Harry supôs que Rony levara um balaço em cheio na cabeça, mas, em poucos segundos, todo o time da Inglaterra saltara por detrás de Rony, todos muito desesperados.
_ Harry! Harry Potter! – exclamou Newton McNister, o goleiro do time – precisamos de você. Sei que você é um ótimo apanhador! Seu talento em Hogwarts... se não , vamos perder!
_ Como assim? – Harry demonstrou desespero maior que o amigo, afinal não queria tamanha responsabilidade, mas também não queria ver a Inglaterra desclassificada – Eu? Mas...
_ Vamos, Harry! McNister teve uma ótima idéia. Você é um ótimo apanhador! Precisamos de você!
_ Mas eu... ah, bem... eu não jogo há três meses, caramba!
_ Ou isso ou ficamos sem apanhador! Aí, sim, a derrota é certa!
Harry ficou pensativo. Salvar o time seria ótimo mas, e se ele os decepcionasse? E se passasse pelo maior vexame bem no meio do estádio? Era arriscado. Mas aquela cena de um bando de homenzarrões com cara de chorões tocara o coração de Harry.
_ Muito bem, então... – falou Harry, respirando fundo – onde está o meu uniforme?

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Harry estava no vestiário, ao lado do camarim. Enquanto colocava as botas e as luvas de couro de dragão, ficava relembrando da primeira vez que pegara o pomo. Durante muitos anos Harry deu à Grifinória a taça das casas, o título de Quadribol. Enfim, fora um aluno exemplar, apesar de todas as confusões que causava toda vez que resolvia ronda a escola durante a madrugada.
_ Vamos, Harry. – falou Rony – estamos pronto.
_ Já estou indo.
Harry se levantou, pesaroso por não ter trago sua firebolt. Rony, por outro lado, sabia que a eficiência do amigo seria muito maior voando em uma vassoura mais rápida.
_ Hei Harry. Acalme-se. Hermione aparatou até o Caldeirão. Trará a sua vassoura em...
_ Olá, rapazes. – falou hermione, invadindo o vestuário – Harry, aqui está sua vassoura. Firebolt em ação, Harry!
_ Valeu, Mione!
Harry pegou sua vassoura e, pela primeira vez em muito tempo, sentiu o mesmo frio na barriga, misturado à empolgação de voar. Harry deslizou a mão sobre as cerdas aparadas e, com um lenço que conjurara, retirou uma mancha minúscula sobre o cabo.
_ Agora, sim. – falou Harry – estou pronto.
Rony e Harry se juntaram aos outros do time e, assim que ouviram o apito, alçaram vôo e foram em direção ao gramado verdejante. Imediatamente após isso, vários torcedores vestidos de vermelho começaram a gritar, suas vozes ferindo o silêncio que cobria o campo segundos antes. Uma voz desconhecida ecoou mais alto sobre todos.
_ Preparem-se, pessoal! O jogo mais esperado do ano vai começar! Inglaterra versus Alemanha! E temos um convidado especial no campo! Harry Potter, o apanhador substituto da Inglaterra!
Todos, inclusive torcedores da Alemanha, assobiaram e bateram palmas sinceras. Harry percebeu que toda a sociedade bruxa, em qualquer parte do mundo, tinha grande admiração por ele. Nenhuma pessoa em sã consciência teria a ingratidão de vaiar no momento em que Harry entrasse no campo.
_ Harry! – gritou Rony a uns noventa centímetros de distância – não deixe o apanhador da Alemanha chegar muito perto do pomo! Ele tem braços longos, alcançaria com facilidade! É o Simon Weltsher! Ele também tem uma firebolt! Preocupe-se apenas com ele! Terrence e Will (rebatedores da Inglaterra) são ótimos, vão te proteger a todo custo! Esquive do rebatedor da Alemanha, Franz Kirsten! Ele é muito violento! Vai fazer de tudo pra te derrubar da vassoura e parecer um lastimável acidente! Boa sorte!
_ Entendido, Rony! Boa sorte para todos nós! E que vença o melhor!
_ Ou seja... – completou Rony.
_ Inglaterra! – falaram ambos em uníssono.
Finalmente a partida começara. O juiz, Derick Marchal, lançara a goles e, o pomo, estava voando por aí, em algum lugar. Imediatamente, Rony subiu com sua Firebolt e, fazendo uma espiral em volta dos artilheiros da Alemanha, pegou a goles e voou rumo aos aros.
Harry estava eufórico. Borrões multicoloridos voavam a toda parte. Houve um instante em que um balaço quase o atingiu, mas Will arremessou-a contra o goleiro do time adversário, fazendo-o se esquivar, dando a chance perfeita para Rony marcar o primeiro ponto.
_ Dez a zero para Inglaterra! – gritou o locutor – Que espetacular! A Inglaterra está jogando com uma tática d união sem igual! E Harry Potter, o que fará agora!
Ao ouvir isso, Harry parou de admirar o dom de Rony no Quadribol e passou a procurar o pomo. Viu Franz voar para todos os lados, enquanto o pomo estava bem atrás dele. Desesperado, Harry usou sua velha tática. Mergulhou com sua Firebolt, fingindo ter avistado o pomo. Dessa maneira, Franzo seguiu, distanciando-o do pomo. Harry girou com a vassoura, escapando de dois balaços que o seguia furiosamente. Levantou vôo e, imediatamente, avistou o pomo. Tinha que fazer o que era preciso. Apertou o punho, segurando sua vassoura com firmeza e acelerou até o pomo. Seus olhos lacrimejavam, enquanto Franz estava em seus calcanhares.
_ Trinta a zero para Inglaterra! Isso está incrível! Uma disputa de elites! – gritou o locutor – Vejam! Potter e Kirsten estão a toda velocidade! Parece que avistaram o pomo!
Harry esquivou de um outro balaço que, por pouco, não atinge o nariz de Franz. No momento em que o pomo mergulhou, Harry repetiu o movimento, dando a ele uma velocidade maior. Se o pomo continuasse descendo, talvez Harry alcançasse a bolinha dourada antes do tempo previsto. Ergueu o braço e sentiu o leve farfalhar das asas da pequena bolinha. Estava bem perto. Não poderia perder, não assim! Estava perto demais do chão, iria colidir. Alçou vôo novamente, e Franz repetiu o movimento. Tinham perdido o pomo de vista.
Meia hora se passou, e nada de pomo. O jogo estava num disputa muito acirrada. Cento e sessenta pontos para Inglaterra, contra cento e trinta da Alemanha. Harry voou para cima do estádio na tentativa de fazer Franz segui-lo, mas o outro apanhador já tinha sacado a tática de distração. Rony fez mais dois gols depois disso, deixando Inglaterra com cento e oitenta pontos. Estavam na dianteira, mas Harry conhecia o talento de Franz, se ele encontrasse o pomo, a Inglaterra perderia.
Harry piscou na tentativa de amenizar a interferência do vento frio. Nesse instante, um pequeno instante, Harry viu. Um brilho dourado acima de sua cabeça. A luzinha mergulhou e, num ato impensado, Harry fez o mesmo. Franz, por outro lado, não repetiu o movimento. Inacreditável! Kirsten pensara ter sido um movimento de distração de Harry, e continuou voando a uma distância de dez metros, procurando o pomo. Harry deslizou para frente da vassoura, seguro apenas com uma mão, enquanto a outra estava a cinco centímetros de distância do pomo. Um balaço veio em sua direção e, novamente, Will o salvou. Estava bem perto, quase chegando. Sentiu seus dedos encostarem-se ao corpinho minúsculo e maciço do pomo. Apertou o punho, e, como seu último ato, fechou a mão sobre a bolinha alada. Vencera! Segurara o pomo, que se debatia em seu punho fechado.
_ E a Inglaterra vence! Trezentos e trinta a cento e trinta! Uma diferença de duzentos pontos! Isso é formidável!
Urros de alegria ecoaram por todo o campo. Finalmente tinha dado à Inglaterra, a vitória que tanto almejavam. Sentiu seu corpo ficar quente, estava excitado com a vitória. Sua mão começou a queimar, entretanto, não de euforia. O pomo estava quente de uma forma anormal. Naquele momento, o pomo brilhou uma luz vermelha e reluzente, explodindo, e lançando Harry de sua vassoura. Antes que pudesse pensar em alguma coisa, erguera a varinha e, imediatamente, a Firebolt viera a seu resgate. Em menos de um minuto, Harry estava no chão, suas mãos sangrando, seus dedos completamente deformados. Fora um atentado contra a vida de Harry Potter.

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